(...)
Entretanto… entre tanto para
ler, tanto para ver e ouvir, tanto para conhecer, tanto para estudar, tanto
para intervir… somos informados!
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Somos inundados de
informação, mais: afogam-nos com informação… desinformam-nos informatando-nos!
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A ocasião faz o ladrão, diz
o ditado popular… mas é preciso acrescentar que só o ladrão aproveita a
ocasião.
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E diz também outro (ou será o mesmo?) ditado
popular que ladrão que rouba a ladrões tem cem anos de perdão (é mais ou menos
assim…).
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Logo, se a ocasião é criada
para que se roube, ladrão que rouba a ladrões teria cem anos de perdão.
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No entanto, recomenda-se, vamos
lá a não exagerar, ou – ou aliás…– de vez em quando parece haver necessidade de
denunciar ladrões expiatórios, que roubariam exageradamente, ou visivelmente, e
fazer - de eles e com eles - a informação a inundar, a afogar os roubados para que
continuem a deixar-se roubar.
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O que – re-aliás… – até faz
muito jeito para ocupar espaço de informação e roubá-la (este verbo está obsessivo...) a outras coisas de que não convém dar informação na/à ocasião… e (re-re-aliás) aproveita-se a ocasião para que continue a haver ocasião igual.
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Houve um senhor, lá p´ró
meio do século 19, que disse que a propriedade é um roubo, e nunca mais foi
esquecido porque é útil que não seja lembrado que não é bem assim, ou que é
preciso completar a frase: a propriedade é um roubo quando, nas relações sociais predominantes, serve para roubar os
outros, os que têm apenas a propriedade dos seus braços, do seu cérebro, dos
conhecimentos que são o resultado do trabalho de todos, dos de agora e dos de
antes de agora.
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É que, por outro lado – por estes lados! –, há que aproveitar a ocasião para dizer que a denúncia dos ladrões tem de ser,
também, denúncia das ocasiões e não permitir que seja utilizada para que, sem contraditório, se preserve a ocasião que
é dos/cria os ladrões que aparentemente abusam da(s) ocasião(ões).
1 comentário:
Excelente reflexão lenta. Que todas as reflexões o fossem, para que servissem para aprender a mudar mentalidades!
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