domingo, dezembro 25, 2005

Ol'a, amigos!

Por aqui estou. Por aqui ando. Enchendo-me de mundo, e sobretudo de rostos, de gestos, de gente. Mas sempre incapaz de estar longe de ai. Convosco, amigos.
Assaltam-me, em cada encontro, em cada fotografia que o regista, projectos, coisas que vos quero contar, imagens que vos quero mostrar.
Vao ter de me aturar!
Ate logo.

E, tambem, a sofrer a ausencia de informacao sobre a batalha politica em que, tambem aqui, me sinto mergulhado, mas em que sinto a angustia de nao estar a participar. Ha novidades? Digam-me coisas - em comentarios - que, quando chegar, quero entrar com toda a forca e... bem informado.


Isto sem fotos vale pouco...

Abracos e beijos

Se'rgio

quinta-feira, dezembro 15, 2005

S.Tomé, 1958

Em 1958, na viagem de fim de curso, fomos 23 jovens economistas, no paquete Moçambique, até Angola, com escalas na Madeira e e S. Tomé.
Não voltei a S. Tomé. Mas de S. Tomé guardei recordações, como esta foto que fui "desencantar" no meio de tantos e tantos papeis.


e também esta:
Devem imaginar a excitação com que estou a fazer a mala...

domingo, dezembro 11, 2005

Quando o sol de Dezembro

Quando o sol de Dezembro nos aquece (ao menos a vista…), apetece fotografar os verdes que se tornaram amarelos e os ramos descarnados

e também as folhas, que ainda tantas são, e que, ao caírem,
fazem tapete sobre a relva saciada da chuva que lhe faltou no verão.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Ilustrativo!

Acabo de viajar de Lisboa para o Zambujal.
Lendo um "jornal de referência", o DN. Na página 6, na "Tribuna livre" perde-se, como se fosse uma "carta de leitor", o que transcrevo:
"O PCP e um 'ex-PCP'
Do Gabinete de Imprensa do PCP rcebemos a seguinte nota:
O DN (de ontem) destaca Ex-dirigente do PCP apoia Cavaco. Ora acontece que a notícia se refere a Veiga de Oliveira, que aderiu ao PS em Janeiro de 1999, em cerimónia pública apadrinhada por Mário Soares e Manuel Alegre (ver DN de 8/1/1999), depois de há cerca de 15 anos ter abandonado o PCP. Portanto, o DN, em vez de Ex-dirigente do PCP apoia Cavaco devia ter dado à referida notícia o título de Militante do PS apoia Cavaco. Mas o facto de a notícia omitir, vá-se lá saber porquê, a actual filiação partidária de Veiga de Oliveira levanta a questão de se saber se alguém que sai do PCP passa a ser definido por ex-PCP ou por aquilo que de facto é, nomeadamente quanto às opções políticas que assume e aos partidos políticos em que se integra. Mas levanta também a questão de se saber se o prazo de validade para um ex-PCP é dez, 20, 30 ou mais anos e se é atribuído a todos ou apenas a alguns. Isto é, trata-se de saber se o critério que leva o DN a qualificar Veiga de Oliveira como ex-PCP se aplica, por exemplo, a Pina Moura, ao ministro Mário Lino ou aos candidatos presidenciais Mário Soares e Manuel Alegre. António Rodrigues"

Sem comentários... do DN.

Mas há mais e talvez pior:
As páginas 8 e 9, dedicadas às eleições presidenciais, têm os seguintes títulos Soares diz que Souto Moura tardou a reconhecer erros (com foto, legenda e "caixa"), Cavaco Silva "tem poder de convocar a opinião pública" (frase de Veiga de Oliveira, que merece foto e fotografia, e foi recebido por Cavaco lui-même à porta da sede de candidatura), "Dancem a vossa vida", disse Alegre aos jovens (com foto e legenda), Louçã protesta contra EUA (com foto e legenda).

Jerónimo de Sousa? Não existiu para esta edição do DN!

Um escândalo! Uma vergonha!

Antologia

2. Se não são Dulcinea ou Rocinante. Dois senhores, o senhor Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva e o senhor dr. Manuel Alegre Duarte, candidatos a senhor presidente da República estiveram na televisão. Nenhum se pareceu el ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha. Nenhum se pareceu Sancho Panza su escudero. Para além de espectros de si-mesmos, afinal, o que é que eles são? A histerese, a anunciação da desgraça anunciada. Nicky Florentino.

1. Texasvilla, ii. Um debate é um debate, não é uma espécie de entrevista a dois mansos. Nicky Florentino.

(de Albergue dos danados)

G'anda Nicky!

quarta-feira, dezembro 07, 2005

A propósito

A propósito do que sinto, hoje, pela saída deste livro

uma pequena história (em cem palavras):

O PRIMEIRO LIVRO

Quando levantou o telefone, mal ouviu o ansiado "já chegou!", saltou porta fora, gritando à atónita secretária "não demoro nada".

O carro arrancou numa chiadeira e não teve acidentes no curto trajecto porque deus põe a mãozinha por debaixo não apenas do menino e do borracho.

Na Rua do Mundo, deixou o carro onde calhou e subiu a quatro-e-quatro os degraus do nº67.

Ao manusear o livro, ao cheirar a tinta ainda fresca, ao ler o seu nome pela primeira vez numa capa, sentiu grande emoção.

Maior, só quando, meses depois, ajudou a nascer o primeiro filho.

É do tempo...

Isto dos blogs também serve de barómetro. Mas não do clima.
De repente, as pessoas revelam um grande indisponibilidade e só algumas - as "suspeitas do costume"... e sabe-se lá com que sacrifício - mantém a participação.
Estes meses de Dezembro não são para estas coisas. O ambiente não dá para que um sujeito se sente à secretária a dedilhar no teclado depois de ter andado a "zapar" pelo ecrã. Os "posts" escasseiam, os comentários tornam-se mais raros.
Percebe-se. Há outras, e muitas, solicitações.
Entretanto, há lutas que continuam, há a luta que continua! Como sempre, nas condições que... são as condições.
Lá para Janeiro, as condições serão outras. Cá estaremos.
Aliás, o que estamos escrevendo não é sobre os... outros. É sobre nós. Sobre nós, que para aqui estamos dando ao dedo mas também - também! - a pensar nas férias que sempre por estas alturas fazemos. Este ano será S. Tomé. E, claro, em Janeiro haverá mais fotografias de S. Tomé que do Mounty...

domingo, dezembro 04, 2005

Espaço Mountolive neste blog - 6

Estava ali a ver umas fotografias antigas - nem tanto... -, e esta saltou-me aos olhos.
Lembrei-me de aqui, neste blog, já terem arranjado uma blog-novela em que eu fazia o papel de predador. Eu!, eu que nem gosto de andorinhas e ando a permitir que os ratinhos de roupa sobrevivam por aí, por esta casa de campo, com grande desespero dos que meus donos se julgam.
Agora dizem que me aburguesei... Quero lá saber... Quero é descando e bom trato!
Essa coisa de estar sempre a caçar, de andar sempre agitada, era para a Justine. Viu-se o resultado! Tenho saudades dela, confesso.
E quem me chama aburguesado é o que se julga meu dono que até parece uma Justine de calças. Não pára o gajo!
Voltando à fotografia. Estou em pose e a colocar-me na minha árvore genealógica onde parece haver uns linces.
De qualquer modo, se quiserem fazer casting comigo, às ordens. Desde que não me dê incómodo demasiado e o cachet for bom.
Que tal uma blog-novela O Predador do Zambujal? Mas só em fita!

sábado, dezembro 03, 2005

Os direitos dos vereadores da oposição

No seu tão meritório trabalho, o blog o.castelo.vai.nu veio reforçar o que já o notícias de ourém e o região de leiria tinham noticiado sobre a disposição de meios e espaço físico a que têm direito os 3 vereadores do PS, de acordo com a legislação e a resposta do presidente e maioria PSD no executivo.
É questão muito curiosa.
Deixo duas reflexões:
i) o tal nº5 do art 73º diz também que é ao presidente que compete tomar as medidas que julgue (ele-presidente) adequadas para se concretizar esse direito, e o "nosso" presidente assim o fez. Tomou-as, respaldado pela restante vereação que escolheu e que, obviamente, era do seu partido.
ii) conheço precedentes de vereadores em outros concelhos que, face a tomadas de posição semelhantes, tomaram em suas mãos o exercício do que é seu direito e arranjaram, nas instalações municipais, o espaço que consideraram (eles-vereadores) necessário para poderem atender os munícipes e para outras actividades que, a seu critério, são inerentes ao facto de terem sido eleitos e precisam de espaço físico.

Depois... que o presidente chame a GNR ou a PSP!

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Espaço Mountolive neste blog - 5

Ouvi uma conversa, daquelas de sala de espera de consultório, em que uma senhora dizia para a que se julga minha dona que sempre queria ver se o gato mais conhecido de Ourém era tão bonito como parece nos blogs.
E veio espreitar-me.
Lá suportei o exame. Em que parece que passei. Com o ar de modéstia que me caracteriza!
Mas, quando cheguei a casa, aproveitando uma aberta da chuva, rebolei-me de narcisismo e de gozo entre flores e almofadas, e um relógio de sol - oferta de amigos - onde apoiei a minha delicada pata para tentar parar o fluir do tempo!
'Tou mesmo vaidoso...

O mercado em Ourém à 5ª feira...


Era assim o mercado à quinta-feira.

Por toda a vila. Com os Castelos ao fundo.

Mais abaixo era a praça do peixe, havia o largo da loiça, a feira do gado era onde hoje estão as escolas em frente de onde era a cadeia e o quiosque do velho amigo 'Toino "carcereiro". E a vila estava, toda ela, cheia de vida!

Era assim Ourém de Ontem. Às 5ªs feiras.

Sem "parques lineares" e verdadeiros escândalos ligados à construção dessas grandes obras, "emblemáticas" de uma gestão municipal. Da cidade de Ourém e do concelho que de Ourém mantém o nome mas que já o perde quando se trata de outras obras magestáticas, "emblemáticas" também como o Estádio Municipal... de Fátima.

Ah! Que saudades de um outro futuro. Por ele temos de lutar!

quarta-feira, novembro 30, 2005

A minha "utopia do dia"

Transcrevo de do blog "Vale a pena lutar"

NO CAMINHO DA UTOPIA

A utopia está lá no horizonte.
Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

Eduardo Galeano, poeta uruguaio

com um grande abraço para o Pedro Namora

domingo, novembro 27, 2005

Espaço Mountolive neste blog - 4

Deste alto vos observo e vigio...

