Na segunda metade da década de 80 (do século XX), um grupo de ex-cooperantes em Cabo Verde e amigos animavam uma associação de amizade Portugal-Cabo Verde (AAP-CV). Pareceu-lhes que a melhor maneira de cimentar a amizade entre os dois povos seria contribuir para que o campo de concentração do Tarrafal, a que também estão ligados outros povos das ex-colónias, se tornasse num museu, num memorial, no que melhor se encontrasse para essa finalidade. O que só teria sentido, evidentemente, como sugestão a concretizar pelo Partido então no poder na República de Cabo Verde, o PAICV, com possível ajuda da AAP-CV.
E, aceite a sugestão, essa ajuda começou com uma visita de Rogério Ribeiro a Cabo Verde e ao Tarrafal, de onde trouxe ideias, apontamentos, esboços. Que transformou numa primeira proposta. Que pareceu excelente e de que dois membros da direcção da AAP-CV (a Té e o Zé Santa-Bárbara) fizeram entrega a responsáveis do PAICV, numa sua visita ao País.
Entretanto, houve eleições em Cabo Verde, o PAICV perdeu-as (ou não as ganhou...), o País fez a sua viragem "democrática" à maneira de, a AAP-CV feneceu com o desinteresse (para só isto dizer) da "nova" representação diplomática da República de Cabo Verde em Portugal. E não mais se falou desse projecto.
Hoje, a morte de Rogério Ribeiro veio lembrá-lo.
3 comentários:
Que saudades desses tempos, de sonhos e realizações!
Perderam (eles) um grande e bonito gesto de solidariedade.
Fica a memória e tanta saudade para recordarem.
GR
Todo o tempo 'e (pode ser!) de sonhos e realizações. N'é verdade?
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