quinta-feira, janeiro 11, 2007

à margem (mas não tanto) das "memória de economista"

De vez em quando é preciso fazer uma limpeza aos bolsos das calças, dos blusões, dos casacos, do sobretudo, e deles retirar todos os papelinhos que se vão acumulando (dos das camisas, daqueles bolsos que ficam no lado esquerdo das ditas, sobre o coração, nem vale a pena falar… frequentemente vão para a máquina de lavar e o que de lá sai é uma pastazinha inindentificável).
Depois, faz-se a selecção e a maioria dos papeluchos vai, corajosamente, para o lixo mas também acontece encontrar-se matéria esquecida e reciclável, como este trechozito num guardanapo de papel já quase ilegível:

Em pequeninos viciaram-se no jogo do monopólio que os paizinhos lhes ofereceram.
Quando cresceram ajudaram os paizinhos a acabar com os – dito por eles – monopólios estatais, e a constituírem, reconstituírem ou reforçarem os monopólios privados, para eles e para outros como eles.
Agora, eles e os seus queridos filhinhos, netos queridinhos dos avós, jogam ao jogo da Bolsa e brincam às OPAs.
O vício continua e passa de geração em geração.

Mas a luta também!

2 comentários:

Anónimo disse...

O texto nesse guardanapo é o retrato fiel de uma geração / de uma classe que se vai multiplicando...

Anónimo disse...

Mais uma magnífica análise deste triste país!
Porém as novas geração estão mais requintadas, com atitudes mais pérfidas, tornando este pequeno rectângulo, mais desumano.

GR