O anúncio da condenação de Tarek Aziz à morte por enforcamento, por tribunal do Iraque, chocou-me, por razões pessoais que se compreenderão adiante.
Tarek Aziz foi ministro dos negócios estrangeiros (1983–1991) e vice-primeiro-ministro iraquiano (1979–2003). Em Dezembro de 2002, Aziz designou a inspecção à existência de armas de destruição em massa "uma farsa" e a guerra "inevitável" e protagonizou um episódio muito mediatizado quando, nas vésperas da invasão, no âmbito da sua intensa acção diplomática para a evitar (em que se incluiu uma ida ao Vaticano), recusou responder, na FoxNews, a jornalista israelita. Ao contrário de todos os outros líderes do Iraque, Aziz é (se ainda vivo está...) um cristão católico.
Apesar de ser considerado um moderado, a sua longuíssima ligação a Saddam Hussein fez com que tivesse fugido durante a invasão de 2003, pelos Estados Unidos e seus aliados, mas rendeu-se às forças dos EUA em 24 de Abril de 2003, estando preso desde essa data.
Em 11 de Março de 2009, foi condenado pelo Alto Tribunal iraquiano a 15 anos de prisão por participação na autorização da execução de comerciantes de farinha no Iraque em 1992, condenados à pena máxima após julgamento sumário por desrespeito ao tabelamento de preços feito pelo governo de Saddam Hussein, depois de ter sido considerado inocente uma semana antes pela morte de manifestantes xiitas no país, em 1999. Em 26 de Outubro de 2010, esta sentença foi revista e foi condenado à morte pelo mesmo tribunal, por perseguições religiosas no Iraque durante o governo de Saddam Hussein.
Sendo estes os factos – e acrescentando-se que em 1993, no início do governo Clinton, tinha sido feita uma primeira invasão do Iraque – há razões pessoais que me chocaram, se razões são…
Entre as duas invasões, em estado de permanente ameaça, a situação do povo iraquiano motivava preocupações nos movimentos da Paz de todo o mundo, e aproveitando a estadia de Tarek Aziz em Bruxelas, uma organização do movimento pela Paz belga convidou-o para uma iniciativa de informação e esclarecimento sobre o Iraque. Tendo desejado fazê-lo no Parlamento Europeu, e estando eu em tarefa de deputado, servi de intermediário, no quadro de uma colaboração que há muito mantenho com os movimentos da Paz.
Obtida a cedência de um auditório e tendo sido tudo tratado em meu nome, o dia da ida de Tarek Aziz ao Parlamento Europeu foi um momento muito significativo no período em que estive naquela tarefa. Os "serviços de segurança" tomou as precauções devidas a tal visita. Bloqueou entradas, circuitos, elevadores e acessos ao restaurante e ao auditório. Tudo em nome e às ordens do deputado Ribeirô.
Recebi Tarek Aziz, almocei com ele, presidi à sessão de informação e de debate.
Foram umas horas de convívio simpático, agradável e muito útil quanto a informação. Fiquei com uma ideia positiva de Tarek Aziz. Ao almoço foi aberto, franco, e pareceu-me sincero e lúcido; na sessão pública foi informativo, cauteloso mas parecendo muito sincero nas preocupações mais fundas que o moviam, na situação do povo iraquiano.
Serão razões ou não, mas são vivências que fazem com que sinta particular e compreensivelmente esta evidentemente política condenação à morte por enforcamento de Tarek Aziz.
Tarek Aziz foi ministro dos negócios estrangeiros (1983–1991) e vice-primeiro-ministro iraquiano (1979–2003). Em Dezembro de 2002, Aziz designou a inspecção à existência de armas de destruição em massa "uma farsa" e a guerra "inevitável" e protagonizou um episódio muito mediatizado quando, nas vésperas da invasão, no âmbito da sua intensa acção diplomática para a evitar (em que se incluiu uma ida ao Vaticano), recusou responder, na FoxNews, a jornalista israelita. Ao contrário de todos os outros líderes do Iraque, Aziz é (se ainda vivo está...) um cristão católico.
Apesar de ser considerado um moderado, a sua longuíssima ligação a Saddam Hussein fez com que tivesse fugido durante a invasão de 2003, pelos Estados Unidos e seus aliados, mas rendeu-se às forças dos EUA em 24 de Abril de 2003, estando preso desde essa data.
Em 11 de Março de 2009, foi condenado pelo Alto Tribunal iraquiano a 15 anos de prisão por participação na autorização da execução de comerciantes de farinha no Iraque em 1992, condenados à pena máxima após julgamento sumário por desrespeito ao tabelamento de preços feito pelo governo de Saddam Hussein, depois de ter sido considerado inocente uma semana antes pela morte de manifestantes xiitas no país, em 1999. Em 26 de Outubro de 2010, esta sentença foi revista e foi condenado à morte pelo mesmo tribunal, por perseguições religiosas no Iraque durante o governo de Saddam Hussein.
Sendo estes os factos – e acrescentando-se que em 1993, no início do governo Clinton, tinha sido feita uma primeira invasão do Iraque – há razões pessoais que me chocaram, se razões são…
Entre as duas invasões, em estado de permanente ameaça, a situação do povo iraquiano motivava preocupações nos movimentos da Paz de todo o mundo, e aproveitando a estadia de Tarek Aziz em Bruxelas, uma organização do movimento pela Paz belga convidou-o para uma iniciativa de informação e esclarecimento sobre o Iraque. Tendo desejado fazê-lo no Parlamento Europeu, e estando eu em tarefa de deputado, servi de intermediário, no quadro de uma colaboração que há muito mantenho com os movimentos da Paz.
Obtida a cedência de um auditório e tendo sido tudo tratado em meu nome, o dia da ida de Tarek Aziz ao Parlamento Europeu foi um momento muito significativo no período em que estive naquela tarefa. Os "serviços de segurança" tomou as precauções devidas a tal visita. Bloqueou entradas, circuitos, elevadores e acessos ao restaurante e ao auditório. Tudo em nome e às ordens do deputado Ribeirô.
Recebi Tarek Aziz, almocei com ele, presidi à sessão de informação e de debate.
Foram umas horas de convívio simpático, agradável e muito útil quanto a informação. Fiquei com uma ideia positiva de Tarek Aziz. Ao almoço foi aberto, franco, e pareceu-me sincero e lúcido; na sessão pública foi informativo, cauteloso mas parecendo muito sincero nas preocupações mais fundas que o moviam, na situação do povo iraquiano.
Serão razões ou não, mas são vivências que fazem com que sinta particular e compreensivelmente esta evidentemente política condenação à morte por enforcamento de Tarek Aziz.
2 comentários:
Mais um crime do Iraque comandado ou encomendado pelos EE UU.
Um beijo.
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