terça-feira, fevereiro 28, 2017

ferramentas de gestão para negócios e destinos de luxo

do quase-diário:

(...) uma notação, aqui no canto inferior direito do écran, leva-me até à minha (ainda?) velha escola, ao ISCEF, onde me “fiz” (fizeram) economista, já lá vão 60 anos, e onde aprendi muita coisa enquanto crescia por dentro, como futebolista, como associativo, como resistente ao fascismo.

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ISCEF que se transformou em ISE, onde fui “recuperado” como docente; que, depois, acrescentou um G de gestão, ao mesmo tempo que perdia muita outra coisa que o identificava e prestigiava

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Onde me doutorei, já tarde… mas ainda a tempo!, e onde pensei vir a ter decente carreira docente que as deputâncias (AR e PE) impediram, por terem sido levadas a sério.

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E agora saiem-se-me com esta, no Jornal Económico

ISEG dá ferramentas de gestão 
para negócios de luxo


Universidade tem uma “coqueluche” que dá ferramentas de gestão para alavancar o país enquanto destino de luxo. A 6ª edição do Luxury Brand Management Executive Course arranca no fim de março. 
(…)

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Dir-se-á que tenho pruridos de conservador, de incurável aversão ao moderno e ao futuro, mas não se trata disso (digo eu...).

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Desde sempre estudei as necessidades enquanto área básica da economia, como me lembram trabalhos realizados no Luso-Fármaco que se me atravessam no caminho do publicado e dos papéis dispersos.

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Ainda ontem tropecei num trabalho para “visitadores médicos”, de 1967, em que tratava da diferença entre bens necessários e luxos, como aliás o fiz num Congresso da Indústria Farmacêutica, por esses anos e em que tive algum protagonismo, a partir das elasticidades relativamente a alterações de rendimentos.

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Bem… resumo o que “me vai na alma” (!) quando leio estes títulos com um protesto veemente (e não platónico porque de luta): contra estas evoluções que agudizam as desigualdades sociais, tornam Portugal “destino de luxo” com os nativos de casaquinho branco, trabalho precário e “à gorjeta”, e alguéns aqui nascidos a fazerem migrar os seus vultuosos capitais (se não legais, legalizáveis...) para paraísos fiscais… de onde se aplicarão em “destinos de luxo”. Algures. Talvez por aqui com “ferramentas” do ISEG  

Ex - citação

«O país deve muito ao doutor Paulo Núncio 
trabalho de combate à fraude e à evasão fiscal.»
Assunção Cristas

27 de Fevereiro de 2017


deveria acrescentar-se À FRASE: 
... abaixo de 10 mil €uros (ou dólares) 
e não mandando divulgar 
(ou fazendo com que não se divulgasse) 
o que pudesse informar os portugueses do que,
 mesmo que legal, 
estes julgassem 
evidentemente ilícito, 
imoral, 
escandaloso 
face ao "aperto" que estavam a sofrer!

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

libertar Portugal da submissão

Para "este peditório" já dei!
Aliás, comecei "a dar", no sítio certo e antes de haver motivo real para ele mas tão-só previsível, previsto e prevenido.
(tão novinho!... 
com menos 20 anos.)

E tive o privilégio (tão histórico que não me cansarei de o repetir) de  votar NÃO à moeda única, com uma declaração de voto de que me/nos orgulho/amos, e não haverá falsa modéstias que me calem. 
Que seja útil para a campanha!

“SESSÃO DE SÁBADO, 2 DE MAIO DE 1998
4. Moeda única
Declarações de voto
Ribeiro (GUE/NGL). – Senhora Presidente, os deputados do Partido Comunista Português, com a solenidade que a ocasião exigiria, mas que a euforia para impressionar a opinião pública não permite, declaram que:
- o seu voto é a expressão coerente de uma posição contra este projecto, o modo como foi conduzido e os interesses que serve. Não é um voto contra a estabilidade de preços, o equilíbrio orçamental, ou o controlo de dívidas, mecanismos e instrumentos. É, sim, um voto contra a sua utilização para impor estratégias que concentram riqueza, agravam desemprego, agudizam assimetrias e desigualdades, criam maior e nova pobreza e exclusão social, diminuem a soberania nacional e aumentam défices democráticos;
- é também um voto contra a formação do núcleo duro para a Comissão Executiva do BCE, privilegiando zonas geográfico-monetárias e partilhando influência entre grandes famílias partidárias, numa evidente polarização do poder na instituição que condicionará todas as políticas dos Estados-Membros;
- após este passo, continuarão a combater os já reais e os previsíveis malefícios do projecto que integram os mecanismos e instrumentos criados. Procurarão, do mesmo modo, contribuir para que sejam potenciadas as suas virtualidades;
- lamentam, por último, que o Parlamento tenha perdido a oportunidade para se credibilizar como instituição democrática, por ter cedido à pompa e circunstância de um ritual de homologação ou de confirmação do que lhe foi apresentado.”

