quinta-feira, janeiro 31, 2008

Por mim, decreto...

... que é impossível dizer melhor em menos tempo e palavras:


Monster hospital. Mudou quem estava em senhor ministro dos zombies. Agora padecer-se-á, morrer-se-á e parir-se-á dentro de uma ambulância por outro motivo. Nicky Florentino.

(in albergue dos danados)

... ou talvez não: ainda me atreveria (!) a trocar "por outro motivo" por "com outro bode expiatório" (esta estúpida perseguição ao perfeito!...) .

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Erro... ou acto falhado?

No "post" abaixo, redigido ontem à noite num repente, em tempo roubado nem sei a que tempo, passou um erro. Depois, vi-o e... deixei-o ficar. Porquê? Porque talvez me tenha parecido que seria melhor o erro que a emenda e que o soneto.
Voz amiga e atenta avisou-me que estava lá o erro e recomendou-me a correcção:
Agora, que me consegui sentar aqui, outra vez de fugida, que abri o computador e o "blog" para fazer a emenda, hesitei... e resolvi manter o erro e escrever estoutro "post".
Pronto, hoje não sigo a lição de Bento de Jesus Caraça de que "não temo o erro porque estou sempre pronto a corrigi-lo" porque, na verdade, o que aconteceu talvez tenha sido uma "remodulação" para prosseguir as políticas que não irão ter qualquer "remodelação", ou seja, substituiram-se uns módulos daquela peça ou engrenagem para dar uma resposta de diversão que foi tornada indispensável pela reacção "na rua" ou na "praça pública" sem que nada se venha a alterar das opções e dos caminhos traçados. Como os próprios novos "módulos" o asseguram nada vão remodelar. O primeiro-ministro é que ordena. Não mais ordena. Tudo ordena. As políticas.
Tratou-se de pura (mas necessária) diversão!
E nada aconteceu por acaso na escolha dos dois novos ministros e suas conotações intra-partidárias. Um ligado a Manuel Alegre, outro a Mário Soares. Esperteza de engenheiro...
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Só há que esperar que, depois de eventual pausa ou hesitação, "a rua" e a "praça pública" depressa vejam o embuste, e confirmem que o motivo do seu descontentamento e protesto está nas políticas e em quem as decide e não em quem é seu emissário, não nas caras de quem as protagoniza.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Comentário de fugida...

Era inevitável.

Para continuar a mesma política era indispensável mudar alguns protagonistas (e contive-me para não escrever moscas...). Então aquele ministro da saúde estava a fazer autêntico hara-kiri.

Agora o que acho de sublinhar é que esta remodulação tenha sido coincidente, no mesminho dia, com a presença e referência ao dr. Manuel Alegre em todas as rádios e televisões e com um artigo de opinião do dr. Mário Soares, no DN, a pontuar um tratamento muito especial relacionado com o congresso da CGTP e um necessário (para quem?) "novo partido".

Isto anda tudo ligado e, desculpem-me a insistência, tem a ver com a luta de classes e a necessidade de travar a crescente influência de um partido que cá nós sabemos e que é mesmo de classe...

domingo, janeiro 27, 2008

Outra transcrição

Num domingo de pôr "leituras em dia", depois do Expresso de ontem e do Diário de Notícias de hoje, em que tantas vezes acompanhei o que lia com frases em bom vernáculo, viajei pela blogosfera e termino o dia - ou talvez ainda não...- como o comecei: com uma transcrição. De dois parágrafos de um excelente "post" de Fernando Samuel ("Quebrar a espinha à Inter-sindical") em cravodeabril.blogspot.com:
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«(...)
Os métodos utilizados na ofensiva actual são os mesmos de sempre: os mesmos argumentos; o mesmo ataque raivoso ao partido que, desde há 87 anos, é o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores; a mesma repetição exaustiva de falsidades, de calúnias, de provocações - enfim, o mesmo despudorado vale-tudo a que recorrem para cumprir a tarefa patronal.
Os objectivos são evidentes: liquidar a CGTP-IN como ela é - unitária, de classe, de massas, democrática e independente - e integrá-la no rebanho do sindicalismo amarelo que ameaça ser dominante na Europa. Aquele sindicalismo que, em Outubro - quando mais de 200 mil trabalhadores traziam à rua o seu protesto e as suas exigências - negociava, lá dentro, a flexigurança - na sala ao lado daquela onde outros lacaios negociavam o Tratado, porreiro, pá...»

O partidarismo bicéfalo em todo o seu esplendor.

Transcrevendo... todo contente por outros dizerem (bem melhor) o que eu queria (mal) dizer:
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O regímen. A figura triste feita pelo senhor dr. Luís Filipe Menezes tem como correspondência o ar Ken do senhor eng.º José Pinto de Sousa. Em termos políticos, o caso é o mesmo. Cada um obnubila o outro, obnubila no sentido de cobre e encobre a Barbie. Desconhece-se quem seja o titereiro de drama tão pungente. Mas o povo, ó o povo, expecta um final feliz. É sempre assim, o povo, expectante. Que é para rimar com a qualidade do drama. Nicky Florentino.
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Embora, quanto a titereiros, se pudesse dar uma ajuda!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Pois...




