segunda-feira, agosto 31, 2009

Uribe com gripe AH1N1

Ao regressar da reunião da UNASUR na Argentina, Uribe estava contagiado pelo virus da gripe AH1N1!

Chavez vai ser acusado, é mais que certo!

domingo, agosto 30, 2009

Como se impediu o PCP de entregar a alma aos renovadores?

A teimosia é uma coisa. A integridade é outra. O Zé Morais e Castro foi íntegro!
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Só confunde quem quer. Ou é levado a assim querer.
Por Morais e Castro, no Congresso do PCP de 2000, ter lido uma carta de Álvaro Cunhal, a teimosa tarefa anti-comunista tem-se servido desse pretexto para, no obituário do actor, exercer o seu múnus. Só lhes fica mal. Mas está-lhes na massa do sangue (dos outros).
Veja-se este trecho «Num congresso do PCP que aspirava à “renovação” , o actor, declama, pungente, uma carta de Cunhal. E o tempo voltou para trás». É indigente e indecente.
Pergunta-se: o que impediu que o Congresso não tivesse cumprido a sua "aspiração"? Foi a carta de Álvaro Cunhal, ou teriam sido os congressistas, que uns milhares eram, cumprindo regras estatutárias?
Mais: não ter voltado o tempo para trás seria um bom PCP que, de acordo com costumes e exemplos outros segundo os quais um bom inimigo é um inimigo morto, seria um PCP morto… depois de ter deixado de ser comunista por ter entregue a alma aos seus aspirantes a renovadores (ou aspiradores da "renovação")?
E nós é que de tudo fazemos política... Um pouco de decência!

O país cor-de-rosa e a realidade portuguesa

Na actualização matutina, saltitando de blog em blog, era fatal que hoje apanhasse com "o grande acontecimento de ontem": Sócrates, o seu discuros na dita "rentrée", o "coro dos fidelíssimos", a caixa de ressonância.
Apanhei com o aproveitamento, até à exaustão, da apresentação do programa eleitoral do PSD/MFL, na construção laboriosa do "legos a dois", querendo fazer de tudo o resto inútil ou desperdício, ou, se muitas peças sobrarem, que se recuperem num também laborioso anexo para o BE... e depois se vê.
Os alternantes e o seu suporte. Nada de debate democrático, com respeito pelos outros. Nada de encarar alternativas para as políticas, para uma alternativa política.
O "discurso do poder" é preocupante. Porque confunde tudo, e é sectário. O PS é Socrates, Socrates é o Estado, o Estado é o PS, como ministros comprovam ao fazerem, de qualquer inauguração, uma sessão de campanha eleitoral, numa espécie de tiro ao alvo no que foi o apresentado como programa da oposição do alternante PSD, ou melhor, Manuela Ferreira Leite.
Lutar contra esta ficção do Portugal em que vivemos é um dever de higiene democrática.
Aqui pelas vizinhanças há sinais gritantes (às vezes aos gritos...) desta sectária abordagem do que não é a nossa realidade mas que se quer convencer os outros que é.
Um blog (manuelinhod'évora), hoje, depois de um ditirambólico trecho com o aproveitamento das tintas mais cor-de-rosa do quadro pintado por Socrates, termina com este naco de prosa:

Entretanto, perante estas realidades há gente de outros partidos que vai dissecando minuciosamente os seus programas partidários nos "media" e por aqui nos blogues, fugindo à realidade interna do País e aos problemas do cidadão, na tentativa de criar alguns embustes à política oferecida pelo Partido Socialista.

Aquilo (a gente de outros partidos que vai dissecando minuciosamente os seus programas partidários por aqui nos blogs) dir-se-ia que é comigo e com este blog sem "me dar a confiança" de o fazer directamente.
Face à divulgação (por vezes cirúrgica) que é feita daquele veículo, quero vir afirmar que, se o tal programa partidário (e tão-só eleitoral) é o do PCP, tem o sub-título de programa de ruptura, patriótico e de esquerda, com 52 páginas, propõe 27 medidas urgentes, tem mais de 40 destaques, de que apenas transcrevi uma dezena neste blog.
E, já agora, se a sobranceria sectária, se a cegueira que o falso e aparente poder provoca não fosse tão grande, nesse programa eleitoral se poderia encontrar um equacionamento (na perspectiva do PCP, claro) dos verdadeiros problemas da sociedade portuguesa e dos cidadãos portugueses e até - veja-se lá - alguns trechos, sobre as obras públicas necessárias por exemplo, em que qualquer socialista não sectário veria matéria para troca de impressões e acertos de posições. Sim, porque não se esqueça que, por exemplo, o NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) e a TTT (Terceira Travessia sobre o Tejo) incidem sobre uma região em que, de 9 concelhos, 8 são, hoje, CDU e o PCP tem 5 deputados na AR. Um mero pormenor que qualquer partido que quisesse encarar os problemas do País com seriedade consideraria.
Aliás, curiosamente, sinto que a caravana que passa é a nossa!

sábado, agosto 29, 2009

UNASUR e Prémios da Nações Unidas

Da reunião da UNASUR de ontem, na Argentina, pouco se diga!
Procura-se na Lusa, no Sapo, pr esses lados, e nada se encontra. E se teve importância! A proposta de Rafael Correa (Equador), e o aplauso que recebeu, para um encontro com Obama e com ele discutir a questão das bases na Colombia não é questão de somenos.
Mas a nossa informação é a que é.



Um prémio (Heroi Mundial da Mãe Terra) para Evo Morales, entregue hoje, e outro (Heroi Mundial da Solidariedade) para Fidel Castro, atribuídos por Miguel d'Escoto, padre nicaraguense, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, não merecem destaque, se é que terão referência.
Mas a nossa informação é a que é!
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Miguel D'Escoto

Reflexões lentas... à procura da ética política - 3

Nas viagens de informação “à toa”, clicando sem bússola, há sempre encontros. Alguns maus… são os maus encontros. Mas todos úteis. Como os votos.
Ora um dos maus encontros foi onde não o queria ter. Mas… paciência! E pergunto-me: terei sido demasiado agressivo para, indirectamente, me/nos agredirem? Desta maneira!
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Para quem vem, indirectamente, "levantar a luva" e entrar no que não é – porque não pode ser – uma troca aguerrida (e ética) de opiniões, uma discussão política sobre políticas, o mal está, sempre, nos comunistas. Tem algo de freudiano...
Na gaveta ao lado daquela em que repousa o socialismo, e os estatutos e os programas que terão dado a razão e o nome à coisa a que pertencem, têm a União Soviética, Estaline, a Hungria, a Polónia, a Checoslováquia das suas memórias bem trabalhadas pela história que lhes foi e é contada. Ah! E Gorbatchov no altar.
Mas há outra História. Bem diferente. Em que União Soviética foi outra História, em que tudo o resto teve outras histórias. Da História que é a da luta de classes.
O czarismo, a tentativa churchiliniana de “afogar o bebé no berço”, o cerco, os cercos, os bloqueios (não só o de Cuba, mas este!), as exterminações maciças de comunistas ou suspeitos de (na Indonésia, no Brasil, nos EUA-McCarthy, na Alemanha, na Ásia, em tanto país de África), a(s) guerra(s), a guerra fria, o retalhar de países, o que foi, contra tudo e sempre, a resistência, a luta, e a afirmação e confirmação, aqui e ali, e ali e aqui. E o imperialismo duro, brutal, anti-trabalhadores, anti-socialismo, anti-Humanidade. Com ajudas sociais-democratas.
Houve conquistas sociais no século XX enquanto o capitalismo crescia aos tropeços, desenvolvia as suas crises, e nelas mergulhava a Humanidade, criando condições de pauperização(*)? Teriam sido possíveis sem um “mundo socialista” e sem um movimento operário em luta?
Disse Jerónimo de Sousa "Seremos governo, se e quando o povo português quiser e quando a ruptura e a mudança de políticas forem impostas pela vontade popular." Há quem faça ironia e liturgia. Por mim, gosto e subscrevo. Com duas precisões:
1. Por muito que não o queiram ver, sempre assim foi, com o exemplo mais relevante e primeiro na Rússia de 1917 e anos seguintes.
2. A vontade popular não tem o voto como a exclusiva forma de se impor, e os seus tempos, modos e formas de maturação e manifestação não obedecem a manuais e formatações.
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Por agora, chega.
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(*) - conceito (pauperismo na tradução portuguesa) enunciado em 1868, no Manifesto, a precisar muito de ser estudado... e reflectido, com base nas necessidades sociais a cuja satisfação temos direito por decorrerem da evolução histórica.