Fechado para "utopias"

Hoje não há "utopia do dia".
Ontem fiquei esgotado de utopia por uns dias!
Os amigos realizaram uma das grandes utopias de todos os dias:
a amizade!

Hoje, aqui

Hoje, aqui, sentado, olhando mails e blogs, fotografias e "prendas". A procurar que todas as emoções se metabolizem e me tornem mais no que quero ser para merecer o que por vezes me fazem.

sábado, novembro 26, 2005

Espaço Mountolive neste blog - 3

Muito gosto eu de brincar com a minha dona (ou com a que minha dona se julga).
Ao sol é melhor, mas se tiver a chover gosto à mesma... ela é que não!

A minha "utopia" do dia

Que o dia 26 de Novembro seja sempre o dia seguinte... ao dia 25 de Novembro
(isto é por causa das aritméticas e de outras coisas que as memórias trazem mas não tomam o lugar dos projectos, que só destes é)

quinta-feira, novembro 24, 2005

A minha "utopia" do dia



A minha "utopia de hoje", de alguns dias de antes e de outros que se seguirão:




Por um Portugal com futuro!


Ver esta fotografia aproveitada para lembrar um momento da caminhada que levou Jerónimo de Sousa a ser o adversário político (que é o único que é!) de Cavaco Silva na 2ª volta das presidenciais.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Espaço Mountolive neste blog - 2

É preciso aproveitar o sol das manhãs de outono. Radiosas como a de hoje.
Mas deixem-me sossegado... para quê tanta fotografia?!

Espaço Mountolive neste blog - 1



Uma noite destas, frias lá fora, ao "borralho" da TVCabo, perto dos que se julgam meus donos e esperam o filme da Hollywood.

A minha "utopia" do dia

Nada me impede de repetir "utopias".
Aliás, utopia rima com teimosia...
Assim sendo, a minha "utopia" do dia de hoje é igual à do dia de ontem e, talvez..., à do dia de amanhã:
Um dia calmo, mastigar leituras, deitar cedo.

terça-feira, novembro 22, 2005

Excertos e enxertáveis

22.11.2005 (já!…)

Falam-me, ou oiço falar, ou adivinho que queiram falar de gestão por objectivos.

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Acho bem!

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Mas…

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Entendamo-nos.

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Isto é…

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Defina-se, claramente, o objectivo… ou definam-se, claramente, os objectivos.

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Sejam eles utópicos ou… “utópicos”.

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Lute-se por ele, ou por eles.

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(se é objectivo, ou se são objectivos, é para se lutar por ele, ou por eles)

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Lutou-se, fez-se o que deveria ser feito – com erros, com falhas, mas com confiança e determinação – e conseguiu-se o objectivo, ou conseguiram-se os objectivos.

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Excelente!

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Saúda-se (parabéns!) quem lutou para se conseguir o objectivo, ou para se conseguirem os objectivos.

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A luta continua, nas condições criadas pela consecução do objectivo, ou dos objectivos.

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Com outro objectivo, ou outros objectivos.

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Lutou-se, fez-se o que deveria ser feito – com erros, com falhas, mas com a mesma confiança e com a mesma determinação – e não se conseguiu o objectivo, ou não se conseguiram os objectivos.

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Paciência!

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Saúda-se (com o mesmo calor dos parabéns!) quem lutou para se conseguir o objectivo, ou os objectivos.

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A luta continua, nas condições criadas pela não consecução do objectivo, ou dos objectivos.

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Pelo mesmo objectivo, ou pelos mesmos objectivos, por outro objectivo, ou por outros objectivos.

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Isto vem adrede de levar o Juventude-hóquei sénior à 1ª divisão nacional ou o Jerónimo de Sousa a Presidente da República!

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Falo por mim e por objectivos meus (e não só), claro!

A minha "utopia" do dia

Um dia calmo, mastigar leituras, deitar cedo...

segunda-feira, novembro 21, 2005

A minha "utopia" do dia

Que o que disse na Rádio Pernes, numa entrevista muito bem conduzida e entalada entre o programa e a música mais pimba e a missa dominical, fosse ouvido por toda a gente.
E reflectido, e discutido, e criticado.

domingo, novembro 20, 2005

Qual Portugal?!

Portugal sou eu
Portugal és tu
Portugal é ele
Portugal somos nós
Portugal sois vós
Portugal são os portugueses

Portugais, aliás, há muitos... todos diferentes, todos um de diferentes feito!

Portugal precisa de mim?
Portugal precisa de ti?
Portugal precisa de si?
(onde é que já li isto?)
Portugal precisa de nós?
Portugal precisa de vós?
Portugal precisa de todos?... mas todos serão o mesmo Portugal?

... e Portugal precisa dele?
Qual Portugal? o nosso ou o dele(s)?

A minha (não)"utopia" do dia

Hoje sai uma (não)"utopia" para este dia em que ouço a chuva a bater nas claraboias:

Que a saúde não me falte e que a morte nunca deixe de cumprir a sua obrigação!

(estou a ler As Intermitências da Morte, do José Saramago)

sábado, novembro 19, 2005

Balanço...

O dia quase a chegar ao fim (falta um quarto de hora).
A "utopia" teve tempo e lugar para se cumprir. Teve o tempo deste dia, teve os lugares de Ourém, do Som da Tinta, do pavilhão (bem pouco "utópico" mas que os jovens - os juvenis e os iniciados - e as famílias tornam tão acolhedor...), também de S. João da Madeira.

A minha "utopia" do dia

Chegar ao fim do dia sem razão para protestos!

Pequenas conversas... - 2

“Um beijinho… até amanhã…”
“Não te vás ainda embora…” (quase fazia beicinho)
Sorri, sentei-me outra vez, procurei não fazer cara de parvo...
“… ‘tá bem, fico mais um bocadinho. Mas tem de ser pequenino porque tenho de ir trabalhar.”
Olhou-me com ternura.
“Eu sei… tens sempre trabalho… estás sempre a trabalhar…”
Tomou um ar de quem ainda dá ordens.
“... mas não exageres!”
Ri. Rimos.
E fiquei mais um bocadinho!

Pequenas conversas... - 1

“Um beijinho… até amanhã…”
“Não te vás ainda embora…” (quase fazia beicinho)
Ri, sentei-me outra vez, disse “… ‘tá bem, mais um bocadinho...”.
Olhou para mim com um ar que quis severo.
“Fica mais um bocadinho, mas não faças essa cara de parvo…”
Ri com mais vontade. Rimos os dois.
E fiquei mais um bocadinho.

sexta-feira, novembro 18, 2005

A minha "utopia" do dia

A minha "utopia" deste dia que agora começou é a de

fazer parte de um "Grupo Municipal" na Assembleia Municipal de Ourém, isto é, não ser o único eleito da CDU ou ter alguém que, eleito/a noutra lista, queira, no mínimo, fazer par comigo para eu ter maior capacidade de intervenção, como decorre do regimento da AM.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Amanhã é mais um primeiro dia...

... do resto da minha vida.
Depois da instalação, amanhã será a primeira sessão "a sério" da Assembleia Municipal, uma reunião extraordinária.
Como eleito pela CDU - o nosso objectivo nº 1 - começo uma nova fase. Como estava com pouca coisa para fazer, aqui reformado neste cantinho...
Não vou trazer para aqui senão ecos dessa tarefa. Vou, sim, reanimar o blog CDUporOURÉM levando lá o que me parecer de interesse... para quem se interessa pela política autárquica.
E lá receberei todas as sugestões e propostas de assuntos, problemas e temas que alguém entenda que um eleito deve levar a esse orgão do poder local.
Apareçam.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Intervalo

5ª feira... há 70/80 anos!

excertos e enxertáveis

Disse o Jerónimo de Sousa, na apresentação do compromisso da sua/nossa candidatura, que “a utopia é um desejo sem lugar e sem tempo”... e que aquilo por que lutamos tem um lugar, Portugal, e um tempo, este que vivemos.

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Cá por mim, vou insistir na minha “utopia do dia”… que tem estado em pousio.

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E vou voltar a este registo não por ser incorrigível, nem para mostrar desacordo com o que disse o Jerónimo, mas porque as "minhas utopias” têm um lugar, Portugal, e um tempo, este que vivemos!
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É por isso que ando a dizer que nem serão utopias... precisam das aspas.

terça-feira, novembro 15, 2005

Para acabar bem o dia que correu mal...

Hoje, muito coisa correu mal...
Mas, antes de ir para a cama, recordo, com gozo, um episódio do dia.
De novo sorrio com a resposta que o candidato Jerónimo Sousa, na apresentação do seu compromisso, deu a uma "jornalista" que, demonstrando que nada do que ele acabara de dizer lhe merecera a sua atenção, fez uma pergunta trazida de casa: em qual dos outros candidatos ia ele, Jerónimo, votar na 2ª volta!
O "metalúrgico", paciente, bonacheirão, sorriu e respondeu-lhe com uma pergunta, como quem joga ping-pong com quem nem sabe pegar na raquete: já alguém, ela ou colega, tinha perguntado a algum dos outros candidatos se votaria Jerónimo Sousa na 2ª volta?

Não reproduzo este interessante "diálogo" com fidelidade, isto é, sic, porque não o ouvi reproduzido em qualquer das estações de rádio e televisão em que, de passagem, me cruzei com os noticiários que falavam dessa apresentação de compromisso. O que, evidentemente, não seria o caso se o candidato Jerónimo Sousa tivesse hesitado ou se se tivesse embrulhado numa resposta que queriam que ele desse. Aliás, esse silêncio foi um dos pormenores de um dia de irritações... Mas também de algum gozo!

domingo, novembro 13, 2005

Mais uma transferência...