«BCs perderam o controle,
dizem participantes de Davos
Rogerio Wassermann
Enviado especial da BBC Brasil a Davos
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Henry Kissinger e Tony Blair na reunião de Davos.
Que dois?!

Os Bancos Centrais perderam seu foco e o controle sobre a administração da economia, na avaliação de uma enquete realizada entre cerca de 300 participantes do Fórum Econômico Global, que começou nesta quarta-feira em Davos, na Suíça.
Dos participantes da enquete, 59% disseram concordar com a afirmação, contra 41% que disseram discordar.
Porém, quando questionados se acham necessário um novo “xerife” para controlar os mercados financeiros globais, 75% dos participantes se disseram contra.
A enquete foi realizada com um equipamento de votação automático colocado nas cadeiras do auditório em Davos onde acontecia o debate intitulado “Quem está no comando?”, com a participação de vários “grandes nomes”, como o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz, o megainvestidor George Soros e o ex-secretário do Tesouro americano John Snow.
Stiglitz, discursando em defesa da tese de que os Bancos Centrais perderam seu foco, afirmou que a atual crise e a turbulência dos últimos dias nos mercados mundiais são “as conseqüências previsíveis de uma má administração econômica”.
Para ele, mesmo com sinais de uma possível crise há vários meses, os principais Bancos Centrais do mundo não tomaram medidas para contê-la, ou quando tomaram, o fizeram “tarde demais”, numa referência ao corte na taxa de juros determinado na terça-feira pelo Fed, o Banco Central americano.
Para Lawrene Summers, ex-reitor da Universidade Harvard e secretário do Tesouro americano no governo Bill Clinton, os Bancos Centrais têm a capacidade de gerar prosperidade com suas ações, mas quando cometem erros podem provocar graves conseqüências negativas.
Para ele, é difícil dar aos Bancos Centrais uma boa avaliação em sua capacidade de, nos últimos anos, “reconhecer as bolhas (do mercado) e atacá-las”. “Nos últimos seis meses as bolhas vêm estourando e os Bancos Centrais têm ficado para trás”, disse.
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Papel importante
John Snow foi a principal voz dissonante no debate, defendendo que os Bancos Centrais vêm tendo um papel importante e um bom desempenho nos últimos 20 anos, garantindo o controle da inflação e das expectativas inflacionárias e também a manutenção do crescimento econômico mundial.
Para Snow, a atitude do Fed na terça-feira mostra que os Bancos Centrais ainda são capazes de tomar medidas “fortes e vigorosas” quando necessário.
Ele admitiu, porém, que “existem limitações” nessas ações e que os Bancos Centrais poderiam ter feito um pouco mais ou algo diferente, mas afirmou que não existem dúvidas de que eles agiram quando necessário.
Segundo ele, os Bancos Centrais não podem prever com exatidão o que vai ocorrer com o mundo no futuro. “Mas quem pode?”, questionou.
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Novo "xerife"
A idéia de que os mercados mundiais necessitam de um novo órgão de controle foi defendida no debate por George Soros.
Em sua avaliação, esse eventual novo xerife deveria substituir o chamado Consenso de Washington, que pregava a capacidade de auto-regulação dos mercados.
Outro participante do debate, o secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Angel Gurría, disse que não há a necessidade de uma nova organização, apenas de uma melhor interação entre os atuais organismos.
Segundo ele, esse problema de comunicação e de incapacidade para a distribuição de informações ocorre apesar dos vários encontros e reuniões mantidas por essas organizações.
“Precisamos de uma melhor coordenação e uma comunicação muito melhor”, afirmou.»
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E lembrarmo-nos do tempo em que os bancos centrais faziam parte dos mecanismos para as políticas financeiras dos Estados, e eram "controlados" pelos Ministérios das Finanças e Governos, e nalguns casos pelos parlamentos! Agora, agora que tanto se avançou na democracia ("ocidental"), sendo "controlados" pelo poder financeiro, parece que perderam o controlo e estão descontrolados.

A prova

É deveras curiosa a diversidade de vozes que parecem querer formar o coro dos desiludidos da política.
Curiosa e diversificada. Desde os que foram, e por isso são, intérpretes responsáveis, protagonistas d(est)a política que, agora, os desilude, aos que "nunca se interessaram pela política", que sempre se colocaram como observadores e meros figurantes, mas que estão, agora, desiludidos pela política por que nunca se interessaram...
Há é o cuidado de juntar reportório do coro a partitura do esquecimento, do apagamento, da rasura, do facto desta política estar a ter as consequências que foram previstas e prevenidas. E de não incluir uma outra, a de que esta política servia alguns contra muitos.
Mas não se iludam os desiludidos. No seu coro não entrarão os que nunca se iludiram. E que continuarão a luta!
Não quero eu dizer com isto - se é que quero dizer mais do que já disse - que não tem significado, e importante, que tantas vozes, e algumas surpreendentes, estejam contra (est)a política. Tem o enorme significado de serem a prova. São a prova de que esta política não serve, ou melhor, que só servia os que vem servindo.
Termino sublinhando que não me estou a referir à política deste governo. Refiro-me (e os desiludidos da política também, queiram-no ou não) à política que vem detrás, de há 30 anos, que este governo prossegue e refina. Refinadamente.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Quase sinto a obrigação...

