A 7 de Novembro, sob esta gravura e estes título-legendas, abrilabril editava um elucidativo trabalho de informação - https://www.abrilabril.pt/nacional/caixa-grande-porta-giratoria
- que começava assim:
«A polémica que envolve a actual composição do conselho de
administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) esconde uma realidade: os
cargos na gestão do banco público serviram para distribuir lugares de acordo
com prioridades que nada têm a ver com os interesses da CGD. Recuámos a 1989, à
época da privatização da banca, da criação da União Económica e Monetária e das
maiorias absolutas do PSD, com Cavaco Silva como primeiro ministro. Analisámos
os dez mandatos que cobrem o período entre 1989 e 2015 e os números são claros:
a passagem de ex-governantes, militantes, dirigentes e gente próxima do PSD, do
PS e, a partir de 2004, do CDS tem sido regra na gestão da Caixa.
Mas uma análise caso a caso mostra outra
realidade: a promiscuidade alastra-se ao regulador – o Banco de Portugal – e à
banca privada. O que têm em comum Vieira Monteiro, Mira Amaral, Carlos Santos
Ferreira, Tomás Correia e Jorge Tomé? Todos eles foram presidir a bancos
privados depois de saíram da Caixa. Na verdade, os três primeiros ainda estão à
frente do Santander Totta, do BIC, e do BCP, respectivamente.
Os conselhos de administração da Caixa Geral
de Depósitos foram, ao longo dos últimos anos, território ocupado por gente
próxima do poder político e económico, que muitas vezes se confundem. Na
verdade, a actual composição dos órgãos sociais da Caixa não mostram qualquer
ruptura com este passado, pelo contrário. Paulo Mota Pinto, ex-deputado e
dirigente do PSD, preside à Assembleia Geral. Rui Vilar, o primeiro presidente
do período que abordamos, é vice-presidente do conselho de administração. O
presidente, António Domingues, e metade da comissão executiva vieram
directamente do BPI para o banco público. (…)»
Esta
informação – e de informação se trata – tem todo o interesse cidadão mas não só
político, ou da prática política. Tomo-o como informação a procurar divulgar,
talvez estimulado pela leitura do recente Para a Crítica da Crise-Diálogos com
intelectuais e parlamentares de esquerda em Portugal, trabalho
académico da autoria de Marcelo Braz, já aqui referido e de onde se retira o
seguinte trecho:
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