sexta-feira, setembro 30, 2016

Museu-Prisão?

Ourém: Museu-Prisão dos Pastorinhos terá carta manuscrita da Irmã Lúcia
As Jornadas Europeias do Património foram marcadas com pompa em Ourém, que aproveitou o momento para celebrar este domingo, dia 25 de setembro, os 500 anos do foral manuelino e os 175 anos da passagem da sede do concelho para Vila Nova de Ourém. O edifício clássico dos Paços do Concelho foi aberto à visitação do público, após requalificação, onde já está visível o espaço da antiga prisão onde será colocado um Museu em 2017. (in Médio-Tejo.net)


e terá outras cartas e testemunhos
que põem em dúvida (para não dizer mais...) 
o que Lúcia
disse, contou e manuscreveu?

sábado, setembro 24, 2016

Pinça mentes sobre EUROPA e a "salvação" dessa coisa chamada União Europeia

em tempo de ler Teses para o XXº, esta
do Ângelo Alves, que pede exige leitura e reflexão, releitura e debate:
.
 - Edição Nº2234  -  22-9-2016

O consenso de Bruxelas
Os recentes desenvolvimentos na União Europeia são elucidativos da profundidade e persistência da crise que afecta o continente europeu. Uma crise que sendo expressão do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo na Europa se manifesta também como uma crise da própria União Europeia. Não poderia ser de outra forma, a União Europeia integra a dinâmica geral do capitalismo na sua fase imperialista e, por consequência, o aprofundamento das suas contradições e da sua crise estrutural.

Da leitura política das diversas cimeiras e reuniões realizadas após o referendo na Grã-Bretanha – um abalo de grande magnitude no processo de integração – emergem três ideias centrais: a primeira é que se aprofundam todas as contradições do processo de integração capitalista. O espectro de um bloqueio, para não dizer desintegração, faz hoje parte da realidade política na União Europeia; a segunda é que os círculos dirigentes da UE tentam esboçar, mais uma vez, a solução «clássica» de «responder» à crise por via de uma fuga em frente que aprofunde ainda mais os pilares neoliberal, militarista e federalista; a terceira, relacionada com a segunda, é que as contradições não permitem avançar para já nesse salto em frente no plano económico e político – as eleições em França e na Alemanha assim o determinam – mas no que toca ao pilar militarista já não é bem assim.

É exactamente isto que transparece da recente Cimeira de Bratislava (ou Conselho Europeu informal). A Reunião a 27 passou por cima dos gravíssimos problemas económicos e sociais que percorrem a Europa e, ignorando-os olimpicamente, desenhou um «roteiro» até Março de 2017 que tem como eixos estruturantes: o desenvolvimento do militarismo da União Europeia; uma acentuação do conceito de Europa fortaleza; a continuidade e aprofundamento da criminosa política de migrações, nomeadamente com a militarização da questão humanitária; um conjunto de medidas securitárias atentatórias da democracia e da soberania dos estados como é o caso da Guarda Costeira e de Fronteiras Europeia; uma maior federalização da dita política externa que agora também se vira para África.

Quanto ao «Brexit», aquilo que é hoje visível é que perante uma situação em que a «ira dos deuses» não se abateu sobre o povo britânico por tere decidido abandonar a União Europeia, o directório de potências e as instituições europeias estão apostadOs numa de duas «soluções»: ou fazer da saída do Reino Unido um autêntico «inferno» negocial, uma espécie de «lição» para outros, ou em articulação com este objectivo fazer reverter a vontade do povo britânico.


