domingo, abril 29, 2007

Transcrevendo uma convocatória

Porque este blog é do "Zambujal e arredores, isto é Ourém e o resto do Mundo", e por isso, sendo do "resto do Mundo" (universal), é oureense (local) transcreve-se esta "convocatória" da maior importância




CONVOCATÓRIA












No final de uma época em que o Juventude Ouriense foi "a revelação da 1ª divisão do hóquei em patins", e não os “coitadinhos” como alguns esperavam, tem de se ganhar ao Valongo na próxima terça-feira, dia 1º de Maio.

Para isso, é preciso a presença de TODOS no Pavilhão do Pinheiro.

Como sempre, contra tudo o que foi acontecendo ao clube, vencendo todo o tipo de obstáculos, e até de perseguições, que dificultaram a caminhada, conta-se com o apoio dos oureenses.

É preciso encher o Pinheiro!

Os atletas que nos representaram,
ao longo da época, merecem
todo o apoio!

Todos ao Pinheiro,
no 1º de Maio, às 18 horas



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Nota também (ou ainda mais) importante: esta convocatória e transcreve-se também por se saber que já houve público protesto por o jogo ter sido marcado (pela Federação Portuguesa de Patinagem) para esta data - dia do trabalhador - como já o ano passado se protestou por se terem marcado jogos para o dia 25 de Abril!

Outras vistas...

Só para ficar como contraponto. Sem comentários... a não ser o de que "aquela" foto do outro post até seria um bom documento (e uma bela foto), se viesse acompanhada de outras, se não fosse na primeira página, se não tivesse a evidente intenção que tem. Se não fosse uma vergonha!

sexta-feira, abril 27, 2007

Vergonha!

Ao ver esta fotografia da manifestação do 25 de Abril, publicada na primeira página do Público (aliás, a única que o jornal publicou do acontecimento na edição de ontem), o que sinto é vergonha. Por aqueles que a não têm, que nunca a tiveram ou a foram perdendo pelo caminho.
É que eu estive lá, com umas dezenas largas de milhares de pessoas, e se há mentiras flagrantes, faltas de ética, quebras de deontologia, esta foto é tudo isso e muito mais.
Nem culpo o fotógrafo que, decerto, muitas outras fotografias tirou, mas culpo quem escolheu esta para ilustrar o que foi uma enorme, viva, entusiasmante, manifestação mas de que se quis dar uma outra, e deturpada, imagem.
Uma vergonha!
Indo a seguir às primeiras filas da manifestação, várias vezes parei no percurso, olhei para trás, para a massa de gente que estava descendo a avenida e, já a pisar os Resatauradores, lamentei não ter com que registar a beleza do sol a iluminar tanta gente ainda no Marquês de Pombal. Mas vou pedir umas fotos a uns amigos... porque esta vergonha não fica assim! Como diz o poeta (mais ou menos...) a raiva cresce e a esperança multiplica-se!

Muros e (falta de) vergonha

Ainda no Actual, Anabela Fino – em Democracia emparedada – comenta a construção do muro em torno do bairro de Adhmiya, em Bagdad, que começou em 10 de Abril, com 4 metros de altura e 5 quilómetros de comprimento para se isloar um enclave sunita nos bairros xiitas da capital iraquiana.
Claro que a “ideia” e a sua concretização são da administração Bush, que não se conforma (ainda!) com o fracasso da sua invasão e ocupação, embora a tal vá ter de se submeter dada a oposição crescente que lhe é feita, também internamente.
Trata-se de uma “prisão colectiva”, que nada resolverá, antes acirrará o que é o quotidiano de morte e destruição, mas não é novidade.
E se já Israel fez o mesmo nos territórios palestinianos ocupados, no Iraque têm-se multiplicado os postos de controlo, as barreiras de cimento e arame farpado, os cortes de estrada.
Assim se alimentam os ódios latentes, em vez de se fazerem esforços para os vencer e superar, numa política de coexistência e de vizinhança que, aliás, nalgumas dessas paragens, existia entre povos diferentes (ou nem tanto).
E é significativo que quem o esteja fazendo use e abuse das referências aum outro muro, que foi derrubado em Berlim, para capciosa ou directamente fazer propaganda ideológica junto de quem nada sabe das razões da sua construção, nem da sua localização.
Por vezes, custa conviver com tanta hipocrisia.

