quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Quem muito diz...

... alguma coisa acerta.

no sapo:
(tirado do Diário Económico que foi buscar ao Público,
isto é, em 4ª mão, sem falar nas conferências de imprensa
e "orações de sapiência"...)











Paul Krugman
"Adesão de Portugal ao euro foi um erro"
(DE)

Em entrevista o jornal Público, o Nobel da Economia considera ser "bastante óbvio que [aderir ao euro] foi um erro para a Grécia e eu diria que também para Portugal". Sem euro, argumenta, haveria hoje "menos carros nas ruas, mas mais pessoas com trabalho".

Já li (e escrevi) isto
em qualquer lado...
 há mais de 15 anos!

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Na defesa do Poder Local - Audição na AR


Audição Pública promovida pelo PCP 
reafirma a defesa do Poder Local 
Terça 28 de Fevereiro de 2012 

Mais de uma centena de eleitos, vindos de todo o país, participaram na audição promovida pelo PCP sobre a extinção de freguesias, onde reafirmaram a sua oposição face à intenção do governo de atacar um dos pilares do regime democrático, o Poder Local, consagrado pela Constituição de Abril. Nesta audição pública estiveram presentes as seguintes entidades 
Representantes da ANAFRE, da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal e do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local; 
Eleitos Autarquicos dos Municipios de Alpiarça, Amadora, Avis, Barreiro, Castro Verde, Mira, Moita, Moura, Odivelas, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal; Eleitos Autárquicos das Freguesias de Alcórrego, Aldeia Paio Pires, Algueirão-Mem Martins, Almada, Arrentela, Avis, Baixa da Banheira, Barreiro, Camarate, Caneças, Casével, Castanheira do Ribatejo, Castelo (Sesimbra), Castro Verde, Corroios, Cova da Piedade, Entradas, Feijó, Fernão Ferro, Lapas (Torres Novas), Lousa, Monte Abraão, Nossa Senhora da Vila, Palmela, Parada de Toreia, Poceirão, Pragal, Quinta do Anjo, Quinta do Conde, Ramada, Santa Bárbara Padrões, Santa Engrácia (Lisboa), Santa Iria da Azóia, Santa Maria Castelo (Alcácer do Sal), Santa Susana (Alcácer do Sal), Santo Aleixo da Restauração, Santo Antão do Tojal, Santo Amador, Santo André (Barreiro), São Domingos de Rana, São Marcos da Ataboeira, São Pedro (Figueira da Foz), São Pedro da Cova, São Sebastião (Setúbal), São Simão (Azeitão), Seixal, Selmes, Valongo, Verderena, Vialonga, Vila de Frades, Vila Nova de São Bento.

Eu vou ser como a toupeira

Às vezes, apetece tanto!... ouvir o Zeca.

 

Eu vou ser como a toupeira
Que esburaca
Penitência, diz a hidra
Quando há seca
Eu vou ser como a gibóia
Que atormenta
Não há luz que não se veja
Da charneca

E não me digas agora
Estás à espera
Penitência diz a hidra
Quando há seca
E se te enfias na toca
És como ela

Quero-me à minha vontade
Não na tua
Ó hidra, diz-me a verdade
Nua e crua
Mais vale dar numa sarjeta
Que na mão
De quem nos inveja a vida
E tira o pão

Que seca!

Seca em Portugal 
Ministra da Agricultura não vai "ficar sentada" 
à espera que chova (SIC)
A ministra da Agricultura garante que está preocupada com a seca mas diz que não está sentada à espera que chova. Assunção Cristas admite que algumas culturas poderão ficar perdidas mas considera que a situação mais complicada prende-se com o gado.

Até consta que já se pôs de joelhos
... e acendeu uma velinha!

Até fiquei amarelo...

No regresso da reunião do Comité Central, onde se debateu, livre e democraticamente, a situação portuguesa e que fazer (e como) para mudar este rumo em que Portugal e os portugueses estão, "mudei de mundo".
E apanhei com Krugman em todos os sons e tons.
Depois, hoje, li resumos:

Paul Krugman desaconselhou mais austeridade em Portugal, disse que não há muito a fazer para descer a taxa de desemprego e duvidou da capacidade do País regressar ao mercado em 2013.

Ah! pois!... Vamos lá por partes:
Desaconselhou mais austeridade?
E não seria de inverter
o rumo da austeridade em que se está?
Não há muito a fazer
para baixar taxa de desemprego?
E que tal criar empregos
em vez de vender empresas públicar e especular?
Duvidou da capacidade de
"regresso ao mercado em 2013"?
Com este rumo, quem é que não duvida?

Krugman disse que mais austeridade não é o caminho para Portugal, mas insistiu em que os salários têm de descer para que o País recupere a competitividade. "Portugal tem de descer os salários em relação ao core da zona euro. Muitas pessoas questionam por que é que insisto nos salários. Infelizmente, Portugal tem um défice externo muito elevado e tem de aumentar a competitividade, o que passa por baixar os salários",.

Ah! é?
Mas não se percebe...
baixar salários não é mais austeridade?
E isso de aumentar a competividade
baixando salários
não foi chão que (nunca) deu uvas?!,
e não se traduz por mais exploração?
É isso - mais exploração! -
que evidentemente se pretende.

Ao falar em conferência de imprensa, o tão laureado voltou a insistir, a modos de fixação, que Portugal deve descer os salários 20% a 30% em relação à Alemanha porque a "Alemanha é a referência na zona euro". Krugman admitiu que preferia que houvesse uma alteração nos salários alemães em vez de o ajustamento se aplicar nas remunerações em Portugal. "Não é simpático, mas é algo que terá de acontecer", disse,  "Portugal não tem de reduzir os salários para o nível dos chineses", pois não é com países como a China que Portugal está a competir.

Não se percebe lá muito bem...
Ou percebe?!!!
O que há a fazer, sem mais austeridade...,
é baixar 20 a 30% os salários...
em relação aos alemães
não aos chineses
(essa foi simpática...). 
Ponto final! Parágrafo.
...
Perdão... só uma dúvida:
mas o salário médio alemão
não é três vezes superior
ao salário médio português?
Não é por isso que
- diz-se... -
"eles" estão a querer importar
trabalhadores portugueses?

De uma vez por todas: onde é que está o problema da produtividade em Portugal?
Nos trabalhadores e nos seus salários?
Não  gosto de dividir portugueses, mas não é evidente que há portugueses que são trabalhadores, e que há portugueses que são... outra coisa?!

isto é uma espécie de desabafo,
ao descer a este mundo de Krugmans,
na luta por um outro mundo (de gente!)

