terça-feira, novembro 30, 2010

Los ejes de mi carreta



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Yupanqui Atahualpa

Los ejes de mi carreta

Porque no engraso los ejes
me llaman “abandonao”;
si a mí me gusta que suenen
pa´ que los quiero engrasaos.

Es demasiado aburrido
seguir y seguir la huella,
andar y andar los caminos
sin nada que lo entretenga.

No necesito silencio
yo no tengo en quién pensar.
Tenía pero hace tiempo
“áura” ya no tengo más.

Porque no engraso los ejes
me llaman “abandonao”;
si a mí me gusta que suenen
pa´ que los quiero engrasaos.

Los ejes de mi carreta
nunca los voy a engrasar.

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Tenho de "cucar" esta maravilha!...



Mensagem-desabafo - 2

(continuação)
Leia quem quiser (e teria muito gosto se fossem muitos a ler).
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Camaradas,
acabada a primeira mensagem, fiquei muito insatisfeito. Nunca se diz tudo o que se quer, e como se quer, mas às vezes isso é mais evidente, e até dorido, para quem o está a dizer.
As situações na nossa vida nunca se podem resumir (ou "redutir") em meia dúzia de palavras. Muito particularmente as dos afectos e as das opções políticas.
“Assim como muitos abandonaram a nossa luta e os vemos noutro lado da barricada, também alguns vieram de lá até nós, sem que nós lhes tenhamos feito qualquer concessão ideológica, bem pelo contrário. Às vezes, só por momentos ou só numa ou noutra situação.”, escrevi eu. E fiquei a pensar em muitas outras situações.
Há os que estão na luta, nesta que é a nossa. Porque para ela vieram e não a abandonaram. Mas, nestes, há muita maneira de estar.
  • Há os que começaram a luta aos 6 anos, porque com essa idade-criança começaram a trabalhar como operários, e nunca a abandonaram, numa entrega total à luta, formando-se nela como homens, como dirigentes, como exemplo – comunistas com a carne, o sangue, os ossos, como teria dito Lenine – e lembro que um há poucos dias nos deixou, Joaquim Gomes, a quem presto comovida homenagem;
  • há os que chegaram à luta por uma via outra, querendo perceber como são as coisas, a vida, a história, como e porque somos, como tudo se faz e desfaz, entre todos nós, ao longo de séculos e milénios, como intervir, como ser um tijolo na enorme construção da Humanidade – comunistas pela insaciável necessidade de aprender, aprender, aprender sempre (sempre com os outros), ainda como Lenine disse –, e alguns com o mérito duramente conquistado de serem iguais aos outros, deles seus filhos adoptivos, como Álvaro Cunhal.

Uns pela vida e o exemplo, outros pela opção e base teórica, misturando as duas maneiras de a ele chegarmos, somos o Partido.
Mas tantos, e tão válidos muitos, não o são.

Alguns deixaram de o ser porque se cansaram, porque não resistiram, porque mudaram e quiseram que o Partido mudasse com eles, fosse diferente. Com toda a legitimidade o quereriam, com outra (ou nenhuma) base teórica, outro tipo de organização, com toda a legitimidade até quando não o tentassem impor – em nome da democracia… - a todos os que o queriam manter na mesma senda.
Assim se fazem os caminhos da vida, e dos homens e das mulheres.
E da luta! Que continua. Contínua!

(ainda haverá mais uma mensagem-desabafo)

Presidenciais - Francisco Lopes no Sapo


«Eleições presidenciais

Francisco Lopes em Directo (SAPO)
O candidato presidencial Francisco Lopes, apoiado pelo PCP, vai estar esta tarde no SAPO, em directo, para responder às suas perguntas. Francisco Lopes é o oitavo candidato do PCP a eleições presidenciais. »

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O anúncio foi feito batendo naquela tecla (ou cassete!) do "candidato menos conhecido".

E se ainda tiverem de perguntar "quem é aquele desconhecido que está ali a tomar posse de Presidente da República?"
Vamos lutar por isso!

Pablo Neruda por José Barata-Moura

Ia à procura de outra e trouxe esta:

Fiquei a ouvir e a ouvir ... e com ganas de dar essa oportunidade a outros!

segunda-feira, novembro 29, 2010

Hoje, 29.11.2010, de manhã (antes da "descoberta" wireless na RN)

Hoje, acordei estupidamente lúcido. Às vezes, acontece sentir-me assim... Como se, em lugar de ir aquim sacudido num "expresso" da Rodoviária, estivesse na 1ª classe de um avião daqueles enormes, depois de umas hospedeiras hospitaleiras me terem servido um generoso gin tónico.
E como o tempo de lucidez (e não só) não dá para escrever o livro que exacerbe (o Mário Henriques Leiria tentou), saem-me umas "mínimas":
Ele há os bancos... bancos;
ele há os bancos a abarrotar;
ele há os bancos rotos e em bancarrota;
ele há o banco do vaticano;
ele há o banco do Benfica (ai Jesus!...);
ele há o banco do PS (com uns seguros e outros nem por isso...)
e ele há o banco de que, infelizmente, hoje tanto se fala... o alimentar!

