Amanhã realiza-se a reunião do G20. A comunicação social está repleta de referências a esta reunião, etiquetada como decisiva. Porque nela se reúnem os 20 países economicamente mais importantes (seja isto o que for!) do mundo, que como tal se auto-agruparam, e porque o actual momento (histórico sem limites temporais precisos) é… de crise a que é preciso dar uma resposta.
Aqui vai deixar-se uma espécie de glossário para se perceber um pouco do que se está a passar.
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O que é, e quem são, o tal G-20?
O Grupo dos 20 (G20) foi constituído na década de 90, em plena dita globalização, como uma das estruturas de países capitalistas, juntando o G7 (os países mais industrializados: EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Itália e Alemanha) mais a União Europeia enquanto entidade supra-nacional, e doze outros países de economias consideradas (pelos países constituintes) como mundialmente importantes: Brasil, Rússia, Índia, China (os BRIC), África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia. Critérios? Vários: população, espaço, localização, crescimento económico, petróleo. Direito a associação no plano planetário…
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Aqui vai deixar-se uma espécie de glossário para se perceber um pouco do que se está a passar.
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O que é, e quem são, o tal G-20?
O Grupo dos 20 (G20) foi constituído na década de 90, em plena dita globalização, como uma das estruturas de países capitalistas, juntando o G7 (os países mais industrializados: EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Itália e Alemanha) mais a União Europeia enquanto entidade supra-nacional, e doze outros países de economias consideradas (pelos países constituintes) como mundialmente importantes: Brasil, Rússia, Índia, China (os BRIC), África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia. Critérios? Vários: população, espaço, localização, crescimento económico, petróleo. Direito a associação no plano planetário…
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Bretton-Woods (NU)
Fala-se muito de Bretton-Woods. Mas que é Bretton-Woods, além de ser uma cidade nos Estados Unidos, New-Hampshire? Foi nesta cidade que, em Julho de 1944, ainda antes de acabar a 2ª guerra mundial, se assinou o acordo que tomou o nome da cidade, depois de um encontro de representantes de 45 países que realizaram uma Conferência monetária e financeira das Nações Unidas.
O acordo tinha por objectivo reorganizar a economia capitalista internacional para o pós-guerra. As moedas dos países membros passariam a estar ligadas ao dólar, em condições de se tornar moeda internacional dadas as reservas acumuladas em Forte Knox, estando a moeda dos EUA ligada ao ouro a 35 dólares por onça, e convertível. Assim se criava um sistema monetário internacional, e para que tudo funcionasse sem grandes sobressaltos criaram-se duas entidades de supervisão, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, o que demonstra que a supervisão não é “ideia nova”, da "globalização" pós-anos 90-.
Deste modo se alterava o sistema do padrão-ouro ao tornar o dólar a moeda central do sistema, embora mantendo-se moeda nacional.
O acordo tinha por objectivo reorganizar a economia capitalista internacional para o pós-guerra. As moedas dos países membros passariam a estar ligadas ao dólar, em condições de se tornar moeda internacional dadas as reservas acumuladas em Forte Knox, estando a moeda dos EUA ligada ao ouro a 35 dólares por onça, e convertível. Assim se criava um sistema monetário internacional, e para que tudo funcionasse sem grandes sobressaltos criaram-se duas entidades de supervisão, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, o que demonstra que a supervisão não é “ideia nova”, da "globalização" pós-anos 90-.
Deste modo se alterava o sistema do padrão-ouro ao tornar o dólar a moeda central do sistema, embora mantendo-se moeda nacional.
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O sistema padrão-ouro
O sistema do padrão-ouro, prevalecente apesar de várias contingências, tinha “regras de ouro”… em que a quantidade de reservas de ouro de cada país determinava a oferta monetária, que visavam uma situação de equilíbrio na economia internacional de modo a que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, procurando-se contribuir para balanças comerciais equilibradas, com os saldos a serem cobertos, na balança de pagamentos, por transferências em ouro.
Com Bretton Woods, teria começado uma novo sistema monetário internacional, em que o dólar substituía o ouro mas não completamente, sistema que terminou com a decisão de Nixon, de 15 de Agosto de 1971, ao tornar, unilateralmente, o dólar inconvertível por as reservas de ouro dos EUA se terem reduzido excessivamente em relação aos dólares colocados em circulação, mantendo o domínio da economia mundial pelo privilégio monetário, e podendo responder a necessidades de financiamento crescentes como as provocadas, por exemplo, pela guerra do Vietname.
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Com Bretton Woods, teria começado uma novo sistema monetário internacional, em que o dólar substituía o ouro mas não completamente, sistema que terminou com a decisão de Nixon, de 15 de Agosto de 1971, ao tornar, unilateralmente, o dólar inconvertível por as reservas de ouro dos EUA se terem reduzido excessivamente em relação aos dólares colocados em circulação, mantendo o domínio da economia mundial pelo privilégio monetário, e podendo responder a necessidades de financiamento crescentes como as provocadas, por exemplo, pela guerra do Vietname.
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Capitalismo vazio de sistema monetário internacional
Desde esse dia, não existe sistema monetário internacional, mantendo-se o dólar moeda internacional. E, a partir do final da década de 70, o neo e ultraliberalismo, o monetarismo desbragado, tem imperado na ausência de “regras de ouro” ou de “regras de dólar”, ou de “regras de ouro e de dólar”, chegando-se à actual situação em que as reservas estão polarizadas em alguns países, com os EUA na 23ª posição e a China no topo, com mais de 30 vezes o quantitativo, em dólares, de reservas em dólares e ouro relativamente às dos EUA. Uma situação insustentável por tudo andar à volta de uma moeda cuja ligação a uma base material, à agora tão falada “economia real” cada vez é mais ilusória e sem qualquer fiabilidade (fiduciária).