Os discursos da necessidade de «repensar», ou «refundar» o processo de integração estão, passados poucos meses do Brexit, completamente abandonados. A palavra de ordem é manter o rumo e aprofundar o funcionamento dos mecanismos de domínio. As reuniões que precederam Bratislava são elucidativas dessa opção e da deriva militarista, nomeadamente a cimeira de Atenas, organizada pelo governo do Syriza e em que participou o Governo português, uma peça exemplar do papel da social-democracia na Europa, das reais opções políticas do governo do Syriza e do compromisso do PS com os eixos da integração capitalista na Europa. Um compromisso tão mais insustentável quanto o povo português continua a ser alvo da chantagem, intromissão e pressão da União Europeia.
Não espanta portanto que em Bratislava as conclusões de Atenas tenham sido bem acolhidas por Merkel, Tusk e Juncker, e que o «clima» tenha sido «construtivo» quanto ao «roteiro» ali desenhado. É o velho consenso de Bruxelas a funcionar.
Fala-se hoje muito de «salvar a Europa», mas como temos dito, salvar a Europa significa derrotar a União Europeia e o consenso que apesar das contradições emergentes parece prevalecer entre direita e social- -democracia.



Ângelo Alves

sexta-feira, setembro 23, 2016

Brasil Popular e Povo sem Medo... sem temer!

de abril abril



Dia Nacional de Paralisação e Mobilização

Milhares manifestaram-se 

por todo o Brasil 

em defesa dos direitos

3 DE SETEMBRO DE 2016
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Convocada por nove centrais sindicais e as frentes Brasil Populare Povo sem Medo,
a jornada de luta de ontem contou com a participação de milhares de pessoas,
que denunciaram as políticas laborais e sociais do governo Temer.

O Dia Nacional de Paralisação e Mobilização foi, para os organizadores,
um «aquecimento» para a greve geral de protesto contra os ataques de Temer
aos direitos dos trabalhadores Foto de Brasil de Fato

Os objectivos do Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, no âmbito do qual
 se realizaram actos em perto de 20 estados brasileiros, era, segundo os organizadores, 
fazer o «aquecimento» para uma greve geral – ainda sem data marcada – e denunciar
as ameaças aos direitos dos trabalhadores, dos estudantes, dos pensionistas 
contidas nas reformas avançadas pelo governo não eleito de Michel Temer.
Em São Paulo, cerca de 30 mil pessoas participaram no acto do Dia Nacional
 de Paralisação e Mobilização. Presente na manifestação, 
Edson «Índio» Carneiro, secretário-geral da Intersindical, declarou que 
«químicos, bancários, professores, trabalhadores das universidades 
e um conjunto de trabalhadores cruzaram os braços para dizer um grande “não”
 aos ataques que o governo Temer e a maioria do Congresso querem impor 
ao povo brasileiro», refere o Brasil de Fato.
Por seu lado, Luana Correa, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), 
apontou a reforma do Ensino Médio como um dos aspectos negativos das propostas 
deste governo, que «não dialoga com as necessidades dos estudantes» 
e quer cortar 45% da verba no próximo ano. A dirigente estudantil
 sublinhou que estão também a ser postos em causa fundos e programas instituídos,
 nomeadamente um que permitiu que «as mulheres, os negros e negras, o povo do campo 
e da cidade, principalmente da periferia, pudesse ter acesso a educação de qualidade».
Também presente na mobilização paulista, Douglas Izzy, dirigente da 
Central Única de Trabalhadores (CUT), explicou que, com as reformas laborais de Temer, 
estão em causa direitos consagrados na Lei do Trabalho, como o 13.º mês, as férias pagas,
 as licenças de maternidade e paternidade, entre outros. Este governo pretende sujeitá-los 
à negociação directa entre patrão e empregado, o que «significa rebaixar os direitos 
dos trabalhadores,e nós somos contra», disse.«(...) só com muita pressão e mobilização 
popular, unidade das centrais sindicais progressistas e de classe o governo usurpador 
porá um freio às propostas de retirada de direitos»
Ao Brasil de Fato, João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do 
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse que a mobilização 
constitui um forma de parar o golpe e, «acima de tudo, a retirada de direitos», 
que também vai afectar os trabalhadores do campo. Foi neste contexto que o MST 
e a Via Campesina aderiram à manifestação, acreditando 
«na possibilidade da construção da greve geral».