"A saúde é um direito, não um negócio"

Há semanas em que o Avante! é uma espécie de refrigério… mas também um criador de angústias. Por ele, se pode tomar conhecimento rigoroso da realidade, da realidade que, com "outro rigor", é escondida dos portugueses.
Nesta semana, na secção Actual, Margarida Botelho diz coisas sobre o novo hospital – o da Luz –, do Grupo Espírito Santo, inaugurado pelo Presidente da República e dois ministros, coisas que são interessantes, como pertinentes são os comentários que faz.
Só dois dados: cada consulta de urgência custa 90 euros e o internamento diário pode chegar aos 240 euros (que Eusébio não terá pago como elemento promocional do novo investimento que foi, decerto contra sua vontade).
O hospital tem uma maternidade, sem que (como o sublinha Margarida Botelho) lhe seja exigido o mínimo de mil partos por ano, e «por uma “política do grupo” o Hospital da Luz não fará interrupções voluntárias da gravidez, seja em que condições for»!...
Claro que “não é só para ricos” (afirmou o sr. ministro)… pois tem acordos com 15 companhias de seguros e só a ADSE garantirá 20% da facturação prevista, ou seja, é também para “pobres” que façam seguros, de preferência nas companhias do “grupo”, e o Estado comparticipa significativamente nos lucros previstos e assegurados da empresa.
Assim se vai destruindo o constitucional “direito à saúde” e o Serviço Nacional de Saúde criado para o materializar; assim “se potencia o crescimento do mercado”, como os investidores privados reconhecem e agradecem ao Governo.
Mas com resistência, pois “só na semana em que o Governo e o Presidente da República comemoraram o investimento do Grupo Espírito Santo, realizaram-se mais cinco manifestações em defesa do SNS: 5 mil pessoas pela construção do novo Hospital do Seixal, mil contra o encerramento das urgências do Hospital da Anadia, 200 exigiram médicos nas extensões de saúde de Torres Novas, mais de 600 contra o encerramento do SAP de Sesimbra".
Para além da entrega das 100 mil assinaturas recolhidas durante a campanha “A saúde é um direito, não um negócio”.
Fica, a título de informação.

quinta-feira, abril 26, 2007

Deu-me ganas de escrever...

26.04.2006

Vou no expresso.
E, desde ontem, deu-me ganas de escrever. Sobre tudo.
Começo (e publico) pelo 25 de Abril.
Esteve “enorme”, entusiasmante, a manifestação. À altura da data.
Num dia em que, à mesma hora!, se abriu o túnel do Marquês e se abriu a residência do Primeiro Ministro e se abriu o mais que se lembraram de abrir.
Num dia em que, de manhã, SExa. o P. da R., na A. da R., apelou à reflexão dos deputados sobre as comemorações do 25 de Abril, sugerindo (ordenando!?) que revejam o modo de as fazer, porque se tornaram rotineiras e blá-blá-blá -blá (ver DN, de ontem e de hoje, por exemplo).
E disse ele que pensava (ele?!...) nos jovens e na educação.
Pois.
Para SExa., as comemorações do 25 de Abril são apenas aquelas cerimónias oficiais. Que, aliás, ele já inovou ao retirar o cravo da sua lapela ou botoeira (devia fazer-lhe brotoeja, coitadinho…).
Onde nós nunca (mas nunca!) o vimos, foi nas outras comemorações Nas populares. Que há 32 anos se fazem. Sempre com o mesmo e novo entusiasmo. Sempre com a mesma e diferente determinação.
Onde ele nunca (mas nunca!) foi, foi às escolas contar aos meninos o seu 25 de Abril. Como é que ele podia? Coitado, não teve 25 de Abril, nesse dia andava por outras datas e sítios, e tem raiva a quem o teve. E tem, e continuará a ter!
E a SExa. tanto faz ler como não ler os jornais. Porque, se os lesse, nada se perturbaria ou incomodaria por ver silenciado – ou deturpado, ou falseado, ou o raio que os parta – o que foram muitas, muitas dezenas de milhar de pessoas na rua, enchendo a Avenida da Liberdade e transbordando para o Rossio, e por tanto barulho se fazer com uma eleição partidária de uma figurinha petulante que obteve uma “vitória esmagadora” sobre uma outra figurinha, com o resultado impressionante de 5.642 votos! Coisas desta “democracia”.
Voltando (depressa) às comemorações “oficiais”, se este transitório poder o quiser… acabe com elas. Haverá quem continuará a lembrar o 25 de Abril, e a fazer as suas comemorações. As do Povo. Do Povo a que ele, SExa., e outros que tais, não pertencem. Apesar de pelo Povo serem eleitos. São as contradições desta “democracia” que tão bem assimilou as contradições do capitalismo nesta fase.