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

OUTRA INFORMAÇÂO- Siria e a Hilar(hiante) Clinton

no vermelho:

26 de Fevereiro de 2012 -
17h14
 Hillary Clinton faz chamamento 
à guerra civil na Síria 

 A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, fez neste domingo (26) um chamamento à guerra civil na Síria, ao sugerir que a população das duas maiores cidades da Síria, Damasco e Aleppo, se junte à luta dos bandos armados contra o governo do presidente Bashar Assad em Homs, a terceira maior cidade do país. Usando gestos histriônicos e linguagem caricata, a responsável pela política exterior do imperialismo norte-americano afirmou que "um massacre horrível" está em curso em Homs e pediu o apoio do resto da população síria à oposição. 
Em entrevista à BBC, a secretária de Estado americana admitiu que uma intervenção estrangeira na Síria não é possível no momento e hipocritamente disse que seu chamento é justamente “para evitar a guerra civil”. A secretária de Estado norte-americana também voltou a criticar a Rússia e a China por seus vetos a uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU. "Eles são livres para negociar a qualquer momento para tentar terminar com isso, mas o que posso ver é que suas negociações servem apenas para reforçar as tendências e as ações já existentes de Assad. As ações desses países são muito preocupantes, porque eles poderiam ser parte da solução", afirmou. 
 Para ela, se esses países não estivessem apoiando o governo sírio, Assad estaria mais pressionado a deixar o poder. "Se eles tivessem se juntado a nós no Conselho de Segurança, acho que teríamos mandado uma mensagem muito forte a Assad de que ele precisaria começar a planejar sua saída, e as pessoas em seu entorno, que já estão se protegendo, começariam a fazer o mesmo", afirmou. As declarações da secretária de Estado no mesmo dia em que milhões de sírios, atendendo ao apelo do governo, comparecem às urnas para referendar a nova Constituição, revela que os imperialistas estadunidenses acusaram o golpe. Assad, acusado de ditador, fez uma jogada política inteligente para legitimar seu regime, ao passo que os Estados Unidos, que se apresentam como paladinos da democracia, deixam patente seu desprezo para com a vontade popular e os sinais de evolução política na Síria. Assad acenou não só com a aprovação de uma Constituição democrática, como também está levando adiante um plano de reformas integrais que contemplam reivindicações da própria oposição. 
A titular do Departamento de Estado - que pretende superar em truculência e unilateralismo a chefe da diplomacia de Bush, Condoleezza Rice, patrocinadora do massacre ao Líbano, mas também derrotada pelas armas do Hezbolá – demonstrou todo o seu nervosismo com as posições de Rússia e China, que em boa hora decidiram retificar o erro crasso que cometeram ao facilitar o ataque à Líbia, quando aprovaram no Conselho de Segurança da ONU uma resolução a favor do uso da força contra o país norte-africano em caso de “violação” da “Zona de exclusão aérea”. 
 Washington percebe que a oposição desses dois grandes atores globais aos seus planos agressivos no Oriente Médio é um sinal a mais do isolamento estadunidense, que permanece falando sozinho na companhia apenas de alguns aliados da União Europeia e de regimes fantoches da região, como a Arábia Saudita e o Catar. 
Na última sexta-feira (24) sob o pomposo nome de encontro dos países “amigos” da Síria, realizou-se um convescote na Tunísia, onde esses “muy amigos” revelaram-se como verdadeiros inimigos, voltando a bater na tecla surrada da derrubada de Assad e do apoio incondicional aos bandos armados que aterrorizam a população síria. O governo sírio está dando sinais de que não fecha a porta ao diálogo, não ignora as críticas nem as deficiências do regime. Dá um passo construtivo ao realizar o referendo constitucional e opor em prática o plano de reformas integrais. A intolerância vem do imperialismo, em seu afã de controlar a região do Oriente Médio, essencial no quadro de sua estratégia para exercer o domínio mundial. O problema, para os imperialistas, é que a realidade muda velozmente. 
Há fenômenos novos na resistência e luta dos povos, há protagonistas regionais, como o Irã, que se opõem aos Estados Unidos e Israel, seu incondicional aliado e cabeça de ponte. E há potências no Conselho de Segurança que não se mostram dispostas a dar luz verde às ações agressivas de Washington. A crise síria e as pressões sobre o Irã por parte das potências imperialistas estão afigurando-se como os principais temas da agenda de conflitos internacionais. Em torno desses temas vão deslindando-se os alinhamentos de forças e logo se verá quem é quem. As forças progressistas e anti-imperialistas no mundo não são indiferentes ao posicionamento do Brasil. A luta de fundo é sempre a mesma. De um lado o imperialismo, de outro os povos, em busca de soberania e autodeterminação. 

 José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho
Comité Central do PCP reunido


O Comité Central do PCP está reunido, nos dias 26 e 27 de Fevereiro, para análise de aspectos do XIX Congresso e do seu trabalho preparatório e análise à evolução da situação económica e social decorrente da aplicação do Pacto de Agressão e do desenvolvimento da luta.



domingo, fevereiro 26, 2012

Coisas…

No jantar desta noite de intervalo entre as duas sessões do Comité Central, fiz uma coisa que me agrada. Talvez com uns laivos de Masoch... 
Comer (e beber) sozinho e o que me apetece, escrevinhando na toalha de papel. Hoje, foi assim. Aqui por Benfica. 
Com televisões em TVSport para onde quer que levantasse os olhos do livro (ou da toalha escrevinhada), entalado entre duas mesas de fã…náticos (e catedráticos) de futebol. Em alta grita.
Nos intervalos do FCPorto contra não sei quem, muda-se (quem?) rapidamente para a Liga Española (e olé!), o que deu para ver – que remédio… mas valeu a pena! – um golo do Messi que só visto… 
E voltou-se ao campeonato português. 
Português? Português, acho que só havia um em campo, o João Moutinho. 

Mas porque é que aqueles gajos das “troikas” não se preocupam com a reestruturação do futebol profissional, regulamentando o “mercado” - que está mais que libertino, e de negociatas e corrupções - em “entendimento” com o Pinto da Costa, que disse sabe ele? 
De qualquer modo, no meio da luta contínua, entre duas manifestações de massas verdadeiramente importantes (a 11 de Fevereiro e 22 de Março), não são de desprezar "banhos (ou duches) de massas", de gentes do dia-a-dia. Da nossa cidade, da nossa aldeia, do nosso bairro, da nossa rua, desta cervejaria…

Mais circo! Que o pão está a escassear...

"Pequenos arranjos" no acordo

Pequenos arranjos no acordo de entendimento?
Entendamo-nos!
A "troika" externa faz os "pequenos arranjos", a "troika" interna adopta-os.
Negociar? Isso é tabu!
Só os "fracos" negoceiam, os "bons" submetem-se... patrioticamente.

Which side are you on? - Pete Seeger


A Song by Florence Patton Reece
(aqui numa versão de Pete Seegers)

Come all of you good workers

Good news to you I'll tell
Of how that good old union
Has come in here to dwell

 Chorus
Which side are you on?
Which side are you on?
Which side are you on?
Which side are you on?

My daddy was a miner
And I'm a miner's son
And I'll stick with the union
Till every battle's won

They say in Harlan County
There are no neutrals there
You'll either be a union man
Or a thug for J.H. Blair

Oh, workers can you stand it?
Oh, tell me how you can
Will you be a lousy scab
Or will you be a man?

Don't scab for the bosses
Don't listen to their lies
Us poor folks haven't got a chance
Unless we organize

---0---
Venham todos, bons trabalhadores
Tenho boas notícias para vos dar
De como este velho sindicato
Veio aqui para aqui ficar!

Coro
De que lado estás tu?
De que lado estás tu?
De que lado estás tu?
De que lado estás tu?