Em nenhum lugar se está afastado do mundo. Porque nele se vive. Para mais, sou economista de diploma passado, e há coisas de que um cidadão não se reforma, nunca deixa de ser (como há outras que, julga..., nunca será).
Tenho acompanhado a evolução da "crise das bolsas" pelos ecos que aqui chegam à aldeia... E quase sinto a obrigação de dizer duas palavras sobre o tema. De tentar um resumo ou uma nota que possa ajudar (sobretudo a mim, que já tanto e há tantos anos escrevo sobre as "crises" e as contradições do capitalismo).
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Hoje, é evidente uma contradição como o encontro daqueles fulanos em Davos o mostrará ... e tentará esconder.
E escolhem-se as palavras e as frases pomposas como "prenúncios de recessão" para negar que haja crise ou, até, recessão.
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A financeirização da economia tornou a actividade económica (o trabalho sobre os recursos naturais e adquiridos, para criar valores de uso que satisfaçam necessidades humanas, sociais) dependente do crédito, da especulação, das taxas de juro, mecanismos e instrumentos ao serviço da acumulação de capital monetário(*).
Para animar a actividade, podem subir-se taxas de juros com a finalidade de captar "capitais" (monetários) em doidivana criação e circulação, ou podem baixar-se para facilitar o crédito, e foi isso que fez o FED, banco central dos EUA.
Ou, privilegiando a "estabilidade" isto é, para impedir que a "animação" da actividade económica provoque tensões inflaccionistas, com repercussões, pela via da "ilusão monetária", na inevitabilidade de aumentar custos (monetários!) da força de trabalho, sobem-se (ou mantém-se) as taxas de juro. Assim, não se facilita o crédito, sobretudo o crédito necessário aos extractos que têm propensão para consumir, uma vez que os salários são escassos para o acesso a valores de uso que satisfaçam necessidades emergentes (e bem publicitadas) É isso - não descer as taxas de juro em nome da "estabilidade" - que defendem, com unhas e dentes, os senhores que mandam no BCE (Banco Central Europeu).
Neste sobe e desce, incham "balões" e há que recorrer à técnica de criar "bolhas".
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Mas... não há crise. Ai não que não há! Depende de quem a sofre.
É como as bruxas: ... pero que las hay, las hay!
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Isto não é mais que uma brevíssima nota, à maneira de meter o "Rocio na Bestesga", mas não resisti à obrigação sentida... por dever de ofício e arrumação pessoal.
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(*) - cada palavra... minhoca, quer dizer: cada palavra a exigir muito mais que uma simples nota!

terça-feira, janeiro 22, 2008

Sobre/de Lenine

Em Janeiro de 1974, para assinalar 50 anos da morte de Lenine (que foi a 21 de Janeiro de 1924), a Prelo Editora publicou uma colectânea de textos Sobre/de Lenine, com este título.
A 1ª edição foi apreendida. Mas valeu a pena!

domingo, janeiro 20, 2008

Também lá estive!...

... mas o Zé Manel, do canhotices.blogspot.com, disse tudo (ou quase):

«Jerónimo de Sousa, que teve no auditório do Instituto Português da Juventude uma sala pequena para as centenas de pessoas do distrito que quiseram assistir ao comício, trouxe a Santarém um discurso de "inquietação e confiança".


Inquietação com as políticas que têm vindo a ser adoptadas pelo Governo nos mais diversos sectores e de confiança de que, "com luta, é possível outra política e um rumo diferente" para o país, disse.

Jerónimo de Sousa prometeu para 01 de Março, dia para o qual o PCP convocou uma marcha em defesa da liberdade de organização partidária, que culminará junto ao Tribunal Constitucional, a presença de milhares de militantes.

"Vamos com os nossos cartões no ar para mostrar que somos muitos, muitos mais, que 5.000", disse, levando os que estavam na sala repleta a gritar

"somos muitos, muitos, muitos mil para continuar Abril".»
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... e estarei/mos na marcha do dia 1 de Março!

Caracteres a mais sobre haver ou não crise

Esta manhã, ando para aqui às voltas com um texto sobre a crise (se é que há crise...). Respondo assim a um convite/desafio que muito me agradou. Em 2.500 caracteres!
Comecei a ir por um lado, dei uma volta por outro, juntei os dois. E, claro, os caracteres dispararam disparatados. A experiência já me alertara para o que iria confirmar. Aliás, ao dar essas voltas, preparara-me para ter de escolher um dos caminhos. O outro, o rejeitado, era este:
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«Em tempos, há 30/40 anos, com precipitação por se confundirem desejos com realidades e dinâmicas, anunciou-se eminente a crise geral do capitalismo.

Então a onça de ouro saltava da cotação fixa de 35 dólares e estes deixavam de ser convertíveis, o preço do petróleo amarinhava e a evolução e o controlo da sua oferta exigiam que se encontrassem imediatas alternativas energéticas. E havia um “mundo socialista”!

