domingo, setembro 29, 2013
sábado, setembro 28, 2013
Hoje, enquanto se reflecte (como se deveria fazer todos os dias...)
“Hoje, o escritor que
deseja combater a mentira e a ignorância tem de lutar, pelo menos, contra cinco
dificuldades.
É-lhe necessário
- · a coragem de dizer a verdade, numa altura em que por toda a parte se empenham em sufocá-la;
- · a inteligência de a reconhecer, quando por toda a parte a ocultam;
- · a arte de a tornar manejável como uma arma;
- · o discernimento suficiente para escolher aqueles em cujas mãos se tornará eficaz;
- · finalmente, precisa de ter a habilidade para a difundir entre eles.
(...)
quinta-feira, setembro 26, 2013
Avante!... a propósito de um título
No avante! de hoje pode ler-se (e ver-se):
Num intervalo entre Ourém e Fátima (e com "nostalgia" desta, para mim..., tarefa) paro para ler e comentar.
É que andava à procura (ou à espera do avante!...) de mais informações sobre as eleições na Alemanha, e tropeço nesta manchete. Ora apetece-me dizer que Merkel não perdeu aliado nenhum, esmagou-o, exagerou demais e esmagou-o. Os liberais não chegaram aos 5% - com uma perda de 10 pp - pelo que não elegeram nenhum deputado.
A enorme vitória (estatística) de CDU, da Merkl, não foi suficiente para ter maioria absoluta, apesar de ter "engolido" o aliado FDP! Como vai sendo a "sorte" das alianças à direita (e ao centro), em que os maiores esvaziam os mais pequenos.Alianças "solidárias"...
E agora?
Apesar de alguma queda, o Partido da Esquerda (Die Linke) subiu para 3º partido, e a CDU alemã voltará, como se espera, a fazer aliança como o SPD.
Esta vocação dos sociais democratas para serem a esquerda do centro-direita lá vai atamancando, politicamente, as contradições e os desastres do capitalismo no económico e no social.
E lá vou, a correr, para a nossa campanha da nossa CDU
(nada de confusões!)
quarta-feira, setembro 25, 2013
A Acta Final da Conferência de Helsínquia, de 1975
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Rua Rodrigo da Fonseca, 56 – 2º 1250 -193 Lisboa, Portugal
Tel. 21 386 33 75 / Fax 21 386 32 21 e-mail: conselhopaz@cppc.pt
A Paz, a segurança e cooperação europeias -
história e reflexão
A assinatura da Acta Final da Conferência de
Helsínquia, por 35 países (33 Estados europeus – Áustria, Bélgica,
Bulgária, Checoslováquia, Chipre, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Jugoslávia, Liechtenstein,
Luxemburgo, Malta, Mónaco, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, República
Democrática Alemã, República Federal da Alemanha,
Roménia, San Marino, Suécia, Suíça, Turquia, URSS e Vaticano – mais o Canadá e
os Estados Unidos) tem de se considerar um dos acontecimentos mais importantes
do após-guerra. Essa Conferência de Estados foi iniciada em 3 de Julho de 1973,
na capital finlandesa, e concluída a 1 de Agosto de 1975.
Só a referência com um mínimo de informação e comentário
aos seus antecedentes e enquadramento encheria espaço que não caberia nesta
publicação, pelo que apenas se deixa brevíssima nota à criação e consolidação
do sistema de Estados socialistas, às lutas anticoloniais de autodeterminação e
independência, às derrotas do imperialismo no Vietname, no Laos, no Camboja, à “crise
do petróleo”, à decisão unilateral da inconvertibilidade do dólar e, quase
em simultâneo, ao derrube do fascismo em Portugal e na Grécia.
Passadas a guerra da Coreia e a “crise da base
soviética em Cuba”, é a própria “guerra fria” que é posta em causa,
aliás na sequência da afirmação do decreto nº 1 do Estado soviético,
consagrando o conceito da coexistência pacífica nas relações internacionais.