Meu pai era mineiro
E eu sou filho de mineiro
E ficarei com o sindicato
Até vencermos todas as batalhas

Dizem-me em Harlan County
Que lá não há neutros
Ou se é sindicalista
Ou um bandido a mando de J.H.Blair

Oh, trabalhadores, vocês aguentam isto?
Oh, digam-me como conseguem
São vocês uns nojentos fura-greves
Ou são uns homens?

Não lambam as botas aos patrões
Não ouçam as suas mentiras
Nós, os pobres, não seremos ninguém
Se não nos organizarmos


Vamos, todos,
ouvir, cantar e divulgar
até 22 de Março
(e depois)

sábado, fevereiro 25, 2012

Se os povos da Europa...

"Se os povos
da Europa
não se levantarem,
os bancos trarão o fascismo de volta."

- por Mikis Theodorakis

No momento em que a Grécia é colocada sob a tutela da "troika", que o Estado reprime as manifestações para tranquilizar os mercados e que a Europa prossegue nos salvamentos financeiros, o compositor Mikis Theodorakis apela aos gregos a combater, e alerta os povos da Europa para que, ao ritmo a que as coisas vão, os bancos voltarão a implantar o fascismo no continente. Entrevistado durante um programa político popular na Grécia, Theodorakis advertiu que se a Grécia se submeter às exigências dos chamados "parceiros europeus" será "o nosso fim quer como povo quer como nação". Acusou o governo de ser apenas uma "formiga" diante desses "parceiros", enquanto o povo o considera "brutal e ofensivo". Se esta política continuar, "não poderemos sobreviver … a única solução é levantarmo-nos e combatermos". Resistente desde a primeira hora contra a ocupação nazi e fascista, combatente republicano desde a guerra civil e torturado durante o regime dos coronéis, Theodorakis também enviou uma carta aberta aos povos da Europa , publicada em numerosos jornais… gregos.
Excertos:
"O nosso combate não é apenas o da Grécia, mas aspira a uma Europa livre, independente e democrática. Não acreditem nos vossos governos quando eles alegam que o vosso dinheiro serve para ajudar a Grécia. (…) Os programas de "salvamento da Grécia" apenas ajudam os bancos estrangeiros, precisamente aqueles que, por intermédio dos políticos e dos governos a seu soldo, impuseram o modelo político que conduziu à actual crise. Não há outra solução senão substituir o actual modelo económico europeu, concebido para gerar dívidas, e voltar a uma política de estímulo da procura e do desenvolvimento, a um proteccionismo dotado de um controlo drástico das Finanças. Se os Estados não se impuserem aos mercados, estes acabarão por engoli-los, juntamente com a democracia e todas as conquistas da civilização europeia. A democracia nasceu em Atenas, quando Sólon anulou as dívidas dos pobres para com os ricos. Não podemos autorizar hoje os bancos a destruir a democracia europeia, a extorquir as somas gigantescas que eles próprios geraram sob a forma de dívidas. Não vos pedimos para apoiar a nossa luta por solidariedade, nem porque o nosso território foi o berço de Platão e de Aristóteles, de Péricles e de Protágoras, dos conceitos de democracia, de liberdade e da Europa. (…) Pedimos-vos que o façam no vosso próprio interesse. Se autorizarem hoje o sacrifício das sociedades grega, irlandesa, portuguesa e espanhola no altar da dívida e dos bancos, em breve chegará a vossa vez. Não podeis prosperar no meio das ruínas das sociedades europeias. Quanto a nós, acordámos tarde mas acordámos. Construamos juntos uma Europa nova, uma Europa democrática, próspera, pacífica, digna da sua história, das suas lutas e do seu espírito. Resistamos ao totalitarismo dos mercados que ameaça desmantelar a Europa transformando-a em Terceiro Mundo, que vira os povos europeus uns contra os outros, que destrói o nosso continente, provocando o regresso do fascismo".

Brevíssima - 2ª de hoje

no sapo:

Barreiro
Ministro da Saúde recebido aos gritos (SIC)

País
Ministro da Saúde recebido com protestos em inauguração de uma nova Unidade de Saúde Familiar
_______________
Na mesma "informação" da mesma "fonte"!
Descubra a diferença (se é que a há...)

Brevíssima

Obrigar-me-ão a retirar do meu léxico de economista (em trânsito para ex-) as palavras e frases trabalhador, produção, procura interna e mercado interno?

Um observador vindo de Syrius e a dívida externa ao cronómetro

Um observador vindo de Syrius, ao aterrar nesta parte do planeta chamada Europa, virgem de informações sobre o planeta, ficaria perturbado. Ou, melhor se diria, aterrado.
Esse observador faria, decerto, um esforço para perceber o funcionamento de uma democracia em que quem manda não é quem tem mandato para mandar e pode até ser formalmente substituído por técnicos vindos de várias partes para mandar nos que têm mandato para (co)mandar; com certeza leria atentatmente os resultados das cimeiras que se sucedem sucessivamente, decisisas e definitivas... por dias ou horas.
Ao que se pode imaginar, uma coisa concluiria, se não optasse por um regresso vertiginoso à nave espacial e ao seu tranquilo astro e estro: o problema está na dívida! Pois se até, no outro lado do Atlântico, há um relógio que marca, momento a momento, a dimensão das dívidas publica e externa em relação aos PIB, em milésimas de percentagem, para 20 países. presume-se os mais importantes embora com a incompreensível lacuna dos próprios Estados Unidos que nada pecos são na dimensão das suas dívidas nativas e crescentes.
Ora bem. O que o observador aterrado de Sirius logo veria com espanto - face a outras notícias que o iam(des)informamando, é que o número mais aberrante é o da dívida externa da Irlanda, quase 3 vezes superior à que se lhe segue, a do Reino Unido, e esta quase o dobro da terceira (ainda no pódium), a França!

Aconselhado (bem ou mal), poria de parte essa minudência e dedicar-se-ia à coluna da dívida pública, porque - dizem-lhe - todos os males vêm do que é público. Aí já encontraria alguma consonância com as consensuais (des)informações ao ver a Grécia no topo, embora o perturbasse ter de passar pela Irlanda e pela Itália antes de chegar a Portugal, sempre dito ser o que está a seguir à Grécia.

Só se for por outras razões, pensaria o observador de Syrius.
E iria descansar um bocado, porque tentar perceber as terráquicas circunstâncias é obra! 
Talvez a ler um livro antigo

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

"Especialistas" em quê?



Mais um comentário que é um "post":


Ao que parece podemos ficar descansados. É que segundo ouvi na Antena 1, ontem terá chegado uma comissão de especialistas da União Europeia para resolver o problema do desemprego jovem.

Parece anedota, mas não é! E na bagagem traziam a receita para todos os males: identificavam o problema do desemprego jovem com uma estrutura de emprego demasiado estratificada. 

Trocando por miúdos: como existe um número muito elevado de trabalhadores abrangidos por convenções coletivas de trabalho ou com contratos sem termo (vulgo efetivos), os jovens não conseguem obter emprego. 

Pelo meio, ainda referiam a falta de qualificação e formação de uma parcela demasiado elevada da população em idade de trabalhar (população ativa). 

Sobre o fundamental, nem uma palavra... Nada sobre a criação de empregos porque são necessários para produzir: pôr Portugal a Produzir, para criar mais riqueza e a distribuir melhor.


Obrigado, Ricardo!