Hoje, depois de ter mostrado ter mais fôlegos que os gatos, o capitalismo confronta o ouro a aproximar-se dos 1000 dólares, a financeirização absurda, demencial, enche o circuito monetário-especulativo como um balão que testa a resistência dos materiais e provoca bolhas que lá vão adiando (para) maiores problemas, o petróleo ultrapassa a barreira, até psicológica, dos 100 dólares/barril, e exige-se que se encontrem... imediatas alternativas energéticas. Tudo isto em dita globalização, e com reflexos de diferentes graus de gravidade local. Como em Portugal.»
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Fica aqui. Mas fazia tão bem a "ponte" para dar a outra volta... Paciência!

sábado, janeiro 19, 2008

A ditadura dos caracteres e a tortura correlativa

É pá, faz lá um texto sobre essa coisa... mas não passes dos 12.000 caracteres.
Ou então... vinha convidá-lo para escrever uma crónica sobre isso... máximo 2.500 caracteres!

E um fulano põe-se à escrita (até gosta).
Faz o diagnóstico, avança para os tratamentos. Numa primeira revisão não lhe parece mal.
Manda o computador dizer quantos caracteres conta... e começam os sarilhos.
O tratamento daquela "coisa" não cabe nos tais 12 mil caracteres, nem lá perto... A "crónica sobre isso" transborda para os 3 mil caracteres... e tal.
Começa a tortura correlativa porque os caracteres são ditados e ditadores.
Corta daqui, tira aquilo, amputa acolá. Que (am)puta de tarefa!
Chega ao 11.999 e aos 2.498 caracteres. Estafado.
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E o resto? Para o lixo?
Nã, senhora. Nem tudo. Vou aproveitar alguns dos pedaços aproveitáveis para aqui.

Isto ainda dá cena de ciúmes

O “melhor amigo" do homem é o sapateiro...
Acabo de o ouvir com estas que, não sendo pequenas, não abanam e a terra há-de comer.
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Afinal, havia outro? Então e o durão?, então e o “porreiro, pá!”?

sexta-feira, janeiro 18, 2008

18 de Janeiro de 1934

Em 1933, com a entrada em vigor do Estatuto do Trabalho Nacional, "copiado" da fascista Carta del Lavoro de Mussolini, criaram-se os "sindicatos" corporativos e ilegalizaram-se os sindicatos livres.
Os trabalhadores, a classe operária, responderam com a luta, e as organizações sindicais ilegalizadas convocaram para o dia 18 de Janeiro de 1934 greves e manifestações, com características insurreccionais.
Realizaram-se importantes acções em todo o País mas foi na Marinha Grande que a greve, tendo à frente militantes comunistas, como José Gregório e António Guerra, atingiu grandes proporções, com a adesão maciça da população, tendo ficado conhecida como a "Comuna da Marinha Grande".
A Marinha Grande esteve ocupada muitas horas pelos trabalhadores e a população, até à intervenção brutal das forças repressivas, sobretudo idas de Leiria e de Lisboa, que espancaram e prenderam dezenas de trabalhadores e um dirigente sindical, Manuel Vieira Tomé, foi morto pela polícia política.
Apesar de esmagada a revolta, esta efeméride assinala um momento muito relevante da luta antifascista e do sindicalismo de classe em Portugal.
Também esta data representa a afirmação definitiva do Partido Comunista Português, já na clandestinidade, como o partido da classe operária e o grande dinamizador da resistência antifascista.

Para acabar o dia - 17.01.08

Efeméride --> lei eleitoral para as autarquias, debate na AR... como é que é possível?

terça-feira, janeiro 15, 2008

Fazem de nós uma caricatura
e atacam-nos pela caricatura que de nós fizeram[1];

Inventam umas “matanças da Páscoa”
e põem, com a violência das armas, a contra-revolução na rua[2];

Incendeiam Reichstags[3]
e prendem-nos e julgam-nos e condenam-nos como incendiários e assassinam-nos;

Formam, alimentam, financiam terroristas para nos destruírem
e, depois, justificam guerras com o ataque ao terrorismo;

Mandam aviões (ou consentem que vão) contra torres
e promovem a histeria da segurança que faz tábua rasa de direitos e de liberdades;

Tem a boca cheia da defesa dos direitos humanos
e, com os dentes todos, mordem e rilham e chacinam os humanos a quem retiraram os direitos;

Criam factos, forjam notícias, ficcionam mentiras
e repetem tudo até que todos julguem os factos reais, as notícias relatos, as mentiras verdades.

E mais, muito mais (o Chile, a Indonésia, Iroshima, os Rosenberg, o maccarthismo, o Iraque, a guerra colonial... sei lá que mais)!


“Eles”, “eles”, “eles” e quem os serve, e quem lhes serve de eco, e quem os segue, e quem os apoia, e quem encolhe os ombros, e quem acha que somos uns chatos por denunciarmos, por lutarmos, por sermos.

[1] - disse Lenine (mais ou menos e não em português!...)
[2] - 11 de Março de 1975, em Portugal
[3] - Parlamento alemão, incendiado por um comando hitleriano em Setembro de 1933

Para desanuviar... ou nem tanto

O amigo das canhotices.blogspot.com publicou este post que me fez sorrir e provocou um comentário de um tal Zambujal. e aqui reproduzo os dois... para desanuviar (ou nem tanto!):

Chavez e Naomi (ATENÇÃO: este post é claramente machista)

Andam para aí a dizer que Chavez está metido com a top model Naomi.
Eu por mim, acho bem.
O socialismo do século XXI tem que ser uma ideologia BOA!