Repetirei isto até que a voz me doa!
depois (se houver depois...),
  fá-lo-ei em linguagem gestual








Auto-citação indirecta


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

De frases no EXPRESSO-curto de hoje

A propósito de uma troca de àpartes com o Presidente da Câmara de Ourém na AM de 24.02.2017:

“Não basta, como o bispo de Leiria-Fátima fez recentemente, apelar à "honestidade" dos operadores hoteleiros [que estão a cobrar exorbitâncias na semana da visita de maio do Papa a Fátima]. Em matéria de transparência, deveria ser o Santuário o primeiro a prestar contas publicamente, o que não faz há largos anos.” Inês CardosoJornal de Notícias

domingo, fevereiro 26, 2017

"Paraísos fiscais" - uma opinião estimável e PÚBLICada




A mentira, seja sob forma directa ou rebuscada, em matérias públicas é inaceitável. Sobre isso não vale a pena dizer mais nada. Os governantes não tem obrigação de dizer a verdade — sim, há razões de Estado que podem implicar a mentira — mas nenhuma cobre os casos recentes. Mentir pode ser legítimo, por exemplo, para esconder, até ao momento do seu anúncio, uma desvalorização da moeda, ou quando está em curso uma qualquer operação com riscos para as pessoas ou para o Estado, sensível à revelação irresponsável da verdade. São excepções, mesmo muito excepcionais, e precisam de ser muito explicadas a posteriori, quando finalmente se pode saber a verdade sem custos. Há matérias delicadas cobertas pelo segredo do Estado que justificam que um governante, quando interrogado directamente, tenha que mentir. Não deixa de ser mentira no momento em que é proferida, mas trata-se de uma mentira instrumental, destinada a proteger um bem maior. É um estatuto que pode ser alvo de abuso, e é-o muitas vezes, mas os limites éticos do dilema verdade/mentira não se aplicam neste tipo de “sombras”.
Mas não é, de todo, o caso da história dos SMS, nem do misterioso caso das estatísticas dos offshores, que nada justifica serem cobertos por qualquer “manto diáfano” de mentiras, meias-mentiras, sugestão de mentiras e omissões da verdade. A cabeça de um ministro ou a honra de há muito perdida de um ex-governo estão em causa? Não mentissem, nem nos enganassem. Mas, dito isto, também é preciso ter muito cuidado, para que a mediatização medíocre das redes sociais e de alguma imprensa não confunda questões sérias com outras de menor gravidade. E o caso Centeno e os milhões dos offshores não são comparáveis em importância, sendo que toda a gente já percebeu o que se passou no primeiro caso, e ainda muito pouco se percebeu do segundo.
O que sabemos sobre o dinheiro saído para os offshores durante a governação PSD-CDS? Sabemos que foi muito, muitos milhares de milhões de euros, de que os dez mil milhões de que se fala agora são apenas uma parte. Sabemos que uma parte saiu legalmente e também sabemos, por vários processos em curso, que outra parte saiu ilegalmente. Vamos deixar para já a parte ilegal, de dinheiro de pagamento de subornos, de corrupção, de negócios à margem da lei, e vamos apenas falar do que saiu legalmente, e nessa parte podemos apenas ficar-nos por esta magra fatia de dez milhares de milhões que não foram devidamente incluídos nas estatísticas e sobre os quais não sabemos ainda até que ponto os procedimentos de verificação habituais pelo fisco se realizaram, ou seja, se são resultado de actividades legais sem mácula fiscal. Por que é que isso aconteceu e o que é que isso significa?
Vamos seguir a mais benévola das hipóteses, de que tudo estava legal, e que apenas não se fez o registo estatístico. Comecemos por um ponto prévio que é verdade para todas as histórias que envolvem offshores. Já ouvi dezenas de explicações esforçadas para justificar por que razão as pessoas e as empresas colocam o dinheiro nos offshores, desde a fuga ao conhecimento do património nos divórcios milionários até à protecção de património face a credores, aos pagamentos a jogadores de futebol, passando pelas necessidades de pagamentos no comércio internacional. Tudo é coberto por dois mantos: um é de que se trata de processos legais, por isso incontestáveis pela crítica; o outro é que, havendo paraísos fiscais em qualquer outra parte exótica do mundo, não