terça-feira, abril 24, 2007

Na véspera do 33º aniversário do 25 de Abril

Para nós, comunistas, o 25 de Abril de cada ano é, sempre, uma Festa de Unidade.
Para os comunistas, para o seu Partido, o 25 de Abril não é uma data partidária. Porque sabemos que ninguém tem o monopólio desse momento histórico da conquista da liberdade e da democracia para o nosso Povo. Pelo nosso Povo.
Terá havido, nalguns episódios destes 33 anos, militantes nossos – ou quem então o era precariamente, em percursos das suas carreiras políticas pessoais – que, em nome do Partido Comunista, tenha tomado posições não coincidentes, ou não coerentes, com o que é a posição dos comunistas sobre o 25 de Abril.
Mas, sendo uma Festa de Unidade, não deixamos que dela nos excluam em quaisquer comemorações que se apresentem, ao Povo, como sendo do 25 de Abril de todos.
O 25 de Abril é o culminar de uma resistência de 48 anos. Ao fascismo e ao colonialismo. Que fizemos como mais ninguém a fez. Porque quando outros deixavam de ser o que eram, nós continuámos a ser o que sempre fomos, na luta que clandestina teve de passar a ser. Duríssima. Durante 48 anos! Resistência em que, sabemos!, nunca estivemos sozinhos!
Por isso, não deixamos que nos excluam dos 25 dos sucessivos Abris. Por isso, não nos oferecemos nem aceitamos convites para participar em comemorações que, dizendo-se do 25 de Abril, não o são porque ou nos excluem ou nos subalternizam. Queremos apagar-nos em unidade mas não consentimos que nos apaguem como meros figurantes em comemorações de figurões e protagonistas contumazes.
Recusarem-se, sistematicamente, em comissões de unidade que integramos, as nossas propostas e quererem impor propostas que não têm o nosso acordo, acusando-nos sempre de ser nossa a responsabilidade da falta de consensualidades, é fazer o mal e a caramunha. Que denunciamos

Pessoalmente, em Ourém, lembro a linda festa que foram as comemorações dos 10 anos do 25 de Abril, nos Bombeiros, em que trabalhámos mais do que ninguém mas que não foi uma festa (só) nossa, e tenho pena que não se tivesse repetido porque se privilegiam comemorações partidárias e “oficiais”, onde talvez nos concedessem participação enquanto tolerados ou convidados, eventualmente de honra, se a tal nos propuséssemos ou estivéssemos disponíveis.
Pessoalmente, sei que não fui um herói do 25 de Abril. Aliás, de nada fui ou serei herói. Mas não deixo que se esqueça que, com comunistas e com não comunistas, fui libertado das masmorras da PIDE, de Caxias, quando o Povo Português foi libertado e se libertou.
Para mim, o 25 de Abril é, e sempre será, uma Festa de encontros e de abertura de caminhos de unidade. Porque só assim a Liberdade e a Democracia serão – ou poderão vir a ser – plenas. Do Povo que somos todos.

segunda-feira, abril 23, 2007

Dia do Livro ou "Da grande utilidade de um prazer interdito"

Hoje, Dia Mundial do Livro, tirei da estante este livrinho, Aux Livres, Citoyens!, da editora Le Temps des Cerises, publicado em 1993, e que é uma preciosidade. Traduz-se como o autor, Jean-Michel Leterrier, introduz a sua obra, de 60 páginas, que bem ilustram o sub-título, De la Grande Utilité d'un Plaisir Interdit:

"Se o mundo do trabalho é o mais vezes evocado por aqueles que não o frequentam a não ser de muito longe, a leitura usufrui de um privilégio contrário. Os que mais escrevem ou comentam a crise da leitura são naturalmente aqueles que mais escrevem e lêem."

sábado, abril 21, 2007

Jasmim em muro de pedra

Esta manhã andámos por aqui a fotografar a primavera que nos enche o jardim e nos entrou em casa.
Que pena não termos "talento para bem fazer" e os aparelhos de que dispomos não estarem à altura do que queremos fixar... e mostrar. Mesmo assim...

quinta-feira, abril 19, 2007

Nem mais...

Num dos seus lúcidos e acutilantes "bilhetes" que José Casanova deixa na secção Actual do Avante!, lembra que "a entrega de cem mil assinaturas de protesto contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde por parte do Governo, passou quase depercebida pela generalidade dos orgãos de comunicação social: aqui ou ali uma noticiazinha escondida, ou nem isso."
E, depois de fazer o contraponto com os fait divers que enchem páginas e espaços, e tanto barulho fazem, sublinhando que nada disto acontece por acaso, termina dizendo que "várias das pessoas às quais os militantes comunistas se dirigiram pedindo as suas assinaturas, comentaram: "Se não fossem vocês onde é que isto já ia...". Nem mais: é por saberem isso mesmo que os donos dos media mandam silenciar a actividade do PCP."
Nem mais!
E, a propósito de mais: foram mais de cem mil assinaturas... mas quantas mais teriam sido se essa actividade, como as outras, não tivesse sido silenciada e tivesse sido conhecida por mais de nós?!

quarta-feira, abril 18, 2007

Informação

Sílvio,
(Re)encontrei, ontem, o "nosso" unicórnio azul!
Está lá em cima, mesmo por riba das mensagens em post.
Pela alegria que me deu (re)encontrá-lo, e poder dizer-to (aqui), dispenso qualquer alvíssara... nem que fosse de um milhão.

sexta-feira, abril 13, 2007

Independente mente

Independente mente de ter esta "história" das licenciaturas e de como adquiri-las quando se está em certos sítios, como daquelas que me são repulsivas, isto é, que centrifugo das minhas (pré)ocupações por uma questão de higiene pessoal (embora a guarde no «recanto dos exemplos a eventualmente usar como "prova de vida" de um certo sistema e de quem se mexe no interior - intestino! - dele»), independente mente de isso, não posso deixar de me deliciar com prosas em que tropeço e me amparam com a ironia "cínica" ajustada aos contornos morais (e murais) da dita "história".
Tinha de ser o Nicky Florentino, cataprum, a acertar(-me) em cheio e a fazer-me ler, deliciado como já disse, sobre o que decidira que ia deixar de me fazer gastar tempo, até porque a luta está noutras paragens e não pode parar na sujidade da unha quando o mal está no sabugo, no dedo, no braço e por ai fora corpo acima e adentro...
Independente mente de tudo o que já p'ráqui escrevinhei, leiam, se quiserem e/ou por favor, este naco florentino:
Uma personagem. É-me indiferente se o senhor eng.º José Pinto de Sousa é engenheiro ou se, tendo ido à tropa, foi cabo miliciano ou o raio que o parta. Fixei-lhe as feições e, para o que quer que seja, para mim foi, é e será o senhor eng.º José Pinto de Sousa, fulano, agora sei, licenciado em engenharia civil pela Universidade Independente. Reitero, licenciado em engenharia civil pela Universidade Independente, cujas instalações são ali para as bandas do Batista Russo, desde milnovecentosenoventaeseis. Posto isto, não se vislumbra o que mudaria se a criatura não fosse licenciada ou fosse licenciada em qualquer outra arte ou inutilidade, tipo engenharia aeroespacial ou direito ou economia ou sociologia. Convenhamos, a situação não está para melindres. A malta deve fazer pela vida, aproveitar as oportunidades e, como dizem os de outrora, instruir-se. Foi o que o senhor eng.º José Pinto de Sousa fez. Ele até tem um mba não se sabe bem em quê atestado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, vulgo ISCTE. Para além disto, note-se, nenhuma das suas propriedades académicas é evidente ou importante na teelvisão. Tão pouco o modo como as obteve. Com trabalho árduo concerteza, porque para um gajo ser engenheiro é preciso dar ao chinelo como o caraças. Pelo que o que verdadeiramente releva é que, como qualquer outro, o senhor eng.º José Pinto de Sousa é o que projecta de si em situação pública. E se diz que é licenciado em engenharia civil e se comporta como um licenciado em engenharia civil é porque ele é licenciado em engenharia civil. Ou seja, ele sabe o que é, nós sabemos o que ele é e é uma felicidade para todos. Nicky Florentino.
(in Albergue dos Danados)