Publicada por zemanel em 2:57 PM

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Comentários

(...)
zambujal disse...

BOA!
E leram como o expresso comentou a notícia(*) numa das sua páginas de humor (?)?
Que até os "ditadores socialistas" etc e tal...
E eu a julgar que o Chavez fora eleito "à democracia ocidental" e que fizera um referendo e que aceitara os resultados do referendo que lhe eram desfavoráveis!...
Como a gente anda mal informada!
Um abraço
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(*) dessa entrevista... acrescento eu!

domingo, janeiro 13, 2008

istas e ismos

Ao ler o expresso de ontem, tropecei, entre outras coisas, numa referência aos "menezistas, mendistas, cavaquistas e barrosistas" (pág.8), a propósito de um almoço destes últimos, ao que parece acossados por uma vaga de blairistas para a "europa" e a prevenir regressos à pátria deles.
O que me fez recuperar uns apontamentos que estavam algures no caderninho das notas (algumas falsas e, por isso, fora de circulação):
01.12.07 – “Eles” há os santanistas, os mendistas, os guterristas, os sampaistas, os sócretinos (perdão, sótrocatintas, perdão, perdão, socratinos), os pauloportistas, os monteiristas, os ribeiristas.
E nós? Não temos nada a dar para este peditório? Não me parece. Não há unanimistas e jeronimistas, como não houve carvalhistas, nem mesmo, veja-se lá, cunhalistas.
29.12.07 – (a acrescentar à nota de 01.12) “Eles” já sofreram (e muitos não se curaram) de carneirismo, de soarismo, de amaralismo, de vitorconstantismo, de ferrismo... e etc., até esta vaga de porreirismo, pá!
E nós?, sofremos de jeronimismo cá por casa? Não! Cá por casa – e refiro-me às últimas duas décadas... que temos muitas de vida! – só sofremos de uns surtos gripais, passageiros. De vitalismo, de zitismo, de mourismo (em mais que uma versão), de amaralismo, de britismo, de figueirismo, de mesquitismo (este surto foi muito recente e ainda há por aí umas febrezitas pelo Ribatejo).
Mas estamos de boa saúde, apesar de uns vírus mais resistentes ao marxismo-leninismo!

O papel da social-democracia

Ontem, vi e ouvi o "beijo na boca" (que a auto-censura me impede de dizer mais vernáculo) de Sarkozy a Blair, convidado de honra do congresso (ou lá o que é que "eles" fazem...) do partido do PR francês.
Aquilo foi "sexo ao vivo" mas, embora não recomende a visão, menos chocantes são as cenas dos filmes pornográficos porque, nestes, apenas os dois (ou três, ou quatro, ou os que forem) protagonistas é que entre si o praticam e o sofrem... porque aquilo é sofrimento! Na cena Blair-Sarkozy não só somos espectadores mas também nós somos protagonistas. Os f...(*) somos nós!
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(*) - Ah!... a tal auto-censura, a educaçãozinha judaico-cristã!

Noite e nevoeiro

Sempre, sempre na memória, por vezes gritando tão alto que cala todas as outras vozes:
(Nuit et brouillard,
de Jean Ferrat

... On me dit à present que ces mots n'ont plus de cours
Qu'il vaut mièux ne chanter que des chansons d'amour...)
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Isso nos dizem,
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que depois de moderados os excessos revolucionários e das cartas ao FMI. que depois da Europa connosco e da entrada para a então CEE, que depois da moeda única e do controlo da inflação, que depois do défice controlado e fim do despesismo, que depois de se deixar de fumar e de se controlar o terrorismo, que depois das Afganislónias que já foram e continuam, dos Irãosiraques que estão a ser e continuarão, que depois de se porem na ordem os Fideis e os Chávez (e o PCP, claro), que depois de fazer da China e de tudo o resto um mercado mundial, que depois do tratado e de subir as taxas de juro porque a inflação é que não, que depois das reformas (indispensáveis, indispensáveis) na saúde e na educação e nas funções públicas, que depois de ficar tudo (mas tudo!) porreiro, pá!(*).
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que depois destes sacrifícios (e daqueles e daqueloutros), que depois destas necessárias restrições aos direitos de trabalhadores e às liberdades de (quase) todos, que depois (ah! depois...), depois é que será! Aguentem que vão ver...
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(*) Como disseram, anteontem, Kissinger ao Pinochet e Reagan ao Gorbatchov e, hoje, Sarkosy a Blair, traduzindo, nas respectivas línguas, o que disse, há dias, Sócrates a Barroso (ou foi o Barroso ao Sócrates?), e anteontem e ontem terão dito o Soares ao Sá Carneiro, o Cavaco ao Guterres, o Paulo Portas ao Santana Lopes.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O Tratado "porreiro, pá"