é possível acabar com eles em qualquer outro sítio. Mas isso não implica que se considere normal o uso de offshores e, numa sociedade em que os governantes se indignam com os direitos “adquiridos” dos mais fracos, tenham uma soberana indiferença face a práticas dos mais ricos que roçam a ilegalidade e que prejudicam, e não pouco, a riqueza do país. E quando isto se passa em tempos em que os governantes fazem um discurso de austeridade contra os que não podem fugir aos impostos e aos cortes, e são indiferentes às práticas dos mais ricos de tirar dinheiro, riqueza, do seu país, revolta. Este é o pano de fundo em que podemos discutir esta questão, e aplica-se como uma luva ao Governo PSD-CDS, onde o ataque aos mais fracos foi a regra, e a complacência com os mais poderosos foi também a regra.
No fundo, no fundo, o núcleo duro de ideias sobre a sociedade e a economia do Governo Passos-Portas foi que a recuperação do país passava pelo aumento da riqueza dos mais ricos, que traria por arrasto uma melhoria das condições de vida dos mais pobres. Era em cima que deveria haver “liberdade”, enquanto em baixo deveria haver “ajustamento” e cortes, até porque os de baixo já estavam mais acima do que deviam e tinham que ser postos na ordem e devolvidos “às suas posses habituais”. Da legislação laboral ao “ajustamento”, este era o programa. Dêem as voltas que derem, esta era a concepção e ainda o é, como se vê na questão do salário mínimo. Qualquer ideia, aliás na base do ideário social-democrata, de que o Estado deveria garantir um equilíbrio social, era e é tida como uma violação das regras da “economia”, com os de baixo a quererem mais do que a “economia” lhes pode dar. Em cima, não há essas restrições e, por isso, a indiferença face ao que acontece com os offshores é completamente natural.
Este é, insisto, o pano de fundo da interpretação mais benévola da falta de dados sobre os offshores: que saíssem dezenas de milhares de euros do país, não interessava aos governantes porque não estava no centro das suas preocupações, como estava cortar reformas e salários e levar o fisco até aos cabeleireiros e aos biscates. Tratava-se de uma prática normal da “economia”. Mas se esta é a interpretação mais benévola, não é a mais sensata, como se vê pelas explicações atabalhoadas que governantes do tempo do PSD-CDS têm vindo a dar sobre o que aconteceu. E aqui é que, como no caso de Centeno, entendo que é uma afronta para os portugueses tomá-los por parvos, só que neste caso num assunto muito mais grave.
Desde Passos Coelho, furioso e malcriado na Assembleia, até ao passa-culpas do anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio, até ao silêncio da ex-ministra das Finanças que acha que não é nada com ela, todos estão a tomar-nos por parvos. Afinal, a culpa foi dos serviços que não fizeram a estatística devida, ou dos procedimentos informáticos, que, pelos vistos, foram modernizados só para um dos lados do escalão de rendimentos, mas que parecem funcionar muito mal no topo dos rendimentos, porque, tanto quanto eu saiba, não foram os funcionários públicos, nem os reformados, nem os empregados do comércio, nem os operários, nem os enfermeiros, nem os polícias, que colocaram o dinheiro em offshores. Aliás, já não é a primeira vez que este tipo de implausibilidades acontecem nas finanças do Governo PSD-CDS, como foi o caso da “lista VIP”, já muito esquecido.
Mas há pior: o secretário de Estado quer-nos convencer de algo muito mais grave: é de que não deu por ela que lhe faltavam os números do dinheiro que ia para os offshores. Das duas, uma: ou foi grossa negligência, ou preferiu olhar para o lado, visto que os números eram incómodos para o Governo. Mas, mesmo que seja assim, de novo a mera sensatez obriga-nos a considerar como absolutamente implausível que ele, responsável pelo fisco, nunca se tenha perguntado, mesmo numa conversa casual: “Olhe lá, senhor director-geral, quanto dinheiro está a sair do país para os offshores?”. E Passos e a ministra também nunca sentiram sequer curiosidade sobre esse aspecto crucial da nossa economia, para verificarem que, afinal, não havia a estatística?
Presumir que tenha sido assim é tomar-nos por parvos, insisto. E eu não gosto.

