«BCs perderam o controle,
dizem participantes de Davos
Rogerio Wassermann
Rogerio Wassermann
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Henry Kissinger e Tony Blair na reunião de Davos.
Que dois?!
Os Bancos Centrais perderam seu foco e o controle sobre a administração da economia, na avaliação de uma enquete realizada entre cerca de 300 participantes do Fórum Econômico Global, que começou nesta quarta-feira em Davos, na Suíça.
Dos participantes da enquete, 59% disseram concordar com a afirmação, contra 41% que disseram discordar.
Porém, quando questionados se acham necessário um novo “xerife” para controlar os mercados financeiros globais, 75% dos participantes se disseram contra.
A enquete foi realizada com um equipamento de votação automático colocado nas cadeiras do auditório em Davos onde acontecia o debate intitulado “Quem está no comando?”, com a participação de vários “grandes nomes”, como o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz, o megainvestidor George Soros e o ex-secretário do Tesouro americano John Snow.
Stiglitz, discursando em defesa da tese de que os Bancos Centrais perderam seu foco, afirmou que a atual crise e a turbulência dos últimos dias nos mercados mundiais são “as conseqüências previsíveis de uma má administração econômica”.
Para ele, mesmo com sinais de uma possível crise há vários meses, os principais Bancos Centrais do mundo não tomaram medidas para contê-la, ou quando tomaram, o fizeram “tarde demais”, numa referência ao corte na taxa de juros determinado na terça-feira pelo Fed, o Banco Central americano.
Para Lawrene Summers, ex-reitor da Universidade Harvard e secretário do Tesouro americano no governo Bill Clinton, os Bancos Centrais têm a capacidade de gerar prosperidade com suas ações, mas quando cometem erros podem provocar graves conseqüências negativas.
Para ele, é difícil dar aos Bancos Centrais uma boa avaliação em sua capacidade de, nos últimos anos, “reconhecer as bolhas (do mercado) e atacá-las”. “Nos últimos seis meses as bolhas vêm estourando e os Bancos Centrais têm ficado para trás”, disse.
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Dos participantes da enquete, 59% disseram concordar com a afirmação, contra 41% que disseram discordar.
Porém, quando questionados se acham necessário um novo “xerife” para controlar os mercados financeiros globais, 75% dos participantes se disseram contra.
A enquete foi realizada com um equipamento de votação automático colocado nas cadeiras do auditório em Davos onde acontecia o debate intitulado “Quem está no comando?”, com a participação de vários “grandes nomes”, como o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz, o megainvestidor George Soros e o ex-secretário do Tesouro americano John Snow.
Stiglitz, discursando em defesa da tese de que os Bancos Centrais perderam seu foco, afirmou que a atual crise e a turbulência dos últimos dias nos mercados mundiais são “as conseqüências previsíveis de uma má administração econômica”.
Para ele, mesmo com sinais de uma possível crise há vários meses, os principais Bancos Centrais do mundo não tomaram medidas para contê-la, ou quando tomaram, o fizeram “tarde demais”, numa referência ao corte na taxa de juros determinado na terça-feira pelo Fed, o Banco Central americano.
Para Lawrene Summers, ex-reitor da Universidade Harvard e secretário do Tesouro americano no governo Bill Clinton, os Bancos Centrais têm a capacidade de gerar prosperidade com suas ações, mas quando cometem erros podem provocar graves conseqüências negativas.
Para ele, é difícil dar aos Bancos Centrais uma boa avaliação em sua capacidade de, nos últimos anos, “reconhecer as bolhas (do mercado) e atacá-las”. “Nos últimos seis meses as bolhas vêm estourando e os Bancos Centrais têm ficado para trás”, disse.
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Papel importante
John Snow foi a principal voz dissonante no debate, defendendo que os Bancos Centrais vêm tendo um papel importante e um bom desempenho nos últimos 20 anos, garantindo o controle da inflação e das expectativas inflacionárias e também a manutenção do crescimento econômico mundial.
Para Snow, a atitude do Fed na terça-feira mostra que os Bancos Centrais ainda são capazes de tomar medidas “fortes e vigorosas” quando necessário.
