segunda-feira, agosto 10, 2015

Revendo matéria dada nestes últimos 20 anos - 1

Pega-se no Expresso. Espesso. Passam-se páginas. Nalgumas, para-se. Com maior ou menor irritação. Chega-se ao caderno Economia. Aí, há mesmo que parar! Há que ler, que estudar. Há que rever matéria (alguma dada e repetida incessantemente nestas últimas décadas), e procurar perceber como "vão as coisas" (na economia...).
Uma paragem mais prolongada na página 5, até para se refrescar com o poema escolhido (quase sempre muito bem escolhido, particularmente nesta semana a assinalar a morte de Ana Hatherly com uma merecidíssima homenagem: "... A gente/só é dominada por essa gente/quando não sabe que é gente"!). E ler, mastigando, o "editorial" de Nicolau Santos  
Lentamente, pergunto-me eu? Ah! sim... mas há vinte anos, como instrumento criado por/para uma estratégia montada e posta em prática, vencendo resistências e lutas na relação de forças, tropeçando aqui, caindo ali, até ao tropeção final. 
Cumprido o papel, procurar-se-á voltar ao ponto de partida. Nas condições criadas. Por uma moeda que serve as economias fortes para ficarem mais fortes, periferiza as economias fracas a ficarem mais enfraquecidas. E mais dependentes.
Mas... que escreve NS?:
"...Indisciplina das finanças públicas desde 1974..."? Por inocência, incompetência, ou verdadeira armadilha como a "ajuda do FMI" e a dívida? 
Além disso, cuidado com as conotações e conexões. Desde 1974?! Depois do 25 de Abril de 1974 e até final de 1975, houve disciplina quase inacreditável, dadas as condições em que se fez a passagem do fascismo para o começo de  uma democracia avançada... a avançar.
Mais tarde, bem... depois veio a "construção" e introdução do euro...
Continue-se:

Está (quase) certo. Mas a finalidade, o objectivo, a obsessão é "... permanecer no euro..." ... já que nele entrámos, ou ele em nós entrou? 
"Como é que se sai deste imbróglio sem sair do euro?". A proposta de Hollande, embora cheirando a recauchutada, será uma via? Mas não seria, para nós, mais um adiamento, uma espécie de eutanásia, ou euronásia, ou euronáusea? Não seria continuarmos a ser "matados" lentamente?.

E temos de aceitar a fatalidade de que "e não há muitas mais" por fuga a encarar as outras vias?!
Como dizia Ana Hatherly "...O que é preciso é gente/que atire fora com essa gente..."

2 comentários:

Olinda disse...

O que ê preciso,ê uma polîtica patriôtica e de esquerda!
Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

Claro.
Mas para que haja uma política patriótica e de esquerda é precisa gente. Porque só com gente se corre "esta gentinha" e se põe em prática uma pol+itica patriótica e de esquerda!
Abraço