Estava a retomar um projecto de fundo, depois de um começo de semana muito agitado, e procurava, num aparelho de busca, informação sobe o colonato de Cela - onde estive em 1958 -, constituído em 1952, e passei, só por curiosidade..., pela Wikipédia onde a única referência que encontrei ao colonato está em informação sobre o sismo dos Rosais, nos Açores, que começou em Agosto de 1962. E que encontrei eu? Isto:
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"... A falta de recursos para proceder à reconstrução deixou a emigração como única saída a muitos jorgenses. Naqueles anos, face à profunda crise social que se vivia nos Açores, a emigração era em extremo apetecida, até porque poucos anos antes, aquando da erupção do vulcão dos Capelinhos tinha sido essa também a solução. Daí que de imediato se tenha gerado uma forte corrente migratória para os Estados Unidos da América, apesar dos esforços das autoridades do Estado Novo no sentido de dirigir aquela corrente para as então colónias africanas de Portugal.
Foi nesse contexto, e com o suporte activo do Estado, que se formou em Angola o colonato da Cela, essencialmente constituído por jorgenses desalojados pela crise sísmica, que viria a ter trágico desfecho uma dúzia de anos depois, quando, face à independência de Angola e à guerra civil que a rodeou, os colonos voltaram a ser desalojados, regressando como retornados, para, na sua maioria, novamente partirem em direcção aos Estados Unidos."
.Na verdade, tropeça-se em cada uma! Como é que se conseguiu, a partir do sismo dos Rosais, fazer a apologética do "Estado Novo", isto é, do fascismo e colonialismo, pondo-o a constituir um colonato, já então - como já o era em 1958 - um clamoroso e emblemático erro da colonização portuguesa (entre muitos outros, o de proibir o "braço negro" em actividades económicas ou outras no colonato!), e depois sublinhar o "trágico desfecho" que teria tido tão "meritória decisão" "face à independência de Angola e guerra civil que a rodeou", com a utilização da palavra-chave "retornados"?!
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Ele há cada uma que nos aparece pela frente!
2 comentários:
E se não estivermos atentos, se deixarmos abrandar a capacidade de nos indignarmos e de lutar, então é que são elas. Está-se se mesmo a ver que é que isso que eles querem. E insistem,insistem, insistem. E moem,moem, moem... mas não nos desarmam.
Estive em 1955/1959, no Colonato da Cela, na aldeia nº 1 (Vimieiro). Teremos sido vizinhos?
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