Abril Abril:
PS, PSD e CDS-PP chumbam manutenção do Novo Banco na
esfera pública
PS mantém-se no fio da
navalha, mas vota contra controlo público
3 DE FEVEREIRO
DE 2017
Os projectos de resolução do PCP e do BE foram
chumbados, com o PS a sustentar que o futuro do Novo Banco passa por
processo negocial.
O
terceiro maior banco nacional é propriedade do Fundo de Resolução, uma entidade
pública sob controlo do Banco de Portugal
A defesa do projecto do PCP, que esteve na origem do
agendamento da discussão para esta manhã, foi feita pelo deputado Miguel Tiago,
que resumiu o que está em causa: «Os
portugueses já pagaram o Novo Banco e o pior que pode acontecer é agora
ficarem sem ele».
O deputado comunista lembrou que na origem do Novo
Banco está a medida de resolução decidida pelo anterior governo, com a injecção
de 3,9 mil milhões de euros saídos do Orçamento do Estado, a que já se juntaram
novas verbas para reforçar a capitalização do banco.
Numa intervenção crítica para o PSD e o CDS-PP, como
também fizeram os deputados do PS, do BE e do PEV que intervieram no debate,
Miguel Tiago criticou a decisão de deixar de fora os activos não-financeiros do
Grupo Espírito Santo. Os comunistas querem um sector bancário público forte e
ao serviço das necessidades do País e da economia nacional, até porque a venda
do Novo Banco «significa a entrega de 60%
do sistema bancário a estrangeiros e a prostração da economia portuguesa a
grandes grupos económicos».
Mariana Mortágua, na defesa do outro projecto de
resolução em discussão, lembrou várias das empresas privatizadas, muitas delas «monopólios públicos» que hoje «dão milhões aos seus accionistas». O BE
considera que o Estado não deve continuar a «limpar» os bancos «com dinheiro
público», para de seguida serem privatizados.
José Luís Ferreira, deputado do PEV, questionou se «o Estado vai continuar a ser a muleta dos
banqueiros». Para os ecologistas, «já
chega» de «excelentes negócios para
engordar fortunas» à custa do erário público, das empresas e das famílias
portuguesas.
PS: Um «nim» que virou «não» na hora de votar.
Palavra de ordem é «esperar para ver»
«O PS quer deixar
todas as opções em aberto. Não há nenhuma posição de princípio contra a
nacionalização nem contra a venda»,
resumiu o deputado João Galamba. O PS quer «deixar
o processo negocial decorrer até ao final» e foi com esse argumento que
chumbou ambas as iniciativas.
A intervenção do deputado foi muito crítica para o
governo do PSD e do CDS-PP, que conduziu o processo de falência do Banco
Espírito Santo (BES) e a criação do Novo Banco. «Foi-nos dito que o Novo Banco estava limpo e seria um negócio rentável
e lucrativo para o Estado», lembrou Galamba. Pelo que se conhece das
propostas em cima da mesa, caso a venda se concretizasse nesses termos, o
Estado pode incorrer em perdas superiores a 5 mil milhões de euros – o
equivalente à totalidade de fundos europeus que o Governo pretende mobilizar
durante este ano.
Memória curta à direita motiva críticas
a propostas
e ao Governo
Os partidos que formavam governo quando o Novo Banco
foi criado afastaram-se de qualquer solução de controlo público sobre a
instituição financeira. O PSD, pela voz de Duarte Pacheco, lembrou que é contra «por princípio». Desta vez, os
princípios falaram mais alto, com o PSD a manter a coerência quando, duas horas
depois, foi chamado a votar.
Já o CDS-PP não concorda com o controlo público do
Novo Banco por ser necessário recapitalizar a instituição e por considerar que
a gestão pública é pior que a privada. Isto num debate em que estava em causa o
futuro de uma instituição que protagonizou um dos mais escandalosos casos de
gestão criminosa por privados, que levou à injecção de dinheiros públicos no
banco.
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Curioso!...
No meio desta "geringonçada",
não se usou a palavra mais usada...
2 comentários:
De concertação em concertação, Nas horas da verdade, ps(d)cds-ug"t" entendem-se e concentram-se:- Tudo pelo Kapital, nada contra o Kapital
por vezes, entusiasmados por algumas mudanças negociadas, até nos esquecemos de que o partido socialista não é socialista.
um abraço que não é para vender
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