O desemprego - ou os empresários... e os outros.


Ouve-se e pasma-se! Há decréscimo na economia, há 1,2 milhões de desempregados?! Ficou surpreendido, o senhor Silva, com 14% de desemprego estatistificado!
Logo... todo o apoio aos empresários! Ou seja, na sua perspectiva, mais desemprego, menos salário, mais exploração. E andou este homem na mesma escola que eu...
Mais exportação? Sem trabalhadores? Só se for exportação de trabalhadores... e é o que está a acontecer!

Comentário a não desperdiçar... bem pelo contrário

Estes vários destaques, em torno da publicação da actualização das previsões económicas da Comissão Europeia, sugerem que recordemos algumas limitações da representação estatísitca ou da tentativa de representação abstrata de uma realidade riquíssima, concreta.
Não só o PIB apresenta sérias limitações, pois é um indicador monetarizado com a agravante do dinheiro ter há muito perdido a sua base material, como valoriza produções que não o são, como é o caso da chamada «indústria financeira», entre outras.
Mas as limitações da representação estatística, muito útil se bem tratada, são agravadas pela sua utilização política. Por exemplo, o crescimento do PIB, apesar das reservas que merece, em conjunto com a evolução do emprego e do desemprego, poderá ser um importante indicador sobre tendências de evolução da economia. Poderá servir para, numa simplificação da realidade, tentar perceber se estamos a viver uma tendência de crescimento dos meios de produção, ou de destruição, ou de recuperação do seu aproveitamento. Para tal existem técnicas, que podendo melhorar, constituirão um instrumento de apoio à análise económica e social e, dessa forma, de apoio à tomada de decisão política, num quadro de opções políticas e de classe.
No entanto, temos vindo a assistir a um género de mercantilização da política, que usa e abusa dos indicadores e da estatística económica. Concluo esta reflexão com o seguinte exemplo [cujos números apenas pretendem exemplificar o que se pretende afirmar, não tendo qualquer relação direta com a realidade]:
- O que nos dirá uma perspetiva de taxa de crescimento do PIB de 2%, se nos últimos três anos o mesmo caíu mais de 10%?
Se passarmos este indicador para um número índice veremos que há três anos o PIB era 100, hoje será 90 e que se espera que cresça para 91,8...
E já agora, esse crescimento representa o quê? Onde se verifica?
Isto - mesmo sem fazer qualquer referência ao provável crescimento do desemprego - permitiria concluir que estaríamos no bom caminho?

comentário de Ricardo O.
a um "post" por aqui editado
(Obrigado!)

Respigos (em 2ª mão e brevemente comentados)


Este economista do Banco Mundial fez contas! com dados que costumam servir para outros fins.

Os "bónus" pagos pela Goldman Sachs (a quantos privilegiados?) são superiores aos rendimentos de mais de 22 portugais dos pobrezinhos... que é para onde nos querem atirar. Para depois começarmos a crescer economicamente, claro!

O rendimento médio num mês dos 400 americanos mais ricos corresponde ao rendimento médio de 1,6 milhões de meses dos cidadãos da África Subsariana, isto é, de mais de 133 mil anos de vida de cada um destes, em média.

O crescimento económico da China e do Brasil muda a face do mundo. E não só em termos económicos ou economicistas. Também sociais. O que não é visível de um dia para o outro, mas ao longo de décadas e séculos.  

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Destaques

destaques - agorinha - no sapo;
  • Ajustamento económico português é "difícil e doloroso", reconhece Olli Rehn (SIC)
  •  Portugal com as piores previsões económicas a seguir à Grécia (Renascença)
  • Vítor Gaspar “Ajustamento poderá ser mais rápido e com menos custos” (DE)
  • Frasquilho PSD insiste que é possível voltar ao "crescimento" em 2013
  • Nobel da economia Mundell: "Portugal vai precisar de novo resgate" (DE)

José Afonso

São dias de lembrar Zeca Afonso. Cada um o estará a fazer à sua maneira.
Teria a minha. Mas escolhi aproveitar a amizade do Samuel para trazer aqui a sua maneira. Tão sentida e tão oportuna. Maneira que bem melhor é do que poderia ser a minha.

Apenas acrescento ilustrações para sublinhar esta continuidade do exercício da "arte de furtar", como está no poema do Jorge Sena que o Zeca tão bem traduziu e nos fez chegar, como agora o fez (e faz) o Samuel.




Faça favor de dizer, 
D. Troika!
legenda (abusiva)
para ilustração
de João Abel Manta 

De Bruxelas nem bom vento nem boas notícias

1. Bruxelas espera recessão
mais forte em Portugal este ano
Luís Rego em Bruxelas
23/02/12 10:02
Economia vai cair 3,3% este ano, pior do que esperado em Novembro e muito pior que a zona euro (-0,3%). Só a Grécia fará pior (-4,4%).

2. Bruxelas
Desemprego vai continuar a subir em Portugal
este ano
Económico com Lusa
23/02/12 10:24
A Comissão Europeia prevê que o emprego em Portugal "continue a reduzir-se" em 2012. As previsões hoje divulgadas pela Comissão Europeia não incluem dados específicos para a taxa de desemprego. No entanto, ao prever uma recessão ainda mais grave que o inicialmente esperado para 2012 (uma redução de 3,3% da economia portuguesa), a Comissão nota que o desemprego vai continuar a subir.


Sendo estas
as consequências deste rumo,
deste caminho considerado único.
resignamo-nos?
ou continuamos a lutar
 por um outro rumo,
por um outro caminho

Brevíssima

Recém-licenciados com o futuro hipotecado
Estudantes mais endividados

Num comentário às notícias publicadas em alguns órgãos de comunicação social, dando conta de que 200 recém-licenciados devem já 1,4 milhões de euros aos bancos, o Secretariado da Direcção Central do Ensino Superior da JCP acusa os governos do PS e do PSD/CDS de tratar o ensino como uma «mercadoria» e os estudantes como «clientes».
(...) 

in avante!

Dia de avante!


quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Opiniões e seus delitos

Viajar é preciso. Mesmo que a austeridade limite a possibilidade.
Ora acontece que a possibilidade de viajar pela "blogosfera" ainda não foi coarctada, nem pela austeridade, nem (por enquanto...) por outros meios. E acontece também que não se pode ir a todo o lado ou sempre que se queira. Há que escolher. O que é igual a rejeitar, ou a pôr de lado lugares que importaria visitar.
Nestas "navegações" escolhem-se destinos e caminhos. Mas alguns locais de passagem são-nos atirados à cara, enquanto outros são sistematicamente excluídos. E tenho tropeçado no blog "delito de opinião" (título giro...) que nos é dado a visitar, que é dos promovidos.
Não entro em conversas, muito menos em polémicas estéreis, mas o último "post" que lá vi, ao passar a convite do sapo - aqui -, é uma coisa... paradigmática. Por si e pela multidão de comentários que suscitou. Assusta!
A noção de serviço público foi apagada do... paradigma. Tudo é empresa, e só se justifica se tiver rentabilidade (para quem?, a quê? ao capital investido!). Aliás, para o paradigma, o Estado é uma empresa maior. Os impostos não existem como receita de um Estado para que este cumpra, sem condicionantes economicisto-financeiros, as suas funções sociais, constitucionais. São outra coisa, são óbices ao funcionamento empresarial, à livre empresa, à economia de mercado. A não ser que sirvam para "ajudar" esta. Ao defender que tem de haver uma outra consideração que não a da rentabilidade, acrescento - e sublinho - que tem de haver racionalidade económica na utilização dos recursos e não desperdícios destes.
Por outro lado - ou do mesmo lado -, no mesmo paradigma, o pior que há são os trabalhadores e os seus privilégios, os seus abusos, as suas greves, as suas manifestações, as suas reivindicações abusivas, a sua falta de produtividade, talvez o seu mau hálito, cheiro a suor, "gosto horroroso...". Para quem tiver dúvidas sobre a existência de classes, e do antagonismo entre elas, há alguns estractos intermédios, alguns intelectuais ultra-liberais, que, ao colocarem-se ao lado e ao serviço, ainda que inconscientemente (alguns), de uma classe exploradora e contra os explorados, que até alguns deles serão ou podem ir a caminho de o serem, se tornam radicais. nas fronteiras do desespero. Na raia do que lhes é vizinho e com que se contrabandeia, como outros radicalismos de (aparentemente) sinal contrário. A questão dos extremos que se tocam. Nunca assumindo posições de classe. De tomar partido.

Será este "post" um delito de opinião para o "delito de opinião" (se este acaso lesse aquele...)? Talvez. Sai, aqui e assim, como desabafo. E forte preocupação!

Leituras e visionamentos

Há vida - e economia, e leituras... - para além da dívida.
No final de um dia de massacre deformativo e de busca de correcções informativas, sabe bem ler outras coisas antes de adormecer. Agora, estou a entrar pela madrugada com o Eça e as suas notas de viagem.


E, de manhã, no meio de outros trabalhos, de leituras e visionamentos, recordo umas linhas lidas umas horas antes, sobre "raça", não no sentido negativo mas como características naturais (de clima e de outros elementos do meio) de origem das gentes.
Escrevia Eça, a propósito dos andaluzes, ao atravessar aquelas terras e ao observar aquelas gentes:
"(...) A entrada num cérebro de ideias estranhas , contrárias ao elemento primitivo desse cérebro, deforma, muda, destrói as linhas fisionómicas. (...) outras são as condições da vida moderna. A dificuldade da existência material, a luta dos interesses vitais, a preocupação dos negócios, tudo isso que constitui o viver actual, é pouco próprio para deixar desenvolver a simplicidade nos espíritos e nas fisionomias a pureza das raças. Estas novas condições, pelo contrário, fazem degenerar, consomem, alteram tudo quanto na beleza fisionómica são linhas tradicionais."

Veio esta lembrança a propósito de uma conversa, ao pequeno-almoço, sobre o ar baço, sombrio, medíocre, de quem nos está (des)governando, da falta de algum brilhozinho, de alguma "chispa", desta "equipa".
Pois!
Também... com estas ideias (?!) que lhes incutem. para que sejam obedientes agentes executores de uma ideologia, que se poderia esperar?














Não faltariam outros exemplares, também do outro sexo (de segundo... à Simone Beauvoir), mas, por agora, ficam estes três.

Pela Liberdade, pela Democracia, por Abril - colóquio-debate


Prioridades que nos são impostas - a dívida

Deveria dar-se toda a prioridade ao acompanhamento do aproveitamento dos recursos, do crescimento da economia, do desemprego. Mas toda a prioridade é dada ao instrumento capital-dinheiro.
Não aos melões, mas àquilo com que se compram os melões... ainda que se deixem de produzir melões!

Há, na "rede" em que nos enredam, um "relógio" - US Debt Clock.org - que, a todo o momento, nos vai informando qual é a divida pública e a dívida externa em 20 países, em percentagem do PIB, e até às milésimas... (Chega a ser "divertido" ver o "relógio" a funcionar...).

Já transformámos o US Debt Clock em instrumento nosso no excel, e vamos acompanhando, periodicamente, as horas dos dias aos segundos, porque assim se pode desmistificar, e até desmentir, algumas "ideias feitas" sobre essa "magna questão" da dívida, que parece tudo condicionar.
Entretanto, vamos deixar para depois alguns comentários, após esta "apresentação" do que ilustra a prioridade que nos é imposta.

OUTRA INFORMAÇÃO - sobre Espanha no Brasil

Em vermelho:

21 de Fevereiro de 2012 - 9h39

Um milhão tomam as ruas da Espanha
contra reforma trabalhista

“Se não há pão para o operário não haverá paz para o empresário”, essa foi a resposta dada à concovação da Unión General de Trabajadores (UGT) e da Confederación Sindical de Comisiones Obreras (CCOO), nesta segunda-feira (20), pelos trabalhadores espanhóis.

De acordo com informações da imprensa espanhola, foram realizadas mais de 57 manifestações na Espanha, que reuniu mais de 1 milhão em diferentes regiões em regiões do país. A mobilização tinha como foco protestar contra o que consideram ser um "retrocesso" dos direitos dos trabalhadores frente aos desejos do patronato.

Em declaração à imprensa, o secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, disse que os trabalhadores não descartam um greve geral no país e alertou que "se o governo não muda a reforma, a mobilização popular vai aumentar". Ele acrescentou que a segunda-feira foi tomada pelos trabalhadores e durante todo o dia as ruas das principais cidades do país encheram-se com multidões indignadas com as reformas que facilitam as demissões e reduzem as indenizações.
Dados divulgados pela imprensa dão conta de que foram mais de 500 mil participantes no protesto em Madrid, cerca de 450 mil em Barcelona, 80 mil em Valência, 100 mil em Sevilha, 70 mil em Saragoça e 50 mil em Guijón.
“Durante as passeatas era possível sentir a força dos trabalhadores, ouvir os gritos de ‘greve geral’ e também visualizar inúmeros cartazes com diversas reivindicações, como ‘teu botim é minha crise’ e ‘a educação não é despesa, é investimento’, destacou Cándido Méndez. Falando no encerramento do 17º Congresso Nacional do Partido Popular (PP), em Sevilha (sul), o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu a necessidade de fazer mudanças para o país se adaptar a um mundo global. E declarou que reforma laboral é "justa, boa e necessária" para o país.

Ao término das manifestações, representantes sindicais e das juventudes sindicais espanholas leram um manifesto contrário a reforma aprovada pelo Governo, que foi considerada equivocada por não criar emprego e por deixar o mercado de trabalho ao serviço dos empresários.

Joanne Mota com agências

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Brevíssima

Título no sapo:

Ministro da Economia atribui paragem do país a contratos colectivos (Sol)

Tomado à letra este título, este mini stro tem uma solução para o País deixar de estar parado:
acabar com os contratos colectivos!
Se o ridículo fosse sarna, este fulano estava sempre a coçar-se
... e não será que está?!