Pelo que com justeza se pode dizer que o verdadeiro início da Acta de
Helsínquia está na “Declaração sobre a consolidação da paz e da segurança
na Europa”, saída do Comité Consultivo político dos países membros
de Pacto de Varsóvia, de Junho de 1966, declaração que requer a convocação
de uma conferência para debater questões da segurança europeia e do
desenvolvimento da cooperação na Europa. A esta iniciativa muitas outras se
seguiram no plano dos Estados, importando sublinhar a chamada questão do statu
quo como prévia, e não como cristalização ou ancilose mas como confirmação
da situação resultado da guerra, para se poder passar do velho ao novo,
merecendo destaque os avanços que foram possíveis nas relações entre as duas
Alemanhas e a situação do enclave Berlim Ocidental (acordo de Dezembro de
1971).
Paralelamente com as iniciativas e os acordos no plano
dos Estados foi sendo desencadeado um movimento de opinião pública de grande
amplitude em todos os países, em que a unidade entre comunistas, católicos
e socialistas (ou sociais-democratas) teve grande influência no reforço dos
movimentos pela paz, pela segurança e cooperação europeias, sendo um factor de
pressão muito relevante nas relações inter-Estados.
Apenas se destaca, como culminar de um processo e
passagem a uma fase superior de organização na luta pela Paz, a Assembleia
dos representantes da opinião pública para a segurança e a cooperação europeias
(“A Europa na mão dos povos”), em Bruxelas, de 2 a 5 de Junho de 1972.
Pela acção dos Estados e pela movimentação unitária das
massas, independentemente de posições ideológicas identificadoras, foi a
primeira vez que um número tão elevado de países uniu os seus esforços com a
finalidade de se comprometer com importante conjunto de princípios reguladores
das relações internacionais, da segurança colectiva e do desenvolvimento de
relações de cooperação. De entre esses princípios, salientam-se i) a
igualdade soberana dos Estados, ii) a não intervenção nas questões
internas, iv) a resolução pacífica dos diferendos, v) o respeito
pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, vi) a igualdade de
direitos e a autodeterminação dos povos.
Da agenda da Conferência, entretanto preparada,
resultaram os seguintes conclusões fundamentais: i) a renúncia ao
emprego da força e da ameaça do seu uso como forma de resolução de questões em
litígio; ii) o reconhecimento das fronteiras estabelecidas na Europa a
seguir à “2ª Guerra Mundial”; iii) a dissolução simultânea do Pacto do
Atlântico Norte e do Pacto de Varsóvia ou, num primeiro momento, a dissolução
das respetivas organizações militares; iv) o fim da corrida aos
armamentos de todo o tipo; v) a criação de zonas desnuclearizadas em
várias regiões do mundo (incluindo a Europa); vi) o desarmamento nuclear
generalizado, com redução dos efectivos e do armamento concentrado em várias
regiões do mundo, designadamente na Europa Central; vii) a redução geral
das despesas militares, especialmente por parte das grandes potências; viii)
a adoção de medidas preventivas do risco de eclosão acidental ou da
provocação deliberada de incidentes militares e sua transformação em crises
localizadas ou mesmo em guerras internacionais; ix) o estabelecimento de
relações de cooperação; x) o desenvolvimento dos sistemas de transportes
e telecomunicações.
Desta forma, pode dizer-se (e ler-se) que a Conferência
de Helsínquia representou um ponto culminante da luta que os homens, os povos e
os estados que amam a paz têm vindo a desenvolver no segundo pós-guerra. Dela
resultou também a criação de uma organização a OSCE, de que muito se
poderia esperar mas que pouco terá para contar… dado o pouco ou nada que conta
para as decisões relativas à segurança e cooperação europeias!
Ainda acrescentaria um episódio e um comentário pessoais.
Em 1975, num programa de televisão, Manuel Alberto
Valente todos os meses fazia entrevistas a figuras (mais ou menos…) públicas
sobre o facto mais relevante nesse mês, escolhido pelo entrevistado. Coube-me
ser entrevistado em Julho de 1975. Sem hesitar, nesse verão tão quente (!),
escolhi a assinatura, por um Presidente da República de Portugal Democrático (o
General Costa Gomes) da Acta de Helsínquia.