Reflexões lentas... à procura da ética política - 2

Nas viagens de informação “à toa”, clicando sem bússola, há sempre encontros. Alguns maus… são os maus encontros. Mas todos úteis. Como os votos.
Ora um dos maus encontros foi onde não o queria ter. Mas… paciência! E pergunto-me: terei sido demasiado agressivo para, indirectamente, me/nos agredirem? Desta maneira!
Recapitulando. Sobre o dr. Mário Soares, estamos conversados. Tenho do senhor uma opinião, que ele não se cansa de confirmar, de reforçar. É um trafulha. É um pragmático no pior sentido, por total desrespeito pela coerência. É ferozmente individualista, egocêntrico. O seu percurso político, o que tem escrito e dito (e feito) comprovam-no. Vir, agora, tirar Marx do purgatório (!) não é para se servir de Marx, da sua caracterização do capitalismo e da sua contribuição para o socialismo, mas sim para dar a achega para a continuidade do que Marx escalpelizou como efémero (ah!, o tempo histórico) e do que estigmatizou por desumano. Não se trata de opiniões diferentes. Trata-se de total falta de ética em política. Da escola do “vale tudo… é política”. Além de insuportável, o senhor é incurável e recidivo.
Sobre o dr. Augusto Santos Silva, também não de trata de ter opiniões diferentes. Se aquela é a opinião dele, que a defenda, que lute por ela. Que lute para que o PS tenha a maioria absoluta e, no caso de não a ter, que tudo faça para que funcione como se a tivesse, não discutindo políticas porque as “suas” são, indiscutivelmente, as melhores, as únicas. Agora o inaceitável é a argumentação caceteira, sempre “a malhar”, a agredir, a não admitir (mas quem é ele?!) que possa haver outras opiniões. Outras opiniões que, aliás, das mais variadas formas e exaustivamente, provam que há aritméticas que estão erradas na fundamentação da opinião (se opinião é) do dr. Santos Silva.
Estamos perante dois casos em que a agressão é clara e intencional, que pretende reduzir uma linha de pensamento e interpretação que se atreve a subsistir (e a ganhar forças novas) a menoridade porque não se pode exterminá-la. Depois, há quem venha tomar por suas as dores a que quem agride é insensível e venha agredir, com redobrada violência, quem se atreveu a gritar que aqueles (e outros) reizinhos vão nus.
Já volto… que esta manhã estou para isto.

Reflexões lentas... à procura da ética política - 1

Nas viagens de informação “à toa”, clicando sem bússola, há sempre encontros. Alguns maus… são os maus encontros. Mas todos úteis. Como os votos.
Nem sei onde, escrevia-se, e eu li mais ou menos assim, que não se pode (ou era que não se deve?...) confundir ética com política. Mas as linhas logo a seguir confundiam ética com justiça, como se fossem a mesma coisa, e estigmatizavam a confusão entre política e justiça. Ora ética é algo de muito preciso e de muito delicado. Tem de haver uma ética para a política e tem de haver uma ética para a justiça. E faz parte da ética da política não se confundir com a justiça.
Não agredirá a justiça, e a sua ética própria, impedir que seja candidato (e, obviamente, não ser eleito representante da comunidade) alguém que é arguido (ou já condenado, embora com recurso interposto) em processos judiciais que agridem a ética indispensável para que a política tenha (e cumpra) a sua ética. É da ética da justiça que todos são pressupostos inocentes antes de condenados pela justiça, mas parece-me ser da ética da política que se evite que, por morosidade e artifícios judiciais (em que o funcionamento da justiça, particularmente a portuguesa, é pródigo), possa vir a ser candidato e eleito, e a beneficiar de estatuto e imunidades, quem já é arguido (o que, no plano jurídico, pressupõe não-inocência) ou mais adiante no processo. A transpor a ética da justiça para a ética da política é que se estaria a confundir política com justiça.
E há uma coisa que quero sublinhar, para mim não só há como tem de haver, ética na política, (no sentido lato, ou seja, acto nas relações humanas), tem de haver, na política, uma ética: a ética política, cuja deveria prevalecer sobre todas as outras pois dela decorre como os humanos estão organizados em sociedade.
Estarei errado?
Volto já.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Uribe na UNASUR

Agora, aqui Uribe ratifica ter assinado o acordo com os EUA para a instalação de bases no território da Colombia!

O homem está mesmo ceguinho de todo! Não (se) enxerga!

Li isto aí, num sítio qualquer, e dei por mim a benzer-me. Acho que apanhei com o Sol no alto da moleirinha!

O dirigente socialista Augusto Santos Silva advertiu hoje que no próximo dia 27 está em causa o Estado social em Portugal e que a «cegueira» da «esquerda revolucionária» contra o PS ajuda historicamente as forças da «reacção»




Mas... a sério, a sério, quem é que está mesmo ceguinho de todo? Este homem devia tratar-se.
Que ele possa ter essa opinião, é com ele e pronto. Agora que seja tão useiro e vezeiro em desrespeitar os outros, os que não têm a sua opinião (seja a sua opinião ou não) e que a exprima desta maneira cega isso é sintoma muito grave. É mais que sectarismo, deu-lhe um virus fascistóide, e/ou foi contagiado, e há riscos de contágio.

Zelaya visitado em Manágua

Na sequência de anterior mensagem, este registo, retirado do avante!, de ontem:
Na América do Sul, onde os Estados Unidos e a Colombia estão a criar uma situação deveras preocupante!
Josetxo Ezcurra (em ocastendo)



Registo - 3

«Com o desenvolvimento da produção capitalista, a escala da produção é determinada em grau sempre mais estreito pela procura imediata do produto, e em [grau] sempre maior pelo volume do capital de que o capitalista individual dispõe, pelo impulso de valorização do seu capital e [pela] necessidade de continuidade e extensão do seu processo de extensão.»

- pág. 157 do Livro II, O Processo de Circulação do Capital, de O Capital, Crítica da Economia Política, Karl Marx (editado por Friedrich Engels), edição portuguesa da Editorial "Avante!", Lisboa 2009, tradução de José Barata-Moura, com base na 2ª edição alemã de 1893, a lançar na Festa do Avante.

quinta-feira, agosto 27, 2009

O insuportável Mário Soares

Depois da "lição" na Visão (ver em o cravodeabril.blogspot), Mário Soares reincidiu sobre Marx. No Diário de Notícias de 25 último. Aliás, MS é um reincidente contumaz. E sem escrúpulos.
MS escreve no DN que o objectivo do seu artigo na Visão - "Marx saiu do purgatório?" - era o de chamar a atenção dos portugueses para que pensassem, no plano teórico, na importância de perceber, politicamente, a crise global do capitalismo financeiro e especulativo que estamos a viver. Face às "derivas do capitalismo financeiro do século XXI", observar-se-ia, segundo MS e - depois!, só depois! - o Nouvel Observateur, um reganho de actualidade ao grande teórico do "Capital" (*), cujas intuições geniais assumiram, com a actual crise, uma força inesperada.
Ora, Os economistas clássicos, formados pelo neoliberalismo, recusam-se a compreender isso. É um erro, diz ele. E a culpa, acrescenta, é de muitos dos socialistas neoliberais formados na "terceira via", uma verdadeira fraude intelectual. Isto diz ele, embora pareça mentira que diga tais coisas, depois de outras que já disse.
E, para terminar, avisa, grandiloquente, que É tempo, realmente, para que os portugueses pensem que a economia é uma ciência social, que depende da política, e que, sem uma sociedade mais justa - atenta às pessoas e não apenas às oscilações do mercado - não é possível ter uma economia sã, capaz de travar a crise actual do capitalismo financeiro.
Palavra de honra que está assinado por ele, que ainda considera ser um bom tema para um debate entre socialistas e não socialistas, nos partidos e fora deles, em tempo de eleições, e, para fechar, ameaça que talvez volte ao tema.
É preciso uma enorme lata e sem-vergonha, num exercício exemplar de demagogia política por parte de quem, quando oportuno, vai buscar o socialismo que ele próprio meteu na gaveta para escrever coisas destas... com o objectivo de impedir rupturas no caminho do socialismo.
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(*) - De O Capital, MS confessa, com jactância, que nada conhece, nem por osmose... pois tem edições na sua vasta biblioteca, de muitos livros comprados e oferecidos mas não lidos.

quarta-feira, agosto 26, 2009

O Programa e os destaques - 11 (e último)

É o último destaque!. E o último que aqui se destaca, o 11º.
Depois, vêm as "medidas urgentes" (27!)

«Outra política económica
exige a reconsideração do enquadramento comunitário da economia portuguesa e uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos.
Exige uma política orçamental comunitária virada para o investimento, o crescimento e o emprego e políticas orçamentais de cada Estado nacional sem os constrangimentos da União Económica e Monetária/Pacto de Estabilidade.
Exige, a convergência real das economias e a coesão económica e social com o estabelecimento de uma Estratégia para a Solidariedade e o Desenvolvimento, que afaste o programa neoliberal da Estratégia de Lisboa, que deve ser liminarmente rejeitada, e assuma como orientações:
• A profunda reforma da Política Agrícola Comum (PAC) que assegure a soberania e a segurança alimentares de cada País, tendo em conta as especificidades da produção agrícola e das regiões nacionais;
• a profunda alteração da Política Comum das Pescas que promova a modernização, sustentabilidade e o futuro da actividade piscatória, com o controlo nacional da Zona Económica Exclusiva;
• o apoio ao desenvolvimento e salvaguarda da actividade industrial;
• a mudança radical na política de comércio externo, nomeadamente na OMC e nas negociações bilaterais, substituindo a liberalização por políticas de cooperação e apoio;
• uma nova estratégia para a regulação dos mercados de capitais, penalizando as deslocalizações de empresas, tributando as transacções financeiras e pondo fim aos paraísos fiscais.»