Alerta amarelo a atirar para vermelho vivo

Dramatizam-se as situações. Ao nível da tragédia… grega.
Começam a ser consensuais interpretações que antes se recusavam liminarmente e com anátemas, ou desprezo, para quem as fundamentava, prevendo e prevenindo. A culpa é da demencial “financeirização”, que veio ocupar todo o espaço da economia na vida social.
Mas essa vinda ao que é evidente e irrecusável faz-se à superfície, à tona da espuma das palavras, sem se ir às causas, fugindo-se à inevitável saída do quadro ideológico em que se movem como náufragos no mar encapelado ou moscardos contra as vidraças.
As causas estão na dinâmica do capitalismo, no seu funcionamento nesta sua fase de transnacionalização do capital financeiro. Cuja se pode encontrar a partir do contributo para a crítica da economia política. Na composição orgânica do capital (que apenas se pode conter com destruição e guerra), na baixa tendencial da taxa de lucro, que se quer contrariar a todo o custo, (“custe o que custar”... aos trabalhadores, na relação de forças capital/trabalho).

Piscam os alertas amarelos. Com sinais de vermelho vivo.

Há a desesperada “leitura” da ausência de líderes. O apelo à liderança forte, as saudosas referências aos nomes gloriosos do antanho próximo, esquecendo o que e como então foi, é perigosíssimo. Porque é, também, a justificação para a suspensão de regras mínimas de convivência democrática, após esgotada a sua violação periódica e cada vez mais frequente.
Valha-nos um Hitler, valha-nos um Salazar? Modernos, claro! Humanos, evidentemente! Mas com "mão de ferro", a começarem por se impor aos seus pares e comparsas.

Valham-nos as massas. E a tomada de consciência pelo conhecimento do contributo de Marx.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Onde quer que as "viagens" nos levem, a Grècia faz parte de nós...

...é nossa, nós somos a Grécia.

Só unidos!

1º. Encontro Distrital
de Comissões e Utentes
dos Serviços Públicos
SANTARÉM, 25 de Fevereiro, 14 horas
na Sede da
Associação Cultural e Recreativa de Vale de Estacas
Pctª Bairro 1º de Julho, Lote 3 R/C – Vale de Estacas
 – 2005-665 Santarém (Junto ao Continente)

C O N V I T E
Às Comissões e Utentes dos Serviços Públicos
do Distrito de Santarém

Utentes que esperam por consultas e cirurgias que demoram. Utentes que não têm rendimentos para taxas moderadoras, medicamentos e tratamentos. Faltam dezenas de médicos de família. Centros e Extensões de Saúde a precisarem de ampliações e manutenção. Hospitais mal localizados, cujas potencialidades não são aproveitadas. Unidades de saúde que correm o risco de encerrar, dificultando o acesso a cuidados de saúde. Vias rápidas existentes e a construir portajadas. Estradas esperam há anos por manutenção. Transportes públicos (poucos e caros) mais a pensar na viabilidade das empresas do que em servir os utentes. Pontes entre as margens do Tejo que não servem as necessidades das populações (como no caso de Constância). Problemas frequentes com o fornecimento de energia eléctrica, que atingiu preços inimagináveis. Os problemas ambientais, das comunicações ou dos serviços financeiros, que afectam quem deles precisa. A ameaça de privatizações da prestação de serviços.

É neste panorama e com o objectivo de organizar a resistência das populações, que se realiza o 1º. Encontro Distrital de Comissões e Utentes dos Serviços Públicos de Santarém, que se realiza a 25 de Fevereiro, a partir das 14,30 horas, na Sede da Associação Cultural e Recreativa de Vale de Estacas, em Santarém.

Podem participar Comissões e Utentes dos Serviços Públicos do Distrito de Santarém, que debaterão um documento que fará a análise dos serviços públicos no Distrito e definirá quais as iniciativas e as formas de organização dos utentes em defesa de serviços públicos de qualidade.

MUSP Santarém

Quem foi que escreveu?, e onde foi lido?

"(...)
Concluindo: a economia portuguesa está a mergulhar violentamente num túnel negro de que não sairá em 2013. E corre o sério risco de entrar numa espiral recessiva que a arrasará por muitos e longos anos. As razões são óbvias: políticas erradas da troika, preocupada apenas com os equilíbrios financeiros; medidas adicionais do Governo (subida do IVA sobre a electricidade, corte de meio subsídio de Natal); e um discurso político sem nenhuns sinais de esperança. Mas o Governo agarra-se às suas crenças ideológicas e não quer ver as evidências. Só que quando se expulsa a realidade pela janela, ela entra a galope pela porta - queira ou não o Governo, agarrado à sua receita de empobrecermos para nos salvarmos."

Aponta mentes ou um pequeno porMAIOR

No dia de trabalho de ontem, à volta do "portal do Instituto Nacional de Estatística" e de dados estatísticos sobre a evolução próxima dos níveis salariais por estratos profissionais  (para um artigo que me foi pedido para a Confederação de Quadros), detive-me numa reflexão que me pareceu merecer ser partilhada.
O pequeno porMAIOR é que se a procura era sobre a situação salarial por estratos profissionais, de acordo com classificações (e qualificações) que nos são facultadas, tal como as nossas estatísticas as estruturam, as respostas eram num indicador ICT, que quer dizer índice de custo do trabalho.  

Aqui se encontra um "aponta mentes" que não se quer deixar fugir. 
O "trabalho", o uso da força de trabalho na actividade económica, tem duas maneiras de ser encarado,
i) ou pelo lado do trabalhador que, com esse uso, dispõe de condições de acesso à satisfação das suas necessidades, 
ii) ou pelo lado de quem se serve desse uso para, teoricamente, criar ou proporcionar o acesso aos seres humanos ao que lhes satisfaz as suas necessidades e que é, nas predominantes relações sociais, dita economia de mercado, a procura de acumular capital aplicado (na forma-dinheiro, próprio ou emprestado, verdadeiro ou fictício).
Chame-se a uma, à primeira, óptica do rendimento (do trabalhador); chame-se a outra, à segunda, óptica do custo (da força de trabalho para as empresas).
São duas "faces da mesma moeda". Mas a "moeda" cai sempre do lado das "coroas" (dos cifrões) e nunca do lado das "caras" (das gentes). 

Se. para trabalhar as representações da realidade que são as estatísticas, se tem de dar a volta aos dados (e nem sempre é possível, ou se é capaz), aquilo que se tem de fazer, para que se valorize o que se considera essencial e não seja este instrumentalizado - , é dar a volta à realidade que se vive.
E quem o pode fazer senão as gentes que são as "caras", deixando para os "cifrões" o seu papel instrumental?  

Brevíssima

grande destaque no sapo:

Passos Coelho:
“Eu acredito no meu país, eu acredito na Europa” 
(Lusa)

Ora bolas (para não dizer pior...)! Este fulano faz cada afirmação. Até dá para rir...
Umas centenas de milhar - hoje, em Gouveia, mais umas dezenas e, não por acaso, eu com eles! - também acreditam em Portugal (mas não o das "troikas" e do capital financeiro) e na Europa (aquela que é anterior, e será posterior, a esta União Europeia), e dizem-no alto e doutra maneira.
E há muitas outras centenas de milhar, por agora meio apáticos (ou resignados), que o vão descobrir.

domingo, fevereiro 19, 2012

Destaques do INE e respectivos resumos

Num domingo passado a trabalhar dados do INE (de que talvez se venham a conhecer alguns resultados... se forem adequados a este veículo e valer a pena), pareceu de registar estes três destaques do site oficial:
  • O Índice de Custo do Trabalho decresceu 1,7% - 4.º Trimestre de 2011
15 de fevereiro de 2012

Resumo
O Índice de Custo do Trabalho (ICT) corrigido dos dias úteis, excluindo a Administração Pública, registou, no 4º trimestre de 2011, um decréscimo de 1,7% face ao mesmo período do ano anterior (no 4º trimestre de 2010 esta variação tinha sido de 4,1%). Em termos médios anuais, a variação do ICT foi de -0,2% (menos 1,5 pontos percentuais do que a variação registada em 2010).