O comentário que me assalta resulta da reflexão a que nos
obriga o que depois aconteceu, na segunda metade da década de 70 e na década de
80, e que nos coloca a questão da necessidade da Paz, que é intrínseca à
Humanidade, não poder ser indiferente ao estádio e evolução do que é o
verdadeiro motor da História, a luta de classes, nunca se podendo
confiar no inimigo de classe e nunca se podendo abdicar da permanente e vital
ligação dos estratos dirigentes com a própria classe em si mesma,
enquanto massas com diferentes níveis de consciência de classe.
terça-feira, setembro 24, 2013
As malhas que a reacção tece...
Recebi este mail, que agradeço e me apresso a divulgar, também sem comentar e com igual indignação:
Ver entre os 1m 00s e 2m 30s
Este programa, que não comento!, foi emitido no passado
sábado, 21 de Setembro de 2013, na SIC Notícias.
segunda-feira, setembro 23, 2013
Não foi hoje!
Numa rápida revis(i)ta pela imprensa blogosférica, entre duas acções de campanha, encontrei esta "pérola", que não resisto a reproduzir:
Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013
Regresso aos mercados – É hoje!!!
No dia aprazado para o
nosso “regresso aos mercados”, lá fui eu espreitar... a ver se tínhamos mesmo
“regressado”. Não vi ninguém...
Seria de rir à
gargalhada... não fosse a desgraça do país, da sua economia e de quase todo o
tecido produtivo, a morte antecipada de tantos cidadãos, a lepra social do
desemprego e o futuro embargado de tantos jovens, em consequência das políticas
dos sucessivos bandos de canalhas que nos têm desgovernado ao longo de tantos
anos!
Obrigado, Cantigueiro!
sábado, setembro 21, 2013
21 de Setembro - DIA INTERNACIONAL DA PAZ
Dia Internacional da Paz
LUTA PELA PAZ,
UMA CAUSA ACTUAL E PREMENTE!
Assinalando o Dia Internacional da Paz – 21 de Setembro –, instituído pela ONU, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúda todos os activistas pela paz e o movimento da paz em Portugal e no Mundo.
Neste dia, o CPPC não pode deixar de expressar a sua preocupação com a actual situação internacional, em que os EUA, a UE e o Japão continuam numa grave e prolongada crise, encontrando no incremento da exploração, na opressão e na guerra, a resposta para o beco em que se encontram.
Os princípios que deveriam nortear as relações internacionais – o respeito da soberania e da integridade territorial dos Estados, a não ingerência nos seus assuntos internos, a resolução pacifica dos conflitos internacionais, o desanuviamento das relações internacionais, consagrados na Carta das Nações Unidas –, encontram-se ameaçados por parte dos EUA, da NATO e seus aliados que os pretendem substituir pela lei do mais forte e pela guerra.
O imperialismo recrudesce a sua agressividade, fazendo-a acompanhar de uma sistemática e orquestrada campanha de desinformação e manipulação através da qual procuram «legitimar» e banalizar a barbárie da guerra. O hipócrita e cínico «direito de ingerência» em defesa dos Direitos humanos, não é mais do que um pretexto para branquear escaladas de agressão contra Estados soberanos que foram mergulhados em sangrentos conflitos pelos EUA, a NATO, a UE ou seus aliados – aliás, como acontece, actualmente, com a agressão Síria, à qual o seu povo tem corajosa e firmemente resistido durante os últimos dois anos.
Face ao crescimento das desigualdades, à exploração e recolonização, aumenta a fome, a pobreza extrema e a doença em vastas áreas do mundo. São colocados em causa direitos fundamentais conquistados durante décadas de luta de emancipação social e nacional. É imposto ao Planeta um sistema de produção destruidor, incompatível com a imprescindível relação sustentável entre as comunidades humanas e a natureza.