"Espiões a caminho..."

A notícia de que haveria espiões a caminho da administração pública, por via de protocolos entre os "serviços secretos" e os "serviços públicos", deu-me volta ao estômago. E mais voltas ele está a dar quando os olhos lêem, nuns comentários e locais que merecem alguma atenção e credibilidade, uma certa satisfação por este processo ter a finalidade (eu diria o pretexto) de combater o crime financeiro e a criminalidade organizada...
Ao que isto está a chegar! E não me venham com a "teoria da conspiração" ou o "complexo de perseguição" (de partidos e sindicatos) porque o conhecimento da História, mesmo não aprofundado (mas vivido), não é escasso em aproveitamentos destes pretextos para nada se fazer no combate ao crime financeiro e à criminalidade organizada mas para se actuar, muito activamente... na luta de classes.
Escrevi luta de classes? Foi! e, como dizia Jacques Brel, persisto e assino.

O Programa e os destaques - 10 (apoio às pequenas empresas)

Tem vindo a publicar-se os destaques do documento do "Programa Eleitoral do PCP", (um programa de ruptura, patriótico e de esquerda). Apenas o que o próprio documento destaca.
Assim se chegou ao 10º destaque. Há muitos mais - cerca de 30. Pareceu ser carregar demasiado o blog com a continuação deste trabalho, e que, com o publicado, já se teria dado uma boa "amostra" a quem não o tenha sequer visto. Por isso, se publicam apenas mais 2. Este, por ser o 1oº na ordem respeitada até aqui - e por ser sobre o apoio às pequenas empresas... -, e um último sobre a posição face à União Europeia, por ser o último destaque do documento - e por ser de "predilecção" deste responsável pela edição...
«Apoio às pequenas empresas
Uma prioridade assente em:
• novas regras para o ordenamento comercial e a regulação do mercado retalhista, equilibrando de facto os diversos formatos e uma nova regulamentação do horário do comércio e serviços.
• prioridade na aplicação dos fundos comunitários (QREN, PRODER e PROMAR);• uma política fiscal que elimine o Pagamento Especial por Conta e faça o reembolso simplificado e célere do IVA;
• urgente intervenção nos preços da energia – electricidade, gás natural e combustíveis líquidos;• Uma política de crédito (e seguro de crédito) com condições preferenciais e níveis de margens e comissões máximas ajustados às pequenas empresas;
• uma forte intervenção da Autoridade da Concorrência contra práticas violadoras da concorrência, com abuso de posições dominantes e de dependência económica dos grupos monopolistas;
• pagamento, nos prazos definidos por lei, das dívidas do Estado;
• uma «entidade específica» no Ministério da Economia como interlocutor privilegiado da pequena empresa, o tratamento não discriminatório das estruturas representativas do associativismo dos pequenos empresários e audição das suas associações.»

terça-feira, agosto 25, 2009

Adenda

Então não é que, quando estou a (a)postar a mensagem abaixo, no visor do computador se me intromete (abusivamente, como sempre) este anúncio?!

Crédito para Casamento
Até 15.000€, sem despesas. Mensalidades desde 31€!

Ele, há coisas!

De fato e casaco (perdão, de facto e Cavaco), volto aos factos...

A partir de um comentário no cantigueiro:
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Não andarão por aí umas confusões, quer na posição de SEXA. Cavaco, quer em comentários irritados muitos, complacentes outros ou até apoiantes e com aplauso a mãos direitas, entre casamentos na Sant(íssem)a Madre Igreja e uniões de facto, excluíndo (ou ignorando)a seríissima situação dos casamentos pelo Registo Civil, em que as uniões de facto se podem tornar se os de facto unidos assim o quiserem? (isto acho eu...)
Para aumentar as confusões, os homossexualmente unidos de facto estarão, alguns deles/as, a querer casar... pela Igreja que os rejeita? É?
Para que fique bem claro, por escolha e vivência pessoais sou unido de facto (e a dois!) há mais de 30 anos! De facto, "un point, c'est tout", como dizem os meus efémeros vizinhos.
Chateia-me é que o sr. Cavaco aproveite uma regulamentação de uns "factos" - que até me é indiferente... e que, se calhar, não o deveria ser - para vir entrar na campanha eleitoral (afirmando que o faz porque não quer entrar, o hipócrita), num jogo de política ao mais baixo nível, com aparências de grandes elevações e alturas, como se não fosse rasteiro... ou rasteira.
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Excomungo-o, 'tá dito!

Uma notícia/opinião escolhida

Capital: Revelam dados do Banco de Portugal
Dispara dinheiro em paraísos fiscais
Os portugueses aplicaram, no primeiro semestre deste ano, em produtos financeiros sediados em offshores 6,1 mil milhões de euros, valor que representa um aumento de 13,4 por cento face a igual período de 2008. Com a pior fase da crise financeira internacional já ultrapassada, o dinheiro aplicado em paraísos fiscais, entre Janeiro e Junho de 2009, já corresponde a 70 por cento do montante total de dinheiro colocado em paraísos fiscais no ano passado.

O Boletim Estatístico de Agosto do Banco de Portugal revela que nos primeiros seis meses deste ano, período em que a crise financeira internacional começou a ser superada, a saída de capital português para offshores disparou de 694 milhões de euros, em Janeiro, para quase 1,4 mil milhões de euros, em Maio. Já nos últimos quatro meses de 2008, por causa dos receios causados pela falência de vários bancos, os portugueses haviam retirado dos paraísos fiscais 3,9 mil milhões de euros.
Ao todo, entre Janeiro e Junho deste ano, os portugueses aplicaram em produtos financeiros sediados em offshores 6,1 mil milhões de euros, contra um montante de 5,4 mil milhões registado em igual período de 2008. O aumento da saída de dinheiro para offshores ocorre numa altura em que Portugal enfrenta uma grave crise económica, com o desemprego a afectar mais de 500 mil pessoas e o crédito mal-parado na Banca a ultrapassar os sete mil milhões de euros.
Para Nogueira Leite, ex-secretário de Estado do Tesouro de António Guterres, o acréscimo na saída de capitais para offshores resulta, desde logo, da constatação de que 'o rendimento disponível das pessoas que estão empregadas aumentou muito este ano, por causa da subida dos salários e pensões, da descida dos juros e da inflação muito baixa'. Por isso, 'significa que as pessoas estão a poupar mais', porque 'levaram um grande susto com a crise financeira'.
PORMENORES
AEROPORTO E PONTE
A verba aplicada em produtos sediados em offshores dava para construir o novo aeroporto de Lisboa e a nova ponte sobre o Tejo: estes projectos custam cinco mil milhões de euros.
CONCEITO
Offshores são zonas de países onde são concedidas isenções fiscais ou baixa tributação.
BRANQUEAMENTO
Como têm sigilo bancário absoluto, as offshores atraem cada vez mais dinheiro ilegal.
António Sérgio Azenha
(Correio da Manhã de 23 de Agosto)
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Comentários? Estão nos sublinhados. Com pontos de exclamação!

O Programa e os destaques - 9

«Indústria
Uma indústria de aproveitamento e valorização interna, avançada na cadeia de valor, dos recursos endógenos do solo, do subsolo e do mar. A modernização das indústrias tradicionais, com vista ao acréscimo da sua produtividade e competitividade. A reanimação de importantes indústrias básicas, como as metalomecânicas e electromecânicas produtoras de bens de equipamento pesados, as metalurgias, as químicas e petroquímicas de base e indústria de construção e reparação naval. A manutenção da estabilidade e fortalecimento das actividades ligadas ao sector automóvel, alargando-lhe a base de génese nacional. O fortalecimento das indústrias de alta tecnologia (química fina, farmacêutica, aeronáutica e aeroespacial, Tic e automação, novos materiais e biotecnologia) que incorporam em grande escala C&T e naturalmente valor acrescentado. O aproveitamento do lançamento de grandes projectos públicos como âncora na dinamização dos sectores industriais e adequada gestão de contrapartidas na importação de grandes encomendas. O reforço da componente de I&D na indústria. O desenvolvimento de tecnologias de processo e de produto e meios de produção associados, seja na perspectiva da substituição de importações, seja mesmo da exportação de tecnologia. Uma renovada participação do Estado na esfera produtiva, em alguns dos sectores tidos como estratégicos e, portanto, capazes de dinamizar outros sectores e produções.

segunda-feira, agosto 24, 2009

De facto...

... um veto muito oportuno (eleitoralmente) com o pretexto da inoportunidade (eleitoral).
De facto!