Ele admitiu, porém, que “existem limitações” nessas ações e que os Bancos Centrais poderiam ter feito um pouco mais ou algo diferente, mas afirmou que não existem dúvidas de que eles agiram quando necessário.
Segundo ele, os Bancos Centrais não podem prever com exatidão o que vai ocorrer com o mundo no futuro. “Mas quem pode?”, questionou.
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John Snow foi a principal voz dissonante no debate, defendendo que os Bancos Centrais vêm tendo um papel importante e um bom desempenho nos últimos 20 anos, garantindo o controle da inflação e das expectativas inflacionárias e também a manutenção do crescimento econômico mundial.
Para Snow, a atitude do Fed na terça-feira mostra que os Bancos Centrais ainda são capazes de tomar medidas “fortes e vigorosas” quando necessário.
Ele admitiu, porém, que “existem limitações” nessas ações e que os Bancos Centrais poderiam ter feito um pouco mais ou algo diferente, mas afirmou que não existem dúvidas de que eles agiram quando necessário.
Segundo ele, os Bancos Centrais não podem prever com exatidão o que vai ocorrer com o mundo no futuro. “Mas quem pode?”, questionou.
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Novo "xerife"
A idéia de que os mercados mundiais necessitam de um novo órgão de controle foi defendida no debate por George Soros.
Em sua avaliação, esse eventual novo xerife deveria substituir o chamado Consenso de Washington, que pregava a capacidade de auto-regulação dos mercados.
Outro participante do debate, o secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Angel Gurría, disse que não há a necessidade de uma nova organização, apenas de uma melhor interação entre os atuais organismos.
Segundo ele, esse problema de comunicação e de incapacidade para a distribuição de informações ocorre apesar dos vários encontros e reuniões mantidas por essas organizações.
“Precisamos de uma melhor coordenação e uma comunicação muito melhor”, afirmou.»
A idéia de que os mercados mundiais necessitam de um novo órgão de controle foi defendida no debate por George Soros.
Em sua avaliação, esse eventual novo xerife deveria substituir o chamado Consenso de Washington, que pregava a capacidade de auto-regulação dos mercados.
Outro participante do debate, o secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Angel Gurría, disse que não há a necessidade de uma nova organização, apenas de uma melhor interação entre os atuais organismos.
Segundo ele, esse problema de comunicação e de incapacidade para a distribuição de informações ocorre apesar dos vários encontros e reuniões mantidas por essas organizações.
“Precisamos de uma melhor coordenação e uma comunicação muito melhor”, afirmou.»
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E lembrarmo-nos do tempo em que os bancos centrais faziam parte dos mecanismos para as políticas financeiras dos Estados, e eram "controlados" pelos Ministérios das Finanças e Governos, e nalguns casos pelos parlamentos! Agora, agora que tanto se avançou na democracia ("ocidental"), sendo "controlados" pelo poder financeiro, parece que perderam o controlo e estão descontrolados.
3 comentários:
Se tiveres tempo escreve mais sobre este tema tão actual e de tanta importância.
Tenho para mim como coisa certa que há-de chegar o dia em que não há «novo xerife» que lhes valha...
Abraço amigo.
Toda esta situação devido a uma política desastrosa americana. Apesar da Condoleezza Rice, andar por todo o lado, a dizer que não haverá recessão nos EUA.
Contudo, deixo aqui uma pergunta (bastante ingénua) mas vou colocá-la;
Se os EUA entrarem em recessão, o impacto irá reflectir-se na nossa débil economía. Não é?
Qual será o papel da China, esta em grande crescimento?
Um tema bastante interessante.
Tão fácil para ti. Para mim confuso e assustador.
GR
A China, a China... tens toda a razão quando levantas essa pergunta.
Qual será o seu papel? Como será o seu papel? E é bom não esquecer que há quase 60 anos aquele país, aquele mundo (!), tem a dirigi-lo um... partido comunista. Às vezes, penso na China e fico... pasmado, assim, a pensar.
Sabes do colóquio em participei e moderei (?), na cidade internacional da Festa do Avante!, com representantes do Partido Comunista do maior País do mundo, e o que esteve no poder 70 anos, do Partido Comunista do País mais populoso do mundo e que está no poder há 60, e do Partido Comunista do maior e mais populoso País do mundo em que se fala português. Como eu me senti... pequenino!
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