“Dia de Natal”. Outra madrugada! Depois do delta do Mekong, Cu Chi.
Uma longa viagem para visitar uma região, um lugar histórico, de uma certa maneira o culminar da visita a My Son e o delta do Mekong, nomes míticos de uma luta que os que lutavam nos anos 60 e 70 tinham na sua memória dita colectiva.
A 70 quilómetros de Saigão, estava o centro nevrálgico de uma rede de túneis, que tinha 200 quilómetros de extensão, três níveis, várias secções inter-comunicáveis, com corredores de fuga, armadilhas, salas para reuniões e preparação da guerrilha, cozinhas, refeitórios, também hospitais ou locais de socorros e cuidados médicos.
Uma longa viagem para visitar uma região, um lugar histórico, de uma certa maneira o culminar da visita a My Son e o delta do Mekong, nomes míticos de uma luta que os que lutavam nos anos 60 e 70 tinham na sua memória dita colectiva.
A 70 quilómetros de Saigão, estava o centro nevrálgico de uma rede de túneis, que tinha 200 quilómetros de extensão, três níveis, várias secções inter-comunicáveis, com corredores de fuga, armadilhas, salas para reuniões e preparação da guerrilha, cozinhas, refeitórios, também hospitais ou locais de socorros e cuidados médicos.
A organização firme e bem apoiada, e a inteligência ardilosa.
De tudo isto tivemos um… “cheirinho”. De que ficou a vontade de conhecer muito mais. Muito mais histórias, como a de um dos carros de assalto e combate do exército dos Estados Unidos, que um comandante não conseguiu encontrar, e que estava “recolhido” num desses túneis.
A “guerra americana”, a guerra imperialista dos EUA e dos que se lhe aliaram ou puseram ao serviço, contra um inimigo que não estava em lado nenhum e que estava em todo o lado. Por isso, era preciso destruir tudo e todos exterminar.
Mas não foram capazes.
Foi a vitória da inteligência fina sobre a bruta brutalidade.
Mas uma situação muito delicada. Até hoje. No sul do Vietname poucas famílias haverá em que não tenha havido gente dos dois lados. Como em tantas outras lutas de tantos outros lugares aconteceu, mas aqui – talvez… – com mais evidente expressão
Havia o Vietname do Norte, socialista, e o seu exército regular, os “vietcongs” clandestinos e guerrilheiros, e havia o Vietname do Sul, com o seu regime suportado pelo apoio do imperialismos, pelo aparelho militar dos EUA.
E as oscilações no campo internacional! Com a China, sempre a acompanhar com interesse à sua desmedida dimensão o que se passava nas suas fronteiras e milenárias ligações de domínio, e o cisma sino-soviético, e a evolução no Cambodja, e as agressões mútuas e invasões, umas para garantir estabilidade, outras para retaliação.
Um País no Mundo. Sempre, mas – talvez… – na nossa contemporaneidade como nunca.
E agora, e agora, e agora?
De tudo isto tivemos um… “cheirinho”. De que ficou a vontade de conhecer muito mais. Muito mais histórias, como a de um dos carros de assalto e combate do exército dos Estados Unidos, que um comandante não conseguiu encontrar, e que estava “recolhido” num desses túneis.
A “guerra americana”, a guerra imperialista dos EUA e dos que se lhe aliaram ou puseram ao serviço, contra um inimigo que não estava em lado nenhum e que estava em todo o lado. Por isso, era preciso destruir tudo e todos exterminar.
Mas não foram capazes.
Foi a vitória da inteligência fina sobre a bruta brutalidade.
Mas uma situação muito delicada. Até hoje. No sul do Vietname poucas famílias haverá em que não tenha havido gente dos dois lados. Como em tantas outras lutas de tantos outros lugares aconteceu, mas aqui – talvez… – com mais evidente expressão
Havia o Vietname do Norte, socialista, e o seu exército regular, os “vietcongs” clandestinos e guerrilheiros, e havia o Vietname do Sul, com o seu regime suportado pelo apoio do imperialismos, pelo aparelho militar dos EUA.
E as oscilações no campo internacional! Com a China, sempre a acompanhar com interesse à sua desmedida dimensão o que se passava nas suas fronteiras e milenárias ligações de domínio, e o cisma sino-soviético, e a evolução no Cambodja, e as agressões mútuas e invasões, umas para garantir estabilidade, outras para retaliação.
Um País no Mundo. Sempre, mas – talvez… – na nossa contemporaneidade como nunca.
E agora, e agora, e agora?
6 comentários:
Agora, só agora, vejo as imagens reais daquilo que imaginei através dos livros que fui (fomos) lendo sobre a luta heróica e engenhosa do povo vietnamita.
A guerra do Vietnam marcou a minha adolescencia e juventude ( não só a minha) e deu-me coragem para aguentar momentos difíceis. Sinto uma emoção difícil de descrever ao olhar para estas fotografias.
Ainda bem que lá foste.
Campaniça
Agora meu caro
é preciso que Obama
não perca a cabeça
para haver paz
Agora é preciso afirmar e realizar em plena luz do dia tudo o que a coragem, a inteligência, a cultura e a política "underground" prometeram.
Abraço
Campaniça - que bom ler-te! Vou partir para o balanço desta viagem, que foi à nossa memória viva. Saudades.
Mar Arável - que Obama não perca a cabeça para haver paz? Desculpa, amigo, mas acho que a paz está mais nas tuas, nas nossas mãos que na cabeça de Obama. Felizmente e dificilmente porque a luta é muito dura. Abraços
Samuel - É preciso, é vital (para a Humanidade) continuar a luta nas condições que a inteligência, a cultura, a política (a actividade mais nobre e mais pervertida) descubram e inventem. Abraço (e parabéns por afinidade)
Guardo um anel feito com o alumínio retirado do último avião norte americano que foi abatido pelo Vietnam.
E o fim da guerra aconteceu num dia (noite) em que estávamos numa Assembleia Geral do Sindicato dos Escritórios...
E o fascínio por aquele povo resistente, resistente até ao fim...
A foto está um espanto!
História viva, contada na 1ª pessoa.
Fico fascinada poder ler(te).
GR
Enviar um comentário