Deputado do PCP no Parlamento Europeu encontra-se com Zelaya

João Ferreira, deputado do PCP ao Parlamento Europeu, encontra-se, em representação do Grupo Unitário de Esquerda /Esquerda Verde Nórdica do PE, com Manuel Zelaya, Presidente da República das Honduras.
Este encontro, na embaixada das Hondura em Manágua (Nicarágua), realiza-se na oportunidade de uma deslocação do deputado comunista, em representação do Grupo Unitário de Esquerda/Esquerda Verde Nórdica, para participar no Fórum de São Paulo.

João Ferreira deslocar-se-á, também, a Tegucigalpa, capital das Honduras, para contactos com forças políticas e sociais que compõem a frente contra o Golpe de Estado neste país e pela restituição da legalidade constitucional nas Honduras.

O Programa e os destaques - 8

«Soberania e segurança alimentares
A situação vivida em 2008 com a explosão dos preços de bens agrícolas básicos e as várias crises higieno-sanitárias com produtos alimentares repuseram a soberania e segurança alimentares como questões centrais. São necessárias políticas agrícolas e de pescas para assegurar níveis adequados de consumo (soberania alimentar) e de segurança da qualidade alimentar e promover o emprego e a melhoria de vida dos agricultores e pescadores, e assalariados.
Agricultura
Assegurar o desenvolvimento integrado da agricultura nas suas dimensões agro-produtiva, agro-ambiental e agro-rural, tendo em conta a pluriactividade e plurirendimento, visando os equilíbrios territoriais, combatendo a desertificação e o envelhecimento do espaço rural;
• a definição de uma estratégia agro-produtiva orientada para mais produtividade e produção;
• o desenvolvimento da floresta nacional, assegurando o ordenamento, a protecção dos ecossistemas florestais e a prevenção e combate aos fogos florestais;
• a defesa dos baldios e da pequena propriedade florestal;
• o alargamento e valorização do regadio e a criação de um banco de terras;• o apoio às cooperativas;• o controlo de qualidade das importações e apoio aos mercados locais e regionais;• o desenvolvimento rural e a promoção do agro-turismo;
• a criação de um verdadeiro Seguro de Exploração Agrícola;
• o aproveitamento dos recursos cinegéticos. A actual PAC é geradora de exclusão de países e regiões da produção, de desaparecimento da agricultura familiar, de declínio do mundo rural, riscos para a saúde pública, instabilidade de sectores produtivos e estrangulamento de economias agrícolas de países terceiros. É necessário a sua reforma radical, a renegociação da agricultura na Organização Mundial do Comércio, garantir o direito a produzir, assegurar preços compensadores e ajudas para quem produz, moduladas e com tectos. Pescas
Uma política de pescas exige:
a manutenção da soberania nacional sobre as nossas águas ( mar territorial e área adjacente) com prioridade para a nossa pesca; defesa da pesca costeira nacional, com especial relevo para a pesca artesanal;
• uma gestão dos recursos que respeite o acesso colectivo, baseada em aspectos biológicos e com um sistema de co-gestão;
• a modernização e renovação das frotas, com o abandono dos abates indiscriminados, um programa de apoio específico à pequena pesca e o relançamento da construção naval;
• condições de segurança e de abrigo, de barras e portos e a aplicação a todos os segmentos das normas de trabalho a bordo;
• defesa dos direitos adquiridos e obtenção de novos direitos, nos acordos da União Europeia e bilaterais;• todos os combustíveis com custo reduzido; a instituição legal de uma margem máxima de lucro para os intermediários;
• a aplicação aos produtos importados de normas de qualidade e denominação de origem;
• o apoio à indústria conserveira e a promoção das conservas portuguesas, com rotulagem de origem e a certificação de produto de qualidade;
• uma fiscalização adequada da actividade;
• o reforço de meios financeiros e técnicos para a investigação;
• o apoio à aquacultura sem a transformar na alternativa à pesca tradicional;
• apoio à salicultura

domingo, agosto 23, 2009

Do Brasil para cá quantos quilómetros há?

e quanto Zés?

Registo - 2

Não resisto ao registo:
«(...) Essa relação repousa, porém, quanto à base, sobre o carácter social da produção, não [sobre] o modo de intercâmbio; este brota, inversamente, de aquele. Corresponde, de resto, ao horizonte burguês, onde o fazer negociozinho ocupa a cabeça toda, não ver no carácter do modo de produção a base do modo de intercâmbio que lhe corresponde, mas inversamente.»
- pág. 128 do Livro II, O Processo de Circulação do Capital, de O Capital, Crítica da Economia Política, Karl Marx (editado por Friedrich Engels), edição portuguesa da Editorial "Avante!", Lisboa 2009, tradução de José Barata-Moura, com base na 2ª edição alemã de 1893, a lançar na Festa do Avante.
Nesta hora dura e triste, aplausos para o Zé Morais e Castro!
(e um beijo solidário para a Linda)

O Programa e os destaques - 7

«Um sector público com uma dimensão e peso determinantes nos sectores básicos e estratégicos da economia nacional, nomeadamente: banca e os seguros; energia; água, saneamento e resíduos; comunicações e telecomunicações; transportes e vias da comunicação; indústrias básicas; e outros, como nas área da comunicação, da investigação e desenvolvimento tecnológicos. Em todos os sectores/mercados chaves para o desenvolvimento económico deve ser garantida uma empresa pública de referência

sábado, agosto 22, 2009

Obrigado, Morais e Castro!

foto de Luis Carvalho
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Primeiro, foi o actor que admirava e respeitava, depois, soube-o camarada e tornou-se o amigo sempre disponível. Morreu hoje, e já tanta falta nos faz. O actor, o camarada, o amigo.

[... e é com um profundo desprezo que leio, num "elogio necrológico", dois parágrafos que, sem respeito por ninguém nem por nada, aproveitam a morte do amigo, do camarada, do actor, do homem de cultura e amor à vida e aos outros para bolsar o seu ódio pelo que, numa dimensão rasteira, se não pode entender: a luta coerente até ao fim.
«(...) Quem quiser apontar o dedo acusador ao defunto actor, pode sempre insistir nesse dia de arromba em que Morais e Castro leu a mensagem de um enfermo Álvaro Cunhal ao congresso que prometia a renovação no 'seu' Partido Comunista.
A 'declamação' devolveu o partido à escuridão sectária durante mais anos do que o bom senso estaria disposto a suportar. Para os detractores do actor, 'aquele' foi o seu melhor papel (...)»
]


Obrigado, Morais e Castro!

O Programa e os destaques - 6

Uma política de apoio ao cooperativismo e outras formas de economia social exige:
• linhas de apoio às estruturas de representação do Sector Cooperativo e uma adequada base estatística do Sector Cooperativo e Social;
• apoios específicos para a manutenção de emprego estável;
incentivo à constituição de novas Cooperativas, novos serviços aos cooperadores, novas áreas de negócios e à internacionalização das Cooperativas;
• reposição da anterior diferença no IRC face ao Sector Privado – 10 pontos percentuais – e benefícios fiscais para auto-financiamento e reestruturação, assegure uma efectiva discriminação positiva;
• constituição de um Fundo Nacional Cooperativo, para a promoção e divulgação da imagem, utilização de novas tecnologias e desenvolvimento do I&D;
um programa específico no QREN

57% a precisarem de ser "ensinados" sobre o que (e como) viveram e vivem

O que pode ser lido no Público e aqui impressiona. E assusta!

sexta-feira, agosto 21, 2009

O Programa e os destaques - 5

A par dos nove eixos centrais que o PCP apresenta para uma política alternativa de esquerda, a primeira resposta deve ser dirigida para a profunda crise que o País atravessa. Na continuidade das propostas já apresentadas ao longo dos dois últimos anos, quatro orientações urgem para travar a destruição de postos de trabalho e do tecido empresarial:

  • dinamização do mercado interno;
  • promoção do investimento público;
  • resposta aos desequilíbrios financeiros das empresas;
  • a adopção de uma outra política de crédito.