Estava com alguma curiosidade em saber quem escolhera o Região de Leiria para me acompanhar no painel a pergunta da semana do Região de Leiria sobre se José Socrates teria feito bem em não referendar o dito Tratado de Lisboa.
Sairam-me estes.
Uma presidente de Junta pelo CDS-PP, um membro da Assembleia Municipal pelo PS, um outro presidente de Junta pelo PSD. Não estaria mal porque eu sou apresentado como membro de Assembleia Municipal pela CDU. Até estaria bem, com a ligeiríssima correcção de que sou membro da AM pelo PCP, eleito em listas CDU. Mas... está bem.
O que já não acho bem é que, tendo eu cumprido escrupulosamente o máximo estipulado dos 400 caracteres, disso tenham sido dispensados dois dos meus parceiros.
Mas adiante que não foi por o ter feito, ficando muito àquem que a presidente de Junta do PP mais acertou, ou menos errou. "Acha que sim" porque "a imagem perante a Europa", porque "temos de dar o exemplo" (!?). E, se não é "gralha" (logo responsabilidade do jornal), há que explicar à senhora presidenta que, na opinião dela, o que seria mau exemplo não seria ratificar o tratado mas sim ratificá-lo (como terá de ser!) pela via do referendo...
O membro da AM pelo PS... "Evidentemente que sim". Nem outra coisa seria de esperar e junta argumentos, ou coisas dessas. "À Socrates". Embora... embora começando por "podendo pôr em dúvida a promessa eleitoral do Partido Socialista". E termina cometendo o mesmo erro crasso (se não é gralha...) da presidenta, dizendo que "o melhor é a não ratificação"!
Quando ao presidente de Junta pelo PSD "concorda com a medida tomada". Por isto e mais por aquilo em 3 pontos. Primeiro, porque "há outras coisas importantes que não são ratificadas" (ratificadas?... outra vez a gralha, isto deve ser influência do cartoonista, do Zé Oliveira e dos seus corvos), depois, porque dá despesa, em terceiro lugar porque "representa mais uma promessa que o primeiro-ministro fez e não vai ser cumprida."!
Valha-me Santo Ambrósio... se é que há tal santo.

Isto anda tudo ligado

Ao ler o avante!, encontro informação e aprendo. Como todas as semanas.
Encontro coisas que estão escondidas, encontro o que ajuda a perceber o que não querem que eu perceba, o que não se quer que todos percebam. O que está no fundo das coisas, o que não é a epiderme, a espuma, a nuvem. Pelo que, é a semanal possibilidade de cada um se informar... e aprender.
Por exemplo:
Lisboa/Dakar... Paris
  • Ângelo Alves

A história do cancelamento do Lisboa/Dakar poderá nunca vir a ser conhecida na sua totalidade e o cancelamento da prova não constitui nenhuma catástrofe para a humanidade e muito menos para as multinacionais envolvidas na prova. Quem mais perde é de facto o turismo da Mauritânia e o senegalês, coincidência ou não, o país que bateu o pé aos acordos de parceria económica que a União Europeia tentou impor na Cimeira UE/África. Mas sobre este episódio importa registar alguns factos. O primeiro é que, por mais que o negue, a decisão do cancelamento do Rali foi exclusivamente do governo francês. Decisão coordenada com a multinacional petrolífera Total, um dos principais patrocinadores que imediatamente se retirou da prova. Total, uma das petrolíferas envolvidas nos processos imperialistas franceses relativamente ao Magreb e à bacia do Mediterrâneo e que, conjuntamente com as multinacionais norte-americanas, estão na origem de processos de desestabilização no continente africano, de medidas como o estabelecimento do AFRICOM, o comando militar norte-americano para África, ou das missões militares europeias no continente. O segundo é que é por demais evidente que a dita ameaça terrorista foi um pretexto para o cancelamento da prova. Facto bem evidente se tivermos em conta a história do próprio Rali (já noutras edições o mesmo aconteceu e o resultado foram alterações de traçado) e sobretudo as declarações do ministro do Turismo Senegalês que tentava, em Lisboa e sem sucesso, fazer ouvir as opiniões do seu governo de que as condições mínimas de segurança estavam garantidas. O terceiro facto, porventura o mais importante, é o caldo de histeria secundária que este episódio evidencia e que permite que um simples telefonema, cuja origem poderemos nunca vir a conhecer, sirva para cancelar um evento da dimensão do Rali Lisboa-Dakar. Pode ser que o ano que agora se inicia nos elucide mais sobre as reais razões deste episódio mas é caso para dizer: as multinacionais suportam o Rali e o governo de Sarkozy estão "muito aborrecidas" por não poderem passar os seus TT's por África por causa da desestabilização e insegurança que eles próprios criam no continente...

Nuvens e nuvens de fumo

Ouço que vai começar o debate na Assembleia da República sobre a localização do aeroporto. Por uma questão de saúde mental, e de higiene ética, não me vou levantar daqui para ir sequer espreitar. Isto está grave. A mente e a ética.
De qualquer modo, tenho a certeza de que, por razões de tarefa, haverá quem lá esteja para tentar romper as nuvens de fumo, os sons torrenciais da demagogia e da desvergonha, e se fale da privatização da ANA e de Portela. Que se fale... não que, por aqui e por ali, se ouço falar.
Entretanto... a população da margem sul, e os habitantes de uma aldeia ali perto do "campo de tiro", e os autarcas do oeste.... Poupem-nos!

