quarta-feira, janeiro 28, 2009

Justificação de falta (se por ela se deu...)

Um fim-de-semana em Bruxelas. De sábado a terça, avião quarta de manhã. Para “apresentação” do livro “50 anos de economia e militância”. Porque assim foi sugerido, numa iniciativa de amizade e camaradagem, logo por aqui acolhida, até com entusiasmo… até porque Bruxelas fica perto de Amsterdam.
E, curiosamente, foi mais difícil manter o contacto, nestes escassos dias, com a “blogosfera”, que quando por vietnamitas paragens.
Aliás, logo na quinta-feira, abandonei este “canto” a que agora regresso, para ir até Portimão participar num debate sobre a “crise”, promovido pelo Partido, na Biblioteca Municipal (mais uma BM que me deixou saudades do que não tenho na minha terra…).
Voltei, na sexta, de Portimão, com a satisfação de tarefa cumprida, fiz as horas de “expresso” (e tantas foram!), e na manhãzinha de sábado voámos para Bruxelas.

À tarde, sessão na livraria Orfeu. Um “canto” português, perto da "Comissão". No domingo, um almoço na APEB (associação dos portugueses emigrados na Bélgica) e, na segunda e terça, um regresso ao Parlamento Europeu (foram 11 anos!), para andar por aqueles corredores e salas, reencontrar gentes, sentir simpatia... e para uma “apresentação” e conversa sobre o livro.
Agora, é a volta à rotina… se é que há disso, actualizar-me nesta informação que me fugiu entre os dedos ou de que apenas apanhei o que talvez seja suficiente. Que pelo menos o é para sentir que isto está mesmo muito mal, em todos os sentidos, sobretudo ético.
E, procurando não me ter repetido nas três apresentações, ganhei uma nova “arrumação” para as razões por que escrevi e por que publiquei o livro:
Escrevi-o por 3 razões:
..........1. em 2008, fazia 50 anos de licenciatura
..........2. em 2008, fazia 50 anos que "tomei partido", que entrei para o PCP
..........3. em 2008 começara o chamado “Mercado Comum”,
querendo contar esse meio século pelas vivências de este economista e militante comunista, deste cidadão interveniente.
Publiquei-o por mais duas razões:
..........4. por julgar oportuno falar da resistência ao fascismo, e de comportamentos
..........5. por, nesses 50 anos, a “nova economia", via financeirização, se ter imposto
e por mais uma razão “a posteriori”:
..........6. o eclodir da chamada “crise”, que mais não é a manifestação da crise do capitalismo nas actuais condições, por ele criadas e pelas políticas de quem o serve
Embora esta última, por ter coincidido com a saída do livro, me pudesse ter levado, se não fosse “a posteriori”ou

..........a) ou a não o publicar
..........b) ou a reescrevê-lo, valorizando mais a Conferência do PCP de Nov. de 2007 e as “leituras” de Marx (e Engels) do processo histórico, como nesses 50 anos se concretizou.
Esta ida a Bruxelas reforçou uma 7ª razão adicional para ter escrito e publicado este livro:
..........7. o pretexto que ele tem sido para a valorização da camaradagem e da amizade, alimentos da luta em que estamos, e em que a vertente ideológica, a afirmação dos nossos princípios e valores, que combatem o individualismo, o egoísmo, o “salve-se quem puder”, a produtividade e ao competitividade como valores, combate indispensável para a tomada de consciência do tempo (e dos riscos) que vivemos.

9 comentários:

Anónimo disse...

Prontus, eu justifico a falta!... de boa vontade.

Abraço.

samuel disse...

Grande razão, essa sétima razão
E mais não digo pois fiquei com "inveja" dessa ida a Bruxelas. Tenho saudades de cantar para aquele pessoal da APEB.

Abraço

Anónimo disse...

Para preencher o vazio dei uma vista de olhos pelo"Era uma vez um século"e respiguei isto:
"João-Ora viva.Como é que isso vai?
Olá,pai.
Agostinho-Olá!
Marta-Não vai mal.Mas o dia não correu muito bem lá na loja.O sr.Pereira estava de todo.Fartou-se de chatear o pessoal.Que culpa é que nós temos que não haja clientes,que o negócio esteja fraco?Ainda por cima,o carro custou a pegar.Temos de ver o que é que se passa."
Agora digo eu:O que se passa,sabemos nós;temos que acelerar na luta de massas!

Um abraço

Maria disse...

E de certeza que quem te ouviu e vai ler vai saber apreciar melhor uma "certa forma de viver".
Um dia destes tenho de lá voltar, à B., para matar saudades... de Louvain...

Abreijos

Maria disse...

Olha, agora que li o comentário do Samuel, não me digas que nos íamos encontrando (quase) todos por lá, na mesma época...

Fernando Samuel disse...

Só razões para a publicação do livro... e mais há.


(pelos vistos andámos todos por lá...)


um abraço grande.

Anónimo disse...

Mais uma jornada, um pouquinho cansativa, mas tão gratificante!

Anónimo disse...

Já estava com saudades, mas a justificação é satisfatória.

Ricardo Marques disse...

Olá Sérgio,
Finalmente o teu livro chegou na minha lista literária e li-o com o apetite de quem come uma sobremesa requintada com colher de café, para melhor saborear.
Gostei bastante do que li e queria dar-te este abraço "electrónico" pelos 50 anos que connosco partilhaste.

Abraço

Ricardo M. (bruxelas)