terça-feira, janeiro 30, 2007

Esclarecendo...

Então eu esclareço.
Sei bem que, no antigamente, a ideia de um gato (dos domésticos, ou de companhia, como agora se diz) era a de um animal que comia espinhas e outros restos do peixinho deixado pelos donos. Como a ideia do cão, nosso então considerado inimigo irredutível, era a de roer os ossos procurando encontrar alguma carniça sobrante da refeição humana.
Como tudo mudou...
Agora, há as pet shops, há transnacionais que promovem as suas marcas de comidinha para os animais domésticos (de companhia...), que se vendem nas tais shops e, também em todas as grandes superfícies, embora algumas dessas marcas não desçam aí abaixo e sejam exclusivo das ditas shops, das de requinte das de luxo.
Os que se julgam meus donos adaptaram-se bem e eu não me queixo. Já me aconteceu mostrar-lhes claramente que não me agrada esta marca e que prefiro aquela, e eles aceitarem a reclamação.
Mas também vou aprendendo que se a necessidade aguça o engenho, por exemplo na caça aos ratos e outros pasaricos ou passarocos, a saciedade cansa.
Assim sendo, resolvi começar uma experiência vegetariana. O cheirinho, primeiro, dos legumes em sopa e, depois, umas lambiçocadelas nos restinhos deixados nos pratos no lava loiça aguçaram-me os novos apetites.
Eles, os que se julgam meus donos, perceberam (são uns amores...) e começaram a colocar um pratinho no chão com a... minha dose de sopinha. Vai toda e mio por mais.
Está tudo a correr bem. Embora esteja a pensar que talvez estivesse mais confortável se me pusessem um lugar à mesa. Vou pensar nisso... desde que não me obriguem a usar colher!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Olá!


Há que tempos que não dou sinais de mim... Saudades?

Não porque vos tenha esquecido, mas tenho andado em fase de recolhimento (e também não me têm tirado fotografias...). Está frio!

Cá vou andando. Bem!

Mas resolvi entrar numa de ioga e de vegetariano (disto falarei noutra altura).

Agora deixo-vos as minhas notícias, e a foto em que me apanharam em retiro espiritual pensando que atrás da almofada da cama do quarto das visitas não me viriam importunar. Afinal...

Saudações fraternas e miaus amigos.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Extractos...

No carro, ia ouvindo rádio.
É nessas alturas que me informo, através dos noticiários de meia em meia hora, e que vou ouvindo, distraidamente, alguma música. Nem sempre, apesar de distraído, a música que gosto de ouvir, pelo que, às vezes, mudo para a Antena 2. Isto quando as viagens são mais longas, não são apenas os percursos Zambujal-Ourém, Ourém-Pinheiro, Pinheiro-Zambujal.
Ontem, lá ia cumprindo os roteiros da rotina e entra-me pelos ouvidos um fado, cantado não sei por quem. Mas bem cantado.
E, de repente, uma inesperada pepita salta do meio da letra daquele fado.
Cantava ela que “por momentos, os teus olhos inquietaram os meus”.
Lembrei-me como, há quase trinta anos no Jamor, uns olhos inquietaram os meus. E continuam, por momentos (muitos), a inquietar os meus.
Fiquei feliz. Por momentos... que era o nome do fado.
Tinha ganho (parte de) o meu dia!

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Notas num papelucho...

... enquanto estava (e participava) numa iniciativa pelo SIM no referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez:

  • a desnecessidade do referendo e a sua inadequação a uma questão como a que se põe
  • a hipocrisia de uns na convocação e de outros na campanha
  • a questão não é, de modo nenhum, "ser por ou ser contra a vida"!
  • sinto-me insultado quando põem em dúvida o meu gosto, o meu respeito pela vida, pela minha e pela dos outros quando outros e não antes de o serem
  • aliás, temos de não cair na ratoeira dessas discussões verdadeiramente terroristas porque atentam contra a vida e o gosto e o respeito pela vida por não se pensar ou ter a crença que é a de alguns/mas que ninguém obrigará, em nenhuma circunstância, a fazer o que não está no seu pensamento, na sua crença, na sua consciência
  • quando uma mulher engravida, nenhuma diz sou mãe!, diz vou ser mãe!?
  • a opção - da mulher e do homem companheiro, este já descrimina(liza)do! - não é entre continuar a ser mãe (e pai) ou deixar de ser mãe (e pai)
  • a opção é entre vou ser mãe (e pai) ou não vou ser mãe (e pai)... porque não posso (podemos) porque não tenho (temos) condições para, porque não quero (queremos!