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Dos assaltos à memória das gentes ou de crime em crime

"Dos (abrasadores) placadores
Sob a batuta dos excelsos urbanizadores da paróquia e com a complacência da malta, aos poucos avança a eliminação dos sinais da Vila Nova que houve aqui. Partindo do princípio que não desapareceu por sublimação, agora levaram a placa, em díptico, que existia entre os números 17 e 19 da rua Teófilo Braga, e à qual, há pouco tempo, para ajudar, já tinham dado um arrombo. Os meus sinceros parabéns a quem quer que tenha lavrado tão douta decisão de tirar a placa referida, ao invés de ter tratado de ordenar a sua recuperação e conservação. Aquilo era um perigo que estava ali à solta e não rimava com o slogan dos novos horizontes. Mas, já agora, se não for rogar muito, que quem decidiu tirar de lá a tabuleta dê tantas cabeçadas naquilo quantas as necessárias para partir tudo e reduzir o entulho resultante a grãos com secção de areia fina. O risco, mais do que risco, o perigo constituído pelo raio da placa deve ser totalmente anulado, doa o que doer. E, se não for incómodo demasiado, que esse quem não demore a prestar as contas sobre a empreitada rogada, para a malta ficar a saber se o material era rijo e se mexia muito, tipo comboio.
fotografia © Acácio Paiva"
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Tirado de o.castelo.vai.nu, com um comovido agradecimento (de velho!) ao sf e a "Acácio Paiva" (vilanovadeourem.blogspot.com, visitem-no, por favor, está a ficar uma espécie de "museu" que vila que fomos).
Como diziam os "mais velhos" (o meu pai e outros), no tempo em que eu era novo e a vila nova era e de ourém: "não há um raio que os abrase?!"
E a "malta"? Indiferente, passiva?, ficando-se pela ironia amarga e estes pios protestos? Que cansado estou a ficar de aqui viver! Mas é aqui que quero viver! Enquanto.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Se "ele" fez bem?!...

Para uma resposta (em 400 caracteres!), a pergunta do Região de Leiria se Sócrates fez bem em não se referendar o Tratado:

“Sócrates fez bem…?” só a formulação assusta.
O homem (aquele homem) pôr e dispor. Ou parecer que. Porque há quem o faça assim dispor ao invés do que, antes, ele tinha posto!
Trata-se de não cumprir as regras do jogo, regras feitas por quem as não cumpre para fugir ao risco de perder o jogo!
Outros governos negoceiam/regateiam e ganham situações específicas (“opting-outs”). O “nosso” não. Obedece. E nem na questão da gestão dos recursos marinhos belisca. Que "heróis do mar"?!

domingo, janeiro 06, 2008

Transcrição com recomendação

Em imperiobarbaro.blogspot.com, pedras contra canhões edita um excelente texto (de reflexão, para fazer reflectir) de que transcrevo o final, recomendando a visita e leitura integral:
«(...)
In presentia, os governos propõem a criação de um Estado que dispõe dos mecanismos tecnológicos necessários à investigação criminal através do cadastro global de comunicações e transferências de dados entre todos. In absentia, os Governos lançam a passadeira para um estado policial que se vai desenhando como a raiz do fascismo.
Os objectos sintagmáticos são apenas os instrumentos que o Estado vai utilizando para construir o paradigma: a nova geração de fascismo que se vai preparando como forma de dar resposta ao descontentamento que o próprio capitalismo vem gerando. Contra esse paradigma, confiamos, certamente se levantará em luta o povo trabalhador.»

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Transcrição com dedicatória e acrescento

Do avante! de ontem (páginas centrais: Centenário de Joaquim Rafael, tipógrafo clandestino - Uma história de dedicação escrita com letras de chumbo):


com um grande beijo de muita amizade para a Mariana
"... a própria filha, a mais nova tipógrafa do Partido."

"(...)

Das mãos de Joaquim Rafael e da sua companheira Catarina Ramos Machado saíram regularmente as edições do Avante!, de O Militante, de O Camponês. Este último periódico terá sido o primeiro que Joaquim Rafael (Albano, na clandestinidade) imprimiu, a partir do número 19. Até então copiografado, O Camponês passou a ser impresso em Outubro de 1948, numa instalação situada entre vinhedos, onde habitava o casal. No mesmo ano, a tipografia muda para Santo António da Charneca, no Barreiro, onde se mantém até 1950. Depois, em Lisboa, nos dois anos seguintes, Joaquim e Catarina imprimem o Avante! e O Militante numa casa na Rua do Cruzeiro. Nos anos seguintes, as mudanças sucedem-se, por razões de defesa da tipografia.

No distrito de Lisboa, são várias as casas para onde se mudam, continuando, com ou sem apoio de mais camaradas, a impressão de vários títulos do Partido, desde o seu orgão central a outros periódicos, como o Tribuna Militar (orgão da Comissão de Unidade Militar) e o Amanhã (jornal de jovens das Juntas Patrióticas da Juventude).