segunda-feira, abril 09, 2007

Comunicado da "gerência" - Melhorias (?) no espaço

Face à concorrência, particularmente à muito próxima e muito bem-vinda embora nos venha diminuir a utilização de uma vantagem competitiva chamada Mounty, a "gerência" deste espaço sentiu necessidade de fazer algumas "obras" para tentar tornar mais aliciante a visita dos estimados "clientes".
Foi aproveitado o fim de semana pascal - em que não houve hóquei... - e, com o auto-didatismo que caracteriza (e limita...) a dita "gerência", perfil(ou-se) um elemento decorativo e criaram-se três espaços, onde os visitantes, num, podem "ouver" Eluard e o seu poema emblema "cá da casa", Liberté, e uma canção que também por cá (bem por dentro) se ouve muito - Sometimes I feel like a motherlesschild -, noutro está o sr. Jacques Brel com duas amostras nossas preferidas, Plat Pays e J'arrive, e o sr. Jean Gabin com o Maintenant je sais, que já por aqui foi referido e traduzido, por último, reservou-se um espaço lá em baixo, na "cave", para umas "coisas" sobre o amor, como Que serais-je sans toi? do Jean Ferrat.
São todos bem-vindos... e opinem!

domingo, abril 08, 2007

Com a devida vénia...

... transcreve-se de O tempo das cerejas:

Só pode ser engano !

Na sua edição de hoje, o DN, sob o título "Tribunal de Contas põe culpas do lado do Governo", publica mais uns elementos sobre a íncrivel trapalhada que parece caracterizar o incidente entre aquele Tribunal e o Governo por causa do número de pessoas contratadas para a Presidência do Conselho de Ministros. Resumindo, parece que o Governo está muito escamado porque o Tribunal de Contas fez juízos e apreciações com base numa lista fornecida precisamente pela Presidência do Conselho de Ministros. Também parece que a disputa incide ainda sobre uma alegada contagem de pessoal que ainda era do tempo de Santana Lopes, continuando a faltar mesmo assim explicar uma discrepância de 44 elementos.
Mas a razão deste «post» não é o fundo desta discussão mas sim um curioso parágrafo que consta da peça do DN. Com efeito aí se diz que «O DN apurou que para esta "confusão" de números contribuiu o facto de muitos dos nomeados ainda no tempo de Santana aparecerem ainda na lista do gabinete de José Sócrates, pelo facto de ainda terem recebido as respectivas remunerações nos meses seguintes, apesar de já não estarem de facto no gabinete do PM» (o negrito é meu).
Repito e pergunto: «nos meses seguintes» ? E creio sinceramente que só pode ser engano do DN ou das suas fontes. É evidente que os nomeados por Santana Lopes tinham todo o direito a receber o vencimento do mês em que cessaram funções e até as chamadas «partes proporcionais» de férias e subsídios de férias e de Natal. Agora «terem recebido as respectivas remunerações nos meses seguintes, apesar de já não estarem de facto no gabinete do PM» já seria abuso, pouca vergonha, escandaleira e fraude.
Era bom que o DN reflectisse sobre isto que divulgou, eventualmente emendasse a mão ou então, em alternativa, que vá puxando a linha a este aspecto da questão.