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Nós também não!

"Paraísos fiscais" - Textos e Contextos

Do quase-diário... para começar o dia:

(...)
Faça-se um breve balanço (um balancete…) para desintoxicar a bílis…

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Há um grupo de comentadores que (há quem diga...) tenho a pachorra de ler, e que francamente me irritam.

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É que, se tenho essa pachorra, é porque me informo com eles, porque informados do que se passa estão eles, conhecem meandros e trucagens, e informam e comentam que se fartam, além de participarem nesse jogo que Trump veio popularizar a que deram a designação (esta sim, destes novos tempos trumpeanos) de factos alternativos.

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Esse grupo de (a)gentes, não é de somenos importância e tem muita capacidade de penetração e de(s)informação - bem estimulado pela classe que serve - , vai de uma ponta a outra do leque político-partidário (ou aparentemente apartidário) e tem elementos de real valia no plano cultural, alguns escrevendo muito bem… o que mais úteis os tornará.

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Também os há agressivos, caceteiros, que servem para se atingirem outros alvos ou, até, para fazer sobressair os que jogam nos tabuleiros de outros xadrezes e/ou damas.

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Parece que muitos deles, em meninos e moços (e moças), se viciaram no popular jogo do monopólio, vício que trouxeram para a idade adulta e os obnubila.

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Entre eles (e elas), há os que na adolescência passaram por fases de aproximação a outros tabuleiros e jogos e, até, alguns dos que chamo “os órfãos da União Soviética” e que passaram por um partido que, sendo português desde sempre e sempre, tomavam como sucursal do que estimavam ser um modelo (que nunca foi!) e uma alternativa (que é outra coisa!)

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O capitalismo, na sua necessidade de mudar para continuar o mesmo, oscila entre várias formas mas, neste momento, quero reter-me na expressão de um capitalismo regulado, em que se procura de fazer coexistir uma livre circulação de capitais com uma regula(menta)ção que controle, ou aparente controlar, os excessos libertinos da liberdade de mercado.

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Sim, porque ele há burgueses e há burgueses e, às vezes (tantas vezes…), ele há burgueses que não há mão invisível que os segure, pelo que convém dar a ideia que - no mínimo... - tudo está regulado, em regra, em estado de direito.

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Depois, haverá a diferença entre o legal e o ilegal… e já não se fala do ilegítimo, que isso é fala de um outro mundo... e se abundam mundos entre os humanos!

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Vem este relambório todo - para circuito mais ou menos privado (nalguma área teria eu de defender o privado e a sua excelsa gestão) - a propósito de um escrito de um desses que se ficaram, em idade adulta mas ainda jovens (pelo menos relativamente à esperança de vida ao nascer), com sintomas de senilidade herdada dos verdes anos e suas vivências, que os impede de ver que há outros mundos além da sua/deles Europa (que seria a União Europeia), dos seus euros, da sua NATO (indiferentes a para que foi e quando foi criada), do seu mundi(nh)o.  

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Não que sejam tontos ou ignorantes, porque isso são os outros.

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Tontos não são!, e se não sabem alguma coisa (eles que tanto, ou quase tudo, sabem) é a quem servem.

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 (…)

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Isto vinha publicado na página 4 do caderno Economia do Expresso.

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Como se fosse tonto querer conhecer e discutir o que… é legal. É legal e pronto!, não se discute

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Como se não fosse exactamente isso que há que discutir, o quadro legal e regulador, e a sua aplicação, que cobrem e justificam a não discussão do que importa discutir para transformar: a relação social que faz com que a maioria das gentes tenha de apertar o cinto até não haver furo, enquanto aumenta o número de uns poucos que (se) dispensam cinto e dispõem de elásticos suspensórios com incrustações auríferas para lhes aguentar as calças nas panças.

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(e tudo está dito na imagem literária garrettiana da quantidade de pobres que produzem um rico).

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Na página seguinte àquela em que sai a petulante prosa que se permite fundamentar-se num dito “senso comum da economia” de que os tontos e ignorantes estariam ausentes, pode ler-se

,
Ah pois é!, mas é que é mesmo.

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A culpa é sempre dos sub-sistemas informático, de informação, de segurança, de justiça, prisionais, de limpeza e manutenção, a culpa é de todos os sub-sistemas do sistema de relações sociais, que este cria e o vão sustentando.

