terça-feira, junho 02, 2009

Entre a crise e as "europeias"

Saltitando entre tarefas ligadas à "crise" e tarefas ligadas às "europeias" (com outras pelo meio... mas estando tudo ligado!), a arrumar papeis sempre desarrumados, encontrei um O Militante de Novembro/Dezembro de 2004, e nele descobri um artigo já esquecido que pareceu vir mesmo "a calhar", a começar pelo título - Crise do capitalismo e União Europeia - e li-o com alguma curiosidade e, posso agora dizê-lo, proveito.

Desde logo me serviu para provar uma coisa que não tem que ser provada mas que é sempre bom provar, que "a crise não é de agora", como foi o feliz título da iniciativa da Pluricoop em Grândola, para que me convidaram, e também para que, a partir desse artigo, não tivesse de fazer grande esforço para ligar a abordagem da crise (que não é de agora, mas que está sempre no bojo do capitalismo) com as "europeias" sendo a "integração europeia", desde sempre e como está em destaque, resposta de classe a uma necessidade objectiva de concertação de espaços nacionais.
E transcrevo uma reflexão de há quase 5 anos, que a releitura do artigo me veio lembrar e avivar para as eleições que se aproximam:

"(...) A tal vai obrigando a democracia representativa, burguesa, para que a ratificação, na mão de 25 povos e/ou dos seus eleitos, não sofra qualquer revés como seria provável com uma informação isenta e objectiva do que está em causa.
Sobre a representatividade desta democracia representativa muito haveria a dizer e a exemplificar. Bastará, talvez, até pelo seu fundo significado, deixar a referência ao facto dos 54 deputados da Polónia tendo sido eleitos por menos de 20% dos recenseados, não terem havido lista de comunistas. Em contrapartida, na República Checa, em que concorreu uma lista Partido Comunista, a abstenção foi inferior à da Polónia em 20 pp e esse partido elegeu 6 dos 24 deputadois checos. Fica para reflexão.(...)"
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Fica para reflexão!

9 comentários:

samuel disse...

Será que os tais comunistas, sempre acusados de não apreciarem a democracia, acabam por ser os seus mais activos dinamizadores? Será?!

Abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

É!

Abraços

aferreira disse...

-Não podem deixar de ser!

Fernando Samuel disse...

Aí está um bom tema de reflexão...

Um abraço.

Maria disse...

Estive toda a tarde e noite sem net. Prometo voltar amanhã, já que tenho de estar (quero estar!!!!) às 10 em algés, com a ilda.

Beijos

Anónimo disse...

«[sobre o desemrpego]estamos perante uma progressão que eu diria que é galopante e uma das razões é porque a União Europeia não tem uma política económica comum, tem apenas uam política monetária» (Miguel Portas, 2009)


Então a Política Agrícola Comum, a Política Comum de Pescas, a pauta aduaneira comum, o Pacto de Establidade e Crescimento mais o método de coordenação aberta e as imposições sobre as políticas orçamentais, a poloítica regional e os Quadros de Referência (actual QREN), a par da política monetária não fazem parte de uma política económica comun? A União Europeia não é uma União Económica (à luz das teorias sobre integração económica)?

De qualquer forma e admitindo um pontapé na gramática (na teoria económica mais ou menos convencional) o BE ou o Miguel Portas defendem o federalismo europeu? Estará o Miguel Portas a falar de ujma política orçamental federal? Reconheço que esta afirmação deixou-me espentado (mas talvez não totalmente surpreendido).

Mais depressa se apanha um coxo que um mentiroso. Sábia cultura, a popular...

Abraço!
Ricardo

GR disse...

Sobre o acto eleitoral.
Sócrates estando farto de ouvir os privilegiados (como ele já mencionou) referindo-se às pessoas portadoras de deficiência “mandou fazer” uma “boa acção”, como quem o acompanha, não pensa com a cabeça, novamente fizeram asneira da grossa de um desrespeito que até dói.
Os invisuais neste acto eleitoral podem votar sozinhos. Os boletins de votos estão em Braille!
Seria uma boa notícia, mas não é!
Então não é que os invisuais têm um voto rectangular diferente dos demais, os já habituais votos em papel (tipo cavalinho, quadrados). Ou seja, no caso concreto da minha terrinha há numa determinada mesa de voto 1 só invisual, dou-lhe o novo Boletim em Braille, ele vota, dobra e é colocado na urna. Contudo, ficamos a saber em quem votou o invisual, pois é o único voto em Braille entrado na urna.
Não seria mais honesto e legítimo, um só boletim de voto, estaria escrito a negro e Braille e no extremo das duas linhas haveria um só quadrado, onde o invisual ou não, colocariam a sua intenção de voto.
Já falei com vários invisuais, eles sentem-se enganados. Mas do PS esperariam o quê?
É revoltante!

GR

Maria disse...

Agora fico com dois temas para reflectir: o teu e o da GR...

Abreijos

Antuã disse...

Essa dos boletins em braille só cabe na cabeça de socretinos. A GR tem razão. Com estes votos os cegos veriam a sua escolha à vista de toda a gente. Todavia, não digam invisuais que isso não é correcto e até nem existe em português. São cegos porque ceguinhos nós iremos ver quantos há com o resultado das eleições.