terça-feira, janeiro 23, 2007

O animal moribundo


Às vezes, um livro é um texto nosso embora escrito por um entreposto escritor que escreveu o que teria sido escrito por nós se escritor fossemos.
Só alguns escritores são capazes de nos fazerem sentir que "isto foi (devia ter sido) escrito por mim", é nosso tal-e-qual.
Philp Roth é um deles.
Este "animal moribundo" sou eu em muitas páginas. Por exemplo, na página 39:


(...) um homem de setenta anos deve ainda estar envolvido no aspecto carnal da comédia humana? Ser susceptível ao que é humanamente excitável? Não é essa a condição outrora simbolizada pelo cachimbo e pela cadeira de baloiço. Talvez ainda seja um tanto afrontoso para as pessoas o facto de não se submeterem ao antigo relógio da vida. Tenho consciência de que não posso contar com o olhar virtuoso de outros adultos. Mas que posso eu fazer quanto ao facto de, tanto quanto me parece, nada, nada ser posto em repouso por muito velho que um homem possa ser?

sábado, janeiro 20, 2007

"Façam favor de ser felizes!" - José Carlos Silva na Som da Tinta

Eis uma boa notícia:
INFORMAÇÃO-CONVITE

Aproveitando a sua estadia em Portugal
e a sua disponibilidade
(gostámos muito de o ter em OURÉM,
mas parece que ele também gostou de cá ter estado…)

JOÃO CARLOS SILVA
vai estar na
no dia 24 de Janeiro, 4ª feira,
a partir das 18.30 horas,
para conversar e conviver,
e apresentar o livro-intimação

apareçam!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Ih! tanta mulher a excomungar...

Sem comentários!

Truca-truca-se, com a devida vénia ao senhor... Segismundo

Desde o início. Em rigor, a santíssima, madre e casta igreja católica apostólica romana não é apenas pro «não» no referendo do próximo dia onze de Fevereiro. É contra o normativo jurídico que actualmente regula o aborto e que está em vigor. Assim como é contra qualquer método contraceptivo. Porque, dita a doutrina da causa, a vida é um dom divino. Apenas deus a dá, apenas deus a tira. Neste sentido, sem mediação extra-divina, trucatruca-se se e como deus quiser, com as consequências que ele bem entender. É isto que ainda é a civilização para o senhor cardeal patriarca de Lisboa. Segismundo.
(de Albergue dos Danados, onde se alberga o danado Segismundo. G'anda Segismundo!)

Agora... SIM!


quarta-feira, janeiro 17, 2007

Coisas... excertos de uma espécie de diário.

Ontem, pelas 18 horas, na mais implícita que explícita divisão de tarefas, fui "mandado às compras".
Era um circuito curto e chuviscava.
Apesar disso, não escolhi os mais directos caminhos e vi-me no largo da Igreja.
Já tinha escurecido o dia e sou atraído pelo “placard” luminoso ali posto pela "senhora câmara" para informar os passantes do que se vai passar no concelho.
Confirmo, luminosamente, que é o dia 16 de Janeiro de 2007, que são 18 horas e já muitos minutos, que a temperatura é de 11,5º.
Espero mais uns segundos e fico a saber que “vai haver” uma meia maratona de teatro em Pêras Ruivas… nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2006 e que “vai haver” uma Feira de Antiguidades”... no dia 23 de Dezembro também ainda de 2006.
Fico pasmado. Debaixo do chapéu que me protege da chuva que está morrinhenta. E pergunto-me: quanto é que estará a custar esta “informação”, a 16 de Janeiro de 2007, do que “vai acontecer” em Dezembro de 2006!
Aquilo não é um "placard" modernaço ali perdido e por mim achado, aquilo é um retrato...

terça-feira, janeiro 16, 2007

Coisas...

