Uma das coisas que me incomoda é a frequente, quando não constante (ou recorrente, como ora se diz…) auto-citação, o recurso a frases como “vêem como eu tinha razão” ou “como eu já tinha dito”. E não me estou a referir apenas a outros, pois já o fiz algumas vezes apesar de estar atento para que tal não seja… recorrente.
Por vezes, é inevitável. É tão insistente o estratagema de apresentar como “novidade” ou “descoberta” o que já foi dito, previsto, prevenido, que é preciso lembrar! Lembrar que “nós” já o tínhamos dito e escrito, “descoberto” há muito tempo.No entanto, é essencial sublinhar que a previsão e prevenção não resulta de dotes de adivinhação, mas da procura de quais as dinâmicas sociais e económicas e de ultrapassar as meras previsões feitas hoje para dizer como vai ser amanhã. Feitas sempre, sublinhe-se, não para melhor preparar o futuro mas para instrumentalizar político-partidariamente as previsões. Depois, os comentadores encartados, ao escreverem que “cortar a previsão do crescimento em quase um terço (31,8%), passando-a de 2,2% para 1,5% é brutal (…)” têm todo o cuidado em não beliscar as reputações, para que tanto eles próprios construíram, dos que erram sistematicamente as previsões, e fazem de conta que ignoram que o que hoje dizem foi, repito, previsto e prevenido por outros, e continuam a (van)glorificar os que estão sempre a prevaricar no erro. Decerto porque sabem que não se tratou de erro mas de manipulação, de utilização de números para… “enganar o pessoal”.
O facto é que, como sempre se soube e foi escondido, “a economia portuguesa nunca poderia ficar imune à crise internacional” (do capitalismo, digo eu) e que, nesse contexto e dinâmica, “vamos passar pelo menos mais dois anos (este e o próximo) a crescer abaixo da média europeia (da UE, digo eu): serão oito anos a divergir com a Europa”.
E uma pitada de honestidade intelectual? Que tal? É que há políticas (e políticos, e partidos) culpados. Os do costume...
Por vezes, é inevitável. É tão insistente o estratagema de apresentar como “novidade” ou “descoberta” o que já foi dito, previsto, prevenido, que é preciso lembrar! Lembrar que “nós” já o tínhamos dito e escrito, “descoberto” há muito tempo.No entanto, é essencial sublinhar que a previsão e prevenção não resulta de dotes de adivinhação, mas da procura de quais as dinâmicas sociais e económicas e de ultrapassar as meras previsões feitas hoje para dizer como vai ser amanhã. Feitas sempre, sublinhe-se, não para melhor preparar o futuro mas para instrumentalizar político-partidariamente as previsões. Depois, os comentadores encartados, ao escreverem que “cortar a previsão do crescimento em quase um terço (31,8%), passando-a de 2,2% para 1,5% é brutal (…)” têm todo o cuidado em não beliscar as reputações, para que tanto eles próprios construíram, dos que erram sistematicamente as previsões, e fazem de conta que ignoram que o que hoje dizem foi, repito, previsto e prevenido por outros, e continuam a (van)glorificar os que estão sempre a prevaricar no erro. Decerto porque sabem que não se tratou de erro mas de manipulação, de utilização de números para… “enganar o pessoal”.
O facto é que, como sempre se soube e foi escondido, “a economia portuguesa nunca poderia ficar imune à crise internacional” (do capitalismo, digo eu) e que, nesse contexto e dinâmica, “vamos passar pelo menos mais dois anos (este e o próximo) a crescer abaixo da média europeia (da UE, digo eu): serão oito anos a divergir com a Europa”.
E uma pitada de honestidade intelectual? Que tal? É que há políticas (e políticos, e partidos) culpados. Os do costume...
3 comentários:
Pedes muito, Sérgio Ribeiro. A cadeira a que eles mais faltaram, à frente mesmo da das "previsões", foi exactamente a da "honestidade intelectual".
Nem se terão matriculado... até porque essa cadeira não se tira por correspondência!
SR honestidade intelectual?!... Nem as pensas!... Isso é gente que gosta de aldrabar e tem orgulho nisso. Sente-se tal qual um "Chico Esperto". Até o povo deixar!...
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