No blog Som da Tinta, apareceu-nos este comentário que para aqui transfiro:

No País Prós e Contras
José Mota Pereira*

Acabara a seca, mais ou menos na altura em que se contaram os votos para as locais. Foi isto mais ou menos na altura, em que as galinhas ficaram com gripe, e outros passarões se seguraram melhor ao poleiro.
(E aqui estava um país, o mesmo país de sempre. O do défice, do desemprego, das falências e onde a economia consegue cair, e a banca subir os lucros)
Mas claro todos sabemos de quem é a culpa. É de todos, excepto de todos aqueles que têm sido o poder nos últimos 30 anos.
E são poucos esses, os do poder? Olha , leitor, são cerca de 1000 (MIL) e dividem-se nas comissões de honra, nome bonito e pomposo para a lacaiagem, dos candidatos salvadores da pátria. Chamam-se a elite, mas juro-te não vivem aqui.
Estes mil homens iluminados, cavaleiros da nossa salvação, cavaleiros de todas as ordens, são habitantes de um país chamado Prós e Contras, que é um país muito especial que é 99,9% Pró e pronto, um bocadinho do contra. É o país onde as soluções são fáceis, as receitas milagrosas e onde cada um tenta ser mais Pina Moura que o Beleza, o Beleza sabe mais que o Cadilhe e o Cadilhe faz de Mira e o Mira de Medina e o Medina de Pina, e depois vem o intelectual da esquerda moderna do lux e diz, oh pá isso não é bem assim, etc e tal e vem um gin para a mesa do canto.
São cerca de Mil, os homens desta bravura. Gente sublime, comendadores, candidatos a comendadores, medalhados, pré medalhados, pós medalhados, subsidiados, Empresários dantes de Abril, Empresários do pós Abril, fascistas, esquerdistas, ministros de Salazar com capitães de Abril e Novembro, artistas fadistas, Chico-espertos, todos dizem YES YES YES! Estão lá todos: mdlps com mrpps, fupistas com eanistas, otelistas com pintasilguistas mais os renovadores, ah é verdade os renovadores também, que isto não são só istas, e ainda me obrigavam a chamar pelos chupistas! São todos uns porreiros pá. Mil gajos porreiros pá, a tratarem-te da vida!
(…a tratarem-nos da vida…)
Ah, leitor!
Mas Tu sabes, não há Tide, Omo ou Scotch Britze que lhes valha. Sabes que este país não precisa desta tralha. Sabes que são chamados agora os homens verticais e rectos. Sabes que há um direito à esperança, há direito a querer mais. Mais Vida!
(Podia falar-te agora do Professor Bento que se reformou, li no jornal. Não faz parte dos 1000 cavaleiros do prós e contras. Nem nunca terá ido ou sonhado sequer com a televisão. Limitou-se – limitou-se? – a ensinar centenas e centenas de torrejanos a amarem a vida. E a respeitá-la. Com poesia, no giz, no quadro na voz. Li no jornal que se reformou, mas isso é mentira. A vida e a poesia nunca se reformam)
Este é o tempo. Mas em que não basta engrossar a voz, erguer a crista e cantar, e depois fugir para os exílios. Este é um tempo de luta. Pela dignidade. Por Portugal, país de todos. Pela dignidade dos que trabalham com um salário cada vez mais mínimo (“500 Euros daqui a 5 anos? Escândalo! Escândalo!”), pelos trabalhadores acusados de falta de produtividade, pelos Funcionários Públicos acusados de tudo o que se queira, pelos pequenos e Médios Empresário embrulhados num sistema fiscal e finaceiro asfixiante.
Dizia um Poeta. “ Não é fonética a poesia!”.
Ary sabia que a poesia é bem mais que uma trova cantada no vento que passa.
É por isso leitor, que é precisa a ruptura com o país do Prós e Contras. É preciso convocar a pátria, onde somos todos Portugal, para a ruptura democrática.
Quando o Natal se for e as janeiras cantarem, é tempo de dar voz à esperança. Acreditas no Jerónimo?
*32 anos, torrejano.
Enviado por José Mota Pereira em novembro 12, 2005 02:26 AM
Parecendo-me que melhor estaria aqui, para aqui o transferi o texto, que entendo merecer ser lido e reflectido. E comentado... como logo o fiz:
Ora aqui está mais um comentário que muito aqui gostei de ler mas que melhor estará noutro blog, como o anónimo do sec.xxi, para onde o irei transcrever.
Obrigado e um grande abraço
Enviado por Sérgio Ribeiro em novembro 12, 2005 11:24 PM

Uma surpresa (boa) e comentário

No blog da Som da Tinta, apareceu lá este comentário:

Gosto de Saramago! Comprei de imediato o livro, começando a ler! Nesse mesmo dia recebi uma chamada de uma livraria, dizendo que o livro por mim pedido, tinha chegado! Há tanto tempo aguardado… Que me desculpe, Saramago, mas estou a meio de um outro livro! E que livro! “… porque vivi e quero contar” de um autor galardoado com o prémio da Amizade, Liberdade e muita Vontade!
Alguém saberá dizer-me, qual o nome do escritor?
GR

(Enviado por GR em novembro 12, 2005 02:54 PM )

Respondi assim, logo que li:

Ler este comentário... alegrou-me muito e comoveu-me. Confesso ser o autor desse livrinho. De que me resta um único exemplar...
E peço-te, amiga, que me digas coisas depois de o leres.
De vez em quando, penso neste livrinho e dá-me vontade de o re-escrever, em versão corrigida, aumentada, actualizada, sobretudo o último capítulo com o episódio histórico do assassinato de Dias Coelho.
A amizade e o reconhecimento do Sérgio Ribeiro (que, se estiveres de acordo, vai transferir este tema para o blog pessoal, para o anónimo do séc. xxi)

Assim fiz, antes mesmo de chegar o acordo pedido!

quarta-feira, novembro 09, 2005

Família, amigos e causas...

Um amigo, o Luís, publicou um texto no seu blog - Ourém - que comecei logo a comentar, mas que, depois resolvi trazer para aqui:
Diz ele:

As pessoas e as causas
O duro é aquele que, em nome das causas, abandona amigos e até a família. O crédulo é aquele que em nome de amigos e família abandona as causas. O inseguro é o que mantém um equilíbrio instável entre as causas e os amigos ora privilegiando uns ora outros. Mas há com certeza uma espécie que eu nem sei como designar que de causas e amigos nunca quer saber...

Pois... digo eu:
Nascemos numa família (os que em família nascemos). Ao longo da vida, fomos criando amizades, fomos encontrando "causas", fomos criando famílias (que às famílias existentes se acresceram ou não).
Duro é, ao longo da vida, alguns de nós descobrirem que as amizades não são incondicionais, que as "causas" exigem coerência, que as famílias podem ser instáveis e perenes, como as relações que mais queridas foram o podem ser. Por causa das "causas"?
Também. E por um pormenor que o dicionário pode ajudar a explicar. Causa é s.f. Princípio. Motivo, razão, o porquê de qualquer coisa.
Ora a descoberta/invenção dos porquês pode levar à razão de ser de um homem (uma mulher). E essa razão de ser, ao escorar-se em princípios e valores, pode relativizar muita coisa e causa (et pour cause, como diriam os... ingleses).
Pode um homem (uma mulher), que tem como princípios e valores os da solidariedade, do companheirismo, da entre-ajuda, ter como amigos quem pratica princípios e valores antónimos ou nos antípodas?, pode ser parte de uma família que se enconche (e o/a enconche) na sublimação do egoísmo, da indiferença, da des-solidariedade?
Se pode haver "causas" (que não encontrei no meu caminho, e não procuro...) que defendam o abandono de amigos e a destruição da família, há as que, valorizando a amizade, prezando muito os laços familiares, exigem uma coerência que leva a relativizar e a pôr em risco, até por incompreensão, relações muito queridas.
Escrevi coerência? Pois é uma palavra-chave (teoria <--> prática).
Também é verdade que os sentimentos, a afectividade, o amor, perturbam muito. E que há as tais razões que a razão (de ser) desconhece.
Por isso, somos todos uma mescla de "duros", de crédulos", de "inseguros" e de "outras coisas". A questão é a dosagem, e o que conseguimos pôr ao de cima para nos fazer ser o que queremos parecer. Para ser.

terça-feira, novembro 08, 2005

Apeteceu-me...

... tive necessidade, deu-me esta vontade irreprimível: editar esta foto!
É que cansa ouvir tanto falar de outros como se nós não existissemos, ou de nós vermos, ouvirmos e lemos como se nos quisessem ignorar no que somos e pelo que somos.
Pois Jerónimo de Sousa é candidato a Presidente da República! Igual aos outros que o são. Diferente (muito diferente!) dos outros que o são.
E não me falem da 2ª volta quando a 1ª ainda não começou sequer.
Voltarei, evidentemente, a este tema. E a esta fotografia.

domingo, novembro 06, 2005

Estava lá e vi e ouvi o que "ouvisto" foi possível

À distância, visto por quem lá estava, houve uns espectadores que desceram uns degraus da bancada e, ouvido por quem lá estava, bateram violentamente no tecto do "banco" com as mãos e o que tinham à mão, gritando coisas - inaudíveis... mas decerto amabilidades - para quem, em baixo e por essa divisória protegido - mas não do barulho -, sentado no dito banco (vi)via intensamente o que se passava no recinto onde se jogava renhidamente.
E mais viu quem lá estava.
Viu a gente que estava debaixo das palmadas de uns e do guarda-chuva de uma senhora, estes em exercícios de percussão no tecto de plástico transparente, levantar-se e gesticular e trocar impressões - decerto amavelmente, embora em tom algo elevado e dissonante... - com quem por cima de si estava e lhes viera ofertar concerto e "missa cantada".
E viu também, com estes que a terra há-de comer, dois senhores polícias, um de cada lado da divisória do batuque, a testemunharem o barulhento evento.
Ainda viu, quem também se levantou do seu distante lugar para melhor ver, o senhor árbitro vir lá do outro lado do recinto e mostrar um cartão vermelho que, por sinalética para a mesa, se ficou a saber ter sido para o nº 7 do JO.
Houve quem fotografasse, embora não tivesse meios técnicos para gravar, e assim se comprova que os cívicos fardados nada fizeram para além de testemunharem e de moderarem o que - parecia! - serem ânimos por demais, ou demasiado, agitados.
E o jogo prosseguiu com outras vergonhas finais por parte do mesmo senhor do apito que não viu uma bola entrar e sair da baliza do JO mas que, para compensar, viu - mas só ele viu...- um penalti a favor do SCM, e ainda puxou de outro cartão de vermelha côr para "compensar" outro atleta do JO, este sem cadastro como parece que se pretende que seja o caso do tal nº 7, Gonçalo Favinha de seu nome, que, se palavrões disse, não chegaram audíveis onde quem lá estava, e tudo procurava perceber, revoltado ficou... embora calmo se tivesse mantido.
Chega assim?

Afinal...

... afinal, o que aqui escrevi no post "nisto de blogs" suscitou (e o tema era a suscitação...) reacções. Poucas mas boas!
Talvez até, se acaso com conhecimento do que aqui escrevi, também no blog e post de que me servi para exemplo.
Um habitual e estimado frequentador, o caro santacita, reagiu ao tal comunicado da direcção da associação com um comentário como eu esperava/desejava que muitos houvesse.
E levou-me a escrever um texto de que - confesso! - gosto. Por me parecer que bem relata, à minha maneira, aquilo a que assisti na Marinha Grande, com a surpresa e indignação que tantos anos de vida e de prática e assistência de desporto já não justificariam. Mas a realidade, e os factos desta, estão sempre a ultrapassar-nos...
E porque me agradou (desculpem lá o que se assemelha a elogio em boca própria, o que é impropério) a forma com que consegui traduzir uma situação, vou reproduzi-la noutro post.

sábado, novembro 05, 2005

Intervalo

Jardim de Vila Nova de Ourém e Câmara Municipal






Nisto dos blogs...

