sábado, outubro 15, 2005

(De) antologia

Lápide e dar. Tente-se o detalhe. O que significa a vitória eleitoral da senhora dr.ª Fátima Felgueiras? Os significados são vários e simultâneos, quase nenhum abonando em favor da salubridade da pátria. Mas há um significado que é lisonjeiro. No plano jurídico há o princípio da presunção da inocência. O princípio é estúpido - como quase todos os princípios tendem a ser -, mas é preferível ao princípio antípode, perfilhado tanto pela generalidade da ralé quanto pelos jacobinos com vestimentas ornamentadas com folhos e rendas e que, consonante o caso ou o pormenor, entendem nisso ter conveniência. Pelo que, não obstante as quantas almas indignadas e que julgam ter acontecido a desgraça, certo é que o povo de Felgueiras demonstrou uma virtude salomónica, celebrando tempestiva, no tempo que é devido, e politicamente a ainda inocência da dita fulana. Seja como for, em termos políticos, o espectáculo de alcandorar novamente a mencionada criatura na honra de senhora presidente da Câmara Municipal foi pungente. A lapidação teria sido mais bonita. Mas o povo, como cordeiro que mais ordena, decidiu dar-se ao seu destino. Não demorará a recomeçar a balir e a clamar ó da guarda! É essa, a desilusão, a única constante nos gentios. Nicky Florentino.

(de Albergue dos danados)

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois aí é que está o problema!
A população de Felgueiras e não só, foi/vai atrás do populismo, da “vítima” mediática e depois reclama, protesta e exige! Tarde demais!
Foi o presidente do meu concelho que tratou de todo o seu processo (da dita senhora) de ida e volta para o Brasil! Claro que este é bem mais inteligente! Faz o que quer, ninguém consegue provar! A Fátima, não passa de uma aluna medíocre à sua beira!
Saber que um dos bens mais preciosos conquistados em Abril, foi o Poder Local!
Não fosse a corrupção, o que se poderia ter feito! Como seria Portugal!
O problema é profundamente grave! Verdadeiramente sério!
O desacreditar da classe política, começou também, com estes “autarcas” prepotentes que feriram quase de morte, quase irremediavelmente o Poder Local!
Mas não o mataram!
E a Luta tem de continuar!

GR

Anónimo disse...

Texto excelentemente escrito