1. - Acabou a reunião do G-20
2. - Que se deveria ter chamado G-19 +1(UE), porque são 19 Estados mais uma União Europeia que integra 4 dos 19.
3. - E como a UE não estava em representação dos seus Estados não representados, pode dizer-se que, dos 19 Estados, havia 4 Estados que tinham uma representação a valer 1 + 0,25, isto é, a presença da UE a dividir pela Alemanha, pela França, pela Itália e pelo Reino Unido, o que soma 5 em 4.
4. Se se juntar, a esses 4 a valerem 5, os EUA, a África do Sul, a Arábia Saudita, a Argentina, a Austrália, o Canadá, a Coreia do Sul, a Indonésia, o Japão, o México e a Turquia (também posso ter os meus critérios, até de ordem "alfabética ajustada", que diabo...), temos 16 dos 20.
5. Sobram 4, os tais BRIC (Brasil, Russia, India, China) e, nestes, um - a China - cujo orgão oficial do Partido Comunista da China, que desde 1949 conduz a política e a economia do País, lembrava que entre 2003 e 2008 (neste pequeníssimo lustro!) o PIB dos EUA passou de 32% para 25% do PIB mundial, números rigorosamente simétricos dos dos tais "países emergentes", interrogando-se sobre o que mudará no mundo nos próximos 5/10 anos (ver artigo de Luís Carapinha, no avante! de 26.03, O trunfo do socialismo).
6. Mantendo todas as reservas sobre a legitimidade desta reunião, quando anteriores foram noutros âmbitos (1933, no âmbito da Sociedade das Nações, 1944-Bretton Woods, no das Nações Unidas), há que dizer que não será justo etiquetar os 20 como um G(ang)-20, ou 20-Gangsters.
7. Acrescente-se que, no mesmo artigo, se lembra que o Japão - já foi "Estado emergente"... - está em tal estado que o FMI estima para ele um "crescimento negativo" (!?) de 6% em 2009, enquanto para a China o mesmo FMI estima um crescimento (que, julgo eu, só pode ser positivo...) de 6,5%.
8. "O presidente Hu Jintao reiterou recentemente que a liderança do Partido, as vantagens do sistema socialista e os esforços do povo serão determinantes para vencer as dificuldades" (mesmo artigo que, no título, poderia - talvez... - colocar um i entre o r e o u de tr(i)unfo)
9. Do comunicado final, retiram-se muitas palavras e frases, e apenas se sublinha, por agora, a insistência no papel e reforços da instituições reguladoras nascidas em Bretton-Woods, do Banco Mundial e do FMI, que estão umbilicalmente ligadas à evolução da economia mundial das últimas décadas, com os chamados e famigerados "ajustamentos estruturais" por exemplo, enquanto entidades supranacionais do capitalismo em fase de imperialismo.
10. Isto será chamar o "nome aos bois" (sem ofensa, claro...), e outros comentários a tal comunicado final de tal "cimeira" talvez fiquem para mais tarde... mas não nesta madrugada do (à Sérgio Godinho) "primeiro dia do resto da nossa vida".
8 comentários:
-O que a malta queria saber mesmo :(- é onde vão buscar eles os tais triliões daquela coisa a que chamam dólares, será que virão de outra galáxia?:) - Se andam todos com uma mão atrás e outra a frente - como é? -Vão continuar a fabricar papel verde sem valor, continuando o mundo a alimentar a besta. ainda por cima, vão entregar aquilo que não têm ao FMI e ao BM ou seja aos agentes da grande burla neoliberal/fascizante . Isto está bonito... ai está, está!....
"-Eu quero ir prá Ilha...."
Este teu artigo abre várias janelas de entendimento e clarificação. Obrigada.
E fico ansiosa à espera que passem estes próximos 10, 20 anos, para ver qual o caminho que o mundo vai tomar:)) Mas depende também de nós, não é?
aferreira - querias saber? Todos nós... Mas isso não depende do G-20, e do modo como se desenrola e que está tão enrolado. Depende da luta de classes em que todos estamos. E o G-20 é um episódio dessa luta... em que todos estamos.
justine - de nada... E que a ansiedade se transforme maior vontade de lutar!
Pelo que li nos criativos títulos de jornais gratuitos que nos divertem nos transportes públicos, aquela malta do G ainda não achou o ponto... mas lá vão eles tentar de novo estimular a economia!
Melhor a malta tirar aqueles fantoches* dos poleiros, que isto de ir viver pior que as anteriores gerações não dá prazer nenhum.
*ao escrever aquilo, lembrava sobretudo o Sr. Barroso.
Bruno - meu caro, aqueles "senhores", aqueles "fantoches" no poleiro, são os componentes de uma frente de luta. É preciso ter isto presente. Luta inter-imperialista, lá entre-eles, luta entre eles e (talvez) alguns infiltrados que incomodam pelo poder que vão tendo. Luta que concorre, que converge com outras lutas, com outros níveis ma mesma luta. De classes.
Temos de ser muito cautelosos. E atrevidos! Não se pode simplificar.
Isto digo eu...
É bom que vás explicando a coisa com paciência... porque para a minha ignorãncia científica e sistemática, o que a quilo ainda me parce, juntando os BRIC aos outros... é um BRIC-À-BRAC. Acredito que com direcção assistida, lá chegarei... :-)))
Abraço
Aquilo não é a quilo... infelizmente é à tonelada, mas o que eu queria escrever quando escrevi "a quilo" era "aquilo", ou seja, isto.
Abraço
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