Os papéis (de 1969) andam aqui pela secretária, misturados com os de agora, de agora mesmo. Saltam-me aos olhos e provocam-me. Não resisto!
Estes homens perderam a bússola
andam à deriva
estão náufragos no mar da (sua) iniquidade
(de 1969? pois poderia ter escrito isto hoje!)
O que roi
corroi
e doi
Por dentro, chôro
por fora, riso.
Fundo, a mágoa
nos lábios, o sorriso
Ora o sorriso,
ora o rictus
Que o difícil lutar
de hoje
emprenhe o duro construir
do amanhã
Não espero juizes
nem sentenças
Não procuro réus
nem quesitos
Espero futuro
e nele ser
Procuro luta
e nela estar
Ser,
do futuro,
o seixo do degrau-hoje
da infinda escalada
(Por hoje, chega. Mas há mais, muito mais... isto é uma ameaça)
1 comentário:
Uma ameaça? Pois que venha ela. Aqui estou, e não estou só, de olhos bem abertos para a receber.
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