  • Taxa de desemprego de 14,0% - 4.º Trimestre de 2011
16 de fevereiro de 2012

Resumo
A taxa de desemprego estimada para o 4º trimestre de 2011 foi de 14,0%. Este valor é superior em 1,6 pontos percentuais ao do trimestre anterior.
A população desempregada foi de 771,0 mil, o que representa um acréscimo trimestral de 11,8% (mais 81,4 mil pessoas).
A população empregada foi de 4 735,4 mil, o que representa um decréscimo trimestral de 2,4% (menos 118,3 mil pessoas).
A taxa de desemprego média anual foi de 12,7% em 2011 e a população desempregada de 706,1 mil.

  • Redução da atividade económica acentua-se em dezembro. Importações diminuem expressivamente e exportações, mantendo crescimento elevado, abrandam - Janeiro de 2012
17 de fevereiro de 2012

Resumo
Na Área Euro (AE), no 4º trimestre de 2011, o PIB em termos reais registou uma variação homóloga de 0,7% e uma variação de -0,3 % face ao 3º trimestre de 2011. Em janeiro de 2012, os indicadores de sentimento económico e de confiança dos consumidores diminuíram na AE.
Em Portugal, de acordo com a estimativa rápida, o PIB em volume apresentou uma variação homóloga de -2,7% no 4º trimestre de 2011 (-1,8% no trimestre anterior), e uma variação face ao trimestre precedente de -1,3%. O indicador de clima económico voltou a agravar-se em janeiro, mantendo o acentuado movimento descendente iniciado em outubro de 2010. Relativamente ao comércio internacional de bens, em termos nominais, as exportações e importações registaram variações homólogas de 12,4% e -10,5% em dezembro (15,6% e -3,4% no mês anterior), respetivamente.
No 4º trimestre de 2011, a taxa de desemprego situou-se em 14,0% (mais 1,6 p.p. que no trimestre anterior) e em 12,7% no conjunto do ano de 2011. O emprego por conta de outrem passou de uma variação homóloga de 0,1% no 3º trimestre para -2,3% no 4º trimestre. A taxa de variação homóloga mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) passou de 3,6% em dezembro para 3,5% em janeiro. A ligeira diminuição desta taxa em janeiro ocorreu num contexto de alteração de taxas de IVA para um conjunto significativo de produtos, cujo impacto mecânico estimado foi de 1,1 p.p..

Banca - gestão e gestores (depois da manhã com Paul Dukas!)

O rol de exemplos, com nomes e números, seria demasiado extenso para o espaço de um "post". Não se fala sequer do Lehman e de outros  nomes estrangeiros e do caso da Islândia. Referem-se, só e caseiramente, o BPN e o BPP, que são casos de "polícia, justiça e prisão" e de desesperantemente longa extensão (em tempo e consequências), as aberturas absolutamente disparatadas de balcões por aqui e por aqui, por ali e por ali, o Banco de Portugal e a sua incompreensível (e premiada) supervisão constância, as suas altas mordomias e as inacreditáveis encomendas de estudos a consultorias exteriores, as "confissões" de Ulrich sobre os seus "maus negócios", agora os "buracões" da Caixa nos seus "investimentos" em Espanha e em França


 (leiam-se melhor os sub-títulos: * Operações em Espanha e França foram sempre deficitárias * Já foi necessário injetar tanto dinheiro como no BPN * Financiamento canalizado para fora do país numa altura em que a liquidez é escassa * CGD poderá recorrer a fundo de capitalização)

E esta gestão e estes gestores do sistema bancário imunes e impunes. Fazendo as danças das cadeiras, trocando de lugares, muitas vezes com trânsito intestinal, perdão, ministerial.
E vêm os senhores da "troika" e exigem melhor gestão (da mercadoria chamada recursos humanos), mais contenção (nos salários), maiores cortes nas despesas (sociais).
E abrem-se as bolsas (e o BCE) para se socorrerem os bancos, para se lhes emprestar a 1% para que eles emprestem ao Estado a 5% (no mínimo), com garantias deste que entregam a quem lhes empresta. E a economia a desfalecer. Ou a arder:
   

e os "incendiários repimpados" 
... a verem o incêndio e os bombeiros

Para este domingo - Os aprendizes de feitiçaria

Esta história sempre me disse qualquer coisa.
Aliás, tem dito a muita gente ao longo dos séculos. de conto popular a poema de Goethe, a poema sinfónico de Dukas, a Walt Disney, a Harry Potter, a um filme de não-sei-quem com o Nicolas Cage... 


... mas... este domingo, melhor: nestes últimos meses e anos, lembro-me muitas vezes dela quando penso na D. Branca (sabem quem era?), no sistema bancário, nas bolsas, nos movimentos especulativos, nos off-shores, no dinheiro artificial e creditício, na usura. Isto deve ser fixação minha, mas esta multiplicação de vassouras provoca-me estas conotações, que só pedem umas boas vassouradas, dadas por quem meta ordem nisto. Que nunca será um feiticeiro mas as massas e o seu papel histórico. Mas tudo tem o seu tempo! Pois se a história (esta com h pequeno) parece que é do século II!

sábado, fevereiro 18, 2012

Brevíssima

Muito se fala de mil milhões e mais qualquer coisa de prejuízos nas empresas públicas (que é suposto não existirem para dar lucro), e pouco se diz dos 5 mil milhões desviados para a "Europa" para taparem o buracão aberto por financiamentos que a Caixa Geral dos Depósitos fez por lá (que deveria ser para ter lucros) quando tanta falta fazem cá (para fazer crescer a economia e não para especular).
Não é significativo?

Vidas na clandestinidade - quando foi preciso... e hoje

Em Setembro, foi aqui dada publicidade à apresentação deste livro.


