segunda-feira, julho 13, 2015

Reflexões lentas e à deriva

Posso?
Eu vinha acompanhando, com interesse interesseiro, o que se estava a passar com epicentro em Atenas e egocentro em Bruxelas  quando "fui ali e já venho"... e perdi-me. Foi por pouco tempo mas o fio da meada está tão emaranhado que qualquer distração é a morte do artista, "quere-se dezer" deixa de saber por que ponta lhe pegar.
Depois da impressionante manifestação da força de um povo, nas tintas para a pergunta mas com o sonoríssimo NÃO à submissão, entrou em acção a máquina trituradora de pedra moída para ser cimento mole, que tudo ensurdece.
Dizem-me que não perdi nada, no escasso tempo em que perdi de vista o Parthenon, porque tem sido um jogo de baralhar e tornar a dar. Um lado, de três bicos mas não como o chapéu do Falla, exige, puxa a corda; o outro lado, na corda bamba, diz que não mas logo diz que sim...e logo tem a réplica de mais exigências, tantas que até entre os do lado de lá se começam a confundir...sim,sim... mas, mas...

Mas... permito-me tentar ver claro, depois do que ouvi e li e do espaço de distracção. Que foi pequeno!
Aí vai o (meu) ponto da situação:
  • O NÃO não só foi mal visto como foi GRANDE demais
  • Há que mostrar que aquele NÃO, até pela sua dimensão, não vale nada
  • E muito menos servir de exemplo, e estimular outros (POVOS) a imitá-lo, como esses da Ibéria que estão na calha das votações
  • A risposta tem de ser, ela, exemplar mas não se apresenta de uma igual forma para todos
  • Os franceses (eleitores) não são iguais aos alemães (eleitores) e assim por diante... e cada eleito (François, Ângela, e, e, e) está preocupado, cada um "à maneira" do seu eleitorado-clientela - democraticamente, claro.
  • Por outro lado (qual?), o capital financeiro transnacional, e verdadeiro orden(h)ador, também não é uno e indivisível, embora queira passar por invisível
  • E do outro lado do Atlântico não se cansam de mandar palpites e bocas pelos telefones e skype... para ajudar ao circo
  • O Alexis deve ter percebido (também era melhor que ainda não...) que está a ser cozido em lume brando, já despachou o marxista errático e procura fazer pela vida
  • Enquanto se parte pedra (e louça), e os contabilistas lá andam milhões para lá, milhares de milhões para cá, a bacanal do mando continua mas o mundo pula e avança
  • Como? e quando? são as questões
E eu vou ler o expressamenre diário.                       

4 comentários:

Olinda disse...

O "nao" da determinacao de um povo nao serviu mesmo para nada?Serâ que nao ê um princîpio de algum caldo que estâ em fermentacao,nesta europa-deles?
Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

Claro! Aquele NÃO excedeu as expectativaa. Foi tão grande que... isto não fica assim! "Eles" procuram ensurdeceder, evitar o contágio, dar-lhe um sentido de vacina...

Justine disse...

É isso mesmo! Excelente post!

Filipa Moura disse...

Muitos parabéns professor! Disse exactamente o que eu senti em todo este processo!