Há economistas e economistas (os “burgueses”, os “marxistas”). Como já escrevi, no debate sobre a realidade, com as formas e os veículos do debate dominados pelos interesses que se servem dos economistas "burgueses", como sempre, mas mais neste momento que vivemos, aqui e agora, só se ouvem esses economistas, e sempre os mesmos de entre esses economistas (e banqueiros, ao fim e ao cabo, também economistas mas “abancados”), ficando para os outros economistas, para os da outra classe, ou nenhum papel… ou o de servirem de adereço para não se dizer que não se vive em democracia. Por isso, escrevi que o debate foi afunilado, canalizado, esgotado, caiu no esgoto.
E ocorreu-me a pergunta: não haverá uma qualquer área de reserva comum, uma mínima base de entendimento onde os economistas e os economistas se encontrem, identificados como economistas? Não haverá um ponto de cruzamento entre o "muito" de "coisa nenhuma" e o "pouco" de "tudo"?
Respondi, ontem, que achava que havia... e que ia continuar a escrever sobre o tema. Como o estou a fazer, hoje.
.
Acho que nenhum economista, para merecer esse nome, negará que, sem a alteração de rumo da economia, nada nestas situações se poderá resolver (bem pelo contrário) com a simples criação de condições para se mendigarem juros não demasiado altos que possibilitem empréstimos com que se paguem juros de empréstimos anteriores que se tornaram em dívidas insuportáveis.
O défice do OE em relação ao PIB de 4,6% (mesmo que com contas incríveis) parece o "número mágico" que "acalmará" a besta dos mercados, e que possibilitará que haja condições para continuar como até aqui. Ou seja, a condição (imposta de fora) para que Portugal consiga empréstimos para pagar juros dos empréstimos antes conseguidos. Como é evidente, os novos empréstimos possíveis irão pagar juros, por mais ou menos acessíveis que sejam, para que será necessário arranjar, a seguir, empréstimos para os pagar.
Podem reduzir-se os já celebres “consumos intermédios” que se venham a descobrir (e há bem por onde…), podem fazer-se os cortes nas despesas públicas que se puderem (até onde os trabalhadores e as populações consentirem), podem inventar-se receitas ditas não-fiscais (ou disso disfarçadas) que, sem mudança de rumo, se manterá a sequência endividamento-juros-endividamento(s)-juros-endividamento(s).
Sem vocação para acusador, juiz, ou passador de certificados, não me parece que mereça o diploma de economista quem não afirme, com clareza e firmeza, a necessidade urgente de romper este círculo vicioso decorrente da financeirização e da subjugação dos “mercados”.
E há uma via, uma alternativa: a via, a alternativa do aproveitamento dos nossos recursos naturais e adquiridos, ainda aproveitáveis ou recuperáveis, da valorização do trabalho, dos trabalhadores que são o nosso recurso maior (e que se valorizam na emigração, como parece ser nossa fatalidade cíclica!).
Pondo Portugal e os portugueses a produzir.
E ocorreu-me a pergunta: não haverá uma qualquer área de reserva comum, uma mínima base de entendimento onde os economistas e os economistas se encontrem, identificados como economistas? Não haverá um ponto de cruzamento entre o "muito" de "coisa nenhuma" e o "pouco" de "tudo"?
Respondi, ontem, que achava que havia... e que ia continuar a escrever sobre o tema. Como o estou a fazer, hoje.
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Acho que nenhum economista, para merecer esse nome, negará que, sem a alteração de rumo da economia, nada nestas situações se poderá resolver (bem pelo contrário) com a simples criação de condições para se mendigarem juros não demasiado altos que possibilitem empréstimos com que se paguem juros de empréstimos anteriores que se tornaram em dívidas insuportáveis.
O défice do OE em relação ao PIB de 4,6% (mesmo que com contas incríveis) parece o "número mágico" que "acalmará" a besta dos mercados, e que possibilitará que haja condições para continuar como até aqui. Ou seja, a condição (imposta de fora) para que Portugal consiga empréstimos para pagar juros dos empréstimos antes conseguidos. Como é evidente, os novos empréstimos possíveis irão pagar juros, por mais ou menos acessíveis que sejam, para que será necessário arranjar, a seguir, empréstimos para os pagar.
Podem reduzir-se os já celebres “consumos intermédios” que se venham a descobrir (e há bem por onde…), podem fazer-se os cortes nas despesas públicas que se puderem (até onde os trabalhadores e as populações consentirem), podem inventar-se receitas ditas não-fiscais (ou disso disfarçadas) que, sem mudança de rumo, se manterá a sequência endividamento-juros-endividamento(s)-juros-endividamento(s).
Sem vocação para acusador, juiz, ou passador de certificados, não me parece que mereça o diploma de economista quem não afirme, com clareza e firmeza, a necessidade urgente de romper este círculo vicioso decorrente da financeirização e da subjugação dos “mercados”.
E há uma via, uma alternativa: a via, a alternativa do aproveitamento dos nossos recursos naturais e adquiridos, ainda aproveitáveis ou recuperáveis, da valorização do trabalho, dos trabalhadores que são o nosso recurso maior (e que se valorizam na emigração, como parece ser nossa fatalidade cíclica!).
Pondo Portugal e os portugueses a produzir.
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