Jornada de luta por todo o Brasil

As mobilizações e paralisações ocorreram, ontem, no Distrito Federal 
e em muitas cidades dos estados brasileiros da Paraíba, Santa Catarina, 
Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte, 
Mato Grosso, Amapá, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Goiás, Minas Gerais, 
Ceará, segundo refere o Portal Vermelho.
No Rio Grande do Sul, houve mobilizações de protesto contra o governo de Temer 
e as suas políticas económicas e sociais nas cidades de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. 
Na capital gaúcha, a Brigada Militar usou gás pimenta, granadas de atordoamento 
e gás lacrimogéneo para impedir a paralisação nas garagens de autocarros, 
tal como foi denunciado pelo dirigente da CTB-RS, Guiomar Vidor.
As medidas de Michel Temer e a Justiça foram o alvo dos protestos em Goiás, 
onde os manifestantes reivindicaram a libertação dos «presos políticos de Goiás», 
recordando que no dia 17 deste mês foram presos 40 estudantes que ocuparam 
a sede do Conselho Estadual de Saúde e que líderes do MST se encontram presos desde Abril.
Na Bahia, milhares de manifestantes, entre os quais se encontrava 
a presidente destituída Dilma Rousseff, ocuparam as ruas de Salvador 
em protesto contra os ataques aos direitos dos trabalhadores do governo Temer.
Também houve manifestações no interior do estado, em cidades como Correntina, 
Governador Mangabeira, Paulo Afonso e Feira de Santana.
Em Fortaleza (Ceará), trabalhadores de diversos sectores pararam uma das principais 
artérias da cidade, a Avenida Duque Caxias, e manifestaram-se em frente à Contax,
uma das maiores empresas na capital do estado. Luciano Simplício, dirigente da CTB-CE 
disse ao Portal Vermelho que «estas actividades de hoje são apenas o aquecimento 
para a realização de uma Greve Geral». E acrescentou: «Temos a convicção de que 
só com muita pressão e mobilização popular, unidade das centrais sindicais progressistas 
e de classe o governo usurpador poderá pôr um freio às propostas que representam 
a retirada de direitos.»

CPPC - UPP


quinta-feira, setembro 22, 2016

Teses para Congresso

22.09.2016

Hoje é o primeiro dia da última fase de preparação do XXº Congresso. Do resto da nossa preparação congressual. È assim que está nos processos e procedimentos do PCP.
Com a publicação no avante! de hoje das Teses que enformam o Projecto de Resolução Política, tal como aprovadas na reunião do Comité Central de 17/18.09.2016, todos os militantes tiveram acesso ao que resultou das fases anteriores (em que também participaram, ou foram convocados a participar).


Essas “Teses”, na sua forma de projecto, poderão agora poder ser debatidas por todos os militantes e receber propostas de emendas, e serão o elemento central para a passagem de projecto a proposta de “Resolução Política” a aprovar em Congresso, onde ainda, como proposta, poderá  acolher alterações a partir da acção/intervenção dos delegados presentes e representantes de todo o colectivo partidário.

É assim. E é diferente de todos os outros partidos.

Mas é tão diferente que a publicação do documento que hoje acompanha o semanário do partido o torna acessível a todos, militantes ou não, e todos podem olhar para dentro do Partido com paredes de vidro, como titulou Álvaro Cunhal em livro. 
Por isso, antes mesmo dos militantes poderem folhear as suas “Teses” no final do dia, ou de receberem o correio com o exemplar da assinatura do avante! que as inclui, já houve quem as tivesse lido, analisado e comentado.
Na informação pela net, em que o Expresso, é pródigo já uma jornalista apresentou um trabalho sobre as “Teses”, mostrando que as teria lido, embora com perspectivas pouco militantes mas muito contabilistas, trabalho ilustrado por uma fotografia de Jerónimo de Sousa na Festa do avante!, que dificilmente poderia ser mais negativa relativamente ao que foi aquela Festa. (Como é que é possível apanhar aquele ângulo em que o secretário-geral do PCP parece estar, só e curvado, a “prestar contas” à comunicação social que esconde a enorme massa atenta e à espera da carvalhesa?!).