Ontem, entre muitas andanças, tive de ir aos correios.
Ia acompanhado de alguma expectativa pois não entrara lá desde que as obras foram feitas e dadas por concluídas.
Ao passar a porta pensei ter-me enganado.
Pensei ter entrado numa livraria, numa nova loja que viera fazer concorrência à que, com sacrifícios mil, vamos mantendo, sobretudo como espaço cultural.
Mas o balcão, ao fundo, e caras que reconheci dos “antigos correios” (antes das obras), confirmaram-me que estava no que já foi um serviço público e ainda se chama “os correios”.
Só que há oferta de livros a quem vá comprar selos, despachar encomendas postais, trocar ou mandar vales também postais, e actividades correlativas.
Entretanto, enquanto se espera, pode escolher-se um livrinho para comprar, como se numa livraria estivesse, num largo leque de opções, pois não se fica, a oferta, por livros relacionados com a actividade postal e de serviço público do passado.
Assim vêm, os correios, juntar-se às grandes e médias superfícies, às estações de serviço e sei lá que mais, e também vender o que parecia, segundo critérios decerto obsoletos, estar reservado a “casas especializadas” chamadas livrarias.
Enquanto comprava selos, ainda perguntei à simpática funcionária se tinha recebido alguma formação para a nova tarefa de vender livros, como responderia a uma jovem que lhe pedisse, eventualmente, que a aconselhasse na compra de um livro para uma colega que fazia anos, ou a um pai em busca de leitura para o filho de 10 anos, mas ela só olhou para mim e sorriu, meio embaraçada.
Sai dos correios mais triste do que entrara.
Isto anda mesmo tudo torto... mas muito liberal!

domingo, janeiro 14, 2007

Confusões (nada inocentes)

Há quem confunda
* - árbitro com arbítrio
* - arbitrar com poder ser arbitrário e atrabiliário
* - autoridade com autoritarismo
* - um apito com uma régua ("menina de 5 olhos") para castigar mal comportados... ou cumprir certas e determinadas determinações bem (re)compensadas
* - poder transitório com poder lixar os outros (há outras formas de dizer isto, mas a "boa educação" recebida com o leitinho materno impede-me de passar à escrita o que, por vezes, sai pela boca fora)

e, já agora, há quem confunda
* - democracia com partidos (muitos, e quase todos partidos em várias facções, facciosos e sensibilidades) e votos sazonais
* - referendos com democracia directa
* - povo com turba (povo conturbado...)
* - estar eleito (e com mandato) com ser eleito (como o era o rei sol e outros que perderam a cabeça, tal como as respectivas consortes que tiveram azar)
* - elite com nata
* - iogurte com leite azedo
* - queijo de cabra curado com queijo de cabra também curado mas cremoso
* - agricultura com falta de cultura
* - uma enxada com um ancinho
* - foices e martelos (em boletins de voto)
* - as cores todas (sem ser daltónico)
* - a Lili Caneças com a Beatriz Costa que, ao que parece, de Caneças (ou dos saloios...) era

E, para não fazer mais confusões, fico-me por aqui, pelo Zambujal que não é perto de Caneças (não haja confusões...).

Pelo SIM, pois então!

Cada missa é um comício(*),
cada confissão é uma pressão.

Cada defesa do NÃO é uma posição
a favor do sim ao aborto clandestino,
à criminalização de quem não tem posses para
“legalizar” – aqui ou lá fora – o que será crime
... mas só para quem não tem posses.

Cada não à descriminalização da IVG, é um sim aos desmanchos,
terminologia popular transformada em apostasia(**) do aborto.