Afeganistão - a "informação" e a necessidade de SE informar

A agência Lusa despachava, ontem, que «O governo afegão e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) afirmaram-se "satisfeitos" com a forma como decorreram hoje as eleições presidenciais e provinciais no Afeganistão (…) Esses dados são considerados cruciais para a legitimidade do poder num país em guerra há mais de 30 anos e colocado sob protecção de cerca de 100 mil soldados de forças internacionais» e, hoje, informa que «A Comissão eleitoral independente anunciou hoje ter terminado o escrutínio da eleição presidencial no Afeganistão, estimando a participando eleitoral entre os 40 e 50 por cento, só devendo anunciar os resultados na próxima semana».
Assim se faz a “informação”.
Mas… quem se quiser informado, terá de SE informar. A começar pela estranheza da Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada em 1949 para conter – segundo a designação, no Atlântico Norte… - a “ameaça soviética” e o Pacto de Varsóvia, criado em 1955 (!), estar a intervir e a ingerir-se (e de que maneira!) no Afeganistão, que é um bocado longe do Atlântico Norte…


Passando adiante, localizemo-nos no tempo e tentemos pistas para perceber aquela referência aos 30 anos em guerra: um conhecimento mínimo da história daquela região (e da matematicazinha) leva a entender que se localizam os 30 anos para trás em 1979 e na chamada “invasão soviética”, quando se perde nos tempos a situação de instabilidade e guerra naquela zona estratégica, com ocupação inglesa e mais outras bem guerreiras situações.
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império durrani

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Aliás, no final dos anos 80 lembro-me de ter ficcionado um País a que chamei Afeganislónia para ilustrar a guerra movida contra a União Soviética e mais países socialistas pelo imperialismo, na sua labuta da luta de classes ao nível planetário. É que o Afeganistão – a Polónia & Cia. ficam para outra altura –, depois de situações de fogueiras internas sopradas de fora, desde 1979 poderia ter estabilizado com um governo do Partido Popular e Democrático apoiado pelos vizinhos soviéticos, não fosse a constante guerrilha mujahidin, muito bem preparada e melhor municiada pelos Estados Unidos e parceiros, até à retirada soviética em 1989 e o que foi a abertura para os talibans e as duas décadas verdadeiramente infernais que ali se continuam a viver.
Como escrevia Ângelo Alves, no Actual do avante! de ontem, em “as eleições farsa”:
«(…) em quarto lugar porque mesmo à luz das “boas práticas democráticas”, tão defendidas pelos EUA e a NATO para a realização de eleições “livres”, estas “eleições” são uma anedota. Boletins de voto que são folhas A4 escritas à mão e que podem ser levantadas às dezenas por um único eleitor; “observadores internacionais” escolhidos a dedo e fechados nos complexos militares da NATO; a venda de oito mil cartões de registo falsos por 20 dólares; 220 postos de votação encerrados numa única província, são apenas um alguns exemplos do insulto à inteligência e dignidade que são estas “eleições” (...)».


Não podemos deixar que NOS “informem”. Informemo-NOS!

quinta-feira, agosto 20, 2009

O "milagre", segundo Fernando Pessoa

Em o Rei dos Leittões - além de muita outra descoberta... -, descobri este texto de Fernando Pessoa (e não só...), numa mensagem muito bem construída que dá grande gosto/gozo propor para visualização aqui.

Grande D. Pata Negra!

O ilusionista-mor:

«E que não haja ilusões: para Portugal, a alternativa real é entre o PS ser chamado de novo a formar Governo ou regressar a um Governo de direita.»

Isto está no dito Programa do Partido Socialista, assinado José Socrates.
Realmente... é preciso lata!

O Programa e os destaques - 4

«Uma ruptura e uma mudança, que retome os objectivos libertadores e as conquistas da Revolução de Abril vertidos na Constituição da República, centradas na:

  • Ruptura com o domínio do capital monopolista;
  • Ruptura com a desvalorização do trabalho e dos trabalhadores;
  • Ruptura com a mutilação e subversão das políticas sociais;
  • Ruptura com a reconfiguração do Estado ao serviço do grande capital;
  • Ruptura com o processo de integração capitalista europeia;
  • Ruptura com a subversão da Constituição da República Portuguesa e do regime democrático.»

quarta-feira, agosto 19, 2009

Quem é que é burro ou ignorante?!

Ontem, num jornal de referência (esta é para rir…), um insigne professor e douto parlamentar (ou vice-versa) perorava à sua petulante maneira, que «É evidente que, para o PCP e o BE, o principal objectivo é derrotar o PS, mesmo à custa da entrega do poder à direita».
Há pouco, numa leitura aqui pelos arredores da aldeia, encontro um vizinho a escrever «À esquerda do PS, finge-se que não se entende o que representa a direita no poder e, irão teimar na política do "bota abaixo".» E há mais, muitos mais, a bater na mesma tecla ou a papaguear a mesma tese.
Ou seja, segundo eles quem, sendo de esquerda – i.é. não querendo “a direita no poder” ou “entregar o poder à direita” –, não votar PS está a entregar o “poder à direita”, ou a pôr “a direita no poder”.
Nos citados, isto só pode ser escrito por nos tomarem por burros, ou por quererem fazer os outros ignorantes, ou que, não o sendo, passem a sê-lo por os lerem e os levarem a sério. Sim, porque ignorância deles, ou deles burrice, não é. Não pode ser. É, a meu ver, bem pior.
Isto tem de ser denunciado. Nessa argumentação reflecte-se, além da falta de seriedade, a concepção de democracia (e de poder) que tudo reduz a votos e se recusa discutir políticas (nem pensar em tal). Para essa versão “simplex” da política, não há políticas de direita ou de esquerda embora haja partidos de direita (para o “poder” apenas contam CDS e PSD) e partidos de esquerda (PS mais, como figurantes, o PCP e o BE). É o que nos querem meter na cabecinha.
A argumentação das sumidades encarregadas de se esforçarem ao máximo para manter o PS no "poder" (aparente e ao serviço das políticas de direita de que tem sido intérprete), é a de que cada “voto de esquerda” que não seja no PS, não é “útil”, é até voto perdido… para a esquerda, e serve para entregar o “poder” à direita!
Ora, em simples e primário cálculo aritmético, qualquer voto na esquerda é útil para a esquerda, não se perde. Pode é obrigar o PS a rever as suas políticas fazendo-as ser menos de direita, pelo que é duplamente útil... para a esquerda.
Poderia (!) não ser assim se a nossa democracia representativa impusesse que o executivo fosse entregue ao partido mais votado, e daí resultasse que menos votos no PS por terem ido para a sua esquerda tornassem um dos partidos da direita o mais votado. Mas não é!
Num cenário de mais de 50% para o PS, PCP e BE, a maioria estaria, na sua própria argumentação, na esquerda. Só que… i) apenas se o número de votos no PS lhe der maioria absoluta, ele poderá formar governo sozinho para fazer as políticas que quiser[i], ii) se o PS só tiver maioria relativa, para que tenha o poder de formar governo, ou para governar, precisa, no mínimo, de discutir políticas, e terá de escolher entre políticas de esquerda e políticas de direita.
Claro que voltarei ao assunto.
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[i] - salvo seja... e sabe-se (e sofre-se!) o que têm sido.

No regresso da viagem matutina...

Na minha viagem matutina pela blogosfera, encontro sempre informações e actualizações muito úteis (tenho é que ver a questão crucial do tempo em que por ela me perco...). Hoje. refiro três exemplos (por ordem alfabética...):
1. O cantigueiro "obrigou-me" a um desvio por "sítios" em que a má educação, o vernáculo ordinário, se utiliza. É lá com eles e entre eles... mas ajuda a conhecê-los.
2. O cravo de Abril lembrou-me as Honduras. Não era necessário porque me não esqueço... mas levou-me a ir ver a TeleSUR, sempre de consulta (aqui) muito útil.
3. O tempo das cerejas actualizou-me com Vital Moreira. É homem a que nem as "lições da vida" (e dos desastrosos resultados eleitorais) fazem arrepiar caminho na sua desenfreada desfilada. E, é curioso, nos trabalhos em que estou, tenho "à mão de semear" uma tradução de O Capital (livro I, volume 1), da Centelha, 1974, de que V.M. foi um dos tradutores e autor de estudo introdutório. O homem ou tresleu ou quis dar passo maior que a perna e tropeçou. O facto é que edições avante! lá continua, em 2009, a traduzir O Capital, num trabalho de grande seriedade e rigor de José Barata Moura, e já editou o livro primeiro (na edição Centelha, livro I), com os seus tomos I, II e III (na edição Centelha, apenas as 1ª e 2ª secção do dito livro I, que são do tomo I que tem, ainda, uma terceira secção, sobre a produção da mais-valia absoluta). E, na Festa do Avante lançar-se-á o tomo IV, que pertence ao livro segundo.
Já agora, e sem qualquer ilusão que VM leia este post (ou outra qualquer coisa parecida), reproduzo a citação de Marx, decerto por ele escolhida, da contracapa da edição Centelha:
«não existe estrada real para a ciência, e só pode alcançar os seus cumes luminosos quem não receie fatigar-se a escalar as suas veredas escarpadas.»

O Programa e os destaques - 3

"O Governo PS alterou de forma restritiva as regras de acesso ao subsidio de desemprego e diminuiu em 400 milhões de euros, entre 2007 e 2009, a verba inscrita em OE para este subsídio. Por sete vezes a maioria parlamentar rejeitou as propostas do PCP para alargamento dos critérios de acesso. Hoje cerca de 300 mil desempregados não têm acesso ao subsídio de desemprego."

terça-feira, agosto 18, 2009

O jogo das diferenças...

A "agenda fracturante" e a "retórica" (no sub-título).

" O PCP e o BE fazem a mesma análise da situação e das razões da crise."

"... tudo pesado , são duas obras que cabem na mesma moldura."

" O documento do Bloco de Esquerda, mais longo, apresenta-se com mais detalhe."

"Mas também há áreas em que o PCP quer ficar pela rama enquanto o BE mergulha de cabeça."

"Aliás, o BE mostra-se como peixe na água nos chamados temas fracturantes, ao contrário do PCP." (associar, subliminarmente ao sub-título: o PCP perde-se na retórica! Ou será que o PCP considera que a ruptura é necessária e urgente mas tem de ser feita noutras zonas de fractura, na economia, nas relações sociais, por exemplo?)