(VITOR DIAS)

sábado, abril 07, 2007

José Vegar na Som da Tinta

No próximo sábado, dia 14 de Abril, pelas 16.00 horas, José Vegar estará em Ourém, no espaço da livraria-editora Som da Tinta, não apenas para falar da sua profissão e da sua obra, mas também para, por via da apresentação do seu mais recente livro, contribuir para uma reflexão sobre as transformações por que estão a passar as forças de segurança em Portugal e os desafios que se colocam à sua missão. Reflexão que, face a acontecimentos recentes também vividos por cá – com a redefinição da orgânica e dos territórios de intervenção da GNR e da PSP –, também importa desenvolver localmente.
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José Vegar nasceu em Luanda, em 1969. É jornalista profissional desde 1989, freelancer desde 2000. Trabalhou em jornais diários, Público e 24 Horas, e em hebdomadários, Expresso, O Independente, Semanário e Tal & Qual. Colaborou com revistas diversas, Fortuna, Grande Reportagem, Janus, Jornalismos e Jornalistas, Livros, Maxim e Sábado. Enquanto repórter, esteve presente em cenários de conflito vários, Bósnia, Ruanda, Sara Ocidental, Los Angeles ou Timor-Leste.

Em 1992, foi-lhe atribuída a Menção Honrosa do Clube Português de Imprensa e, em 1993, a Menção Honrosa do Clube de Jornalistas. Em 1997, foi considerado o «Jornalista do Ano». Em 2000, recebeu o Grande Prémio «Gazeta» e, ainda no mesmo ano, os prémios «Jornalismo e Direitos Humanos» e «SAIS – Novartis Portugal». Em 2002, foi galardoado com o Grande Prémio «AMI – Jornalismo contra a Indiferença».

Organizou antologias de reportagem (por exemplo, Reportagem – Uma Antologia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001) e, em conjunto com a procuradora Maria José Morgado, escreveu um dos livros de referência sobre o fenómeno da corrupção, O Inimigo sem Rosto. Fraude e Corrupção em Portugal (Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2003). É também autor de um livro policial, Cerco a um Duro (Lisboa, Editorial Notícias, 2005).

O seu livro mais recente, Serviços Secretos Portugueses. História e Poder da Espionagem Nacional (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2007), é o resultado de uma investigação longa e apurada e visa revelar a realidade opaca dos serviços secretos portugueses. Este título é ainda, convém referir, mais um contributo de José Vegar para a compreensão do fenómeno da segurança, ao qual tem dedicado parte significa da sua atenção, o que faz de si uma das vozes portuguesas autorizadas sobre a matéria.

sexta-feira, abril 06, 2007

Quase uma despedida...

Comunicado de Mr. Mountolive Cat:

Dei-me a conhecer neste blog. Ou, para ser mais rigoroso, fui dado a conhecer neste "anónimo do séc. xxi".
Aqui arrangei simpatias e amizades, e apercebi-me que, quando o "gestor" do espaço se sentia um pouco desmotivado por não ter quem lhe fizesse comenários, "pedia emprestada" uma fotografia minha, publicava-a com umas suas legendas, por vezes pouco a propósito, e era resultado seguro, logo apareciam alguns comentários, e ele recuperava - à minha custa, e de quem me tira a maioria das fotografias - um pouco daquilo a que os humanos chamam auto estima.
Pois abriu, hoje, um blog novo que, em grande parte, me é dedicado porque sou um dos quatro do "Quarteto de Alexandria", a obra de Durrell, e não sei onde a autora irá buscar imagens da Justine (a não ser as que for buscar a um arquivo de saudades...), da Clea e do Baltazar, que são os outros títulos do quarteto.
Em resumo, quem me quiser ver com mais frequência visite quartetodealexandria.blogspot.com que por lá me encontrará.
E isto é só quase uma despedida porque talvez aqui venha de vez em quando recordar "velhos tempos". Mas o tal "anónimo" que me fotografe se aqui me quiser ter. Andar a fazer figura - e a recobrar da tal auto estima - à boleia de fotos de outro(a) é que não me parece bem.



De qualquer modo, até breve ou até à vista.

Privados de público

Quando o que é público funciona mal, a culpa é de ser público e dos funcionários que públicos são (ou eram).

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A ordem (nova, sempre nova, sempre renovada) é: privatize-se.

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Quando aquilo que é privado, porque privatizado foi, funciona mal – ou até faz pior, tais negócios ilícitos, ilegais ou sujos… como lavar dinheiro – a culpa é do Estado (público) porque não fiscaliza, porque não tutela, porque não controla.