No entanto, por todo o mundo os povos continuam a levantar-se e a lutar persistentemente em defesa da liberdade, da soberania e da independência nacional, enfrentando a agressão, a ingerência mais descarada, as ameaças, as chantagens, os ultimatos políticos, económicos ou militares, assumindo, quantas vezes, pesados sacrifícios e tomando nas suas mãos o direito de conquistas uma vida e um futuro melhores.
A luta pela paz é, nos nossos dias, uma causa com toda a actualidade e premência.
O 25 de Abril de 1974 – que assinala o seu 40º aniversário no próximo ano – teve como uma das suas razões de ser a aspiração do fim da guerra colonial e a conquista da paz para o povo português e para os povos irmãos africanos, vítimas do fascismo e do colonialismo. A paz, aspiração e conquista do povo português, ficou consagrada na Constituição da República Portuguesa, aprovada a 2 de Abril de 1976.
Hoje as forças armadas ou militarizadas portuguesas são chamadas para teatros de guerra e a tomar parte em operações ao serviço de interesses imperiais contra povos agredidos, desrespeitando a letra e o espírito do consagrado na Constituição Portuguesa, que nasceu da aspiração de paz e amizade por parte do povo português com todos os povos do mundo.
O Conselho Português para a Paz e Cooperação continuará a intervir na defesa dos princípios plasmados na Constituição da República, pela rejeição da participação de tropas ou forças militarizadas portuguesas em agressões a outros povos e por uma política externa portuguesa independente, de paz e amizade com todos os povos do Mundo.
O CPPC continuara a desenvolver a sua acção em prol do reforço do movimento da paz, intervindo contra a guerra e o militarismo, contra os blocos político-militares, como a NATO, contra a militarização da União Europeia, contra as bases militares estrangeiras, pelo fim da corrida aos armamentos, por um mundo livre de armas nucleares.
O CPPC continuara a intervir pela solidariedade com todos os povos do mundo, em particular com os povos vítimas de guerras imperialistas, solidarizando-se com a resistência contra a agressão e a ocupação, contra a ingerência estrangeira, a chantagem, o bloqueio ou ameaça de intervenção militar, apoiando a luta dos povos pelo seu inalienável direito à auto-determinação, à soberania, à liberdade e à independência dos seus respectivos países.
A luta pela paz é parte integrante e condição necessária para a justiça e o progresso social.
O CPPC reafirma que a luta pela paz é contributo decisivo e marco intransponível para ultrapassar a crise económica e construir um mundo de justiça e progresso social, baseado na democratização das relações económicas e no desenvolvimento de uma relação sustentável entre as comunidades humanas e a natureza, no respeito pelos direitos e anseios de todos os povos do mundo.
O anseio e direito dos povos à paz consubstanciam-se na conquista e concretização dos direitos ao bem-estar, à alimentação, à água, à saúde, à habitação, à educação, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à recreação, a um ambiente saudável e a uma relação equilibrada com a natureza, à liberdade, à soberania, à justiça, ao desenvolvimento económico, a disporem das condições materiais necessárias a uma vida digna e estável.
É pois com inabalável determinação na justeza dos seus ideais e princípios e confiança na construção de um futuro melhor que o Conselho Português para a Paz e Cooperação reafirma o seu compromisso de sempre agir lado a lado com todos os homens e mulheres, no plano nacional e internacional, que resistem e intervêm com a aspiração e a convicção de que é possível construir um mundo justo, democrático, solidário e de paz.
Pela Paz! Junta-te a nós!
sexta-feira, setembro 20, 2013
domingo, setembro 15, 2013
sábado, setembro 14, 2013
O pior analfabeto
Têm-nos azucrinado com este cartaz, e o erro que ele contém. Tem a sua graça, embora um pouco triste por revelador de iliteracia, Comentaria dizendo que, no que é essencial, os amigos e camaradas não fazem mais que cumprir os "institutos" do Partido! ( :-) ) .
E acrescentaria que bem pior que a iliteracia é o analfabetismo político tão bem retratado por Brecht:
O pior analfabeto é o
analfabeto político.