Para este domingo

Na semana que hoje tem fim passou, na televisão, um programa sobre Boris Vian. Quantas recordações, tão longe vai a memória!
Apenas uma, para este domingo. Num ano dos anos 60 veio a Portugal um cançonetista francês - o "métèque" Mouloudji - e, num espectáculo, cantou Le déserteur, de Boris Vian. Teve, evidentemente, problemas graves e voltou antes do desejado e de forma indesejável a Paris. Portugal fascista estava em guerra colonial.



sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Última hora - os 10 000 000 000 de €uros

(...)

E ouvi o programa Quadratura do círculo, dedicado ao caso da “falha informática” na Autoridade Tributária, com rede apertadíssima para o peixe miúdo e que nem rede teve para 10 mil milhões que se escaparam para off-shores..
 
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Comentar as intervenções, em “mundos” diferentes… (e diferentes do meu), de Jorge Coelho, Lobo Xavier e Pacheco Pereira sobre escândalo de tal monta (rendo-me à medida/escala do “mundos” deles) seria difícil a esta hora, mas aproveito o foicebook:

22 de fevereiro de 2017

 18. 338 milhões de euros

Saíram uns milhões para paraísos fiscais e Maria Luís, Passos & Portas assobiam para o lado! Há grande preocupação! Agitam se as águas . O debate já não é  sobre se Centeno se escreve com um C curvo ou com um C cedilhado! O PR diz que é necessário investigar. Mas se o PR está mesmo preocupado (…) Talvez seja também de lhe lembrar, se o "estou preocupado" é para levar a sério, que (…) só entre 2011 e 2015, com a intensificação das privatizações saíram do país em dividendos e lucros 18.339 milhões euros.
Fartai vilanagem !


quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Um "salto qualitativo"?

 - Edição Nº2256  -  23-2-2017

Um Estado

Trump acolheu nos EUA o primeiro-ministro de Israel, o carniceiro de Gaza Netanyahu. Por entre declarações de amor mútuo na conferência de imprensa conjunta, Trump distanciou-se da política oficial da ONU ao longo de décadas: a promessa de dois estados em território palestino. Disse que tanto fazia uma solução de dois estados, ou de um Estado, e caberia a Israel e aos palestinos decidir. Falsa ingenuidade e falso distanciamento. A solução 'um Estado' de Trump e Netanyahu não é um Estado para todos quantos vivem no território histórico da Palestina. É o Estado judaico do Grande Israel, exclusivista e xenófobo, anexando a Margem Ocidental e erguido sobre uma ulterior limpeza étnica dos palestinos.


As manobras do imperialismo para dominar o Médio Oriente podem estar prestes a ter um novo salto qualitativo. No seu recente discurso perante a Assembleia Geral da ONU, Netanyahu disse que «as relações diplomáticas de Israel» com os países árabes «estão a sofrer uma revolução» pois estes «começam a reconhecer em Israel, não o seu inimigo, mas um aliado» (Jerusalem Post, 22.9.16). Os 'países árabes' de que fala são as petro-ditaduras do Golfo, os maiores promotores e financiadores do terrorismo fundamentalista que assola a região, ao serviço do imperialismo. Os países árabes laicos, nascidos da luta de libertação nacional dos povos árabes, têm estado a ser destruídos, um a um, pelo imperialismo e Israel. Pelos Bushs, Clintons, Obama e o terrorismo ao seu serviço.


