quinta-feira, setembro 25, 2008

Discurso sobre "materialismo histórico"

Minhas senhoras e meus senhores,
.
Não vou, evidentemente, esgotar-me de esclarecimento em esclarecimento até ao esclarecimento final…
Esta série sobre “materialismo histórico” surgiu de uma proposta-desafio que veio ao encontro de um procedimento pessoal já velho de muitas décadas, e que muito gostaria de ir apurando: observar a realidade que vivo, e nela intervir, escorado numa perspectiva global - quer no espaço quer no tempo - sempre em revisita. Isto é, procurar descortinar os caboucos e as dinâmicas em cada facto observado e vivido, para que a intervenção possa ser de acordo com o que desejo e defendo. Errando aqui, corrigindo ali. Sempre com os outros. Os que já viveram e os que me são contemporâneos.
Se não “fechamos para congresso” – fórmula que muito me agrada porque a vida e a luta não param para que congressemos – não podemos deixar de fazer o vai-vem da História para confrontar o que estamos fazendo com os caminhos feitos e as dinâmicas detectáveis.
Nesta série, sinto-me a fazer, de novo, uma viagem sempre repetida e sempre nova. E não será ela que me impedirá de intervir, com o instrumental que, pela viagem, mais actualizado e adequado quero que esteja. Se o consigo ou não é outra questão...
Não abordo lucro, especulação, financeirização, transnacionalização, e etc. sem a permanente revisita dos mecanismos da exploração, da mais-valia, sem o “mercado mundial” do Manifesto e o imperialismo leniniano, sem o voltar à circulação e o regresso à origem dos circuitos e às (sem) razões das injecções monetárias, sem o capital a perder rosto, e como o vai perdendo enquanto ganha personagens-vedetas em ideologia doentiamente individualista. Sempre na busca de o que fazer em respostas colectivas.
Nesta viagem continuarei sem deixar de estar onde estou. E intervindo em cada gesto e minuto deste tempo.
Tenho dito e obrigado pela atenção.

9 comentários:

Anónimo disse...

-Pois então muito bem continuemos com o MH e deixemos os perros ladrarem a vontade.
"los perros ladran, señal de que vamos avanzando."
Miguel de Cervantes

Anónimo disse...

Uma pérola o seu discurso, caro conferencista! Mas tenho cá a impressão que esta pérola ainda vai ser engolida por algum porco...
ou perro, como diz o Miguel:))

cristal disse...

clap, clap, clap, clap... Apoiado e muito obrigada pelo discurso e por todo o curso e percurso que nos permites ir fazendo contigo. Um abraço.

Anónimo disse...

-Mais um voto a favor da continuação do trabalho sobre o MH, deixemos o Robin Crusoe, a falar com as moscas.
:)))
a.ferreira

Maria disse...

clap clap clap outra vez....

Anónimo disse...

E não vale a pena ficarmos indignados (como eu fiquei, mas já me passou) com os comentários mais ou menos soezes
dos comentadores com alma de Palma Cavalão. Coitados, em tristes espelhos se revêem.

Campanica

Anónimo disse...

Muito boa reflexão, que não te doam as mãos, quanto aos (que táis), já a minha avó dizia "vozes de burro não chegam ao céu",é sempre um prazer ouvie-te e lêr os teus escritos.
abraço grande.

Tiago R. disse...

Era mesmo muito útil que pudesses reunir num único local os links para todos os textos da série, desde o início, em vez de termos de andar à procura deles.

Ajudava o estudo...

Obrigado!

Sérgio Ribeiro disse...

Caro Tiago, se clicares na etiqueta junta-te todos os "posts" ou entradas relativas à matéria.
Um abraço