Ele não ouve, não
fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o
custo de vida,
o preço do feijão,
do peixe, da
farinha, da renda,
dos sapatos e dos remédios,
dependem das
decisões políticas.
O analfabeto
político é tão burro que se orgulha
e enche o peito de ar
dizendo que
odeia
a política.
Não sabe
o coitado que da sua ignorância política,
da sua indiferença ao que o rodeia,
nasce a
prostituta,
o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político
vigarista,
mentiroso,
o
corrupto e lacaio dos exploradores do
povo.
quarta-feira, setembro 11, 2013
Quando atacam os milhazes...
Mail recebido e transcrito (com comentário):
Rodrigo
Sousa Castro –
Presidente/Superintendente para a Extinção da PIDE/DGS e LP:
(A TODOS OS MEUS AMIGOS DO FB PEÇO O EMPENHO EM LEREM O QUE SEGUE
E DIVULGAREM SE ACHAREM JUSTO. É QUE JÁ NÃO É ADMISSIVEL TANTA MENTIRA E
DEMAGOGIA.)
Quando a 26 de Abril de 1974, finalmente as Forças Armadas
tomaram a sede da Pide/Dgs na rua António Maria Cardoso em Lisboa e ocuparam o
forte de Caxias libertando os presos políticos, um dos factos que constataram
foi que na sede, os agentes da Pide acossados pela Revolução, haviam queimados
substanciais quantidades de documentos, não numa incineradora que tivessem para
o efeito, mas numa singela lareira revelando logo ali, o estado da arte a que
tinha chegado a policia politica da ditadura.
Como não foi possível identificar na totalidade os documentos queimados,
sabendo-se todavia que ma maior parte eram listas de colaboradores e
informadores e de redes pessoais de informadores que eram exclusivo dos agentes
mais graduados da policia politica , inspectores e sub- inspectores, é
absolutamente razoável presumir que alguns desses documentos conteriam algum
documento relacionado com as policias politicas congéneres inclusive com a CIA.
Acrescente-se todavia, que nessa altura, 90% dos efectivos e da actividade da
Pide /Dgs, realizava-se nos três teatros de operações militares em África a
beneficio das Forças Armadas Portuguesas, especialmente o Exército, com quem
colaboravam estritamente, não só no domínio da pesquisa coberta das
informações, como em actividades extra fronteiras, e até em contactos com os
movimentos ditos de Libertação.
Na Metrópole, isto é em território Nacional Europeu, tanto a sede como a prisão
de Caxias, foram ocupadas em permanência pelas Forças Armadas, quer unidades do
Exército , quer da Armada, incluindo a prisão de Alcoentre, onde milhares de
agentes e informadores, foram “ depositadas” com o intuito de serem julgados.
A ocupação, guarda e defesa dessas instalações, manteve-se ininterruptamente
nas mãos dos militares até 1982 ( fim do Conselho da Revolução), embora com a
substituição das guarnições logo após os acontecimentos politico-militares de
25 de Novembro de 1975.
Ao organizarem a guarda das instalações e arquivos os militares, através de uma
cadeia hierárquica conhecida, formaram uma comissão, chamada Serviço de
Coordenação para a Extinsão da Pide/Dgs e LP. Nela aceitaram integrar elementos
dos vários partidos e forças politicas, que reivindicavam um passado de luta
antifascista, entre outras, O PCP, O Ps, a Luar, o MRPP etc. Esses elementos
são conhecidos e grande parte, creio eu, ainda hoje é viva , felizmente. Entre
eles estava um menbro do comité central do PCP, o snr Oneto ligado ao PS, o dr.
Caldeira do PS e hoje da fundação Mário Soares e outros cidadãos ligados ás
forças que referi.
Estas forças , particularmente o PCP, que tinham aliás os correlativos
simpatizantes no seio das Forças Armadas da altura, procuraram numa primeira
fase e rapidamente, indagar das listas de colaboradores e informadores por
forma a puderem rapidamente sanearem as suas fileiras e exercerem alguns
ajustes de contas. Digo particularmente o PCP, que obviamente teve chocantes
surpresas.