"(o PCP) arrasa o PS, colando-se às políticas do PSD e do CDS. Colagem que o BE não faz."

(fim de citações - o que está em itálico - do último Expresso, Descubra as diferenças entre PCP e BE, pág. 12).

Descubra o que falta? Vergonha na cara (do Expresso, pelo menos)!

O Programa e os destaques - 2

"Para grandes males, grandes remédios. Só o PCP está em condições de assegurar a mudança necessária construída numa clara opção de ruptura com a política de direita."

segunda-feira, agosto 17, 2009

O ping-pong da bipolarização

Achar que atacar o PS é estar com o PSD e/ou que atacar o PSD é estar com o PS é a prova acabada de que se foi atacado pelo virus da bipolarização alternante, aquela que nos governa, ao nível do poder central, há 33 anos, com umas ajudas intermitentes do CDS, e uns intervalitos curtos de governos presidenciais.

O Programa e os destaques - 1

"A presente crise do capitalismo – estrutural e sistémica, expressão em si das características intrínsecas à sua natureza exploradora, de que são exemplo o desenvolvimento desigual, a anarquia e a insustentabilidade do processo de produção – contribuiu para revelar um país mais vulnerável em resultado directo da continuada fragilização dos sectores económicos que a política de direita impôs ao país."

Programa Eleitoral do PCP às Legislativas de 2009

Índice
· Nota de Abertura
· 1ª. Parte O voto CDU para uma política alternativa e para a alternativa política
o
I. PCP, uma força indispensável
o II. A situação do País, quatro anos e meio de Governo PS/Sócrates
o III. Identidade das políticas do PS, PSD e CDS-PP
o IV. A necessária ruptura com a política de direita
· 2ª. Parte Um programa de Ruptura, Patriótico e de Esquerda
o
I. Eixos centrais de uma política alternativa de esquerda
o II.Uma política para o desenvolvimento económico
o III.Uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores
o IV. Uma política para a igualdade, dignidade e bem-estar dos portugueses
§
1. Uma política de Saúde ao serviço do desenvolvimento económico e social
§
2. Segurança Social
§ 3. Habitação
§ 4. Mobilidade e acessibilidades
§ 5. Equipamentos e serviços públicos
o V. Uma política de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia
§ 1. A Educação
§ 2. A Política Cultural no País
§ 3. Sistema Científico e Técnico Nacional
§ 4. Desporto
o VI. Uma política de defesa e reforço da Democracia de Abril
o VII. Uma política para a Paz, Cooperação e Amizade com todos os povos
·
Medidas Urgentes

domingo, agosto 16, 2009

Arranjos partidários! E políticas?

"A questão decisiva das próximas eleições,
e da composição da Assembleia da República que delas resultar,
é a da ruptura e mudança de política"
(Programa de Ruptura, Patriótico e de Esquerda)

Confunde-se, não inocentemente, poder com poder político, poder político com governo, governo com dispor de lugares para objectivos pessoais, traficâncias e manigâncias. Ao serviço do verdadeiro poder, aquele que resulta do poder económico, no contexto, sempre mutável, da relação de forças entre interesses e posições de clases sociais.
Por isso, só se fala - mesmo quando não se fala - em governabilidade. Partindo do pressuposto - a consensualizar - de que apenas há dois partidos "de poder".
Maioria absoluta ou maiorias relativas? Se relativa, como torná-la "governabilidade"? PS com a "sua esquerda"... mas o PCP é imobilista e patátipátátá? PS com PS + D, num assumido "centrão"? PSD com CDS, como no começo do milénio?
E todos os "cenários" se colocam, na estreita perspectiva de nomes de partidos, de nomes de "políticos"... de nomes que apetece chamar-lhes!
E se se falasse, e discutisse política, projectos e programas?
Claro que não tenho ilusões, muitos desses programas estão... "em construção", e nas vésperas das eleições no nenhum tempo lhes sobra da "caça ao voto", feita na rua, nas feiras, nas festas, nas portas das fábricas onde só vão nestas alturas eleitorais e não, como outro(s), quando há problemas e situações sociais graves.
Na mesa está este Programa de Ruptura, Patriótico e de Esquerda para estas eleições mas inserido no Programa e Declaração Política do PCP. Não tenho qualquer ilusão que outro partido "vá a jogo"... mas quero contribuir para que o eleitor o saiba!

sexta-feira, agosto 14, 2009

O princípio do fim... de qùê?!

Na 1ª página do Diário de Notícias:












O primeiro ministro veio festejar, em directo e com foguetório, "o princípio do fim"... segundo ele "da crise". Porque, no 2º trimestre de 2009, a economia portuguesa teria crescido (em cadeia) 0,3 por cento (ou, digo eu para o ajudar, 3 por mil), como se não tivesse nenhuma importância ter-se afundado, em relação ao 2º trimestre de 2008, 3,7 por cento ( ou, digo eu para o desajudar, 37 por mi l).
Seria ridículo se não fosse muito sério. Tem de ser dito sem qualquer intenção catastrofista mas, apenas, para repor alguma seriedade. E é bom não esquecer que, até 27 de Setembro e 11 de Outubro, não haverá mais informações trimestrais.

Já agora, acrescenta-se, como última informação trimestral - também do 2º de 2009 - sobre emprego, o resumo do INE:

RESUMO
De acordo com os resultados do Inquérito ao Emprego relativos ao 2º trimestre de 2009 a população activa em Portugal diminuiu 1,0%, face ao trimestre homólogo de 2008 (correspondendo a 54,1 mil indivíduos), e 0,2%, face ao trimestre anterior (10,9 mil). Para o decréscimo homólogo são de destacar os seguintes resultados: a diminuição no número de activos do sexo masculino (36,1 mil indivíduos), dos 15 aos 34 anos (59,2 mil) e com 65 e mais anos (11,5 mil) e com nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico (164,2 mil). A taxa de actividade da população em idade activa (15 e mais anos) foi de 61,9%.
A população empregada diminuiu 2,9% (correspondendo a 151,9 mil indivíduos), face ao trimestre homólogo de 2008, e 0,4% (22,9 mil), face ao trimestre anterior. Para a evolução homóloga referida contribuíram essencialmente os seguintes resultados: a diminuição no número de empregados do sexo masculino (105,5 mil), dos 15 aos 34 anos (111,6 mil), com nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico (234,9 mil), a trabalhar no sector da indústria, construção, energia e água (95,0 mil), por conta de outrem (104,7 mil) e a tempo completo (113,7 mil). A taxa de emprego da população em idade activa (15 e mais anos) fixou-se nos 56,3%.
No 2º trimestre de 2009, o número de desempregados ascendeu a 507,7 milhares de indivíduos. A população desempregada aumentou 23,9% (97,8 mil indivíduos), face ao trimestre homólogo de 2008, e 2,4% (11,9 mil), face ao trimestre anterior. Para o acréscimo homólogo do desemprego contribuíram essencialmente os seguintes resultados: o aumento no número de desempregados do sexo masculino (69,4 mil), dos 25 aos 34 anos (37,6 mil) e com 45 e mais anos (26,5 mil), com nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico (70,7 mil), à procura de novo emprego (98,3 mil), cujo ramo da última actividade pertencia à indústria, construção, energia e água (58,4 mil), e à procura de emprego há menos de um ano (70,5 mil). A taxa de desemprego foi de 9,1%, tendo aumentado 1,8 pontos percentuais (p.p.), face ao trimestre homólogo de 2008, e 0,2 p.p., face ao trimestre anterior.
A população inactiva com 15 e mais anos aumentou 2,4%, face ao trimestre homólogo de 2008 (abrangendo 79,2 mil indivíduos), e 0,5%, face ao trimestre anterior (16,8 mil). A taxa de inactividade (15 e mais anos) foi de 38,1%.

Bertold Brecht morreu no dia 14 de Agosto

Obrigado, Raquel e Maria, por me terem lembrado Brecht neste começo do dia de hoje, quando o dia de ontem ainda não terminou. E haverá melhor forma de passar de um dia para o seguinte que lembrando Brecht?



"Nada é impossível de mudar!


