Ontem, pelas 18 horas, na mais implícita que explícita divisão de tarefas, fui "mandado às compras".
Era um circuito curto e chuviscava.
Apesar disso, não escolhi os mais directos caminhos e vi-me no largo da Igreja.
Já tinha escurecido o dia e sou atraído pelo “placard” luminoso ali posto pela "senhora câmara" para informar os passantes do que se vai passar no concelho.
Confirmo, luminosamente, que é o dia 16 de Janeiro de 2007, que são 18 horas e já muitos minutos, que a temperatura é de 11,5º.
Espero mais uns segundos e fico a saber que “vai haver” uma meia maratona de teatro em Pêras Ruivas… nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2006 e que “vai haver” uma Feira de Antiguidades”... no dia 23 de Dezembro também ainda de 2006.
Fico pasmado. Debaixo do chapéu que me protege da chuva que está morrinhenta. E pergunto-me: quanto é que estará a custar esta “informação”, a 16 de Janeiro de 2007, do que “vai acontecer” em Dezembro de 2006!
Era um circuito curto e chuviscava.
Apesar disso, não escolhi os mais directos caminhos e vi-me no largo da Igreja.
Já tinha escurecido o dia e sou atraído pelo “placard” luminoso ali posto pela "senhora câmara" para informar os passantes do que se vai passar no concelho.
Confirmo, luminosamente, que é o dia 16 de Janeiro de 2007, que são 18 horas e já muitos minutos, que a temperatura é de 11,5º.
Espero mais uns segundos e fico a saber que “vai haver” uma meia maratona de teatro em Pêras Ruivas… nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2006 e que “vai haver” uma Feira de Antiguidades”... no dia 23 de Dezembro também ainda de 2006.
Fico pasmado. Debaixo do chapéu que me protege da chuva que está morrinhenta. E pergunto-me: quanto é que estará a custar esta “informação”, a 16 de Janeiro de 2007, do que “vai acontecer” em Dezembro de 2006!
Aquilo não é um "placard" modernaço ali perdido e por mim achado, aquilo é um retrato...
4 comentários:
Já a pé?
Daqui te saúdo, passeante criatura, expressando os desejos que continues a ver OUrém dessa forma tão crítica.
Mas se perguntares ao dito presidente, ele dirá, com certeza: "a culpa é do Governo" (e eu não morro de amores por estes).
Concordarás no entanto que, ao contrário do que dizes, o homem até está a poupar pois não pagou a nenhuma empresa municipal chorudas alvíssaras para actualizar a informação.
Madrugador ou o placard provocou insónias? Depois de ler esta observação, sei que deveria franzir o sobrolho e mostrar um ar grave, perante o ridículo da situação.
Mas na realidade sorri-me, (diverti-me) com mais um excelente texto.
Penso que estes placares foram vendidos às Câmaras, sem o “papelinho” de instruções. Porém, mostra que a autarquia é inovadora (!). Não avisam o funcionário de mudar as actividades locais e depois é o caricato que se vê.
Na minha terrinha colocaram-no (altíssimo) na rua principal, frente aos Paços do Concelho, noticiado pelo presidente com pompa e circunstância. Durante mais de um ano não funcionou, as bocas eram mais que muitas, até na Assembleia Municipal, depois das devidas Recomendações, se brincava com o caso.
Até que um dia, depois de uma jura do presidente, o placard deu luz! Horas, temperatura, tudo estava lá. Não tinha letras, mas também não podemos ser tão exigentes!
A temperatura variava (mesmo no Inverno) entre os 60º a 80º, as horas entre as 77h e as 99 h.
Dei os parabéns ao presidente, estávamos definitivamente no Inferno!
Hoje não há placard, para incomodo das pombas!
GR
Caríssimo Luís, madrugador era, noctivago fui e, aos poucos, estou a voltar a ser.
Obrigado pelo teu envelopes com os dois livros que me chegaram ontem. Já os folheei com gozo e proveito. Mais insónias e levantares prematuros...
Caríssima GR, o teu texto está excelente. Obrigado. Como é que sabes, agora, as horas e a temperatura no inferno?
basta conhecer Lisboa para ter uma estimativa sobre a temperatura e as horas do inferno. não é assim tão difícil...
tens de te informar, sérgio, não vá esse placard ser um placard de informação histórica.
um abraço.
gosto em ler-te!
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