A propósito de pauperismo
(nos 160 anos do Manifesto Comunista)
(nos 160 anos do Manifesto Comunista)
1848 – o operário torna-se indigente (Pauper) porque “o operário moderno, em vez de se elevar com o progresso da indústria, afunda-se mais abaixo das condições da sua própria classe”
1872 – não obstante “as condições muito se terem alterado nos últimos vinte e cinco anos” (prefácio de 1872), era ainda no terreno criado para a burguesia ascendente pelo “descobrimento da América (e) a circum-navegação de África” que “a grande indústria estabeleceu o mercado mundial (que) deu ao comércio, à navegação, às comunicações por terra, um desenvolvimento imensurável” e se definem as "condições de classe do operário moderno" que levam à "lei" do pauperismo.
*
1876 – primeira experiência com o telefone
1877 – invenção do microfone e do fonógrafo
1883 - regista-se a patente automóvel
1887 – ondas de rádio (hertzianas)
1897 – criação do circuito eléctrico sintonizado
1903 - primeiro voo de um aparelho motorizado e "mais pesado que o ar"
1913 – primeiro frigorífico doméstico
1924 – primeira demonstração de sistema semi-mecânico de televisão analógica
1946 - primeiro computador electrónico
1954 – aparecimento da televisão a cores
1983 – início da comercialização dos telemóveis
1991 – adopção de medidas para a criação das auto-estradas da informação
*
2008 – o assalariado moderno é indigente (Pauper) se não dispuser de frigorífico, automóvel, televisão a cores e cabo, microondas, telemóvel, computador, internet, ou se tiver tudo isso, ou parte disso tudo, através do crédito com que hipotecou o seu futuro e/ou da venda da sua força de trabalho sem limites temporais (escravatura). É indigente porque está “afundado” abaixo das “condições da sua própria classe” mas não tem consciência de o ser porque julga "viver melhor” do que vivia em 1848 e em 1983.
1872 – não obstante “as condições muito se terem alterado nos últimos vinte e cinco anos” (prefácio de 1872), era ainda no terreno criado para a burguesia ascendente pelo “descobrimento da América (e) a circum-navegação de África” que “a grande indústria estabeleceu o mercado mundial (que) deu ao comércio, à navegação, às comunicações por terra, um desenvolvimento imensurável” e se definem as "condições de classe do operário moderno" que levam à "lei" do pauperismo.
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1876 – primeira experiência com o telefone
1877 – invenção do microfone e do fonógrafo
1883 - regista-se a patente automóvel
1887 – ondas de rádio (hertzianas)
1897 – criação do circuito eléctrico sintonizado
1903 - primeiro voo de um aparelho motorizado e "mais pesado que o ar"
1913 – primeiro frigorífico doméstico
1924 – primeira demonstração de sistema semi-mecânico de televisão analógica
1946 - primeiro computador electrónico
1954 – aparecimento da televisão a cores
1983 – início da comercialização dos telemóveis
1991 – adopção de medidas para a criação das auto-estradas da informação
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2008 – o assalariado moderno é indigente (Pauper) se não dispuser de frigorífico, automóvel, televisão a cores e cabo, microondas, telemóvel, computador, internet, ou se tiver tudo isso, ou parte disso tudo, através do crédito com que hipotecou o seu futuro e/ou da venda da sua força de trabalho sem limites temporais (escravatura). É indigente porque está “afundado” abaixo das “condições da sua própria classe” mas não tem consciência de o ser porque julga "viver melhor” do que vivia em 1848 e em 1983.
5 comentários:
:-)
Vamos para a Amazónia viver com os Guarani...
Uma excelente Páscoa e muito obrigada pelo comentário que me deixoi em"O Milagre segundo Salomé" no "hasempreumlivro"
CSD
Páscoa é passagem em hebraico
Já temos ponte
só falta o rio
A forma como acabas o teu post (sobretudo o que escreves à frente de "2008") tem tudo a ver com o que referi no meu último post acerca de uma situação que aconteceu numa sala de aula, com uma aluna, uma professora e um telemóvel.
beijinho
Considerando que o operário/assalariado se por um lado vive melhor socialmente do que no passado, é muito mais escravo no presente. Este problema social afecta os trabalhadores, sobretudo de baixos recursos. O capitalismo agrilhoou-o de tal modo com os empréstimos, hoje tem medo de falar, de se exprimir, porque teme perder o emprego, ficando sem salário para pagar as suas dívidas. Contudo e apesar do neoliberalismo ter trabalhado (bem) nesta matéria, o trabalhador está a ficar com maior consciência, perante este flagelo (o dos empréstimos).
GR
Este tema do pauperismo é, para mim, extremamente importante.
É uma tese fulcral, acho eu..., do marxismo, e é preciso estudá-la muito bem!
Esta é uma nota-"caixa" que tive necessidade de publicar para ver como sai... e se provoca reacções.
Desculpem ter-vos feito "cobaias".
Vou continuar, vou ver o post da Sal e juntar às notas alguma coisa da GR.
Com a CSD é outra conversa (não menos interessante mas outra) e tu, amigo que lavras o mar, bem... um abraço de boas "passagens" e amendoas.
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