Desconfiai do mais trivial, do que é na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece ser habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,

pois em tempo de desordem sangrenta,

de confusão organizada,

de arbitrariedade consciente,

de humanidade desumanizada,

nada deve parecer natural

nada deve parecer impossível de mudar."

quinta-feira, agosto 13, 2009

O virus da felicidade... e as nossas dificuldades

Num blog vizinho - as palavras são armas - acabo de ler um texto prenhe de uma ironia que me fez... feliz (de uma certa e determinada estirpe de felicidade). Fui atacado por um virus que aquele texto me deu a conhecer. E como não sou egoísta aqui o deixo, esperando contagiar-vos!
Ah!... e parabéns ao autor pandemónico.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Período pré-eleitoral e uma reflexão apropósito (adenda)

O "post" sobre este período, e uma reflexão que ele suscitou, mereceu alguns (poucos) comentários escritos e também algumas observações orais e directas.
Primeiro, uma correcção: o número inferior ao qual não se aplica a lei dita da paridade é de 750 eleitores em freguesias e de 7500 eleitores em concelhos, e não de 900 em freguesias. Foi "gralha"...
Uma outra observação, leva-me a esta adenda, particularmente dirigida a quem não esteja familiarizado com estas coisas de listas e de números.
Questionaram o meu exemplo dizendo que se havia 4 mulheres numa lista de 12 candidatos e se, para se cumprir a regra de não poder haver três candidatos seguidos do mesmo sexo, só uma podia ficar entre os primeiros nomes, porque não colocar duas mulheres seguidas, uma em 1º e outra em 2º lugares? Tal não é possível porque só ficariam duas mulheres para o resto da lista, e se se seguissem 2 homens (3º e 4º lugares da lista), 0 5º teria de ser para uma mulher, depois o 6º e 7º seriam para homens, o 8º teria de ser para uma mulher, aquela ainda não colocada, ficando o 9º, 10º, 11º e 12º a terem de ser preenchidos por homens, logo 4 homens seguidos, o que a lei não permite.
Verdadeiramente ridículo!
Por isso, insisto: a hipótese mais favorável é a de colocar uma mulher como cabeça de de lista, como eventualmente seria sempre, outra que poderia ser colocada em 2º ou 3º lugares (em área de potencial eleição) em 4º lugar (já em área não elegível), a terceira mulher (que poderia ser colocada em 3º lugar ainda em área elegível) depois de dois homens, em 7º lugar, e a quarta mulher em 10º lugar depois de dois homens (8º e 9º) e antes de dois homens (11º e 12º).
Assim, retirando elegibilidade a duas mulheres, torna-se perverso o que poderia ter a intenção de, por via administrativa, impor uma medida para promover a elegibilidade de mais mulheres.
Se houver dúvidas digam!

Programa Eleitoral às Legislativas 2009

Hoje (ontem...), na apresentação do Programa Eleitoral do PCP, o Secretãrio-Geral do Partido Comunista Português sublinhou que este se diferencia de qualquer outro, «quer pela visão distinta que projecta sobre os problemas e a situação do País, quer essencialmente pelas propostas que avança - um Programa de Ruptura, Patriótico e de Esquerda». Jerónimo dJustificar completamentee Sousa afirmou ainda que o PCP, com o seu reforço e a ampliação da sua influência social, política e eleitoral está em condições de assumir as mais elevadas responsabilidades no País.
Quem quiser ler esse programa na íntegra pode fazê-lo aqui.

terça-feira, agosto 11, 2009

Período pré-eleitoral e uma reflexão apropósito

A proximidade das eleições legislativas e das eleições autárquicas cria situações muito difíceis a quem - individual e/ou partidariamente -as encara como uma forma de democracia a que há que dar toda a atenção... e dedicar muito tempo de trabalho. Não dissociando, nunca, a democracia representativa da democracia participativa, pelo nosso lado este período de preparação é uma verdadeira "prova de esforço", com o cuidado a ter na constituição das listas por forma a que não sejam escolha de "chefes" (ou "chefas"!) mas uma participação efectiva de muita gente, da disponível e da que se conseguir conquistar para esse trabalho, que pode ser - também - muito aliciante, e aliciador, pois é feito em contacto com as gentes, é propiciador de informação, esclarecimento e tomada de consciência.


Depois, há o trabalho administrativo-jurídico da elaboração dos processos e apresentação das listas. Que não é nada fácil e até parece que se deseja dificultar, prejudicando a intervenção nesse trabalho como participação democrática, tornando-o desinteressante, complicado, burocrático.


Vou deixar um exemplo: não pode haver mais de dois elementos seguidos do mesmo sexo, salvo em juntas com menos de 950 eleitores, com a intenção afirmada de promover a participação de mais mulheres na política activa. Num concelho como o de Ourém, em 19 listas (AM, CM e 17 AF) assim tem de ser e, para além da dificuldade enorme que a realidade social apresenta, a bondade da intenção pode ser totalmente pervertida. Suponhamos que, numa lista de 9 efectivos e 3 suplentes, uma candidatura tem 4 mulheres e 8 homens para formar a lista, e que a sua área de elegibilidade é de 3 membros. Na melhor das possibilidades, as mulheres serão 1ª, 4ª, 7ª e 10ª, ficando apenas a 1ª em área elegível enquanto que, sem essa imposição legal, poderiam eventualmente estar 3 mulheres em área elegível. Logo, em vez de 3 mulheres susceptíveis de serem eleitas, apenas ficaria uma!


Foi a prática na sociedade concreta em que vivemos, e não a leitura à secretária da procura de soluções artificiais para problemas reais (e sociais), que me trouxe a esta reflexão.




segunda-feira, agosto 10, 2009

Mrs. Clinton em Angola - 2

Quando ouvi a televisão ontem, não tive a informação das total das palavras da Mrs. Clinton na sua visita a Angola, e da sua gravidade. Foi assim uma coisa ligeira... como quem chega, "patroa", e diz ao "pessoal" que a "limpeza" não está ainda a contento.
Um comentário do Fernando Samuel no meu "post", levou-me a ir visitar mais depressa o cravo de abril... e fiquei informado! Uma vergonha (ou duas?)!
Vale a pena ler!

domingo, agosto 09, 2009

H. Clinton em Angola

Enquanto na televisão portuguesa, que acabo de ver, a visita de H. Clinton a Angola parece ter sido para ir dar recados, levando o catálogo de recomendações e boas práticas, arvorando-se em juiza em tal matéria, em TeleSUR a informaçao é outra. Quem quiser ver, que LEIA!

sábado, agosto 08, 2009

«Sempre importámos cereais, mas agora estamos mais dependentes de outros países para nos alimentarmos. Produzimos 20% das necessidades.»

(no Expresso de hoje)

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E porquê?

Por obra e graça do Espírito Santo (ou do Millenium, ou da Caixa...)?

Não!

Por obra e (des)graça de uma política, que se pretende prosseguir, de obediência total e acrítica aos ditames do capitalismo, venham eles de Bruxelas ou de Washington, desprezando uma expressão, (des)considerada obsolescente, soberania nacional.



Honduras...

... situação que venho acompanhando desde Nova Iorque, e cada vez se apresenta mais clara e perigosa. Ver algumas últimas notícias em TeleSur.

A paciência é revolucionária!

Um(a) jornalista, ao entrevistar um secretário-geral de um partido por que poderá não ter qualquer simpatia, nas vésperas de umas eleições, teria lido o programa ou os objectivos afirmados na candidatura, procuraria "pontos fracos", eventuais incongruências com o programa do Partido, confrontraria esses objectivos com o de outros partidos a essas eleições, quereria saber de critérios, tensões e dificuldades para a formação das listas, avaliaria do realismo ou exequibilidade de propostas, cotejaria a actividade na vertente representativa com a vertentente participativa, tentaria descortinar possíveis fricções e contradições. Em resumo, faria trabalho de jornalista.
Uma "senhora", ao entrevistar (?) o secretário-geral do PCP, nas vésperas de umas eleições legislativas, começou por promover o BE, elegendo a questão do 3º ou 4º lugar no ranking partidário como questão primeira, a partir de um único resultado, desconheceria a extrema e insuperável delicadeza e paciência com que foi sendo dito que essa não era uma questão importante, ignoraria as respostas, calmas e ponderadas, esclarecendo o sem sentido da perspectiva do recuo para "acções de rua" a que, segundo ela - e definitivamente -, se teria remetido o PCP, esquecendo tudo o que nunca soube nem quer saber sobre "luta de massas", passou sobre brasas pel aquestão das alianças e das alternativas apenas interessada na governabilidade, palavrão encomendado por campanhas de outros, perverteu, apesar de todos os esforços de esclarecimento, a evolução das alianças por Lisboa, e terminou, como "grand final", com o "caso Saramago" numa descarada confissão de que aquilo não era uma entrevista de uma jornalista a um secretário-geral mas uma sucessão de catalinárias e de questões empoladas e/ou distorcidas para atacar o PCP, na figura do seu secretário-geral, por uma intérprete privilegiada - por dispôr de um palco televisivo de serviço público - da burguesia dominante que (ainda) se não conseguiu ver livre deste partido, e que teme a sua força.
E da entrevista (?) ficou, além de uma postura e respostas que mostraram que, em entrevista conduzida por um(a) jornalista, teria sido possível esclarecer muita coisa que interessaria ao povo português, uma frase que diria que fica para a história, para esta história que se faz nos écrans: a paciência é revolucionária! E um revolucionário não deixa que se abuse da sua paciência sem mostrar que se estão a passar os limites.

Jerónimo de Sousa na televisão

Não há dúvida: a paciência é revolucionária!

sexta-feira, agosto 07, 2009

A propósito: Honduras resiste!