Assim, não...
Assim, SIM!
_________________________________________
(*) – apesar das “recomendações” do sr. Cardeal Patriarca…
(**) – dicionário (à cautela...): “mudança de uma religião para outra; abjuração”.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Comité Central

Sem perder o fio à meada que se ia tecendo à minha volta, isto é, participando mas um pouco passivo, comecei a fazer um sudoku no jornal aberto à minha frente.
Atento, embora de olhos baixos.
De repente, começo a ouvir uma vozes jovens a dizerem o que eu gostaria de ter dito - ou vir a dizer -, levanto os olhos, procuro localizar de onde vinham as vozes, e vejo umas caras bonitas correspondentes às vozes. Que lindo!
Isto vai.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Albergando danados

Com a devida (e sabida não aceite) vénia ao Albergue dos danados:
O Albergue feito pelos seus leitores.
Pessoalmente, estou decidido a contribuir para que os portugueses acabem. Estou convicto que o seu fim é o melhor para nós e para Portugal. Isto não significa que me guarde quieto e murcho. Saiba-se que vou aos treinos, mas não pretendo prole. Vou e é mesmo só para o que é, descompressão da libido. Às vezes também vai à mão. Herdeiros é que não, dispenso. Por isso, vejo com mau olhado que as tributações que sou compelido a pagar - concederam-me eufemisticamente a condição de contribuinte, porém a mim não enganam - sirvam para financiar a saúde ou a educação dos outros e dos filhos dos outros. O valor referente às minhas tributações deveria ser exclusivamente investido no tgv, no novel aeroporto da Ota ou em auto-estradas. Enquanto, portugueses, por cá andarmos, seremos beneficiários de tais equipamentos. Depois, os colonos que eventualmente venham, que tomem conta da paisagem e façam a manutenção das instalações. (Anísio Alma)

à margem (mas não tanto) das "memória de economista"

De vez em quando é preciso fazer uma limpeza aos bolsos das calças, dos blusões, dos casacos, do sobretudo, e deles retirar todos os papelinhos que se vão acumulando (dos das camisas, daqueles bolsos que ficam no lado esquerdo das ditas, sobre o coração, nem vale a pena falar… frequentemente vão para a máquina de lavar e o que de lá sai é uma pastazinha inindentificável).
Depois, faz-se a selecção e a maioria dos papeluchos vai, corajosamente, para o lixo mas também acontece encontrar-se matéria esquecida e reciclável, como este trechozito num guardanapo de papel já quase ilegível:

Em pequeninos viciaram-se no jogo do monopólio que os paizinhos lhes ofereceram.
Quando cresceram ajudaram os paizinhos a acabar com os – dito por eles – monopólios estatais, e a constituírem, reconstituírem ou reforçarem os monopólios privados, para eles e para outros como eles.
Agora, eles e os seus queridos filhinhos, netos queridinhos dos avós, jogam ao jogo da Bolsa e brincam às OPAs.
O vício continua e passa de geração em geração.

Mas a luta também!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Intervalo

A jovem ucraniana, com formação lá na terra de educadora de infância, e que presta serviço de limpar, lavar, engomar e ofícios correlativos cá por casa e por outros lados que consiga abarcar nas 24 horas dos dias lusos, saiu-se-nos hoje com esta:

Sinhora, sinhor... u bilhetu du autocar aumentou... que disgraça!

Pois!... os "sinhores" não sabiam (não andam de autocarro entre o Zambujal e Ourém e volta...) mas não se admiraram. É assim a vida. E está torta. Muito torta.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Extractos...

... de extractos... com que também componho a minha espécie de "diário", hoje a transcrição da abertura de uma "crónica internacional" de Jorge Cadima, no Avante de 04.01.2007:
Sangue Imperial
O fim de 2006 fica marcado pelo espectáculo mediático da execução de Saddam Hussein. Robert Fisk, no Independent (30.12.06), faz comentários relevantes numa peça com o título “Um ditador criado e depois destruído pela América”: “Quem encorajou Saddam a invadir o Irão em 1980, naquilo que foi o seu maior crime de guerra, do qual resultou a morte um milhão e meio de seres? E quem lhe vendeu as armas químicas com que encharcou o Irão e os Curdos? Fomos nós. Não admira que os Americanos, que controlaram o estranho julgamento de Saddam, tenham proibido qualquer referência a estes factos nas acusações”. Tal como nos filmes, a mafia anglo-saxónica ao serviço do grande capital não hesita em sacrificar os serventuários de ontem quando deixam de servir os seus interesses, até para servir de exemplo. Osama Bem Laden, Gulbuddin Hekmatyar e o General Noriega sabem-no bem. Mas há questões estranhas rodeando esta execução (…).