Arábia Saudita, Catar, EAU estão há muito, pela calada, em intensa colaboração com Israel, não apenas na promoção dos bandos tipo ISIL e Al Qaeda mas também na compra de armas e, como relata um recente artigo daBloomberg (2.2.17), em negócios com empresas tecnológicas e de 'segurança' de Israel (uma das quais – a Athena GS3 – chefiada por um ex-chefe dos serviços secretos de Israel, a Mossad). Segundo a Bloomberg «não é que a Paz tenha chegado ao Médio Oriente. Não se trata de converter espadas em arados; é o resultado duma convergência lógica de interesses, baseada em receios partilhados: duma bomba iraniana, do terror jihadista, de insurreições populares, e de uma retirada dos EUA da região». Metade mentira e metade verdade. Não há bomba iraniana e o terror jihadista é obra deles próprios. O que realmente receiam é a resistência e revolta populares, e o enfraquecimento do papel hegemónico dos EUA.
Trump ameaça virar-se contra o Irão, o único país da lista de países a invadir elaborada pelo Pentágono (segundo o General Wesley Clark) que ainda não foi objecto duma agressão militar directa. Os aventureiristas imperialistas sonham com estender a esse grande país as suas receitas: a guerra, o caos e a destruição. As ditaduras árabes que aceitem colaborar terão, a prazo, o mesmo destino do seu antecessor Saddam Hussein: depois de trazerem a desgraça para os povos da região, serão varridas pelas próprias potências imperialistas que serviram, e que apenas cobiçam as suas riquezas. Ou serão varridas pelos seus povos.
O que se compreende mal, no meio disto tudo, é o papel da ONU. Notícias da imprensa israelita referem que Tzipi Livni (ministra da Justiça de Israel durante o massacre de 2014 em Gaza) foi convidada por Guterres para um lugar de sub-Secretária Geral da ONU (Haaretz, 12.2.17). O presidente de Israel Rivlin apoiou publicamente essa eventualidade (Haaretz, 13.2.17). Uma tal nomeação seria premiar o maior infractor de resoluções da ONU. Seria esfaquear pelas costas os palestinos, ao fim de 70 anos de promessas por cumprir. Seria colocar criminosos de guerra nas chefias da ONU.



Jorge Cadima

Textos e contextos -selecção talvez antológica sobre pobreza, política e economia

do (quase) diário:

Para Dühring, «…tudo está tão suficientemente demonstrado pelo famoso pecado original, em que víamos Robinson escravizar "Sexta-feira"? Esta escravização era um ato de violência e, portanto, um ato político. E, como esse ato de dominação é o ponto de partida e o fato fundamental de toda a história até os nossos dias, introduzindo nela o pecado original da injustiça, embora um pouco atenuado ao se converter mais tarde "nas formas bem mais indiretas da dependência econômica", e, como desse avassalamento primitivo brota toda a "propriedade baseada na força", que vem até hoje imperando, é evidente que os fenómenos económicos têm a sua raiz em causas políticas e, mais concretamente, na violência. E quem não se conformar com essas deduções é (seria) um reacionário camuflado.»

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Contrapõe Engels «… mesmo admitindo, por um momento, que o Sr. Dühring tenha razão ao afirmar que toda a História, até aos nossos dias, tem as suas raízes na escravização do homem pelo homem, não chegaríamos, desse modo, nem aproximadamente, ao ponto nevrálgico da questão. Surgiria imediatamente a pergunta: que levou Robinson a escravizar "Sexta-feira"? Fez isso apenas por diversão? Sabemos que não. O que se nos afirma, pelo contrário, é que "Sexta-feira" era "espoliado como escravo, ou como simples instrumento para serviço económico, e mantido somente na categoria de instrumento". Robinson, portanto, escraviza "Sexta-feira" para que este trabalhe em seu beneficio. E como pode Robinson se aproveitar do trabalho de "Sexta-feira"? Somente conseguindo que "Sexta-feira" crie, por seu próprio trabalho, mais meios de vida do que os que Robinson possui para lhe fornecer, a fim de que se mantenha em condições para trabalhar (satisfação das necessidades para sobreviver). Isto é, Robinson, contra as prescrições expressas e imperativas do Sr. Dühring "não toma como ponto de partida um agrupamento político" criado por meio da escravização de "Sexta-feira", "por si mesmo considerando-o, pelo contrário, exclusivamente, como meios para fins ligados à subsistência" (… à satisfação das suas necessidades), e agora, ele que procure entender-se com o seu dono e Senhor.» 

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«… A mesma coisa que, como vemos, acontece com Robinson e "Sexta-feira", pode ser observada com todos os casos de poder e avassalamento de que nos fala a História. A escravização tem sido sempre, para empregar a elegante expressão do Sr. Dühring, um "meio para fins ligados à subsistência" (concebida a subsistência em seu sentido mais amplo) (… à satisfação das necessidades), sem ter sido em parte alguma um "agrupamento político", implantado graças a si mesmo. É preciso que se seja um Sr. Dühring para se poder imaginar que os impostos cobrados pelos Estados não são mais que "efeitos de segunda ordem" e que o "agrupamento político" de nossos dias, que coloca, de um lado, a burguesia poderosa e, de outro lado, o proletariado oprimido, chegou a existir graças a si mesmo, e não como conseqüência dos "fins de subsistência" dos burgueses dominantes, ou seja, pela produção de lucro e acumulação do capital.»