Não nos foi possível, então, participar nessa Conversa com Livros, mas comprámos o livro e lemo-lo, saboreadamente, por vezes com um gosto amargo de recordações vividas e duras... Também gratas, algumas lembrande grandes amizades e, todas, suscitando um enorme respeito.
Acabado de ler o livro, há a grande vontade de saudar calorosamente a autora, Cristina Nogueira, e de entabular, com ela, uma conversa com sobre o livro. Talvez um dia...
Por agora, fica a transcrição do começo da introdução e as notas finais

Introdução
Este trabalho agora editado tem por base uma pequena parte de uma dissertação, defendida na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, para a obtenção do grau de Doutor em Ciências da Educação. O objectivo da investigação que realizámos foi determinar de que forma é que aqueles que tiveram de se tornar clandestinos se formaram, e assim puderam permanecer durante um arco temporal longo na clandestinidade, promovendo lutas e resistindo às investidas policiais.
(…)

Algumas notas finais
Das narrativas biográficas recolhidas sobressai uma representação de si transversal a todos os biografados: a ideia de que não possuem qualidades excepcionais, e de que a sua capacidade de resistirem às torturas e à prisão, de viverem clandestinos, com tudo o que isso implicava, e de continuarem a lutar por algo em que acreditavam, se deve sobretudo à consciência que possuíam e à vontade que tinham. Se esta ideia pode traduzir a desvalorização pelos feitos individuais e a importância atribuída pelos entrevistados à acção colectiva, não deixa contudo de nos fornecer também óptimos contributos para a reflexão sobre a sociedade actual, em que o sonho, a utopia e as causas parecem não estar “na moda”, estar a desaparecer e em que imperam valores como o individualismo, o egoísmo e o consumismo.
Consideramos preocupante que 37 anos após a revolução de Abril, surjam de forma cada vez mais clara alguns dos traços e valores que caracterizaram o regime fascista português. Longe de pretendermos estabelecer qualquer paralelismo entre a situação actual e o regime fascista que oprimiu mais de quatro décadas o povo português, não podemos deixar de considerar que actualmente as injustiças sociais, a pobreza que assola uma parte substancial da população, algumas formas subtis de camuflar a liberdade, cada vez mais entendida e exercida no campo formal, tornam imprescindível a reflexão sobre os testemunhos recolhidos. Hoje, tal como ontem, é necessário que cada um se torne autor e actor da mudança, que use a sua vida para de forma crítica transformar o mundo em que vivemos.
As vidas dos clandestinos biografados demonstram que é possível sonhar, que é possível lutar por aquilo em que acreditamos e que essa luta vale a pena. Os homens e as mulheres que dão corpo a este trabalho e que representam tantos outros, anónimos e desconhecidos, fazem parte integrante da história portuguesa do século xx e merecem ter os seus nomes escritos, semeados e multiplicados.

Destaques - 2

Segundo destaque.
No sapo, a partir da Rádio Renascença que respiga a notícia do Público. Aqui vai, em quarta mão (com foto e tudo):











Novas tabelas
Salário de fevereiro pode encolher
(Renascença)

Segundo o jornal “Público”, os aumentos nas retenções previstos nas novas tabelas são retroativos a janeiro. O que não descontou no primeiro mês do ano será agora retirado do salário de fevereiro.
__________________

É natural! Na lógica (do capitalismo puro e duro) dos salários serem o preço da mercadoria força do trabalho, igual a qualquer outra mercadoria - mas diferente porque não se paga ao trabalhador, seu proprietário, todo o tempo de uso, de onde nasce a mais-valia que se apropria -, se o mês de Fevereiro tem 29 dias (e vá lá... que este ano é bissexto) deve ser mais curto que o de Janeiro que tem 31 dias.
E estamos a falar de dias brutos, ilíquidos, porque, para se ser mais rigoroso na comparação, se deveriam descontar os dias em que não se trabalha (sábados, domingos. feriados... essas coisas aberrantes), os intervalos para almoço e as pausas para ir à casa de banho.
Assim se caminha para o pagamento à hora... mas de trabalho efectivo, ali, no local do dito. Isso do emprego e do salário mensal tem de ser banido. Passo a passo lá chegarão...
se nós deixarmos!

Destaques - 1

Olho o sapo, como primeira informação do dia, e vejo os destaques.

Vejo os manos Portas, com fotos "destacadas".
Um, o Paulo, porque vai começar negociações com a Santa Sé (ainda pensei que fosse com a "troika" mas com esta não se negoceia... esperam-se notas do teste e ordens). Parece que é pelos feriados.
Outro, o Miguel, porque vai à Grécia numa delegação do grupo do Parlamento Europeu que ele integra. Com grande destaque. Nas últimas linhas da alargada notícia, destacada de um Diário Digital, fica-se a saber (vá lá...) que, além do eurodeputado do Bloco de Esquerda, que se farta de dizer coisas, um outro partido português também tem um seu deputado na delegação, sem se saber sequer qual o nome do "acompanhante" do Portas, Miguel. Ah!... esse partido é o PCP.

OUTRA INFORMAÇÃO

em Vermelho - "charge de macman

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

A "lei dos despejos"

A ministra "todo o terreno" - cuja designação revela as suas virtualidades... virtuais - saiu-se com a "equilibrada" lei do arrendamento.
Mais uma reforma estrutural!... mas, como sempre, com toda a estrutura voltada contra os interesses das populações. É que não falham uma... ou não falhariam se nós permitissemos, se não fosse a luta. 

A ministra Cristas,
segundo Fernando Campos
em ositiodosdesenhos
(obrigado!)


A propósito de privilegiados....

Batem-se os recordes de taxas oficiais de desemprego, ultrapassando os 14% da população activa, e, com alguma correcção - necessária e até aceite (oficialmente) - passa de um milhão o número de portugueses que queria trababalhar e não tem esse seu direito, Direito consagrado na Constituição e não correspondido pela política do Governo, dos anteriores e deste que até estimula a emigração, que se deveria acrescentar às centenas de milhar de desempregados.
Dir-se-á - e haverá quem tenha a nenhuma vergonha de o dizer, no meio de duas piadas - que estas são "frases feitas" e que quem se manifesta são os que não querem perder os privilégios... 

Pois bem... nalguns casos é verdade. No meu caso, é.
  • Tenho o privilégio de viver numa pequena casa de aldeia, onde meu pai nasceu em 21 de Janeiro de 1898;
  • tenho o privilégio de ter tornado habitável esta habitação, colocando-lhe um sistema de aquecimento quando para tal foram facultadas condições para o fazer; 
  • tenho o privilégio de ter vivido o fim do fascismo, como se segunda vez tivesse nascido;
  • tenho o privivégio de estar reformado por ter descontado para a reforma desde os 22 anos, e de continuar a descontar, por via de recibos verdes;
  • tenho o privilégio de (ainda) estar vivo e de boa saúde, e muito o devo ao Serviço Nacional de Saúde;
  • tenho o privilégio de ter um automóvel já com 15 anos, em bom estado para me conduzir onde preciso e onde vão faltando transportes públicos e sobrando portagens;
  • tenho o privilégio de, satisfeitas as necessidades essenciais (entre elas, livros, jornais revistas, ir ao cinema e teatro de vez em quando) ainda poder fazer umas viagenzitas;
  • tenho o privilégio de "amar uma mulher clara que a mim me ama, sem me pedir nada... ou quase nada, o que não é o mesmo mas é igual".  
Por todos estes privilégios, luto e manifesto-me quando mos querem tirar. Perfeitamente consciente que à esmagadora maioria falta muito mais que a mim. É menos privilegiada.... Com ela, com essa imensa maioria, estaria na luta, mesmo que os meus privilégios não estivessem a ser beliscados.

Mas dou um exemplo. Acabo de pagar o gasóleo para aquecimento. Fiz os meus registos. Em 2002 - quando instalei este sistema, e porque para tal me foram dadas condições pelo Estado, e não pelos bancos -, a média anual do custo do litro era de 0,39 € e, neste ano de 2012, já com o IVA a 23%, está em 1,3 €, . Mais que triplicou. Entretanto, os meus rendimentos líquidos dimunuiram... E não foi pouco. Teremos de voltar às condições de habitabilidade de 1898?


Protesto e manifesto-me!