Um observador vindo de Syrius, ao aterrar nesta parte do planeta chamada Europa, virgem de informações sobre o planeta, ficaria perturbado. Ou, melhor se diria, aterrado.
Esse observador faria, decerto, um esforço para perceber o funcionamento de uma democracia em que quem manda não é quem tem mandato para mandar e pode até ser formalmente substituído por técnicos vindos de várias partes para mandar nos que têm mandato para (co)mandar; com certeza leria atentatmente os resultados das cimeiras que se sucedem sucessivamente, decisisas e definitivas... por dias ou horas.
Ao que se pode imaginar, uma coisa concluiria, se não optasse por um regresso vertiginoso à nave espacial e ao seu tranquilo astro e estro: o problema está na dívida! Pois se até, no outro lado do Atlântico, há um relógio que marca, momento a momento, a dimensão das dívidas publica e externa em relação aos PIB, em milésimas de percentagem, para 20 países. presume-se os mais importantes embora com a incompreensível lacuna dos próprios Estados Unidos que nada pecos são na dimensão das suas dívidas nativas e crescentes.
Ora bem. O que o observador aterrado de Sirius logo veria com espanto - face a outras notícias que o iam(des)informamando, é que o número mais aberrante é o da dívida externa da Irlanda, quase 3 vezes superior à que se lhe segue, a do Reino Unido, e esta quase o dobro da terceira (ainda no pódium), a França!
Aconselhado (bem ou mal), poria de parte essa minudência e dedicar-se-ia à coluna da dívida pública, porque - dizem-lhe - todos os males vêm do que é público. Aí já encontraria alguma consonância com as consensuais (des)informações ao ver a Grécia no topo, embora o perturbasse ter de passar pela Irlanda e pela Itália antes de chegar a Portugal, sempre dito ser o que está a seguir à Grécia.
Só se for por outras razões, pensaria o observador de Syrius.
E iria descansar um bocado, porque tentar perceber as terráquicas circunstâncias é obra!
Talvez a ler um livro antigo
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