É deveras curiosa a diversidade de vozes que parecem querer formar o coro dos desiludidos da política.
Curiosa e diversificada. Desde os que foram, e por isso são, intérpretes responsáveis, protagonistas d(est)a política que, agora, os desilude, aos que "nunca se interessaram pela política", que sempre se colocaram como observadores e meros figurantes, mas que estão, agora, desiludidos pela política por que nunca se interessaram...
Há é o cuidado de juntar reportório do coro a partitura do esquecimento, do apagamento, da rasura, do facto desta política estar a ter as consequências que foram previstas e prevenidas. E de não incluir uma outra, a de que esta política servia alguns contra muitos.
Mas não se iludam os desiludidos. No seu coro não entrarão os que nunca se iludiram. E que continuarão a luta!
Não quero eu dizer com isto - se é que quero dizer mais do que já disse - que não tem significado, e importante, que tantas vozes, e algumas surpreendentes, estejam contra (est)a política. Tem o enorme significado de serem a prova. São a prova de que esta política não serve, ou melhor, que só servia os que vem servindo.
Termino sublinhando que não me estou a referir à política deste governo. Refiro-me (e os desiludidos da política também, queiram-no ou não) à política que vem detrás, de há 30 anos, que este governo prossegue e refina. Refinadamente.
3 comentários:
Bom post!
São três décadas de «regime de política única» executada por um «partido único bicéfalo» - e é positivo que cresça o número dos que se apercebem disso, mesmo que alguns deles tenham feito parte da seita durante muito tempo.
Abraço.
Desiludidos! Talvez, a eles se devem.
Estamos assistir novamente a um remake. A decepção é grande, a revolta é ainda maior, contudo, voltam a votar nos mesmos, agora com um acrescento na letra “D”!
Não consigo perceber, porque é que os eleitores são masoquistas!
GR
Masoquismo? Não acho que seja.
É desinformação, anestesia, intoxicação. É a luta de classes na forma muito sofisticada da luta ideológia (de ideias e informação), em que os meios são ainda mais desiguais.
É o ópio do povo, de que falava Marx, elevado a uma potência elevadíssima.
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