quarta-feira, maio 30, 2007

Depois da Greve Geral!

Ao "ouver" a RTP-1 - "serviço público"... - fazer a reportagem da Greve Geral, com as duas conferências, dos secretários de Estado e da CGTP, fiquei indignado. O comportamento dos jornalistas (?) , depois de reverentemente terem aceite a falácia dos 13,77% (!), que por si se nega, foi absolutamente inaceitável com as interrupções e comentários que acompanharam a exposição de Carvalho da Silva.
Por isso, aqui reproduzo uma das minhas leituras do meu dia de greve:
Venezuela no epicentro da democratização dos “média”
Por: Agencia Bolivariana de Noticias (ABN) Fecha de publicación: 28/05/07
Caracas, 28.Maio. ABN.- Venezuela vive hoje no epicentro da luta continental pela democratização dos meios de comunicação, com a abertura da TVES, uma estação de serviço público com sinal aberto. TVES - Televisora Venezolana Social - começou 2ª feira através das frequências do canal 2 que haviam sido ocupadas durante 53 anos pela empresa Radio Caracas Televisión (RCTV), cuja concessão para a utilização do espaço radioeléctrico terminou a 27 de Maio.
Previamente, diversos intelectuais destacaram que a proposta venezuelana de criar uma via de comunicação de serviço público dirigida à formação de valores na sociedade, segundo informou a agência de notícias Prensa Latina.
O jornalista e director de Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet, destacou o projecto venezuelano porque será um meio que dará guarida ao talento popular através da diversidade e da pluralidade. Ramonet valorizou muito a ida para o ar de um sinal televisivo à ordem da verdade, a cultura, a educação e o próprio povo. O intelectual francês, que dissertou nas Jornadas Internacionales de la Comunicación, realizadas una semana atrás nesta capital pelo canal Telesur, expressou a sua solidariedade com a decisão de não renovar a concessão à RCTV.
RCTV lançou uma campanha através do mundo para desprestigiar e atacar, com muitas calúnias e mentiras, o Governo venezuelano, tendo desvirtuado o que está acontecendo no país, sublinhou Ramonet.
Outro reconhecido jornalista, o chileno Manuel Cabieses, director e fundador da revista Punto Final, assegurou que Venezuela levanta na América Latina a bandeira do desafío à ditadura dos meios de comunicação. Cabieses ponderou a decisão do Executivo venezuelano de democratizar o espaço radioeléctrico, pois os meios de comunicação privados constituem o ponto nevrálgico da dominação que una minoría exerce sobre os nossos povos. «A comunicação é um direito humano básico e implica uma interlocução, um diálogo, não uma emissão unidireccional dos conteúdos como ocorre hoje com a imprensa, a rádio e a televisão no mundo contemporâneo», afirmou. Sobre a televisão, o principal instrumento de formação de opinião e a consciência dos povos, recordou que o professor Manuel Calvelo que há muitos definiu esse meio como o grande surdo que fala a milhões de mudos, acrescentou «muitas dessas produções são vetadas pelos monopólios mediáticos, porque não encaixam nos seus modelos audiovisuais», concluiu o director de Punto Final.
O pensador britânico paquistanês Tariq Alí considerou que as entidades que se opõem ao processo revolucionário na Venezuela converteram o termo da concessão da RCTV num tema de muito mais importância do que na realidade têm. «Em condições normais teria sido um processo realmente minúsculo», disse também o editor de há muito tempo da revista britânica New Left Review. Em seu lugar aparece TVES, uma estação televisora que, a julgar pelo seu projecto satisfará a muitos, acrescentou o autor de Pirates of the Caribean: Axis of Hope (Piratas de Caribe: eixo da esperança), em que analisa os processos políticos latino-americanos actuais.
O cineasta argentino Fernando Pino Solanas repetiu o que este domingo mostrou à maioría dos venezuelanos nas ruas: «a não renovação da concessão a RCTV não só é um direito constitucional como uma festa para o povo». E terminou: «agora a prioridade é promover camadas de realizadores para que isto seja um formigueiro de produções».

1 comentário:

GR disse...

Dizia-me hoje uma ps;”…maldito país com esta feroz ditadura, coitados dos nossos emigrantes, privados à liberdade de expressão, à democracia, porque o povinho de lá é indígena, não está habituado a pensar…!”.
Eu pasmo!
Pelas palavras xenófobas e pelo conceito de liberdade de expressão!
Que país deixaria que incutisse ódio ao presidente, deixasse humilhar a bandeira como vimos na tv, tivessem um discurso pró americano?
Quem terá liberdade de expressão? Portugal ou Venezuela?
Os órgãos de comunicação social estão à mercê do governo. Não mostram iniciativas do PCP, os jornais não informam, nem tão pouco deixam publicar o que enviamos.
As notícias não passam de falácias inventadas. Como as notícias que adulteram a realidade da política venezuelana.
A liberdade de expressão, greve, opinião está reprimida. O medo está instalado!
Este é o país que temos! 33 anos depois de Abril!

Viva Hugo Chaves!

GR