Cabe-nos a nós, a cada um, corresponder com a nossa prática ao respeito formal pela teoria democrática. E revolucionária.       

segunda-feira, setembro 19, 2016

domingo, setembro 18, 2016

Para este domingo (e ocupado e preocupado)

Desde há tantos dias!
Tenho "andado" por onde?... depois da Festa
Por vários lados.
Muito ocupado. Por exemplo:
1
2
Prestando contas em http://ouremcdu.blogspot.pt/ e no facebook (quem isso faz e quem disso quer saber?).
3
Revitalizando na visita a Amgos, e ouvindo Mahler na Casa da Música do Porto
(que belo, que humano, que pungente!)
________________________________
Sempre acompanhando, e preocupado com, o que está em curso, com as teses nossas e o que se lhes siga.

sexta-feira, setembro 09, 2016

Propaganda de guerra - Marketing de ideologia e armas

 - Edição Nº2232  -  8-9-2016

A propaganda bélica
é feita de mentiras bem publicitadas
Propaganda de guerra


A foto da criança síria que alegadamente sobreviveu a um bombardeamento das forças governamentais encheu as primeiras páginas. Explorando os sentimentos que a foto naturalmente suscita, a campanha mediática adubou o terreno para maiores intervenções das potências imperialistas, responsáveis pela guerra na Síria. Mas em quase total silêncio passou a revoltante história doutra criança na Síria, degolada e decapitada por «rebeldes moderados» financiados e armados pelas potências imperialistas. Os carrascos gravaram orgulhosamente tudo em vídeo (versão legendada em inglês em my.mixtape.moe/vkzsxr.mp4). No vídeo, os «combatentes pela liberdade» imperialista fazem troça da doença da criança, e quando o infeliz pede para ser morto a tiro e não degolado, afirmam em tom de chacota que «somos piores que o ISIL» e procedem à sua decapitação. A BBC referiu-se ao caso (21.7.16), mas titulando: «Conflito sírio: rapaz decapitado por rebeldes 'era combatente'» o que, convenha-se, mais parece uma tentativa de justificar a barbárie. As histórias das duas crianças têm até uma ligação directa. O fotógrafo da foto que fez manchetes tem também alegres selfies com os carrascos do jovem cuja decapitação não mereceu relevo na comunicação social de regime (off-guardian.org, 23.8.16). No início deste ano, o então ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya'alon, deu razões para esta convivência com a barbárie: «Se na Síria a escolha é entre o Estado Islâmico [ISIL] ou o Irão, eu escolho o Estado Islâmico» (Times of Israel, 19.1.16). Há poucos dias, um professor universitário em Israel escreveu que «a continuação da existência do IS[IL] serve um objectivo estratégico. Por que se há-de ajudar o brutal regime de Assad a ganhar a guerra civil Síria?» (besacenter.org, 2.8.16). Os «valores ocidentais» convivem bem com a decapitação de crianças.



A propaganda bélica é feita de mentiras bem publicitadas. Muitos lembrar-se-ão da campanha em 2014 sobre uma alegada violação de águas territoriais suecas por um «submarino russo». Poucos saberão que no início deste Verão, o ministro da Defesa sueco confessou que «o sinal de sonar, que os militares suecos consideraram o indício crucial da presença dum submarino estrangeiro perto de Estocolmo durante as buscas de 2014, era proveniente dum 'objecto sueco'» (RT, 12.6.16). A campanha serviu no entanto para «justificar um aumento de muitos milhões de dólares nas despesas militares» e para promover a adesão da Suécia à NATO. Também o Ministério da Defesa britânico acabou por reconhecer (em resposta à Câmara dos Comuns, HCWS177, 7.9.15) que os danos a uma embarcação de pesca no Mar da Irlanda em Abril de 2015 não tinham sido, como a comunicação social na altura se encarregou de repetir, obra dum submarino russo, mas sim «dum submarino do Reino Unido». Mas, tal como na recente ilibação de Milosevic, a comunicação social de regime não encontra espaço para desmentir as falsas informações das suas manchetes.


