segunda-feira, abril 06, 2009

Papelaria Fernandes - um caso!

Um caso especial? – talvez… é uma empresa que foi criada em 1891, com, portanto, 118 anos.
Um caso exemplar? – talvez… um exemplo desta nova “saída empresarial”, de uma empresa se apresentar à insolvência… para recuperação da empresa.

Um caso com números em euros – 65 milhões de dívida, dos quais 80% a um banco, ao BCP, ausência de activos imobiliários, e uma projecto de atracção de 10 milhões para a recuperação, isto é, 65 milhões + 10 milhões em “arquitectura financeira”, com BCP, Berardo, Fundações, empresas de capital de risco e quejandos.
Um caso com números de (des)emprego? – tem 370 “colaboradores” e, se o “arquitectado” for por diante serão “dispensados” “menos de 100"!… mas estão previstas admissões, não se reduzindo o número de “efectivos”.
Um caso de realismo, com esta “arquitectura”? – com a “arquitectura” projectada, dizem que sim, com o “realismo” de se falar de uma “nova empresa”, sem dívidas e com “três áreas de negócio”.
Um caso de viabilidade económica? – duvida-se, dada a indefinição das áreas de negócio: retalho (lojas) – que está na origem da PF –, técnica para engenheiros e e arquitectos, e “o que se dirige às pequenas e médias empresas”.
Um caso com componentes afectivas? – para mim, seguramente que sim… mas isso fica para o que se pode ver em outro blog, o docordel.blospot.com, onde se pode ler mais uma história ante(s)passada..

10 comentários:

Maria disse...

Duvido de (quase) todos os que argumentam a questão da "viabilidade económica".
A Bordalo Pinheiro foi recentemente comprada pelo grupo da Vista Alegre que, hoje mesmo, anunciou a suspensão da produção por 15 dias...
E depois há a "necessidade de reestruturação", e nós sabemos (e os trabalhadores das empresas também) o que isso quer dizer.
Lamentável...

samuel disse...

Como não sou do ramo, por vezes basta-me ler ou ouvir a palavra "colaboradores" para me apear da estória. Mete-me nojo!

Abraço.

anamar disse...

Puxa-me a ideia para o afecto...
A papelaria Fernandes era um ícone da cidade de Lisboa...
De chorar, o que acontece hoje...
Entrei há uns meses numa dita ,mas na Av. de Berna... que me fez cair o coração ao chão...
mas não imaginava as maningancias economicas na altura....

Justine disse...

Que tristeza faz este desaparecimento das velhas empresas, nosso património afectivo comum: a Bordalo Pinheiro, a Pap. Fernandes, a Secla e tantas outras!
E porquê??? Porque tudo morre??

Sérgio Ribeiro disse...

Maria - estas compras de empresas "insolventes" por outras que insolventes estarão é o circ(ul)o infernal do capitalismo.
Samuel - não te apeis (?)... temos é de os apear a "eles".
Anamar - e as lojas que foram pululando nos "grandes espaços"?, parece que a PF tem, ao todo, 51!, mas, para mim, no plano do afecto, só há a do Largo do Rato...
Justine - Pois é... tudo morre?? Mas o problema, o crime, é tudo morrer de morte matada como (parece) se diz no Brasil.
Abreijos para todos

PJNS disse...

Eu nao tenho razoes para a razao, mas se a PF chegou aquela situacao e porque alguem andou a fazer asneira e da grossa. Assim e lembrar que o PCP vai por mais uma vez, um projecto de lei para penalizar quem usa e abusa de operacoes enganosas para obter financiamentos e fugir aos impostos.

GR disse...

Tudo vai desaparecendo, morrendo precocemente!
Livrarias, Teatros, Cinemas, Casas de Cultura, até as palavras são substituídas, desaparecendo também.
Falência /Insolvência
Trabalhadores/Colaboradores
Desempregados/Dispensados
Reformados/Aposentados
Encarregado/Líder
Roubo Económico/Desvio
O triste peso da memória vai-me enfraquecendo o corpo ou será a tristeza?

GR

amm disse...

No caso da Papelaria Fernandes, os números que vieram a público não são reais!A Papelaria Fernandes, não é só as lojas que se conhecem, têm um conjuntos de empresas que lhe servem de suporte, tais como: Transfer (transportes)Printima (Impressão litogrfia), Fernandes Converting (fabrico de envelopes e de caixas e pastas de arquivo)Fernandes Técnica (Desenho técnico) e PFIC (destribuição).Até á data 130 empregados já foram empurrados para o desemprego, mas muitos mais irão a seu tempo.Trabalhadores com 15,20,30, 40 e 47 anos de trabalho na Papelaria Fernandes, foram despedidos e roubados dos seus direitos como trabalhadores. A insolvência só é boa para o BCP ir buscar algum dinheiro que os "amigos" das anteriores administrções lá enterraram, com a conivência dos actuais acionistas e actuais administradores, que saiem felizes e contentes da situação que ao longo do tempo ajudaram a criar. Para quando uma lei que meta na prisão os maus gestores?

Anónimo disse...

A Papelaria Fernandes está à 19 anos em reestruturação - parte do negócio (papel) foi para a INAPA, o restante foi sendo gerido por vários grupos de "gestores". O resultado está à vista...

Anónimo disse...

E muito triste para os que ja sairam e o pior e que sairam com os bolsos vazios e tudo o que lhes devem foi para creditos. e para que quando tiverem que pagar as suas contas, darem de comer aos seus filhos dao lhes o que? creditos. enfim um abraco para os que sairam. e coragem para quem tem aguentado os salarios tardios. e a incompetencia dos grandes administradores.