Nos anos 70, Joaquim Rafael e Catarina Ramos Machado seguiram para Rio Tinto, no Porto, onde se ocuparam da impressão de O Têxtil e A Terra.

O 25 de Abril veio encontrar este militante revolucionário debilitado por uma grave doença que haveria de o vitimar em Julho desse ano.

(...)"

acrescento:

entre os locais por onde passaram e viveram, nas muitas mudanças a que foram obrigados, está Vila Nova de Ourém, em que estiveram nos Castelos e, depois, na Corredoura, onde, também, "... a sua 'natural afabilidade' inspirava confiança, revelou a oradora (Margarida Tengarrinha), destacando a importância desta característica para a actividade clandestina."

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Feliz com a vossa felicidade!

Vai um fulano ali a Moçambique, regressa quase logo e tem mais três amigos que os amigos lhe arranjaram!
(Cá por coisas não falo dos netos que faltam a alguns...)

Boas-vindas ao Miguel (que chegou a 27 de Dezembro), ao António (que chegou a 29 de Dezembro), à Teresa (que chegou a 2 de Janeiro).

Grandes e muito apertados abraços à Sandra e ao Francisco, à Joana e ao Abel, à Filipa e ao Ricardo.

E um pensamento de muito carinho e de muita atenção para os que já cá estavam, para os que já tinham chegado às famílias agora acrescidas...

quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Foi uma Festa de Natal ou um Circo aquilo a que se assistiu em Lisboa?", pergunta encontrada em Prestígio, "revista mensal de Moçambique"

Normalmente, as publicações que estão nos quartos de hotel nem para passar o tempo servem. Ou talvez seja preconceito meu...
Desta vez, porque estava em Maputo, e porque a revista em cima da mesa era de Janeiro/08, embora ainda estivéssemos em 2007, tive curiosidade. Que foi estimulada por na capa, não obstante ser ela pouco sugestiva, ou até pior, trazer uma chamada para uma personalidade de prestígio, aliás nome da revista, com foto e título "Revolucionário, contestatário ou humanista?".
E foi na procura do que justificaria tal título (um trabalho biográfico sobre João Manuel Paixão, um português que foi professor em Moçambique até 1974, e de que se contam coisas interessantes como a de, na disciplina Ciências Geográfico-Naturais, ter substituido, nas respectivas páginas do livro oficial, os rios e relevos da "Metrópole" pelos correspondentes cursos de água e montanhas de Moçambique, coisas que me despertaram vontade de mais saber sobre o biografado) que encontrei dois artigos sobre a cimeira UE/África que resolvi aqui referir.
Um deles, faz um apanhado sintético das várias posições dos países africanos de língua oficial portuguesa nas negociações dos Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia, em que, tirando Moçambique, todos vão "leve-leve" (expressão são-tomense para significar "sim, mas sem pressas").
O outro artigo, da autoria de Jorge Heitor, Balanço algo céptico da cimeira União Europeia-África, é um trabalho bem documentado e mais do que... "algo céptico" ("foram muito mais as vozes que se ouviram em Lisboa do que as nozes que ficaram para alguém trincar, com gosto" é a frase de entrada), e trancrevo o final:
"... Quem é que falou sonhadoramente em Paz e Segurança? Não é decerto neste 2008 ou em 2009 que ela vai haver, de Argel a Mogadíscio. So o grande ego do senhor engenheiro José Sócrates é que o poderia levar a encher o peito de ar e a pensar que, de agora em diante, tudo iria ser muito diferente, para melhor, tanto na África como no relacionamento dos africanos com a Europa dos Vinte e Sete. Foi uma Festa de Natal ou foi um Circo aquilo a que se assistiu em Lisboa? O que não foi decerto foi o nascimento tranquilo de um Admirável Mundo Novo para 800 ou 900 milhões de africanos. Haja esperança que um dia as coisas possam correr melhor!"

terça-feira, janeiro 01, 2008

Bom 2008... mas para todos (ou quase) e não só para alguns (os mesmos de sempre)

Eis-nos de volta do sul, do sol, do calor.
Eis-nos (de)volvidos ao norte, à chuva, ao frio.

Mas é bom voltar, volvidos estes dias. Que não foram de esquecimento. Todos os dias a RTPÁfrica nos dava, às 22 horas de lá o noticiário das 20 de cá. E fomos acompanhando, com maior mágoa, talvez, como as coisas por cá iam indo. O "folhetim" com os personagens conhecidos do BCP, da Caixa Geral dos Depósitos, do Banco de Portugal, do Governo, do PS, do PSD, de ex-ministros deste e daquele, mas mais daquele do que deste, televisto à distância causa náusea. Depois, nas 11 horas do voo de regresso, atravessando África e a noite, deu para ler o Público de 30.12.2007, confirmar umas e saber outras, ler o Manuel Gusmão e o António Barreto (o artigo e as legendas para as fotos escolhidas. Deu para isso e muito mais. Deu para tudo... até para ver, pela enésima vez, o Tati e As férias do sr. Hulot. Vá lá de piadas...
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E... eis-nos de volta, volvidos estes curtos dias. Como se não tivéssemos saído daqui, deste canto do Zambujal, mas com saudades de estar com os amigos e com ganas de retomar rotinas (das boas).