domingo, fevereiro 12, 2017

As "portas giratórias" e o grande portão da CGD... apesar de público!



A 7 de Novembro, sob esta gravura e estes título-legendas, abrilabril editava um elucidativo trabalho de informação - https://www.abrilabril.pt/nacional/caixa-grande-porta-giratoria - que começava assim:

«A polémica que envolve a actual composição do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) esconde uma realidade: os cargos na gestão do banco público serviram para distribuir lugares de acordo com prioridades que nada têm a ver com os interesses da CGD. Recuámos a 1989, à época da privatização da banca, da criação da União Económica e Monetária e das maiorias absolutas do PSD, com Cavaco Silva como primeiro ministro. Analisámos os dez mandatos que cobrem o período entre 1989 e 2015 e os números são claros: a passagem de ex-governantes, militantes, dirigentes e gente próxima do PSD, do PS e, a partir de 2004, do CDS tem sido regra na gestão da Caixa. 
Mas uma análise caso a caso mostra outra realidade: a promiscuidade alastra-se ao regulador – o Banco de Portugal – e à banca privada. O que têm em comum Vieira Monteiro, Mira Amaral, Carlos Santos Ferreira, Tomás Correia e Jorge Tomé? Todos eles foram presidir a bancos privados depois de saíram da Caixa. Na verdade, os três primeiros ainda estão à frente do Santander Totta, do BIC, e do BCP, respectivamente. 
Os conselhos de administração da Caixa Geral de Depósitos foram, ao longo dos últimos anos, território ocupado por gente próxima do poder político e económico, que muitas vezes se confundem. Na verdade, a actual composição dos órgãos sociais da Caixa não mostram qualquer ruptura com este passado, pelo contrário. Paulo Mota Pinto, ex-deputado e dirigente do PSD, preside à Assembleia Geral. Rui Vilar, o primeiro presidente do período que abordamos, é vice-presidente do conselho de administração. O presidente, António Domingues, e metade da comissão executiva vieram directamente do BPI para o banco público. (…)»

Esta informação – e de informação se trata – tem todo o interesse cidadão mas não só político, ou da prática política. Tomo-o como informação a procurar divulgar, talvez estimulado pela leitura do recente Para a Crítica da Crise-Diálogos com intelectuais e parlamentares de esquerda em Portugal, trabalho académico da autoria de Marcelo Braz, já aqui referido e de onde se retira o seguinte trecho:



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