quarta-feira, janeiro 23, 2008

Quase sinto a obrigação...

Em nenhum lugar se está afastado do mundo. Porque nele se vive. Para mais, sou economista de diploma passado, e há coisas de que um cidadão não se reforma, nunca deixa de ser (como há outras que, julga..., nunca será).
Tenho acompanhado a evolução da "crise das bolsas" pelos ecos que aqui chegam à aldeia... E quase sinto a obrigação de dizer duas palavras sobre o tema. De tentar um resumo ou uma nota que possa ajudar (sobretudo a mim, que já tanto e há tantos anos escrevo sobre as "crises" e as contradições do capitalismo).
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Hoje, é evidente uma contradição como o encontro daqueles fulanos em Davos o mostrará ... e tentará esconder.
E escolhem-se as palavras e as frases pomposas como "prenúncios de recessão" para negar que haja crise ou, até, recessão.
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A financeirização da economia tornou a actividade económica (o trabalho sobre os recursos naturais e adquiridos, para criar valores de uso que satisfaçam necessidades humanas, sociais) dependente do crédito, da especulação, das taxas de juro, mecanismos e instrumentos ao serviço da acumulação de capital monetário(*).
Para animar a actividade, podem subir-se taxas de juros com a finalidade de captar "capitais" (monetários) em doidivana criação e circulação, ou podem baixar-se para facilitar o crédito, e foi isso que fez o FED, banco central dos EUA.
Ou, privilegiando a "estabilidade" isto é, para impedir que a "animação" da actividade económica provoque tensões inflaccionistas, com repercussões, pela via da "ilusão monetária", na inevitabilidade de aumentar custos (monetários!) da força de trabalho, sobem-se (ou mantém-se) as taxas de juro. Assim, não se facilita o crédito, sobretudo o crédito necessário aos extractos que têm propensão para consumir, uma vez que os salários são escassos para o acesso a valores de uso que satisfaçam necessidades emergentes (e bem publicitadas) É isso - não descer as taxas de juro em nome da "estabilidade" - que defendem, com unhas e dentes, os senhores que mandam no BCE (Banco Central Europeu).
Neste sobe e desce, incham "balões" e há que recorrer à técnica de criar "bolhas".
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Mas... não há crise. Ai não que não há! Depende de quem a sofre.
É como as bruxas: ... pero que las hay, las hay!
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Isto não é mais que uma brevíssima nota, à maneira de meter o "Rocio na Bestesga", mas não resisti à obrigação sentida... por dever de ofício e arrumação pessoal.
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(*) - cada palavra... minhoca, quer dizer: cada palavra a exigir muito mais que uma simples nota!

1 comentário:

GR disse...

Aqui em Portugal todos correram ao empréstimo! Pelos vistos nos EUA, foi pior! As Tx juro sobem, a inflação aumenta, tão depressa como o desemprego.
Vamos ser escravos de quem? A Europa economicamente, também está mal!
A palavra recessão causa-me MEDO!
Explica (mesmo num quadro mais negro) o que nos pode (vai) acontecer?

GR