Mas a questão essencial, é que este heterogénio grupo politico civil que passou
a fazer companhia aos militares, exerciam uma vigilância mútua de tal ordem,
que é absolutamente delirante pensar, nas colunas de Berliets (camiões) que a
coberto da noite carregaram toneladas de documentos e se puseram a caminho da
União Soviética, numa operação Jamesbondiana sem paralelo cá no burgo !!!!!.
É aliás ofensivo para a guarnição e chefias militares presentes e responsáveis
á época a admissão de uma operação dessa natureza.
Esta delirante visão, sem o mínimo de consistência e prova real, faz ainda hoje
as delicias conspirativas de alguns escribas jornalísticos e do Face Book e
mais grave é partilhada por gente que se diz historiadora, alguma com altas
responsabilidades académicas..
A verdade, é que tirando alguns recuerdos pessoais, entre os quais algumas
armas, os processos de lideres políticos da oposição á ditadura como os de
Soares e Cunhal, e eventualmente algumas fotocópias de documentos que a análise
superficial de alguns desses zelosos civis partidários poderiam considerar
informação útil para este ou aquele partido, os arquivos da policia politica da
ditadura podem considerar-se incólumes e foram entregues por mim em 1982 para
seguirem para a Torre do Tombo, após um grupo de deputados ter alvitrado que
eles ficassem na AR !!!!
O embuste da fuga de informação relevante e com peso politico,
sobretudo em termos internacionais, uma espécie de wikileaks avant-garde, põe a
nú oportunismos serôdios e a ignorância completa do processo histórico
relacionado com o fim da ditadura. Por altura do 25 de Abril de 1974, a policia
politica português, estava praticamente proscrita das redes de informação
normais das democracias ocidentais, incluindo a CIA e como é óbvio, não tinha
qualquer contacto com as policias politicas do Bloco Comunista e ainda menos
com a China.
Acresce a esta realidade o indigente estado da arte dessa policia, por mim
verificado, durante os sete anos em que fui responsável pelo desmantelamento do
seu aparelho, em que foi confrangedor, verificar os aspectos artesanais e
arcaicos do seu funcionamento. Sem embargo de admitir contactos estritamente
pessoais de alguns inspectores, que não do director, major Silva Pais, com
elementos de alguns serviços secretos europeus (França e Inglaterra). O resto é
fantasia pura.
Relembro que os efectivos , os melhores agentes e 90% do esforço da policia
politica se verificava em África e aí sim, com resultados palpáveis, entre os
quais os assassinatos de Eduardo Mondlane e Amilcar Cabral. Acções aliás bem
negativas para o interesse estratégico português como hoje é fácil constatar.
Por último queria rearfirmar que a todos os agentes e informadores confirmados,
foi dado oportunidade de um julgamento justo e equitativo, por mim exigido em
Conselho da Revolução e que o General Ramalho Eanes através dos meios Judiciais
do Exército proporcionou ( cinco tribunais militares), queria dizer ainda que
esses processos judiciais estão salvaguardados no Arquivo Histórico militar,
sendo Portugal, talvez o único caso no mundo, onde os arquivos da policia
politica de uma ditadura foram essencialmente perservados e o julgamento que os
democratas fizeram sobre essa policia politica estão salvaguardados.
Isto sim devia ser valorizado e merecer o estudo de quem perde tempo com
especulações e demagogias.
José Milhazes,
historiador ou aldrabão?
Quando os milhazes atacam
pela mão de crespos e outros SICanas...
segunda-feira, setembro 09, 2013
Festa
Depois das 12 festas consecutivas em que estive lá no palco, entre os camaradas do Comité Central, a participar no comício de domingo (além daquelas vezes em que lá estive como acompanhante de delegações), em que vivi aquele espectáculo emocionante, incontável, de vermos a massa de gente viva e em Festa, cor e bandeiras, luta e futuro, nesta Festa fiquei cá em baixo, no meio dos muitos que somos e de tantos que connosco estão. A ouvir a representante da Jota, o Zé, o Jerónimo.