... um interessante estudo a fazer: o que suscita e o que não suscita comentários.
E não estou a falar a partir (só) deste blog.
Para exemplo, pego num que consulto por causa de coisas/sarilhos em que me meti (ou fui metido?).
Verifico que incidentes num jogo de hóquei foram bravamente comentados por quem não viu o jogo... mas presumiu como as coisas se teriam passado e vá de dar bordoada a torto e a direito; não tendo querido, presumivelmente, responder taco-a-taco a esses comentários, a direcção do clube implicado faz um comunicado esclarecendo algumas coisas que, se a lógica não fosse a batata que é, provocariam, ao menos, comentários do tipo "ah! foi assim? obrigadinho", ou então "não acredito que tenha sido assim...", ou ainda "essa história está bem contada?"
Pois... nada! Perante relato de factos (em cujo se pode crer ou não), perante objectividade (a cuja se pode torcer o nariz ou não)... nada!
O cheirinho a escândalo, a tergiversão, a polémica irada e airada, a catarse sob as formas de insinuação, ou de suspeita ou até de insulto, ah isso sim, isso anima a malta. Confrontar factos, discutir opiniões, avaliar responsavelmente responsabilidades... fia mais fino e é melhor meter a viola no saco enquanto se esperam outras oportunidades.
Isto tem a ver com a época que vivemos, com esta irritação latente que nos perturba, com esta crispação que nos cega quando devíamos ver, que nos cala quando deviamos falar.
Isto acho eu que tenho a mania de achar coisas... e não são notas de 50 euros.

sexta-feira, novembro 04, 2005

O hóquei corre...

... sobre rodas!

Mas têm de se evitar muitos battons entre les roues (como dizem os nossos conterrâneos que tiveram de emigrar para as Franças e Araganças e cá vêm em vacanças)

Danada antologia - alínea dois... com indispensável ressaalva de ontologia

Cotações. A converseta sobre se fulano é um político profissional ou o raio que o parta não tem qualquer sentido que decorra de juízo discernido. Um gajo até pode beneficiar de uma regalia qualquer por ter sido senhor primeiro-ministro durante dois lustros que, venham quantas porras vierem, isso não faz desse gajo um político profissional. Ele até pode não saber mastigar bolo-rei, balbuciar migalhas, ser marido da senhora sua esposa e ter tido como ministro, em governos por si presididos, o senhor dr. Fernando Nogueira; não é isso que define um político profissional. Em democracia, político profissional é coisa que, assim como assim, não existe. Aliás, o conceito é tosco e canhestro. E, no mínimo, é estranho que seja pronunciado por quem alardeia a respectiva formação humanista, em filosofia e história, e supostamente tem uma concepção estruturada de democracia. Na classificação nacional de profissões haverá algo aproximado, mas não equivalente. Titular de cargo político. Mas isso não faz da missão política uma profissão. Quanto muito uma ocupação. Precária. Porque um gajo não é político nos mesmos e exactos termos em que é vendedor de bolas de berlim entre as dunas e os areais ou menina de alterne. A nobreza dos métiers até pode ser de semelhante calibre. Mas um gajo não é político apenas porque lhe apeteceu ou lhe deu na real gana. Não, não. Padecendo de vontade conforme, um gajo é político apenas depois de ter sido ou eleito ou nomeado. Daí que, neste caso concreto, no cálculo e no sorteio a quem se deve emprestar a honra de chefe de Estado, o que é relevante, quanto muito, é aferir em que proporção os senhores candidatos a senhor presidente da República vivem para a política e vivem da política. E por estes parâmetros, a galeria dos cinco horrores, todos potenciais membros da família Adams, vale o que vale e não é necessário desperdiçar mais prosa. Nicky Florentino.

(de Albergue dos danados)

Onde se fez o comentário que segue e serve de indispensável ressalva de-ontologia:

Um texto excelente, de antologia... até às penúltimas e últimas linhas.
Porquê essa preocupação (obsessão?) de meter todos o mesmo saco quando são, evidentemente, de sacos diferentes?
Como dizem os brasileiros... "não há saco"!
anónimo do sec.xxi

Danada antologia - alínea um

Escala. Da pequenez. Quando alguém se conquista, subordina-se à sua própria proporção, cativa-se em si mesmo. Segismundo.

(de Albergue dos danados)

quinta-feira, novembro 03, 2005

Melroeira esteve em festa (em 1941... segundo o Notícias de Ourém de então)

Do OurémOutrora - que tanta falta nos vai fazendo, porque o seu autor anda por não menos meritórias tarefas - ainda colhemos "pérolas" como esta
Melroeira esteve em festa

Melroeira (Atouguia) esteve em festa no passado domingo por motivo da inauguração duma fonte.
Foi razão de grande regozijo, em Melroeira, freguesia da Atouguia, deste concelho, a inauguração dum melhoramento, a inauguração que se realizou no passado domingo com a assistência do Sr., Presidente da Câmara e outros membros da Vereação, Junta de Freguesia e Regedor da Atouguia, Banda de Vila Nova de Ourém e povo da Melroeira e arredores.
Esteve em festa a boa gente desta região que de há muito aspirava possuir uma fonte digna desse nome, melhoramento que viu finalmente realizado graças à iniciativa duma comissão local composta pelos Srs. Manuel Batista, António Batista, Joaquim Vieira, Teófilo Ferreira e António Ferreira Borda de Agua, comissão esta que junto da Câmara, da Confraria de N. S. Amaro, da Junta de Freguesia da Atouguia e do povo conseguiu o auxílio necessário para levar a efeito tal melhoramento.
Na inauguração desta fonte, festa a que presidiu o Sr. Capitão Vieira Justo, Presidente do Município proferiu esta Autoridade palavras de louvor às pessoas que constituíam a comissão cuja boa vontade sinceridade e justiça reconheceu pelo que lhes prestou todo o concurso dentro das possibilidades do erário Municipal.
O Sr. Presidente da Câmara disse ainda do muito interesse que à Vereação mereciam estas iniciativas e bem assim tudo quanto representasse melhoria de situação para as populações rurais.
Por fim, explicando que todos estes benefícios resultavam afinal da sábia orientação de Carmona e Salazar levantou a estes um viva e em seguida outro ao Chefe do Distrito, Sr. Dr. Eugénio de Lemos o qual impossibilitado de comparecer como era seu desejo, delegara nele Presidente – afirmou – a sua representação.
Todas estas saudações foram entusiasticamente correspondidas.
A excelente Banda de Vila Nova de Ourém que abrilhantou o acto realizou também um concerto no adro da Capela de N. S. do Amparo.
(No “Noticias de Ourém” a 09/11/1941)

E eu não resisti ao comentário:

Em 1941, a inauguração de fontes na Melroeira resultava da "sábia orientação de Carmona e Salazar"... e metia foguetes e “a excelente banda de Vila Nova de Ourém”.

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E a "boa gente desta região" correspondia entusiasticamente às saudações!

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Que tempos! Que eu vivi.

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E como, mais tarde, não concordei com essa "sábia orientação", sofri-lhe as consequências…

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Agora, teríamos por cá "sábias orientações" que não se podem pôr em prática (inaugurar fontes e essas coisas...) porque os PDM e os PIDDAC são o que são por (dizem...) os governos centrais serem como os partidos alternantes nas maiorias querem que eles sejam.

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E a “boa gente" destas regiões vota, escolhendo quem há-de pôr em prática as “sábias orientações”...
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As "sábias orientações" que, outrora, seriam de Salazar e Carmona e que, hoje, não se sabe muito bem de quem são, mas que da "boa gente" não serão (até um dia, até um dia!)

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Estes tempos vivo.

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Que bem diferentes de outros que já vivi são!

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Muitos tempos vive quem muito tempo leva de vida...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Nem pensem nisso...

Donos?
Do nos?
Do nosso?
Do que é nosso?
De nós?
Nem pensem nisso!
Se for preciso sermos mais explícitos,
sai um manguito... à Bordalo!

Dia do bolinho, ou melhor, manhã do bolinho...

A manhã, cinzenta e ameaçando chuva, triste, foi-se tornado colorida, garrida, alegre.
"Ó tia!... dá bolinho?!"
Este foi o primeiro grupo, o mais madrugador.
Muitos outros vieram depois, e não haverá "bruxas" (e abóboras) importadas dos Estados Unidos que substituam estra tradição.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Eram assim as nossas refeições mais íntimas...


Enquanto almoçávamos, ela, a Justine-Juju, saltava para cima da mesa!
Ao princípio, ainda procurámos impor alguma disciplina, mas ela insistia: queria estar perto de nós, pronto. E nós fomos cedendo.
Pois ontem, a conversar com amigos sobre os "nossos bichos", fomos buscar fotografias (tinha de ser) e apareceu-nos esta. Foi posta de parte para vermos melhor, quando estivéssemos sózinhos.
E ficámos, a Zé e eu, a olhar para a foto e os nossos olhos humedeceram. A Juju!
As patitas sobre o meu braço. Aqueles olhitos, aquela ternura de olhar! Um verdadeiro namoro. Como é que se podia resistir?!
Faz-nos falta, a Juju.

domingo, outubro 30, 2005

Um acordo sem qualquer vislumbre de diálogo

Pfig, na sua “cafeteira”, reagiu ao meu não-comentário aqui publicado.
E num ponto tem razão: quando diz que parece que tenho pejo em dizer o seu nome.
Assim poderá parecer…
Mas não tenho, e para não haver dúvidas sobre pejos e outras coisas, afirmo que o “não-comentário” que aqui escrevi resultava de uma passagem pelo blog de pfig, pela sua “cafeteira” e por um dos seus “posts”.
O seu a seu dono, ou a cada pfig a sua “cafeteira” e o que por lá ponha a ferver.