Talvez pelas contradições nas negociações do TTIP, a revista alemã Der Spiegel (28.7.16) também se queixa das mentiras de guerra. Acusa «uma rede clandestina de agitadores ocidentais, em torno do dirigente militar da NATO [General Breedlove, de] alimentar o conflito na Ucrânia», através de «fontes duvidosas» que «exageram as actividades russas». Como diz o ditado, quando se zangam as comadres, sabem-se (algumas) verdades. No fim, o artigo diz que «a saída do General Breedlove do seu cargo na NATO não acalmou ninguém […] A provável sucessora [de Obama], a democrata Hillary Clinton, é considerada da linha dura face à Rússia. Mais: [Victoria] Nuland, uma diplomata que partilha muitos dos mesmos pontos de vista de Breedlove, poderá vir a ocupar um lugar ainda mais importante após as eleições de Novembro [como] ministro dos Negócios Estrangeiros». A guerra é indissociável do imperialismo. E as mentiras são indissociáveis da propaganda de guerra.

Jorge Cadima 

terça-feira, setembro 06, 2016

Onde (e há quantos anos/décadas) é que já ouvi isto... ou parecido?




de abril abril:


Portugal deve sair do «pântano» para poder começar a crescer

Portugal deve sair do «pântano» 

para poder começar a crescer



O Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu, em entrevista àAntena 1, a saída de Portugal do euro. Reconhece que o «pântano» provocado pela moeda única já nos custou uma década e que só abandonando o euro poderemos crescer.

As palavras que contam

Ler aqui:

http://www.pcp.pt/comicio-da-festa-do-avante-2016

segunda-feira, setembro 05, 2016

Brasil

Mais de cem mil contra Temer nas ruas de São Paulo

Mais de cem mil contra Temer 

nas ruas de São Paulo


Além de São Paulo, também o Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba foram palco, ontem, de manifestações em que se denunciou o golpe de Estado, se exigiu a renúncia do presidente Michel Temer e a realização de eleições gerais.

Esclarecimento

Face à notícia publicada 

pelo Correio da Manhã

Face à notícia publicada pelo Correio da Manhã relativa a “reformas de políticos” em que é afirmado que o Secretário-geral do PCP se “reformou aos 47 anos”, o PCP esclarece que:
É falso que o Secretário-Geral se tenha reformado. Jerónimo de Sousa continua hoje, com 69 anos, na condição de vida activa com a respectiva carreira contributiva de 55 anos para a Segurança Social.
No quadro do princípio do PCP de não ser beneficiado nem prejudicado no exercício de cargos públicos, Jerónimo de Sousa aufere um vencimento mensal correspondente ao praticado na empresa metalúrgica onde trabalhou desde os 14 anos (a MEC entretanto encerrada).
A notícia do Correio da Manhã confunde subvenções vitalícias com reforma antecipada, e quererá referir-se não a pensões de reforma mas sim a subvenções vitalícias.
Quanto às subvenções vitalícias é conhecida a posição do PCP: opusemos-nos à sua criação, interviemos com vista à sua eliminação o que veio a suceder em 2006, não acompanhámos a proposta para a sua reposição em 2015 e manifestámos a nossa oposição à decisão do Tribunal Constitucional em 2016.
Mantendo-se a sua existência, os eleitos do PCP têm procedido de acordo com a orientação acima referida, ou seja não prescindir desse direito, não dar a outros a gestão dessa verba e requerendo-a não é usada em benefício próprio, é entregue ao PCP e posta ao serviço da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo.
É neste quadro que Jerónimo de Sousa em 1993 quando deixou funções de deputado na Assembleia da República tendo direito à subvenção passou a decidir do destino dessa verba, sendo de sublinhar que essa possibilidade foi suspensa há 14 anos, em 2002 quando voltou a ser eleito deputado.