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Haveria muito mais a transcrever...

POBREZA - Textos e contextos


































A iniciativa, que teve lugar na segunda-feira, no Fórum Lisboa, marca o arranque da campanha «Direitos humanos e erradicar a pobreza», assinalando o Dia Internacional da Justiça Social. O bispo emérito das Forças Armadas participou no debate com Inês Fontinha, que dirigiu a Associação «O Ninho».
Januário Torgal Ferreira afirmou que «erradicar a pobreza só depende da vontade política», considerando que «é necessário um modelo económico e social totalmente diferente daquele que tem governado» o nosso país. Referindo-se à solução política criada após as eleições de Outubro de 2015, sublinhou que «há agora algo, mas está a dar passos muitos pequenos», numa referência aos constrangimentos com que o Governo do PS não rompeu.
«Luta-se contra a pobreza com muitos meios, mas só se acaba com a pobreza acabando com a injustiça social», afirmou Torgal Ferreira. Para o bispo católico, o salário mínimo nacional é um exemplo do que ainda está por fazer no combate à pobreza. «Porque não subiu o salário mínimo nacional para 600 euros? Se há dinheiro para colocar nos bancos?», questionou.
Inês Fontinha, que trabalhou durante muitos anos com mulheres prostituídas, lembrou que o Dia Internacional da Justiça Social foi adoptado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, com o objectivo de «erradicar a pobreza, promover o pleno emprego e o emprego com direitos, a igualdade de género e o bem-estar e a justiça social para todos».
Dez anos depois, os objectivos «estão muito longe de estarem cumpridos e concretizados», sublinhou a ex-dirigente de «O Ninho». Em Portugal, «não há 2,5 milhões de pessoas em risco de pobreza, há 2,5 milhões de pobres», denunciou. «Quem ganha o salário mínimo e paga 300 euros de rende de casa é pobre. Quem vive com o Rendimento Social de Inserção (RSI), 183,84 euros, é pobre», concluiu.

«Os pobres têm fome. Mas têm fome porquê?»

Algumas das medidas de combate à pobreza foram alvo da crítica dos participantes no debate, ambos membros da comissão promotora do Movimento Erradicar a Pobreza. Inês Fontinha denunciou a «fiscalização da sua pobreza» a que são sujeitos os beneficiários do RSI, dando nota de que «o plano de inserção não é cumprido e as pessoas vão perdendo a esperança».

«Uma esmola pode curar uma situação, mas não cura o sistema», defendeu Januário Torgal Ferreira. Perante a constatação de que «os pobres têm fome», o prelado deixou uma questão: «Mas têm fome porquê?». Para o bispo, «o assistencialismo não é solução», sublinhando que «o que é necessário é curar as causas da pobreza».
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Há sentimentos contraditórios ao ler textos destes...
e a necessidade de ler coisas como Anti-Duhring,
de Engels... e de continuar a luta!

domingo, fevereiro 19, 2017

Para este domingo

Bom dia, Manel
Bom dia, Sidónio Muralha



Pequenos deuses caseiros
que brincais aos temporais,
passam-se os dias, semanas,
os meses e os anos
e vós jogais, jogais
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.

Pequenos deuses caseiros
cantai cantigas macias
tomai vossa morfina,
perdulai vossos dinheiros
derramai a vossa raiva
gozai vossas tiranias,
pequenos deuses caseiros.
pequenos deuses caseiros.

Erguei vossos castelos
elegei vossos senhores
espancai vossos criados,
violai vossas criadas,
e bebei,
o vinho dos traidores
servido em taças roubadas
servido em taças roubadas

Dormi em colchões de pena,
dançai dias inteiros,
comprai os que se vendem,
alteai vossas janelas,
e trancai as vossas portas,
pequenos deuses caseiros,
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.

sábado, fevereiro 18, 2017

Quando os lobos...


Ainda a CAixa e os biltres

em abrilabril

Política e negócios misturam-se na polémica dos SMS

Depois de Lobo Xavier dar conhecimento das comunicações entre Domingues e Centeno ao Presidente da República, o seu conteúdo é publicado pelo jornal de que é administrador.






António Lobo Xavier à entrada para uma reunião da
Assembleia-geral do BPI, banco de que é vice-presidente,
e onde foi colega de António Domingues, ex-presidente
da Caixa Geral de DepósitosCréditos/ Agência LUSA

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