Com pena? Para quê?, se é assim a vida, se os anos passam, se anos se vão somando a anos, e tudo tem de mudar... menos o que é a seiva que faz a mudança ter o sentido da humanização da história.
Acompanhava, atento, o que dizia o Jerónimo quando, mesmo no final, o ouvi dizer:
- Somos o Partido com uma história que nos honra, e que continua a ter mais projecto que memória, ancorado no ideal comunista, de persistência e procura da concretização de uma sociedade nova liberta da exploração do homem pelo homem, o socialismo e o comunismo.
Foi como se também eu, sentado ali no meio de tantos, estivesse no palco, naquele discurso, naquelas palavras com que "inventei", há muitos anos, a fórmula da juventude perene! A que nos continua.
sexta-feira, setembro 06, 2013
6, 7 e 8 de Setembro de 2013
Enquanto há vida, há esperança
(se)
Enquanto a Festa, há luta
Enquanto a luta, há Festa
(se)
Enquanto a Festa, há luta
Enquanto a luta, há Festa
À FESTA!
quinta-feira, setembro 05, 2013
CUBA - Os cinco!
- Edição Nº2075 - 5-9-2013
Os Cinco
Um conjunto de acções de solidariedade para com os Cinco cubanos condenados nos EUA sob a falsa acusação de terrorismo, e pela libertação dos quatro patriotas que permanecem detidos em território norte-americano, decorre entre 5 de Setembro e 6 de Outubro. O objectivo é alertar para o prolongamento do injusto encarceramento de Fernando González, Ramón Labañino, António Guerrero e Gerardo Hernández e ampliar a exigência da sua imediata libertação.
Ao longo de todo o mês de Setembro e nos primeiros dias de Outubro, realizam-se iniciativas de denúncia, debate e esclarecimento, de carácter desportivo (uma maratona) e cultural (uma gala artística no Teatro Karl Marx), com destaque para o dia 12 de Setembro – data da prisão, em Miami, dos Cinco, em 1998, dando início ao processo político de que foram vítimas –, quando ocorrem o Encontro Internacional pela Libertação dos Cinco e o acto central da Jornada Mundial, em Havana, bem como jornadas de protesto descentralizadas em dezenas de países, incluindo Portugal (ver página 32). No dia 3 de Outubro, a Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba realiza uma audiência parlamentar dedicada ao tema.
Já no passado dia 6 de Julho, René González, libertado pelos EUA na sequência do cumprimento da pena, dirigiu-se ao hemiciclo que considerou «pilar na luta pela libertação dos Cinco», sublinhando que «o caso dos Cinco é um crime que se comete contra toda a humanidade», um crime «deliberado, calculado, metódico», e não um episódio de «justiça errada».
Nesse sentido, René González frisou ainda que «para nós está claro que não serão considerações legais que farão com que o governo norte-americano corrija esta injustiça». Uma vez que este foi «um caso político» em que «as leis foram somente o adorno que se utilizou para levar a cabo uma vingança contra Cuba e o seu povo», terá de ser «a pressão internacional sobre o governo dos EUA a resolver este caso».
domingo, setembro 01, 2013
Dias de agora, dia de hoje
01.09.2013
Na sequência dos dias (Ah! Zé Gomes… como bem nos dizias da imitação
dos dias…), assim chegamos a Setembro, ainda de verão, mês da Festa e
quase outono.
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E, na sequência dos dias, quando o chefe dos Estados Unidos (o prémio Nobel
da Paz!), contra o sentir geral de quem sente (também nos Estados Unidos,
também no Parlamento do Reino Unido), decide a guerra, com o apoio único de um "francês holandês" (erigido prócere da social-democracia como ideologia bombeira
do capitalismo), enchem-nos de pormenores ao segundo do… “grande dérbi”,
com a quase provocação de, no momento nobre dos horários televisivos, todos os
rectângulos da informação massificada estarem habitados por um Jesus que não é
da Galileia e um Jardim que até também é da Madeira.
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Todos!
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Como resistir a isto?... para além da obscenidade solta como protesto caseiro?
(...)
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