Ainda (e sempre) na festa da FESTA

Na ressaca da Festa deste ano, e que desejo prolongar até à Festa do próximo ano – para o que sobejarão temas, frases, pormenores –, na conversa fugidia do tardio pequeno-almoço do primeiro “dia normal” depois dos três dias de Festa[1], a "minha opinião pública” pessoal e privada (privilégio que fruo e de que desejo a outros e outras a descoberta e fruição) chamou-me a atenção para texto ainda não lido na azáfama das vésperas.
Esse texto aqui fica, agora, passada a Festa, em que tivemos a honra de partilhar a alegria (e o alívio!) do seu autor, acabadinho de concluir brilhantemente o seu doutoramento na Universidade de Aveiro, com a defesa de uma tese, de que espero o prometido envio para aprender... e saudar com conhecimento de cousa.
Mas não prefacio mais, com um renovado abraço ao camarada Fausto Neves, solidário com tudo o que vive/mos nestes dias de Setembro, que ele antecedeu com este “argumento” que tanto nos diz sobre tudo, publicado no avante! do seu 1º dia:


[1] - que, para muitos de nós – para os construtores da cidade, a que tanto agradecimento se deve – são, todos os anos muito mais que três dias
 - Edição Nº2231  -  1-9-2016

A «Clássica» na Festa




Não testemunhámos na primeira Festa do Avante! a presença do grande Luigi Nono, mas lembramo-nos da estupefacção com que encarámos no Jamor uma orquestra de músicos portugueses, em nesga de espaço e sombra, sob a direcção de Álvaro Salazar.
E a «clássica» foi passando pelas festas até se instalar num alvíssimo pavilhão com a orquestra do maestro Graça Moura. Daí lançou-se novo desafio: o preenchimento de uma das três noites do seu maior palco, o 25 de Abril, com amplificação do som acústico. E é nesta fase que ainda nos encontramos com os actuais protagonistas.
O PCP tem garantido assim a presença da música «erudita» na Festa, desse repertório peneirado pelo julgamento do tempo, universalizado de cada época pelo génio do compositor, emocionando-nos ainda hoje. É património de todos, usufruto a que temos direito.
Para além das teorias clássicas acerca dos benefícios da música na educação e cultura de um povo, os conhecimentos que a Neurociência abriu acerca da sua importância no desenvolvimento individual permitem-nos compreender o seu papel na evolução da espécie: no estímulo neurológico dos nossos antepassados, na interacção descodificadora entre emissor e receptor, na coesão e disciplina do grupo, mas também no desenvolvimento e refinamento das emoções retratadas ou provocadas. Com presença certa ainda nos habitats hominídeos, a música, interligada profundamente à linguagem e associada à dança, assumiu-se como poderoso símbolo de identidade cultural.
E este impulso evolutivo que sempre soube dar ao Homem manteve-se, mesmo com a especialização de funções: do músico, do bailarino e, maioritariamente, do público, criando-se o espectáculo. Seguiu-se a inevitável apropriação pela classe possidente da música de todos, que evoluía em complexidade e aprofundamento juntamente com o Homem, seu criador e seu simultâneo beneficiário, municiado assim para mais exigentes criações.