A crónica segue, com informações, transcrições - como sempre muito bem documentadas - e comentários de Jorge Cadima, que me deixam o pesar (o peso do pesar!...) de não poder fazer chegar trabalhos destes a toda a gente...

Extractos...

... de escritos onde vou guardando comentários meus (e, em princípio, só para mim):

A mensagem da passagem
passou
e mais não merecia,
foi uma mensagem de passagem de ano
de 2006 para 2007 (e parecida será com a de 2007 para 2008)
e foi uma mensagem cavaca.

Mas há quem queira
que a mensagem da passagem
fique,
como um marco político,
com o carimbo da genialidade cavaca.

Que de recados,
que de coerência,
que de sentido de Estado,
que de "exigências"
(em consonância com a “cooperação estratégia”, claro),
dizem eles,
os gajos que dizem coisas…
por todo o lado e onde querem que seja.

Que de fantochada!,
digo eu,
que não mereço "espaços nobres" da comunicação
para dizer coisas!

Extractos...

... de uma espécie de diário em que vou comentando a actualidade:

O novo (?), novíssimo!, conceito de “cooperação estratégica" tem o know-how, o copyright, a marca e o estilo de Cavaco, a chancela cavaca.
Abriu-se um capítulo novo, novíssimo!, na ciência política. O título será, no mínimo: “cooperação estratégica” (à portuguesa ou Sócrates escavacado e/ou Cavaco socrático).

domingo, janeiro 07, 2007

SIM, pelo sim e pelo não...

Não, não tenho andado distraído.
Esta campanha interessa-me muito. Diz-me muito!

Eu sou, sem qualquer margem para dúvidas, pelo SIM.
E quero participar.
Porque não se trata de legalizar o aborto, mas de despenalizar a interrupção voluntária da gravidez.
Que, hoje, se faz em Portugal de forma gravemente polarizadora da discriminação a que as mulheres são sujeitas, e de que este aspecto é um dos mais gritantes, pela sua deshumanidade evidente.
Umas mulheres fazem abortos como se faziam na Idade Média, com talos de couve e sem quaisquer cuidados médico-sanitários.
(Corrijo-me, não fazem abortos mas desmanchos, o que a Igreja aceita como fatalidade e com naturalidade, enquanto que, na grafia de abortos, criminaliza tomando rédeas da campanha.)
Outras mulheres, que senhoras e donas são, fazem-nos, em toda a impunidade, em clínicas privadas, aqui e/ou onde quer que seja, com todos os cuidados que a modernidade lhes faculta – porque de meios dispõem – e, evidentemente, não são penalizadas.
Estou pelo SIM porque sim.
Mas também estou pelo SIM porque a campanha pelo NÃO atinge tal nível de manipulação e hipocrisia que, mesmo que tivesse dúvidas quanto ao SIM, diria SIM para dizer não a este NÃO.

Voltarei, claro, ao tema.

memória de economista - 6

Um jovem casal português (ou esloveno...), na ausência de uma política de habitação nacional, recorre a um desses “produtos” bancário-financeiros. Assim se endivida e começa a pagar (mais)um juro determinado que, depois, fica sujeito às oscilações das taxas de juro sobre-determinadas, a partir de Frankfurt, pelo sexteto (ou será septeto?… esta memória!) de eurobanqueirocratas. Ora estes, ao serviço de quem servem, terão menos em consideração a política de habitação em Portugal (ou na Eslovénia... se houvesse) e o endividamento dos jovens casais portugueses (ou eslovenos…), que o aniversário da esposa (ou da amante) e o shampoo para o banho do cãozinho que anda lá por casa e pelo jardim (que não foram comprados beneficiando de crédito bancário sujeito a alteração de taxas de juro…),

sábado, janeiro 06, 2007

6ª (e última, obviamente) de 6 "sentenças"... discutíveis, claro!