E por aqui me fico! Porque não comento o que pfig escreve!
Posso, de vez em quando, sentir a necessidade (minha, por uma questão de higiene intelectual) de escrever algo que contrarie o que pfig escreve… mas não o comento porque dou ao comentário a dimensão de diálogo e o fanatismo que ele demonstra impede qualquer diálogo implícito em troca de comentários.

sábado, outubro 29, 2005

Uma fotografia "especial"

Foi há quase 40 anos!
No domingo anterior, fora inaugurado o "Estádio (municipal?) da Caridade", com um encontro entre o Clube Atlético Oureense e a Casa de Ourém. Para este domingo, organizou-se um jogo entre a "selecção" das duas equipas oureenses e uma equipa de glórias do futebol português que ainda jogavam (e bem!) nos torneios do Clube Internacional de Futebol.
Pela "selecção oureense" reconheço, da Casa de Ourém, Amadeu, Reina, Diamantino, de pé, e Rui Neves da Silva e Sérgio Ribeiro, agachados, do Atlético, TóZé, Rui Costa, de pé, e Carlos Pintassilgo, Carlos Taíto e Elói, agachados.
Pelos "convidados", reconheço Fernandes (do Benfica), de pé, Rosário (Benfica), Vasques (Sporting), Bastos (Benfica), Rogério (Benfica), Sérgio (Sporting) e Artur (Benfica) ajoelhados. Julgo que todos internacionais, mas o Vasques e o Rogério foram verdadeiras "craques", tendo o Rogério chegado a jogar no Brasil, no Botafogo!
Procurava esta fotografia há anos.
Obrigado, Nuno Abreu! Esta foto merecia estar no OurémOutrora e muito agradeço a dispensa, em primeira mão, para este blog.
S.R.

´Não-comentário a manifestações de fanatismo

Nas navegações pela blogosfera, por vezes encontram-se “pérolas”, por vezes fica-se espantado perante algumas manifestações de verdadeira cegueira ideológica, de fanatismo, de anticomunismo primário.
Li, num desses locais “de informação e de reflexão”, que “as experiências nos paraísos socialistas do século xx causaram dezenas de milhões de mortos e centenas de milhões de vidas miseráveis; no que resta hoje desses paraísos, continuam a viver-se vidas miseráveis (os que não morrem), sem o mínimo direito a seja o que fôr, sem as mais básicas liberdades individuais.”

Ora, nas “experiências socialistas do século xx” muita coisa teria corrido mal, mas o que hoje somos, como hoje vivemos, deve-se, em grande parte, ao que levou a essas experiências e ao que elas foram.
A começar pelo decreto nº 1 da “primeira experiência”, de 8 de Novembro de 1917, que decidiu unilateralmente o termo da guerra que vinha desde 1914, e adoptou um princípio – o princípio da coexistência pacífica – que nunca se conseguiu levar totalmente à prática porque, desde o início, se fez uma luta de morte à “experiência” – Churchil, então jovem deputado, afirmou, alto e bom som, que era preciso “matar o monstro no berço”.
Se, para a ideia/ideal do socialismo, a paz e a coexistência pacífica são indispensáveis à construção de uma sociedade mais humana, não é o caso dos interesses que entre manteiga e canhões produzem… o que der lucro e as armas são a mercadoria mais rentável porque, ao consumirem-se, destróem e criam novas necessidades…

Todo o século xx foi atravessado pelo cerco e pela guerra contra as “experiências socialistas”.
Os fascismo, o nacional-socialismo, o nazismo, são “respostas” à interpretação de que a história é feita pela luta de classes, enquanto classes houver, "respostas" que negam que haja classes e, ao mesmo tempo, dizem – como o fazia o Estatuto do Trabalho Nacional, tradução portuguesa de outros documentos – que, no caso de haver conflito entre as classes (que não existiriam…) deve ser resolvido a favor da classe patronal porque esta é a criadora da riqueza!!!
De 1917 à primeira metade dos anos 40, as armas estão apontadas a tudo quanto é, ou pareça poder vir a ser, socialismo, e só a miragem louca e hegemónica da Alemanha nazi, personificada em Hitler, levou a uma reacção “aliada”, depois de se ter esperado que tal loucura destruísse a União Soviética, o que não conseguiu porque houve a resistência a essa invasão bárbara de um povo, com os seus 20 milhões de mortos (este sim é um número histórico, verdadeiro na sua dimensão!).
Logo que terminada a guerra houve quem quisesse continuá-la para leste, para alcançar o que Hitler não conseguira, mas tal não foi possível até porque, por exemplo, Churchil perdeu as primeiras eleições depois da guerra na Grã-Bretanha.
No entanto, não se desistiu, e a guerra fria, e o mac-cartismo, e muitas outras manifestações não tiveram outra finalidade que não fosse a de travar o que era a continuação das “experiências”, com os trabalhadores, com os povos, a procurarem concretizar novas “experiências”…
O facto é que muito do que hoje vivemos, por mais controverso que seja conjunturalmente, foram direitos sociais que os trabalhadores conquistaram porque houve essas “experiências” e/ou porque a elas se tinha de responder com cedências para evitar que houvesse rupturas.

Depois, em resposta a um comentário, o bloguista que tal afirmou sobre as dezenas de milhões de mortos e as centenas de milhões de vidas miseráveis - de que não põe em dúvida o seu convencimento mas que são tudo menos factos, tudo menos “dados rigorosos” - escreveu que “se há nesta história alguns cruzados em tudo iguais a fanáticos religiosos, são os comunistas”.
Ora isto seria ridículo se não fosse demasiado sério e revelador de um fanatismo que se esconde no fanatismo de que se acusa os outros.
Na verdade, pode ler-se a história de mais do que de uma maneira, mas só fanáticos podem atirar, assim, com dezenas de milhões de mortos e centenas de milhões de vidas miseráveis como sendo o fruto de umas “experiências nos paraísos socialistas”, quando factos e dados (estes rigorosos) nos mostram como crescem as desigualdades, a pobreza, a miséria fora e contra essas “experiências”, quando é evidente que a destruição de um sistema social – que tinha, evidentemente, erros – provocou e está a provocar um dos maiores desastres sociais em populações que tinham direitos, como à educação e à saúde, e hoje fogem à miséria e à ignomínia que lhes provocaram.
E só pode estar completamente dominado pelo fanatismo quem desafia quem discorda das suas “leituras” exigindo-lhes que corrijam números (como? dizendo que os milhões são milhares ou dezenas?) e de imediato torna dispensável essa “correcção” porque “não me parece que os factos sejam coisas que preocupem muito os fanáticos religiosos”. Como é o seu caso!

Este é, afirmo-o!, um não-comentário. Há coisas que não se comentam. Mas é uma reflexão sobre fanatismo e suas manifestações.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Histórias de lição e exemplo - 1A

Joaquim Pires Jorge
desenho de Álvaro Cunhal recuperado de um pedaço de papel
(a história destes desenhos será uma das próximas de lição e exemplo)

Histórias de lição e exemplo - 1

Íamos conversando naturalmente quando ele me interrompeu, com alguma severidade na bonomia muito sua:

“‘Pera aí! Outra vez essa história! Pára com isso! Não penses, camarada, que pelo facto de seres comunista és melhor que os outros. Não somos nem melhores nem piores do que os outros, do que os que não são comunistas.
Todos tivemos (e temos!) as nossas fraquezas, as nossas hesitações, os nossos erros. Todos temos, cá por dentro, coisas boas e coisas más.
A nossa obrigação de comunistas é a de pôr as coisas que, a nosso critério, de acordo com os nossos valores e princípios, são as coisas boas ao de cima, bem por riba das coisas más que por cá também andam.
E, ó camarada, o que correu mal não é para esquecer, mas também não é para ser ferida em que de tanto se mexer se transforme em chaga… é para cicatrizar!
Depois, não faz mal nenhum passar por lá o dedo de vez em quando. Mas só de vez em quando!”

Foi há bem mais de uns 30 anos, Joaquim Pires Jorge!
Não teriam sido exactamente estas as palavras.
Mas foi esta a lição nunca esquecido.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Admiração e respeito

Acabado o almoço, bebido um golito de vinho cá do nosso, para acamar o bocadito de pão com queijo da Serra que tão bem soube, apetece-me escrever isto:

Andam por’í uns cromos oureenses a dizer que têm muita admiração pelo c’roa por aquilo que ele foi.
Pois o dito trocaria toda essa afirmada admiração pelo que ele teria sido por algum respeito por aquilo que ele é. Ou melhor: pelo que ele continua a ser.

De antologia

Quando vieres
Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado.
O pai fumará o seu cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
Nenhum de nós dirá nada
Mas a mãe largará o bordado
O pai largará o jornal
As crianças os brinquedos
E abriremos para ti os nossos corações.
Pois quando vieres,
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.

Maria Eugénia Cunhal, in Silêncio de Vidro, Editorial Escritor
Poema dedicado ao irmão, Álvaro Cunhal, então preso nas masmorras fascistas

(do blog Vale a pena lutar!)

terça-feira, outubro 25, 2005

A pedido (ou talvez não...)

Dado o "êxito" da anterior fotografia, não resisto a publicar a segunda que o Armando me emprestou, e em que nós, garbosos oureenses, confraternizamos com os nossos adversários leirienses.
Do resultado do jogo não falo. Não me lembro... ou esqueci-o logo a seguir!

segunda-feira, outubro 24, 2005

Que alegria!


Andava há anos (que digo eu? há décadas!) atrás desta fotografia.
Sabia dela mas só uma vez a vira num stand do Atlético na Feirourém (se me não engano).
Agora apareceu-me num gesto amigo do Armando.
Porquê dava tanta importância a esta fotografia?
Porque foi na homenagem ao Toná!
Porque, depois do discurso oficial de homenagem, me convidaram a equipar-me e a jogar também.
Porque estão lá o Fernando, o Rui, eu (já fui assim!), o Carlos, em baixo, e o Fernando, o Júlio, o Toná, o Melo e o Armando, em cima.

Tantas saudades!

sábado, outubro 22, 2005

Excertáveis e enxertáveis

(excertos de uma espécie de diário que aqui enxerto)


Questões da ética e da sua compartimentação

Falta de ética na política?

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Nem será bem o caso.

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Alguns dos protagonistas que a tal comentário levam até se arrogam de guardiões da ética!

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São mais questões de ética e da sua compartimentação!

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O caso é que, em politica, parece que a ética é outra.

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Mais ou menos assim: "Respeito-te como pessoa mas, como político, ou és cá dos meus ou não tens lugar neste jogo… estás a mais. Ou sais-me da frente (ou do lado), ou procurarei, não importa como, eliminar-te!".

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O problema - e sobretudo para esses protagonistas - é que as pessoas são todas políticas e, quando "fazem política", continuam a ser pessoas... e a merecer respeito.

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Aliás, um problema grave é que, em vez de se levar para o "fazer política" a ética que se apregoa e pratica na dita "vida cívil", se traz para esta a falta de ética - ou a outra ética...- que se pratica na que chamam "vida política".

Excertáveis e enxertáveis

(ou excertos de uma espécie de diário aqui enxertáveis)

(...)
É inevitável, diria que é… recorrente.