Este controlo classista continua nos dias de hoje com meios subtis e sofisticados, com claros e preocupantes objectivos. Marx esclareceu-nos acerca da apropriação das formas de Arte pela burguesia, transformando-a em pechisbeque caseiro, castrando-a da sua função social. Divisam-se hoje os efeitos, quer da supressão do estímulo evolutivo que a música sempre deu ao cidadão no funcionamento neurológico, nas aptidões funcionais para um dia-a-dia mais rico, mais sensível e mais disponível à interpretação do concerto e da vida; quer do preenchimento do vazio criado com produtos sem valor, dentro da música comercial. Se a chamada música «ligeira» possui imensos nichos de qualidade, à sua sombra são produzidos cada vez mais produtos de baixíssimo conteúdo, pobres, confrangedores, repetitivos nas suas receitas. E se conhecemos as potencialidades da prática e do usufruto da música de qualidade – de audição tão exigente quanto gratificante –, os produtos de que falávamos cultivam, na mesma lógica, a regressão da sensibilidade, a passividade, o horror à novidade. Como produtos de consumo que são, buscam a habituação, a dependência do consumidor; a ausência de curiosidade e de reflexão crítica; a reacção agressiva a qualquer saída do cada vez mais diminuto espaço conhecido, de conforto. A passividade acrítica no concerto e no desconcerto do Mundo...
Embora o chamado «pós-modernismo» crucifique estes destemperos reflexivos, felizmente que se começa hoje a sacudir a sua perigosa malha. Vieira de Carvalho denuncia a coincidência temporal da queda do socialismo do Leste europeu com o abandono progressivo da protecção dos estados às artes e, em especial, à criação vanguardista; com a promoção dos seguintes princípios: não distinção entre música avançada e conservadora, entre música erudita e popular; existência apenas de «boa» e «má» música; todos os géneros são fungíveis para agradar e divertir; o músico apenas deve saber vender o seu produto.1
Pierre Boulez aprofunda: Passarmos a falar acerca da música no plural e exibindo um ecumenismo ecléctico resolve o problema? Parece, pelo contrário, que apenas o conjurará para longe [...]. Todas aquelas músicas são boas, todas aquelas músicas são simpáticas. [...] Tudo é bom, nada é mau; não há quaisquer valores, mas cada um é feliz. [...] A economia está aí para nos lembrar, no caso de nos perdermos nesta suave utopia: há músicas que produzem dinheiro e que existem para o lucro comercial; há músicas que custam algo, cujo próprio conceito não tem nada a ver com o lucro. Nenhum liberalismo
apagará esta diferença.2  
A «clássica» na Festa é marca distintiva do PCP. O recolocarmos novos questionamentos a partir do realizado é a nossa natureza. Ou não fosse o discurso musical paradigma da contradição dialéctica.

1 Cf. Carvalho, Mário Vieira de. 2007. A Tragédia da Escuta – Luigi Nono e a Música do século XX. Pág. 14. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

2 Foucault, Michel and Boulez, Pierre. 2002. On Music and its Reception. In Scott, Derek B. (ed.). Music, Culture and Society. Pag. 164. Oxford: Oxford University Press.


Fausto Neves 

domingo, setembro 04, 2016

sábado, setembro 03, 2016

FESTA

 

sexta-feira, setembro 02, 2016

Golpes sobre golpes - a Venezuela

de abril abril

INTERNACIONAL

Milhares nas ruas de Caracas 

em defesa da Revolução Bolivariana


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Desde as primeiras horas do dia, milhares de pessoas concentram-se 
nas ruas da capital venezuelana, em defesa da paz 
e da Revolução Bolivariana, e para dizer «não aos golpistas».

http://www.abrilabril.pt/sites/default/files/styles/jumbo1200x630/public/assets/img/venezuela-av-bolivar-milhares.jpg?itok=gooFzX1r

Milhares de pessoas concentraram-se, hoje, no centro de Caracas e encheram a Avenida Bolívar, em defesa da paz e da Revolução Bolivariana
Milhares de pessoas concentraram-se, hoje, no centro de Caracas e encheram a Avenida Bolívar, em defesa da paz e da Revolução Bolivariana
 Foto de Comuna Robert Serra