6. Tem de haver, sempre, os que hão de ir à frente, por estarem na primeira linha das lutas, por serem vanguarda, por serem, do leite, a superfície e não a nata que do leite se separou.

memória de economista - 5

Entretanto, entre o tempo da inflação verificada e a actual, da inflação esperada, muito coisa aconteceu pelas economias, que mais em finanças se tornaram, e a crescente e avassaladora invasão dos “produtos” (!) financeiros que são “oferecidos” aos cidadãos/ãs têm tido um efeito perverso, no que às condições e qualidade de vida cidadã respeita.

5ª de 6 "sentenças"... discutíveis, claro!

5. Lutar contra as injustiças, sim!, lutar contra a exploração do homem pelo homem, sim! SEm dúvidas nem hesitações. Mas a luta contra só pode ter resultados se for com os injustiçados, com os explorados.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

4ª de 6 "sentenças"... discutíveis, claro!

4. Tomar o partido dos mais fracos, apenas por serem os mais fracos, pode ser a forma de os levar a aceitar a sua fraqueza, e a não lutarem contra ela, a tornarem-se dependentes dos que por eles tomaram partido.

memória de economista - 4

A inflação esperada, ou seja, o aumento de preços que o INE estima que venha a ser o do ano próximo, passou a ser o instrumento que serve para a fixação de salários, ou dos irrisórios aumentos salariais, e para, dessa forma, se concretizar uma chave da política prosseguida – para não dizer a chave! – que é a contenção salarial.
De onde resultou, com a passagem da inflação verificada à inflação esperada, alteração subrepticiamente introduzida, que, em vez dos aumentos salariais serem para repor poder de compra – além de outras variantes como a do aumento da produtividade e a da repartição do Rendimento Nacional – servirem para compensar, por baixo, o que vai ser a esperada, por baixo, a perda do poder de compra.

memória de economista - 3

A inflação verificada, isto é, o aumento de preços calculado pelo INE relativamente ao ano que passou, era um instrumento para a contratação colectiva e, por essa via, para que se procurasse que, no mínimo, o poder de compra perdido pelos salários, ao longo do ano, fosse recuperado.

3ª de 6 "sentenças"... discutíveis, claro

3. Como dizia Brecht, não se é perseguido por se ter razão...
e acrescentava que, tivessem os perseguidos força, não seriam perseguidos, tivessem razão ou não.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

memória de economista - 2

De quem deu nome ao paradoxo do pão aumentar o preço e ter maior procura não me lembro quem foi... nem vou procurar, mas o que me está a vir à cabeça com teimosa frequência é um tal Gini, que deu o seu nome a um índice que ilustra as dispersões de rendimento e, logo, os níveis de desigualdades.
E envergonha-me ver sempre Portugal como o "mais desigual" da "Europa", ali ao ladinho dos Estados Unidos.
E, pior, ser isso tomado como fatalidade (ou instrumento), e as políticas nada fazerem para o corrigir. Bem pelo contrário! Alegremente e sem vergonha.

Hoje, acordei triste e desaustinado... ature-me quem tiver pachorra

Houve quem dissesse, com ar fatalista e pesar na voz,
... mais um que se vai embora...

Irei, irei... mas não foi - ainda! - desta!

E viva o velho! Aqui para as curvas e na(s) luta(s).

2ª de 6 "sentenças"... discutíveis

2. Por vezes, os mais fracos são-no (ou estão-no) por não terem razão, e os mais fortes são-no (ou estão-no) por a terem.

memória de economista - 1

O amento do preço do pão - e logo em 20% -pode não levar a que se consuma menos pão como as "leis do mercado" determinariam.
Nalguns casos/casas, custar o pão mais 20% pode fazer com que, menos sobrando para o resto, haja que comprar mais pão.
Se a memória (do economista) estivesse fresca, e não está..., até se lembrava do nome que tinha este paradoxo.

1ª de 6 "sentenças"... discutíveis, claro!

1. Nem sempre estar do lado dos mais fracos é uma atitude justa.