quarta-feira, janeiro 17, 2007

Coisas... excertos de uma espécie de diário.

Ontem, pelas 18 horas, na mais implícita que explícita divisão de tarefas, fui "mandado às compras".
Era um circuito curto e chuviscava.
Apesar disso, não escolhi os mais directos caminhos e vi-me no largo da Igreja.
Já tinha escurecido o dia e sou atraído pelo “placard” luminoso ali posto pela "senhora câmara" para informar os passantes do que se vai passar no concelho.
Confirmo, luminosamente, que é o dia 16 de Janeiro de 2007, que são 18 horas e já muitos minutos, que a temperatura é de 11,5º.
Espero mais uns segundos e fico a saber que “vai haver” uma meia maratona de teatro em Pêras Ruivas… nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2006 e que “vai haver” uma Feira de Antiguidades”... no dia 23 de Dezembro também ainda de 2006.
Fico pasmado. Debaixo do chapéu que me protege da chuva que está morrinhenta. E pergunto-me: quanto é que estará a custar esta “informação”, a 16 de Janeiro de 2007, do que “vai acontecer” em Dezembro de 2006!
Aquilo não é um "placard" modernaço ali perdido e por mim achado, aquilo é um retrato...

4 comentários:

Lobo Sentado disse...

Já a pé?
Daqui te saúdo, passeante criatura, expressando os desejos que continues a ver OUrém dessa forma tão crítica.
Mas se perguntares ao dito presidente, ele dirá, com certeza: "a culpa é do Governo" (e eu não morro de amores por estes).
Concordarás no entanto que, ao contrário do que dizes, o homem até está a poupar pois não pagou a nenhuma empresa municipal chorudas alvíssaras para actualizar a informação.

Anónimo disse...

Madrugador ou o placard provocou insónias? Depois de ler esta observação, sei que deveria franzir o sobrolho e mostrar um ar grave, perante o ridículo da situação.
Mas na realidade sorri-me, (diverti-me) com mais um excelente texto.
Penso que estes placares foram vendidos às Câmaras, sem o “papelinho” de instruções. Porém, mostra que a autarquia é inovadora (!). Não avisam o funcionário de mudar as actividades locais e depois é o caricato que se vê.
Na minha terrinha colocaram-no (altíssimo) na rua principal, frente aos Paços do Concelho, noticiado pelo presidente com pompa e circunstância. Durante mais de um ano não funcionou, as bocas eram mais que muitas, até na Assembleia Municipal, depois das devidas Recomendações, se brincava com o caso.
Até que um dia, depois de uma jura do presidente, o placard deu luz! Horas, temperatura, tudo estava lá. Não tinha letras, mas também não podemos ser tão exigentes!
A temperatura variava (mesmo no Inverno) entre os 60º a 80º, as horas entre as 77h e as 99 h.
Dei os parabéns ao presidente, estávamos definitivamente no Inferno!
Hoje não há placard, para incomodo das pombas!

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Caríssimo Luís, madrugador era, noctivago fui e, aos poucos, estou a voltar a ser.
Obrigado pelo teu envelopes com os dois livros que me chegaram ontem. Já os folheei com gozo e proveito. Mais insónias e levantares prematuros...
Caríssima GR, o teu texto está excelente. Obrigado. Como é que sabes, agora, as horas e a temperatura no inferno?

Anónimo disse...

basta conhecer Lisboa para ter uma estimativa sobre a temperatura e as horas do inferno. não é assim tão difícil...

tens de te informar, sérgio, não vá esse placard ser um placard de informação histórica.

um abraço.
gosto em ler-te!