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A Conferência Monetária e Económica Mundial de Londres, de 1933 (SdasN)
Não é por acaso, por isso, que, neste momento de explosão de crise do capitalismo, os G20 reúnem, e não é por acaso que, com algum desespero, se recorda, nos meios de comunicação social, a Conferência Monetária e Económica Mundial de Londres, 1933, com 66 países e no âmbito da Sociedade das Nações, reunidos para porem termo à desordem monetária e às guerras comerciais e para tentarem, simultaneamente, retirar lições da Grande Depressão (datada de 1929). Conferência em se tanto se esperou dos EUA (e de F. D. Roosevelt). Após vários meses de negociações, foi admitido o seu fracasso e teria sido um passo no imperialismo, no agravamento das contradições de que resultou a 2ª guerra mundial, o enriquecimento e armamentismo estado-unidense, a consagração desta evolução/situação em Bretton-Woods.
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Amanhã, G-20
E aí se está numa encruzilhada. Como noutras se esteve. Em 1933, no âmbito da Sociedade das Nações, em 1944 no das Nações Unidas, hoje (ou melhor: amanhã) no âmbito de um grupo escolhido “a dedo” de 20 Estados. Com as “grandes esperanças” de novo colocadas nos EUA (agora não em Roosevelt mas em Obama). Noutras condições. Nem melhores nem piores, diferentes. Talvez (ainda) mais perigosas para a Humanidade.
Para resumir a actual situação, sem esquecer as “lições da História”, apenas se transcreve a frase de hoje (ou de ontem) de um anónimo identificado como conselheiro de Sarkosi: “(esta conferência de Londres - a de 2009 como a de 1933 - será, ou poderá ser) um falso sucesso cheio de declarações generosas sem consequências".
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Para resumir a actual situação, sem esquecer as “lições da História”, apenas se transcreve a frase de hoje (ou de ontem) de um anónimo identificado como conselheiro de Sarkosi: “(esta conferência de Londres - a de 2009 como a de 1933 - será, ou poderá ser) um falso sucesso cheio de declarações generosas sem consequências".
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Assim vai o capitalismo. E não nos chamem catastrofistas porque lutamos pelo futuro. Pelo socialismo.
13 comentários:
Cristalino!
do gang dos 20 só pode sair gangsterismo.
Estava mesmo para ler sobre este assunto...
Ouvi qualquer coisa sobre a inflação ter atingido os mínimos deste que há registos. Não sei se ouvi bem, nem tenho os traços gerais do funcionamento da economia muito acertados na minha cabeça, mas leva-me a pensar que os sistema está mesmo a beira de sofrer uma trombose!
...nova moeda internacional... Amero... seja lá qual for as soluções que deverão arranjar, temo que a melhor que conheçam seja a lei da bomba...
Samuel - com'ó pitrol!
CS - essa de G vir dE gang é excelente mas há por lá uns que o não são. A mistura pode ter piada!
Bruno - a tua assimilação de deflacção a trombose é boa. É como a questão da tensão arterial... nem muito alta nem muito baixa e nunca a mínima acima da máxima.
Transparente, a tua explicação. Depois disto, ninguém se pode queixar de não perceber as causas da crise, e as suas possíveis soluções...
Obrigada, querido professor.
Cabecinha pensadora!
Com professores assim, até eu sou bom aluno!
Obrigado camarada Sérgio.
Abraço grande
Obrigado Sérgio! Ora aqui está um enquadramento histórico importantissimo para compreender este G20 e para sustentar s tese de que a discussão que se está a ter em Londres deveria ser realizada no quadro das Nações Unidas, nomeadamente no âmbito da sua Assembleia Geral e à luz dos princípios da sua carta fundadora.
O que está em marcha no G20 é o velho ilusionismo do capital de "mudar alguma coisa (pouca) para manter tudo na mesma. Mas ilusionismo é mesmo isso.. O cerne da crise, ou seja o capitalismo, está convenientemente ausente da discussão do G20
Justine - assististe à "concepção". Obrigado pela tua avaliação do "nascituro" (porque, concebido, ainda terá de nascer).
Cristal - é tão fácil ser professor com alunas tão queridas...
Poesianopopular - viva, camarada. Temos sempre muito a aprender uns com os outros.
Angelo - Obrigado pelo teu comentário. Só quero ser útil. O capit... o quê?, o marxismo-len... o quê (e com hífen?), a luta de clas... o quê? Vamos lá a ver se nos entendemos: a economia de mercado, a ideologia resistente, os conflitos sociais... tenhamos maneiras! (E não falo das mães de "eles")
Abraços para todos (e com pedidos de desconto...)
eu e mais uns quantos, para quem reencaminhei o texto devidamente identificado :) também agradecemos!
abraços
Estás sempre a acertar, parece que és bruxo.
Debate-O estado da economia actual
5 de Abril às 15:30 no auditório da delegação da Junta de Freguesia de Corroios no Miratejo
presença dos economistas José Lourenço e Sérgio Ribeiro
Associação Move-a-Mente
Muito bom!
:)
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