Transcreve-se de Cravo de Abril:
A resistência do povo das Honduras continua.
Todos os dias e em alguns dias com participação redobrada.
Foi o que aconteceu na passada quarta-feira, em que centenas de milhares de hondurenhos ocuparam as ruas das principais cidades do país, exigindo o regresso do Presidente Manuel Zelaya.
Em todo o lado, as manifestações foram brutalmente reprimidas.
Na capital, Tegucigalpa, a polícia invadiu a Universidade Nacional Autónoma das Honduras (UNAH) e carregou violentamente sobre os três mil estudantes que ali se manifestavam, agredindo igualmente jornalistas e a própria reitora da Universidade.
Sublinhe-se o facto, bem elucidativo do carácter repressivo da ditadura instalada no país, de esta ser a primeira vez que a UNAH é invadida por forças policiais - não o tendo sido mesmo no tempo da cruel ditadura de Álvarez Martinez que, nos anos 80, às ordens da CIA, não apenas instalou o terror no país, como transformou as Honduras numa base de formação de terroristas, designadamente os 15 mil Contra que dali partiram para a Nicarágua com o objectivo de derrubar o governo revolucionário da Frente Sandinista.
Entretanto, registaram-se mais dois assassinatos: Roger Vallejo, professor, morto com um tiro na cabeça no decorrer de uma manifestação e outro professor, este dirigente sindical, assassinado com 25 punhaladas quando regressava a casa, depois de ter assistido ao velório de Vallejo.
Os média portugueses, fiéis a si próprios e aos seus selectivos critérios de desinformação organizada - e fechando nas gavetas de directores e chefes de redacção a liberdade de informação conquistada com o 25 de Abril - continuam a silenciar o que se passa nas Honduras, seguindo à risca as orientações do governo dos EUA.
Assim, nenhum jornal de ontem fez a mínima referência às manifestações de quarta-feira passada - e sobre elas o Diário de Notícias de hoje fornece uma «informação» que faz lembrar as «informações» do tempo do fascismo. Diz o jornal, em menos de meia dúzia de linhas, que «continuam as manifestações a favor e contra o líder deposto» e que «estudantes apoiantes de Zelaya atiraram pedras e paus contra a polícia, tendo os agentes respondido com gás lacrimogéneo»...
Já no que toca às posições dos EUA sobre as Honduras, os média portugueses não deixam os seus créditos por mãos alheias.
O Público de ontem e o Diário de Notícias de hoje realçam e louvam a «imparcialidade dos EUA na crise política das Honduras»...
E que «imparcialidade» é essa?
O Governo de Obama explica: «Os EUA recusam ; e, por isso, continua a explicar o Governo Obama, «Os EUA recusam considerar a hipótese de avançar com sanções económicas»; além disso, o Governo Obama classifica de «acções provocatórias», as tentativas de Zelaya de regressar às Honduras...
Mais palavras para quê?: é o Governo Obama a confirmar o seu papel de direcção no golpe fascista das Honduras; e são os média portugueses, à semelhança dos seus gémeos internacionais, a confirmar o seu apoio a esse golpe fascista.
Apesar disso, HONDURAS RESISTE! - e, resistindo, VENCERÁ!

Uribe acabou o périplo

Uribe acabou o seu périplo. Há alguma informação. Nem toda publicada. Por exemplo, ver aqui (onde se pode sublinhar a "objectividade" da notícia!... com aquele "... teve por isso que se virar para o seu principal aliado na região: a Colômbia..." e as "surpreendentes" críticas do Brasil e do Chile, e de que não se retira o comentário de alguém com uma "outra" informação a que se aconselharia a audição do TeleSur) e aqui.

Registo - 1

«(...) O processo de produção aparece apenas como inevitável elo intermediário, como mal necessário para fazer dinheiro, (...)»
- pág. 67 do Livro II, O Processo de Circulação do Capital, de O Capital, Crítica da Economia Política, Karl Marx (editado por Friedrich Engels), edição portuguesa da Editorial "Avante!", Lisboa 2009, tradução de José Barata-Moura, com base na 2ª edição alemã de 1893, a lançar na Festa do Avante.

7 reflexões sobre CRISE e ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - 7ª e última

7. Se, por pressão do desenvolvimento das forças produtivas, os modos de produção/ formações sociais se têm de adaptar, e as rupturas podem ser adiadas – mas não são evitáveis – também os Estados e as estruturas internacionais terão de se adaptar, antecipando-se às, ou sendo parte das, adaptações e dos adiamentos.
7.1 As macro-estruturas internacionais foram criadas e/ou reformuladas no pós-guerra. Bretton-Woods, S. Francisco, dólar moeda comum internacional, FMI e BM, ONU e sua rede de agências integrando a OIT que vinha de 1919, do final da outra dita grande guerra. Nestes 60 anos, houve muitas mudanças quantitativas e algumas qualitativas. Do comércio entre-Estados passou-se à economia internacional e, depois, à finança transnacional. Apareceram várias formas de concerto ou de acerto de dinâmicas, primeiro entre Estados, depois trans e supranacionais; integração de espaços económicos, primeiro sectoriais, depois globais; iniciativa de pontuais e informais reuniões para definir estratégias; ajustamentos estruturais caso a caso ou país a país; ingerências escondidas ou eufemistizadas, depois às escancaras. Mantém-se a ONU mais a NATO, os G7 e 8 e 20, Multilaterais e Bildegerg, fóruns como o de Davos, Mesa Redonda dos Industriais e sei lá que mais. Trata-se de uma justaposição de dinâmicas e mecanismos a vários níveis, que só exigem reforma das Nações Unidas e de estruturas financeiras, que adeqúem estas ao momento (histórico) e ao adiamento das rupturas, desvalorizando ainda mais a OIT, a FAO, a UNESCO, as que tratem dos recursos, da energia, do ambiente?
ou
7.2 Como fase da etapa do imperialismo, está-se perante uma nova situação, em que as rédeas dos mecanismos e das dinâmicas passaram para outros níveis e, nos locais, se impõem de fora para dentro, ou de cima para baixo, quando é dentro, em baixo, quando é nas massas que continua, e continuará, o núcleo duro das lutas. Há que contrariar, com toda a força (da luta de classes), a contraditória interpretação de que tudo está a mudar mas que tudo vai continuar na mesma no que respeita ao essencial, às relações sociais que vão mais fundo que as explícitas nas aparentes “grandes causas”, que vão ao que faz com que haja exploradores e explorados, o que só acontece por via das posições (de classe) perante o trabalho e a produção?
>>>>>É esta é a nossa posição!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Oh! por favor...

Poupem-me com tanto Moniz nas primeiras páginas, deixem a Manuela e as suas guerras intestinas, dêem algum espaço à Maria de Lurdes (ou Lourdes?) e ao estatuto da carreira docente, e outras (des)graças cor-de-rosa, não inventem tanto para ter Louçã e sus muchachos sempre na berra, moderem e corrijam essa contabilidade (en)gripada, não abandonem o Iraque e, sobretudo, o quotidiano e necrológico Afeganistão, e - por favor! - não façam de conta que nada se está a passar lá para as Américas Latinas como se aquilo fosse o quintal das traseiras da sra. Clinton... porque a situação está a complicar-se, e muito, uma vez que há quem não esteja disposto a aceitar périplos do sr. Uribe como caixeiro-viajante para promoção do "status quo" nas Honduras e da colocação de bases no país em que ele ditadura e em lugares vizinhos!
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(isto de ouvir a TeleSur mantém-me acordado e... tira-me o sono!)

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Presidente colombiano, Alvaro Uribe, gesticula para jornalistas após encontro privado com a presidente argentina, Cristina Kirchner, na Casa Rosada, sede do governo argentino nesta quarta-feira. REUTERS/Marcos Brindicci


7 reflexões sobre CRISE e ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - 6ª

6. À maneira de parênteses, será que as multinacionais de há meio século são o mesmo que as transnacionais de hoje?, não haverá que, aprofundando o conhecimento destas dinâmicas, mudar também as designações e as terminologias?
6.1 Os “monopólios” tornaram-se multinacionais. Em resposta à objectiva evolução das forças produtivas, reflectida na organização da produção (e da distribuição) no espaço, as multinacionais apareceram num tempo, afirmando respeitar a organização política, económica, sindical dos Estado em que se instalavam. O que se designa por transnacionais são, apenas!, multinacionais maiores com implantação em mais Estados-nações?
ou
6.2 As multinacionais eram estruturas empresarias adaptadas à organização dos respectivos Estados (como sucursais, departamentos, filiais), no quadro do Capitalismo Monopolista de Estado, que se poderia dizer dos Estados porque cada um, apesar de em imperialismo, dispor de leis, mecanismos, dinâmicas próprias e com alguma autonomia (diria, com todo o peso da palavra, soberania), e há uma mudança qualitativa quando, por aproveitamento das condições da economia real – com base no desenvolvimento das forças de produção – a economia se financeirizou e as multinacionais empresariais se transformaram em transnacionais financeiras que passam por cima dos Estados, sendo estes que se adaptam às dinâmicas e aos mecanismos trans ou supranacionais, no limite pelo esvaziamento ou até apagamento dos Estados em supra-estados?
>>>>> é esta é a nossa posição!