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Nas conversas, nos posts, nos comentários, eles aí estão: os cães e os gatos.

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E eu contribuo.

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Mas ‘inda agora - no duche, claro...- saltou-me uma reflexão.

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Bem ensaboada, a reflexão foi-se entranhando e resistiu ao enxugar do corpo.

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Vamos lá a ver:

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Os animais, os nossos animais de estimação, são - ou estão a tornar-se - uma “pedra de toque” da nossa afectividade, dos nossos sentimentos, da nossa humanidade… ou da nossa humanização.

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Eu sei que nos meios em que me movo e vivo nenhuma dessas “conversas”, dessas mostras e trocas de fotografias, desses relatos de cenas e casos, tem a intenção de exibir o que quer que seja de tal humanização nossa… mas, de repente, vi-me a pedir(-me/nos) moderação… ou modera…cão, ou mais recato ou… mais re…gato.

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“Pedra de toque” são! Não merece discussão (ou discu…cão): não concebo um homem ou uma mulher bem formados, com tudo que define humana e social condição no sítio, a maltratar animais.

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Mas já conheço o inverso: sei de homens e de mulheres mal formados, ou seja, capazes das maiores patifarias “humanas” mas muito amigos, ternurentos para com os seus bichinhos de estimação.

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Aliás, como a idade já é muita, ainda “beneficiei” dos materiais da propaganda nazi em que os próceres do nazismo, como Hitler, Goebbels e outros carrascos, apareciam em fotos enternecedoras na companhia dos seus cães e gatos, em família alargada e exemplarmente ariana, enquanto ordenavam a dizimação de seres humanos.

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Cada vez gosto mais dos animais. Há uma empatia que se vai apurando, e sinto que, com a humanização, a sociabilização, cada vez mais deles gostamos, que melhor sentimos o imperativo (que raio de palavra kanteano/cavaquista!...) de conviver com a natureza, a começar pelos bichos… que também somos.

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E de afectos se trata.

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Mas… atenção!

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Cheira-me a hipocrisia a preocupação – e discussão de horas como aconteceu no Parlamento Europeu – sobre as condições de transporte e conforto do gado que vai para abate e se conhecia e fazia por esquecer que as vacas ficaram loucas por terem sido alimentadas a rações cujo único objectivo era o de aumentar produtividades ainda que fazendo as pobres loucas e a nós-humanos "ricos" de mais umas doenças para o catálogo.

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Tudo bem… este meu gato é amoroso e muitas satisfações afectivas me proporciona, tenho emocionada saudade das gatinhas que atropeladas foram. Tudo isto será uma “pedra de toque”, mas nunca poderá ser – o que sinto por ele e os seus companheiros de fortuna – a “pedra de toque”, minha ou de outros.

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Isto é só uma reflexão que não foi pelo esgoto do duche abaixo.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Aviso à navegação...

Neste blog, como em certos locais, não se fala de futebol (pelo menos, enquanto alguns resultados não mudarem), nem de religião (pelo menos, nada nem nenhum nome se invocará em vão), nem de política (pelo menos da local). Pelo menos nem sempre...
Para os temas de política local, quem quiser dar-se ao descuido de conhecer as posições com que se identifica o aqui morador, deve navegar, por favor, pelo vizinho CDUporOURÉM. Que continua aberto e muito gostaria de recolher alguns comentários ao longo destes próximos tempos de nova vida. Na certeza de que não está desactivado à espera de 2009!

A Pátria está salva...

Depois de um falso suspense, de uma operação de marketing com todos os matadouros, o salvador disse. E foi-se. Mas voltará para cumprir a missão...
O eco, que tão bem preparado foi, também cumpriu a missão que sua é. Até se ouviu que a declaração do professor foi à sua maneira, rigorosa, pragmática, "sem estados de espírito". Palavra que não percebo... então "imperativo de consciência" não é um "estado de espírito"?
Como se constroem as imagens, como se vendem os produtos!
Já agora: quem reparou que "o professor" não teve um pensamento explícito, não disse uma palavra sobre o povo, os trabalhadores, o social?
Mas isso existe - essas coisas... - ou é um mero "estado de espírito"? E quem impera na consciência do professor para que o imperativo mais ordene?

quinta-feira, outubro 20, 2005

De um texto a 2 dedos e 8 patas


Depois de ler o janelvira de ontem e hoje, não resisto a trazer-vos esta fotografia, que foi capa de um caderno publicado há quase 5 anos na Som da Tinta, e de que transcrevo o final:

"... Claro que a calma não se poderia prolongar muito, até porque a sua irrequietude, sobretudo do Mountolive, tem de se manifestar. E começou por lambiçocas na “partennaire”, depois dentadinhas, e vai-se instalando, sobre as minhas pernas, um espaço de brincadeiras, algumas com certo grau de ambiguidade a que espero que o local seja totalmente estranho. O facto é que já começam a transbordar para a beira da secretária, já há patitas que chegam ao teclado, e isto está a tornar-se difícil.
Escrever com dez dedos não é para todos, mas escrever com os dedos com que somos capazes e “ajudados” por oito patas é quase impossível, COMEÇO A estar cansado de emendar qbihbrqbj wª W w wmksc cskl 2002434WºÇP2


Sérgio Ribeiro & companhia
Zambujal, Novembro de 2000 "

Ela era a Justine I, viva e atrevida, que foi atropelada aqui em frente de casa, como também aconteceu com a Justine II... e tanta vez nos lembramos das duas. Ele, bem, ele é o Mountolive que connosco vive há cinco anos, embora só apareça quando lhe a apetece, às vezes a horas pouco próprias..., para pedir (pedir? exigir!) que lhe mudemos a comida que, a seu critério, já não estará suficientemente fresca, ou para lhe enxugar o pelo da chuva que lhe caiu em cima durante as suas deambulações.

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

Ver o dinheiro recuperar a sua essência-função de instrumento, de meio no meio das coisas que os homens e as mulheres produzem e de que precisam para satisfazerem as suas necessidades. E os homens e as mulheres regressarem à consciência dessa função-essência do dinheiro.

De(a)ntologia

Deontologia é a ciência dos deveres a cumprir. Diz o dicionário.
Entre os deveres a cumprir por todos está (deontologicamente) o respeito pelos direitos dos outros; entre os deveres a cumprir pelos eleitos está (deontologicamente) nunca esquecer que apenas (!) estão em serviço de representação dos outros, e não ao seu próprio serviço, função ou profissão.
Isto deveria ser de(a)ontológico porque de referência antológica. Quotidiana.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Dito de outra forma (bela...)

Não basta quereres
para teres a lua

Mas não há outra forma
de um dia ela ser tua

Mário Castrim

Há utopias e utopias




A "utopia" do dia (por plágio e com agradecimento amigo ao Nuno Abreu)

Se outros conseguiram, porque não havemos de conseguir também?

segunda-feira, outubro 17, 2005

Isto dos blogs...

... passa um fulano anos a fio a dizer que tem uma saúde de ferro, que nunca se constipa, que mais isto e mais aquilo. O que nem sempre é verdade porque uma constipaçãozita não há quem não tenha. Mas sempre se pode disfarçar e dizer que... mais isto e mais aquilo. Aquelas mentiritas vaidosas de trazer por casa e que não fazem mal a ninguém!
Até que o tal sobredito fulano se mete nisto dos blogs e lá se vai toda a privacidade. Como é que um fulano a pingar do nariz, ou a tossir, ou chateado que nem um constipado (na versão lusa e não na francófona!), pode ter utopias do dia, ou dias com utopias?
Ele bem avisou que uma dessas suas apelidadas utopias seria a de as ditas constipações acabarem antes de começarem... mas foi tarde. Já tinha começado!, e agravou-se com as idas aos Castelos e às exposições chichorras (que coisa linda! Vão ver... mas não se constipem!).
Em suma, interrompi essa coisa das "utopias do dia" porque não vinha agora dizer que a "utopia" do dia seria a das constipações acabarem depois de terem começado. É a única que me vem à cabeça (coitadita... não está nada boa), e não fazia sentido, desvalorizando a sequência utópica ou o utópico folhetim que é preciso manter com algum nível (Aquele dos serviços mínimos de que o governo tanto gosta com todos os srs. ministros esquecidos de quando andavam metidos em greves académicas e outras).
Adiante que comecei a desconversar, mas confesso que com um ou dois desses fulanos gostaria de ter umas conversinhas, só para lhes lembrar o que eles diziam daqueles que, ontem, faziam o que eles hoje fazem e dizem.
Bom. Isto há-de passar.
E as "utopias" seguirão dentro de momentos.
Quanto à UTOPIA... essa resiste a todas as constipações e males bem maiores. Como esse da idade e de outras doenças que atacam alguns outros fulanos a que me referi linhas atrás e de que não quero falar mais.

Mas isto também só é uma maneira de estar para aqui a conversar comigo. Não me liguem que a febre não é alta... se é que estou com febre.

sábado, outubro 15, 2005

(De) antologia

Lápide e dar. Tente-se o detalhe. O que significa a vitória eleitoral da senhora dr.ª Fátima Felgueiras? Os significados são vários e simultâneos, quase nenhum abonando em favor da salubridade da pátria. Mas há um significado que é lisonjeiro. No plano jurídico há o princípio da presunção da inocência. O princípio é estúpido - como quase todos os princípios tendem a ser -, mas é preferível ao princípio antípode, perfilhado tanto pela generalidade da ralé quanto pelos jacobinos com vestimentas ornamentadas com folhos e rendas e que, consonante o caso ou o pormenor, entendem nisso ter conveniência. Pelo que, não obstante as quantas almas indignadas e que julgam ter acontecido a desgraça, certo é que o povo de Felgueiras demonstrou uma virtude salomónica, celebrando tempestiva, no tempo que é devido, e politicamente a ainda inocência da dita fulana. Seja como for, em termos políticos, o espectáculo de alcandorar novamente a mencionada criatura na honra de senhora presidente da Câmara Municipal foi pungente. A lapidação teria sido mais bonita. Mas o povo, como cordeiro que mais ordena, decidiu dar-se ao seu destino. Não demorará a recomeçar a balir e a clamar ó da guarda! É essa, a desilusão, a única constante nos gentios. Nicky Florentino.

(de Albergue dos danados)

sexta-feira, outubro 14, 2005

A despropósito de definições

Um cretino é sempre um cretino... tenha o que tiver vestido!

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia?

Acabarem as constipações antes de começarem!

(desculpem o espirro e obrigado pelo "santinho")

quinta-feira, outubro 13, 2005

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

Acordar em Ourém numa outra Ourém!

É inacreditável!

