Em busca na (pequena e mal arrumada) estante sobre marxismo, encontrei a surpresa de um esquecido livrinho. Cheio de sublinhados e de pequenos papeluchos com notas. Foi giro o encontro...
A edição é de 1979 e é uma colectânea de textos do autor.
Reproduzo o final do último texto:
"(…)
Na verdade, se o marxismo não é uma doutrina institucionalmente fixada, um sistema codificado de respostas, também não é, pura e simplesmente, apenas um método – ainda que dialéctico – que suporte um total ecletismo teórico. Não é ainda certamente uma mera herança intelectual, dissolvida com outras heranças – mesmo que ideologicamente contraditórias – numa corrente teórica comum. Não é também somente uma tradição intelectual, uma “escola”, assente sobre bases mínimas teóricas e metodológicas. A isto haverá a acrescentar pelo menos que o marxismo tem por objecto privilegiado a compreensão das transformações históricas e está vinculado à acção histórica. Por isso, a questão sobre se o marxismo é “ciência ou revolução” só admite uma resposta: ambas! E é isso que determina o lugar singular do marxismo na história."
Na verdade, se o marxismo não é uma doutrina institucionalmente fixada, um sistema codificado de respostas, também não é, pura e simplesmente, apenas um método – ainda que dialéctico – que suporte um total ecletismo teórico. Não é ainda certamente uma mera herança intelectual, dissolvida com outras heranças – mesmo que ideologicamente contraditórias – numa corrente teórica comum. Não é também somente uma tradição intelectual, uma “escola”, assente sobre bases mínimas teóricas e metodológicas. A isto haverá a acrescentar pelo menos que o marxismo tem por objecto privilegiado a compreensão das transformações históricas e está vinculado à acção histórica. Por isso, a questão sobre se o marxismo é “ciência ou revolução” só admite uma resposta: ambas! E é isso que determina o lugar singular do marxismo na história."
Dezembro de 1974
Ia escrever o nome do autor (e publicar a capa do livro, já "scaneada", e comentar)... mas resolvi fazer a tal "maldade". Dou um doce a quem disser qual é o autor, quem é ele.
E acrescentarei um ou dois pequenos trechos recentes que ilustram exemplarmente como a vida é feita de mudança... mas também não vale exagerar tanto!
Mais não digo para não "ajudar".
8 comentários:
Bom dia Sérgio, Palavra que não fui confirmar, mas, é o mesmo, não é?
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/104980.html Ou CONTRIBUTOS DE VITAL MOREIRA PARA «O Renovamento de Marx»
Ainda antes de ver o comentário de o castendo pensei imediatamente no dito cujo. Será, não será? Tu dirás.
Campaniça
Desisto! Com interlocutores destes não há "maldades" possíveis... Embora a "maldade" o seja para o sobredito cujo.
Obrigado!
Mas já lá vamos...
Aliás, começo já com a continuidade da "maldade":
"renovamento" dizes tu, "castendo"? Tens razão porque "ele" o disse com o SEU CONTRIBUTO! Mas, dizendo também, e então!, que esse retorno e renovamento seria "ao mesmo tempo condição e realização do desenvolvimento de Marx"!
Ó Campaniça, como gosto de saber que me lês, e te vejo vir visitar-me!
Vou tentar arranjar tempo para, hoje ainda, colocar o próximo post.
Abreijos
Eu também adivinhei o que outros adivinharam e escreveram antes de mim... Fico à espera do "mais" que prometes, para ler tão depressa como me seja possível... que pode até só vir a acontecer, bem pertinho de ti :)
Ah!... Então parece que não sou só eu que tenho esta "ciguêra" com o senhor professor Vital Martins Moreira... :)
Cheguei atrasada....
Mas para "maldade" tua poderia ser VM, foi o que me veio à cabeça. Não confirmei nada, vinha aqui dizer que não recebo o doce.... afinal acertava....
Abreijos
Não sabia quem era, apesar de me ter vindo à ideia o dito, VM.
Não conhecia o texto, mas a palavra “maldade”... só podia ser ele!
GR
mia: cá te esperamos, mas vou fazer o post depois destes comentários-agradecimentos aos comentários.
Samuel: em relação a esta "ciguêra" chegas tarde com certeza, porque ela, da minha parte, é muito antiga, muito antes do que se possa pensar.
maria: e tu, maria, chegas sempre a tempo... e há qualquer coisa de estranho que o professor doutor provoca nas pessoas, é uma espécie de formigueiro...
gr: por isso te veio logo à ideia o dito...so.
E vou ao post... façam-me o favor de ler porque não vou gastar muita cêra!
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