Realizou-se a 5ª cimeira da ALBA, em Barquisimeto, cidade do ocidente da Venzuela.
O que é a ALBA? É a sigla da chamada Alternativa Bolivariana para as Américas, um projecto lançado em 2004 por Cuba e Venezuela, em resposta à tentativa de imposição, pelos Estados Unidos, da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), projecto a que já se juntaram a Bolívia e a Nicarágua. Além destes quatro países, nesta cimeira participaram também representantes do Equador, do Haiti e do Uruguai.
Trata-se de projecto baseado na solidariedade e na construção de uma aliança estratégica para o desenvolvimento que simultaneamente se afirma como um espaço geopolítico de carácter anti-imperialista e progressista.
Duas outras "coisitas" - entre muitas outras possíveis - para ajudar à reflexão a partir de uma "outra" informação: na cimeira, Evo Morales denunciou a parcialidade do Centro Internacional de Resolução de diferendos relativos a investimentos (CIEDI), orgão de arbitragem do Banco Mundial, de onde os membros da ALBA resolveram retirar-se criando um orgão próprio para solução de eventuais conflitos, assim abandomnado o que Morales chamou uma "ferramenta das empresas transnacionais"; na intervenção final, o anfitrião da cimeira, Hugo Chavez, surpreendendo quem esperava um longo discurso, apenas pediu a Evo Morales que dissesse na língua aymará, as palavras do herói indígena Tupac Katari, antes de morrer às mãos dos conquistadores espanhóis, "hoje morro, mas voltarei feito milhões" .
Isto foi o que lemos na agência Reuters, e não vimos (também não "ouvemos" tudo o que se edita em Portugal...) reproduzido na comunicação social portuguesa.
3 comentários:
Se não estou em erro, foi Spartacus, momentos antes de morrer às mãos dos romanos esclavagistas, quem, pela primeira vez, viu as coisas dessa maneira: «Voltarei e serei milhões». E certamente, desde então até aos nossos dias, muitos foram os que, como Tupac Katari, morreram com a certeza, não apenas da justeza da sua luta libertadora mas também da vitória final nessa luta. Venceremos!
Meu Caro António José,
Se o primeiro a dizer a frase foi Spartacus ou Tupac Katari confesso não saber (mas hei-de investigar). Aliás, só transcrevi de Hugo Chavez que, claro, quis colocar a frase na boca de um herói americano...
E termino do mesmo modo, homenageando quem disse e quem repetiu a frase, e também saudando quem a vai transcrevendo: Venceremos!
Ainda a tempo... se calhar foi o Howard Fast que pôs na boca de Spartacus o que Tupac Katari dissera.
G'anda livro e g'anda filme.
Enviar um comentário