Andava-se, aqui por casa e pela Som da Tinta, numa azáfama por causa da exposição do Roberto Chichorro na Galeria Municipal, até com a satisfação de o termos por cá a "arrumar" o espaço, quando o carteiro nos trouxe o correio do dia e, nele, o Ourém-informação de Setembro, "informação municipal".
Folheámo-lo e detivémo-nos na penúltima página, no título "Programa Cultural 2005-Outubro".
Três acontecimentos para Outubro:
Feira de Antiguidades - a inciativa que tem a colaboração da "Livraria Saber Antigo" (com o que me congratulo...);
I Rota dos Pinheiros - uma simpática organização do BTT Clube dos Pinheiros;
XVI Festival de Bandas de Ourém - organização da Academia de Música de Ourém, que já coloquei na preenchida agenda.
É tudo!
Então... então e a abertura da exposição do pintor Roberto Chichorro, um nome maior das artes em Portugal (e não só, como dizem alguns), no dia 15 de Outubro, na Galeria Municipal, mantendo-se aberta até ao fim do mês? Como é possível que este acontecimento, que é um acontecimento cultural da maior relevância, não seja referido? Ainda se fosse no espaço Som da Tinta se poderia compreender, embora se não aceitasse... mas na Galeria Municipal, cedida pela Câmara, é absolutamente incompreensível e inaceitável!




Roberto Chichorro a descer da Galeria Municipal, depois de lá ter posto os seus quadros, a treinar para ir participar no acto cultural da Rota dos Pinheiros...

quarta-feira, outubro 12, 2005

Obrigado, Roberto

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

Acordar cada manhã com uma utopia para o dia e para a vida... e ter tempo de a passar para aqui (se não, algumas perdem-se!)

segunda-feira, outubro 10, 2005

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

Ser presidente da Assembleia Municipal de Ourém! (não eu mas o eleito da CDU que sou eu... o que é igual mas não é o mesmo, ou vice-versa)

Ainda as eleições... na Alemanha

Dois recortes (talvez) oportunos:

"O Partido de Esquerda é tratado como uma espécie de leproso
a que ninguém se quer aliar"
(Expresso de 24.09.2005)


"No rescaldo eleitoral, o partido "A Esquerda" reafirmou a sua recusa em formar governo com o SPD, devido à orientação neo-liberal, sublinhando que esta posição de princípio manter-se-á até serem revogadas as contestadas reformas dos sistemas de protecção social."
(Avante de 22.09.2005)

Quem são os "leprosos"?

Consequências de eleições

Oiço a rádio e parece que, na Alemanha, os dois partidos ao centro, os mais votados no conjunto do País, fizeram a partilha do "poder".
A juntar a outros factos mais próximos, sinto a cidadania agredida.
É este "poder" (político, delegado pelo povo ao escolher os seus representantes) a ser manipulado pelo verdadeiro poder. Assimilando democracia a capitalismo.
Na parte leste da Alemanha, onde o partido "a esquerda" foi o segundo em votação, com 25% dos votos, e no conjunto do país conseguiu 54 deputados, foi tratado como se "lepra" tivesse.
E tem! Tem a "lepra" de não ser deste sistema a que nos querem obrigar. É preciso lembrar que pelo menos 25% dos eleitores votaram contra esse sistema... apesar de estarem numa parte do país onde se viveu, com todos os erros e dificuldades, a verdadeira alternativa ao sistema e se quer fazer crer que foi "o inferno" e que "já deu o que tinha a dar".
Parece que não!

CDU - Objectivo alcançado!

O objectivo afirmado desde o primeiro dia foi alcançado: a CDU recuperou o seu mandato na Assembleia Municipal. E conseguiu-o folgadamente. Elegeu o 15º deputado municipal, só depois dele tendo sido eleitos 4 PSD e 2 PS. O CDS-PP perdeu um mandato. A AM ficou composta por 27 PSD (12 directos + 15 presidentes de junta), 10 PS (7 directos + 3 presidentes de junta), 1 CDS-PP e 1 CDU.A CDU obteve 5,73%, quando em 2001 teve 3,75%.Para a Câmara, a CDU teve 664 votos e 2,84%, quando em 2001 tivera 3,43% mas´sublinha-se que em 1997 tivera 1,51%. Comentários ficam para amanhã. Por agora, apenas uma calorosa saudação a todos os candidatos e a quem tanto trabalhou para este resultado ser possível, contribuindo para o resultado nacional que se releva.

(do blog CDUporOURÉM)

domingo, outubro 09, 2005


Já agora... uma confissão!

Ontem, gostei de ser o presidente da direcção (ainda não empossada) do Juventude Ouriense!
Pela equipa directiva que somos (seremos), por aqueles que nos proporcionaram um excelente espectáculo desportivo de hóquei naquele pavilhão da nossa vergonha, pelos "meus" "putos do hóquei" no Entroncamento, pelo comportamento dos assistentes (entusiático mas auto-controlado), pelo ambiente de amizade e convívio que vivemos os que foram ao Xico Santo Amaro confraternizar.
Assim gosto.

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

Que o que eu ando dizendo aos meus vizinhos, por estes meios ou em encontros onde as nossas estradas se cruzam, tenha sido ouvido e entendido com a intenção e o compromisso com que dito foi. E feito será se.

Na longa espera apenas começada

Apeteceu-me ir buscar, à estante, umas velhinhas Notícias do Bloqueio (de há perto de 50 anos...) e, já agora, reproduzir este poema - datado, datado - do Papiniano Carlos:

CAMINHEMOS SERENOS

Sob as estrelas, sob as bombas,
sob os turvos ódios e injustiças,
no frio corredor de lâminas eriçadas,
no meio do sangue, das lágrimas
caminhemos serenos.

De mãos dadas
através da última das ignomínias,
sob o negro mar das iniquidades
caminhemos seremos

Sob a fúria dos ventos desumanos,
sob a treva e os furacões de fogo
dos que nem com a morte podem vencer-nos
caminhemos serenos.

O que nos leva é indestrutível,
a luz que nos guia connosco vai.
E já que o cárcere é pequeno
para o sonho prisioneiro,
já que o cárcere não basta
para a ave inviolável,
que temer, ó minha querida?:
caminhemos serenos.

No pavor da floresta gelada,
através das torturas, através da morte,
em busca dos país da aurora,
de mãos dadas, querida, de mãos dadas
caminhemos seremos.

Eu escrevi que o poema do Papiniano Carlos era datado?
Pois escrevi. Está bem, confirmo:
09.10.2005

Não disse... mas digo!

Puta que os pariu!,
já uma vez disseram que eu disse
e nos jornais publicaram.

Mentira!, tal não disse!,
mas agora digo,
digo que esses que disseram que eu disse o que não disse
não merecem as mães que os pariram
e que putas não eram
mas putas se tornaram
por tais filhos da puta terem parido como filhos!
E disse!
Ou melhor: tenho dito!

Eu fichei-vos no meu arquivo pessoal e intransmissível

Eu fichei-vos
ó mil-folhas,
ó mil-falhas,
ó mil hafres.
Que 30 mil virgens se saciem
nas vossas 1001 noites de ejaculação
até à vossa impotência final!

Eu bem os vejo

Eu bem vos vejo
ó camaleões,
que ontem eram lagartos,
que hoje são lampeões
e amanhã dragões;
que ontem eram vermelhos,
que hoje são rosas
e amanhã laranjas
(mas com a “máscara rosa” na gaveta
… para depois de amanhã
ou para quando útil lhes for).
Mas sempre, ó leões desdentados!, com esse cheiro a cama,
a promíscuo,
a suor (dos outros),
a esperma (não de amor mas de punheta,
às vezes a dois que é a mais triste de todas)

Uma manhã que começa uma longa jornada para a noite

sexta-feira, outubro 07, 2005

Em toalha de papel

Foi no Xico Santo Amaro, enquanto comia só, como em muitos outros lugares tem sido.
Estava irritado. Sei-o pelo que fui escrevendo na toalha de papel. Tanto o estava que algumas das coisas que escrevinhei na toalha de papel não serão publicáveis, isto é, não serão tornáveis públicas. Estas ainda o são.
Ao procurar "utopias" para os dias que iriam seguir, comecei a brincar com as palavras e fui rabiscando:

Há os "utópicos" como há os sem-utopias,
e também há os sem peias que são a modos de cemtopeias.

&-----&-----&

Mas... eu topo-vos,
ó cemtopeias!
Com o vosso ser sem peias,
com o vosso sem pudor,
com a vossa sem vergonha
… em cada pata
das cem patas que tendes.

&-----&-----&

Eu encaro-vos
ó duas-caras
(ou com três ou mais).
Com o vosso descaramento,
com o vosso descarado mentir,
… em cada cara
das vossas muitas caras
está a caracatura de um homem
com vergonha na cara.

Há utopias e utopias

A minha "utopia" do dia:

O reino da liberdade, sendo esta a consciência da necessidade.

terça-feira, outubro 04, 2005

Noite mal dormida/prrosa em verso parida

Seriam os barões uns ladrões?
E os condes estariam estáveis?

Terão sido as armas e os barões assinalados
e os duques e os condes condestáveis
mas os bichos, os simões, os ribeiros, os vieiras
e muitos mais plebeus que tais,
que da risonha já vila nova partiram,
das plagas ocidentais oureanas abalaram,
alguns passando até as fronteiras pátrias,
ao fim de lustros voltaram (*),
uns certos ilustres, outros não, tendo tido sortes várias,
mas voltaram todos os que saudosos estavam,
e chorosos ficaram
ao verem o que tinham desfeito e feito
da terra querida e não esquecida.
Pois esses quais,
encontrando-a triste, acinzentada e acimentada,
logo, com muitos que por cá ficaram
e outros que entretanto nasceram,
levantaram alta a sua voz e preito:
querem a sua terra devolvida ao respeito,
ao que era o seu antigo trilho e o seu velho brilho,
que era o dos quintais e das ruas de antanho,
que eram os largos e ribeiras das brincadeiras,
querem, enfim, o regresso à ancestral grandeza.
E querem-no com um querer tamanho
que irão conseguir a empreza!

Quando?
O tempo o dirá, ele que tudo diz,
mas… porque não começar já a 9 de Outubro de 2005?



(*) – se nenhum a vila nova, e os castelos, as fátimas e freixiandas esquecerem, alguns nunca estas paragens perderam das vistas.

Frutos de insónia

I have a dream,
como dizia o outro, o Martin Luther King,
a propósito de direitos humanos que direitos humanos eram!