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Como devia, claro.

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Porque o Estado, para quem assim perora, é para isso mesmo: para dever…

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(… pois!, os impostos que ao Estado pagamos, e que nos devidos são, são para que este - que é público - crie condições para que o privado cumpra os seus desígnios e objectivos.)

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Sim, porque os impostos que se pagam ao Estado (quem paga, claro, porque só pagam os que não precisam de não pagar, ao contrário da enganosa consigna do fascismo os que podem aos que precisam) não são para que o Estado cumpra funções sociais, para que os direitos conquistados conquistas sejam.

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Isso está esquecido, e pobre (porque de espírito, pelo menos, será vilipendiado, e porque pobre materialmente corre o sério risco de ser) de quem o lembre!

Univers(al)idades

Independentemente do que se sabe ou não sabe, da boa ou má fé, do que é ou do que é, quem se diz independente…mente.

quarta-feira, abril 04, 2007

Quando chegar o tempo em que o homem seja amigo do homem...

Aos que virão depois de nós

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!

A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!

Infelizmente,
nós,
que queríamos preparar o caminho para a amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.

Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós
com um pouco de compreensão.




Bertold Brecht

terça-feira, abril 03, 2007

Vamos a eles, Mounti?

Afia-me essas unhas!
Aguça-me essas garras!*
(mas não nos sofás da sala...)
* - és uma das minhas armas... se calhar a única!

Deambulando... mas com rumo

Nas minhas deambulações navegantes, gosto de me deter em Open-source poetry. Apetece-me, por vezes - muitas - transcrever algumas coisas que leio. Porque não?

Dinâmicas da Pedra!
A Pedra ainda sente...

Olho para mim, sou eu...

Olho para ti, és tu...

Tento olhar para nós... será que já não somos?

posted by Zellig


fascismo nunca mais

quantos são?
à sombra do crime,
profetas das desgraças,
filhos bastardos da nação.

quantos são?
os ferros com que nos querem prender,
os calabouços frios e as mordaças,
não passarão a nossa união.
sejam fascistas cabrões,
juntos em grandes reuniões,
mas nunca serão pátria,
nem povo, e não vos valem os galões.

sejam parasitas, vermes,
invertebrados nazis,
mas a barricada que vedes,
tem por detrás um povo que grita:
fascismo nunca mais!

posted by pedras contra canhões


içar a vela

sob o cacete,
vergámos as costas,
outros, não fui eu.

sob a ira,
recebemos a dor
mas temos a vitória de uma força
que não cedeu.

temporária é certo, que importa proteger
nunca a vitória é certa
enquanto a história não crescer.

porém a luta é um mar
onde navega ao vento um povo jovem
"rumo à estrela polar".

posted by pedras contra canhões

Atenção aos sinais...

Depois de ler alguns textos (recomendo vivamente o excelente "o recrudescimento do fascismo" do Pedras contra canhões no seu Império Bárbaro), e de ouvir umas vozes, e de ouver uns figurões, retomo o que escrevi sobre os sinais (como quem sublinha e se auto-corrige para maior força dar ao que sente e quer dizer):
(...) assusta ver o necessário, urgente e sério, ataque à corrupção servir de instrumento para, insidiosamente, se branquear o fascismo e fazer a apologia de ditaduras salazarentas.
Como assustam (e deveriam alertar) tantos outros sinais de aparente tolerância (até do Tribunal Constitucional) e de neutralidade histórica (de encartados "historiadores") com a mesma finalidade.
Estaremos a acordar fantasmas, dirão alguns. A questão é que não se trata de fantasmas, mas sim de reais ameaças, e ai de quem não sabe ler os sinais. E estes não estão nas conchas, ou noutros artefactos esotéricos. Estão nas escolas, na televisão, nos jornais, nas rádios. E também já aparecem, sinais e provocadores, nas ruas.
"Não passarão!" e estaremos a dramatizar, dirão alguns que como nós pensam e querem. Assim fosse, mas já ouvimos "no passarán!" no final dos anos 30, e o que é preciso é... "avisar a malta" e não nos distrairmos neste combate de uma luta contínua.