O povo venezuelano expressa assim, também, o seu apoio às políticas levadas a cabo pelo presidente Nicolás Maduro e responde à chamada «Tomada de Caracas», mobilização convocada para esta quinta-feira pela oposição, liderada pela coligação Mesa da Unidade Democrática (MUD), alegadamente com o propósito de promover, ainda este ano, um referendo revogatório contra o chefe de Estado.
Ontem, militantes e simpatizantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) iniciaram uma vigília na Praça Venezuela, onde se pronunciaram, já de madrugada, contra a ingerência da Organização de Estados Americanos (OEA) e a Administração norte-americana nos assuntos internos da Venezuela, informa a Prensa Latina.
Atentos às tentativas de desestabilização
Dirigindo-se aos presentes, o primeiro vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, afirmou a necessidade de «trabalhar e lutar pela paz», sublinhando que «das ruas não nos tiram nem o imperialismo, nem a direita, embora não devamos cair em provocações beligerantes».
Cabello disse que o Governo estará alerta perante as tentativas de desestabilização, pois tem «razões para acusar a direita de, por trás da convocatória da marcha, esconder propósitos golpistas». Neste sentido, explicou que a oposição convocou a mobilização «para exigir a aplicação de um referendo revogatório este ano contra Maduro, mas sabendo que isso é impossível, pois foram eles mesmos que não cumpriram os prazos legais do processo». «E custa-lhes admitir isso perante os seus seguidores e financeiros oligarcas», afirmou.
«O que eles querem realmente são as guarimbas (manifestações violentas) para provocar o caos, fazer correr o sangue do povo e derrubar o legítimo presidente da República», destacou, sublinhando que «não vão deixar que a Revolução Bolivariana seja sequestrada».
Planos golpistas da direita
Um outro dirigente do PSUV, Freddy Bernal, explicou que as condições que propiciaram a mobilização de hoje, conhecida como a «Tomada de Caracas», são idênticas às que estiveram na origem do golpe de Estado de 11 de Abril de 2002.
Bernal revelou três estratégias planificadas por dirigentes da oposição: a «revolução laranja», em que enquadrou a «Tomada de Caracas» convocada pela MUD; a «extracção», que incluiria o sequestro de dirigentes chavistas como Diosdado Cabello, Ramón Rodríguez Chacín e ele mesmo, entre outros; e, por último, o golpe.
Da mesma forma, o ministro para as Relações Interiores, Justiça e Paz, Néstor Reverol, revelou há poucos dias que, em vários arquivos digitais apreendidos ao dirigente opositor Daniel Ceballos, era patente a gestação de um plano desestabilizador, a ser activado no Distrito Capital nesta quinta-feira, informa a TeleSur.
A propósito, estão em curso várias operações e investigações na sequência da apreensão de armas e munições de calibres diversos para atentar contra os manifestantes chavistas.
Solidariedade em Portugal
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) realizou hoje, em Lisboa, junto à estátua de Simón Bolívar, um acto público de solidariedade com a Revolução Bolivariana e com o direito inalienável do povo venezuelano de seguir o caminho que livremente escolher sem ingerências externas de qualquer natureza. Na ocasião, um representante do CPPC leu um comunicado em que denunciou a «criminosa acção desestabilizadora e de carácter golpista» que «grupos de direita venezuelana, concertados com os EUA, têm vindo a desenvolver».
Por seu lado, o Partido Comunista Português (PCP) emitiu um nota de imprensa em que, «denunciando as manobras contra a República Bolivariana da Venezuela», se associa à Acção Mundial de Solidariedade com a Venezuela e se solidariza «com o povo venezuelano, com o Governo constitucional do Presidente Nicolás Maduro, o PCV, o PSUV e demais forças que defendem os importantes avanços e as históricas conquistas democráticas alcançados e o seu aprofundamento no interesse dos trabalhadores e do povo venezuelanos».
Face à ingerência e agressão externas, os comunistas apelam «à solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela», em defesa da sua «soberania e independência», «pelo direito do povo venezuelano a decidir sobre o seu destino».