Há utopias e utopias

Duas "utopias" minhas do dia, para (me) compensar:

Uma máxima:

No dia 9 de Outubro, Luís Vieira presidente da Câmara de Ourém (e reparem que tenho a modéstia de não falar em maioria absoluta, até porque é coisa de que não gosto)
(A Assembleia Municipal, comigo a presidir, ficaria atenta e crítica)

Outra mínima (como os serviços em ocasiões de greves...):

No dia 9 de Outubro, PS e PSD cada um com 3 três eleitos para a Câmara, a CDU com 1!
(Seria giro. Eu, na Assembleia Geral, como presidente, claro, iria gozar à brava!)

PS(salvo seja...): se mandasse estas "utopias" para a janelvira, a Elvira votaria em nós?

segunda-feira, outubro 03, 2005

Tirado da gaveta - 3

Esta vai em intenção do Nuno Silva (obrigado!):

A freira
e o “expresso”

Ia p’ró “expresso” das 10 mas o das 9.45 estava a chegar.
Corri à bilheteira.
À minha frente, uma freira.
Queria ir para Coimbra. Perguntava horários entre as 14 e as 17, horas de chegada, se era melhor comprar já, e, e, e…
Ainda tossi mas desisti quando vi o autocarro ir-se.
Continuou… mais isto, mais aquilo…
Eu quase explodia quando resolveu. Nada!
Comprei, em cima da hora-certa, o bilhete para o das 10 que, chegado às 10.25, partiu depois da meia-hora.

Perdi a manhã por culpa daquela… freira.
Há penitência p’ró pecado do egoísmo?

Tirado da gaveta

Mais uma história em 100 palavras (contem-nas), esta dedicada ao Pedro Gonçalves que me desafiou, não para uma aposta mas para tirar mais coisas da gaveta:
Aposta perdida

O “Palito” é assim. Simpático, bem disposto. E em duas palavras que diz, saem três palavrões. Dos graúdos…
Não será por isso... mas é homem que dá trabalho aos advogados.
Naquele dia, ao entrar no escritório, a "secretária do senhor doutor", antes dos bons dias, desafiou-o:
“Ó senhor “Palito”, antes que abra a boca… se o senhor sair daqui sem dizer uma asneira, pago-lhe um almoço, aceita a aposta?”.
O “Palito” adiou o caloroso “bom dia”, sorriu e, com ar de homem calmo e controlado, abriu a boca:
“Humm, ‘tá bem… já se fodeu… vai pagar-me um almoço!”


(História (mais ou menos!) verdadeira... como todas as ficções.)

domingo, outubro 02, 2005

Tirado da gaveta

Um comentário da Raquel, e uma conversa ouvida e reproduzida, levou-me a desengavetar um dos texrtos de uma colecção pessoal e privada a que chamo "Cem palavras" que têm exactamente 100 palavras.
Foi um concurso do DN que me desafiou e em que entrei. E ficou como exercício.
Aqui vai o promeiro, com uma saudação especial para a Raquel:

A televisão,
a “irmã”
e a “epidemia de gripe”


Tinha-me deitado meio-engripado.
Com alguma preocupação, mas tranquilo porque, na televisão, o D-G da Saúde (e outros) tinham insistido em que não havia epidemia.
Assim me levantei e pus a caminho.
No cafézito da “Rodoviária”, tomava o galão-e-queque do pequeno-almoço quando entrou a freira.
Cumprimentos reverentes dos donos-da-loja à “irmã” (mas não deles).
Ela sentiu-se obrigada a retribuir “Então, sr. António!, está melhor da gripe?, veja lá, que ainda ontem, na televisão, eles bem avisaram: anda por aí uma epidemia!, valha-nos deus…”
E ámen!

Como ser pároco de uma freguesia destas?!





Há utopias e utopias

O querido comentador (e de que qualidade!) Cid Simões está a por-me problemas... Ele tem razão quando levanta reservas quanto à utilização da palavra/conceito (como todas são) utopia. Mas já procurei remendar dizendo que estas "minhas utopias" serão mais desejos pelos quais luto ou não luto, e a utilização da palavra/conceito, não respeitando rigorosamente Moore (o tal que Cavaco Silva julgava que era um futebolista ou coisa assim, não foi?), é no seu sentido popular, próximo do desejo inalcançável desde que não se procure alcançar o que impossível parece ou o que os outros, os que estão bem como estão, acham que impossível é.
Por isso, a minha "utopia de hoje":

Fazer-em perceber... mesmo - ou sobretudo - quando me explico mal.

Sem prejuizo de aceitar o desafio do Cid Simões.

sábado, outubro 01, 2005

Há utopias e utopias

A minha utopia do dia (ou da madrugada):

DORMIR!

Esta é só para o dia de hoje ou outros parecidos...

sexta-feira, setembro 30, 2005

Há utopias e utopias

A(s) minha(s) utopia(s) do(s) dia(s):

Ter - todos os dias! - tempo para passar para aqui a utopia com que adormeci, ou com que acordei para começar o dia.

Esta é mesmo utopia (cqd como se diz na matemática)

Conseguir que as minhas utopias do dia tenham quem se interesse minimamente por elas.

E é tão bom ter utopias (ou desejos?) destes e vê-las (vê-los?) cumpridos.Obrigado, amigos

Vir alguém dizer-me que ainda falta uma!

A esta chamaria... contabilistica. Mas estou sempre a prestar contas aos outros.

terça-feira, setembro 27, 2005

Há utopias e utopias

A minha utopia do dia:

Viver as 24 horas do dia...
porque não tem mais e a utopia não vai tão longe que interfira nessa coisa dos sois e das luas.

Esta é demasiado pessoal mas, que querem?, acordem com ela na cachimónia.

segunda-feira, setembro 26, 2005

De vez em quando...

... a mesma dúvida me é acordada ao ouvir declarações de dirigentes partidários e que, por isso, se julgariam particularmente bem colocados para não terem:

será que não se conhece a diferença entre delito de opinião e (in)disciplina partidária (como poderia ser associativa, no relacionamento doméstico, onde quer que seja que os homens e as mulheres se organizem para con-viver)?

Há utopias e utopias

A minha utopia do dia:

Uma Europa de cooperação entre Estados soberanos, independentes e solidários - entre eles o Portugal querido pelos portugueses, todos informados e conscientes - formando um mosaico de culturas, num mundo em paz .

Mais uma utopia (ou desejo?) pela qual luto para que se realize.
Quando? Sei lá... depende.

domingo, setembro 25, 2005

PASSEIOS À VOLTA DA CASA E DA MEMÓRIA - Itinerário 2 - 5

(continuação)

Ainda com o ladrar do Brutus (é o nome do cão dos nossos amigos) nas nossas costas, uma pequena paragem onde a Rua da Terra Fria tem, à nossa direito, a Travessa das Silveiras, para, mais uma vez, ver a baixa que, depois, sobe pelas Silveiras e chega aos castelos. Sempre diferente.
Pequena teve de ser a paragem porque ela já lá vai… Passam por nós tractores com atrelados vindos das vindimas. A todos saudamos e saudados somos. Mas aquele que acaba de passar por ela foi mais efusivo… mas não a fez desacelerar!
"Olha… é o senhor Torda…”
“Ora viva, doutor… ‘tá bom”
“Tou, sim senhor… e o amigo?... vem da vindima?”
“É verdade…”
“E que tal? Este ano há muita uva, não é?”
“Ih! Muita… o ano passado fiz 26 cestos e este ano 51…”
“Boa… Quase, quase o dobro…”

Olhou para mim, admirado por eu fazer contas tão depressa…
“… e estão grossas?... não houve aquela chuvita…”
“Não estão más… não estão nada más… vai sair boa pinga!”
“Temos de a beber…”
“Não me falte lá na adega, ó doutor”

E seguiu cada um para seu lado. Eu a ver se a apanho… Consegui apanhá-la. E chegamos juntos à Rua Joaquim Ribeiro. É como se já estivéssemos em casa.
E a casa voltamos. Como no final de todos os itinerários.

Há utopias e utopias

A minha utopia do dia:

Jerónimo de Sousa a passar à 2ª volta das presidenciais

Por esta, lutaremos nesta batalha que se segue à das autárquicas.
Por agora...

sábado, setembro 24, 2005

PASSEIOS À VOLTA DA CASA E DA MEMÓRIA - Itinerário 2 - 4


(continuação)

Depressa se chega ao Zambujeiro, pegadinho ao Zambujal naquela que é a estrada principal. Apesar do pouco movimento estão a apetecer-nos passeios pelo campo… Outros itinerários.

Neste itinerário, temos outra casa velha e a cair. Corta o coração, até porque confrontamos mamarrachos à volta (que não fotogramos para não sujar a objectiva... ou não comentamos) que tudo perdem perante a harmonia de espaços e volumes que o tempo e a vida apuraram e que estamos a deixar destruir. E os castelos, sempre tutelares, a acompanharem-nos.
Zambujeiro é curta povoação e logo aparece o Casal Branco. Já com outras dimensões e pretensões. Onde está a loja do Lopes sempre muito frequentada e onde há festa e até um cemitério!

À entrada de Casal Branco damos a volta e fazemos, pelo outro lado, o caminho de regresso. Sem repetir os passos não repetimos as fotografias. Faz-se rápido até chegar ao cruzamento para S.Sebastião, pela Rua da Terra Fria já nossa conhecida mas não este troço.

Indo pela Rua da Terra Fria, encontramos casas de amigos, como esta. Uma casa de amigos e um cão (preso!) que ladra que se esgalga… até aos amigos da casa. Aqui podíamos parar, como às vezes fazemos, para beber uma aguita e trocar dois dedos de conversa. Mas o ritmo (ah!, o ritmo…) desta vez não deixa. Isto é, ela não quis por causa do ritmo que se/nos impôs…

Há utopias e utopias...

A minha utopia do dia:

Que as crianças tenham aapenas uma fome: a fome de ler, de aprender, de conhecer o viver dos outros (não a vida dos outros...), a fome de serem solidários,
E que não tenham de se defender e de ser protegidas dos adultos.

sexta-feira, setembro 23, 2005

PASSEIOS À VOLTA DA CASA E DA MEMÓRIA - Itinerário 2 - 3

(continuação)

A caminho da chamada Rua Principal, vemos as traseiras do pátio da Escola do Zambujal, a que tanto quero com o recreio onde me lembro de ter andado a dar chutos numa bola em brincadeira com os miúdos.
E quando lá chegamos, à Rua Principal, temos pela frente a paisagem repousante e empolgante das Silveiras a subirem para o morro dos Castelos.

Logo se encontra uma casa, a primeira que se fotografa, esta casa tão bela e harmoniosa que temos tanta pena de ver estar a deixar-se destruir.
Andando, caminhando que assim se fazem os caminhos, se descobre esta resistente picota a enquadrar os Castelos.

(continua)