Mensagem-desabafo

Leia quem quiser (e teria muito gosto se fossem muitos a ler).
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Camaradas,
regresso (no "expresso") de uma reunião do Comité Central.
Venho, como sempre, de uma reunião em que ouvi, intervim, muito aprendi sobre a situação que vivemos. Com testemunhos sérios, fundamentados nas realidades vividas. Regresso com mais força porque mais conhecedor do que é preciso conhecer. E, ao chegar ao autocarro, apanhei a novidade do "wireless", li alguns comentários vossos a mensagens minhas. Continuo a aprender...
Apenas vos quero dizer isto: todos desejamos o mesmo, todos (contra alguns e o seu poder)lutamos por uma vida melhor para todos, nós, camaradas, fazemo-lo com base numa concepção de vida e do homem que nos distingue, e pela qual lutamos. Pelo socialismo, pelo comunismo. Que, estamos convictos, é o futuro da Humanidade.
A grande questão é Que/como fazer?
Sabemos quem é o inimigo. É uma classe que domina as relações sociais, que explora, que especula, sempre contra os trabalhadores. É isso que nós sabemos, e que, com a nossa fundamentação, com a nossa convicção, temos de fazer chegar a outros, a muitos outros, sobretudo às massas, desinformadas, deformadas pela (des)informação.
Tão importante, tão vital como afirmar as nossas posições, há que aproveitar as razões que outros - que nossos não são - nos dão, nas suas áreas ou nalguns momentos.
Assim como muitos abandonaram a nossa luta e os vemos noutro lado da barricada, também alguns vieram de lá até nós, sem que nós lhes tenhamos feito qualquer concessão ideológica, bem pelo contrário. Às vezes, só por momentos ou só numa ou noutra situação. Se o aproveitámos, e isso os levou a corrigir o seu anti-comunismo... já não é nada mau!
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A luta continua. Contínua!

Descontos de 50% nos saldos em tempo de crise - 2

No seu último Cem por Cento, de que até parece que estou a fazer propaganda…, Nicolau Santos, apoiado numa base de poemas que vai inserindo, enumera, nas colunas centrais, que três são mas só duas e meia preenchidas, Cinco Mitos sobre a crise.
Seriam eles
  1. “a Europa do Norte governa muito melhor que a do Sul”;

  2. “países como Portugal atuaram tardiamente em relação à crise”;

  3. “se a Irlanda recorresse ao fundo europeu de emergência e ao FMI, os mercados iriam acalmar e deixar em paz os outros países”;

  4. “se os países em dificuldades tomassem medidas orçamentais duríssimas para reduzir os seus défices, atingindo assim gravemente o nível de vida e de bem-estar, os mercados entenderiam a mensagem e deixariam de pressionar esses países”;

  5. “é muito melhor que venha o FMI impor as medidas que deveremos adotar em vez de sermos nós a resolver os nossos problemas”.

Naquelas duas colunas e meia, NS demonstra – e de forma muito clara -, que aqueles mitos são… mitos. Mas eu diria que são patranhas, são aldrabices para justificarem, perante a opinião pública, uma actuação, uma ingerência, uma intromissão absolutamente inaceitável nas economias nacionais. Já formatadas numa divisão imperialista do trabalho, com a conivência das instituições democráticas (porque eleitas) dos respectivos países por os ditos eleitos estarem ao serviço dos grupos financeiros transnacionais, os "de fora" e os que têm sedes nos nacionais territórios, nomes comuns – como, no caso português, Belmiro, Amorim, Salgado, Martins –, e batem no peito patrioticamente e recuperam a frase feita “a bem da nação”.
Por isso, se me apraz a desmontagem que NS faz do que chama mitos e termina escrevendo, acutilantemente “Este arrazoado não evitará, com grande probabilidade, que tenhamos de recorrer aos apoios europeus e do FMI. Mas sempre podemos dizer a dezenas de gurus, economistas e analistas que a sua argumentação tem sido completamente desmentida pela realidade e que não nos comem por parvos.” , fico, também, insatisfeito e, até, irritado!


Porque… falta o resto. Falta, a NS – e não espero (tempo de verbo esperança) que o venha a fazer… –, preencher a meia coluna em branco, indo ao fundo da questão.

Não basta demonstrar que essa argumentação é mentirosa, aldrabona, escorada em falsos fundamentos com a aparência de que científicos são Eles são, também, intencional poeira que se atira para os olhos (e ao cérebro) de quem assim é informado/deformado, a par da campanha da falta de alternativa, de inevitabilidades (que, aliás, se imiscui no texto de NS…), de que o capitalismo é o fim da Humanidade. E sê-lo-á se todos nós consentirmos que este seja o rumo a continuar, que levará, ele sim, ao fim da Humanidade, por via da insuportabilidade social, das destruições, das guerras, daquilo que é o angustiante fruto do crescente poderio dos complexos industrial-militares, que, por exemplo, leva a insistir nos escudos anti-mísseis… porque constroi os mísseis, e assim vai adiando a incapacidade do capital-dinheiro se transformar em mais capital-dinheiro.

Descontos de 50% nos saldos em tempo de crise - 1

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Há fraquezas assim. Gosto de ler o Cem por Cento do Nicolau Santos, no Expresso-Economia. O homem “diz coisas”. Também, quase sempre, me irrita muito. Como é que um homem que, lucidamente, escreve “estas coisas”… também escreve aqueloutras coisas”? Cem por Cento, na minha avaliação, oscila entre o muito positivo (sei lá… 90%) e o negativo (sei lá…

-10%). Fiquemo-nos pelos 50%!
Como se sabe, tudo tem explicação. Mas não são explicações que, para aqui e para agora, interessam. Poderia continuar pela generalidade, no abstracto, mas vou ao concreto. Ao último Cem por Cento.

Merkl volta a atacar é uma nota de meia coluna na parte legível da página (um quarto de página é anúncio) que faz uma abordagem que me interessa particularmente. Tanto que, antes de a ler, já escrevera – em catarse – uma “entrevista falhada com a D. Ângela…” que publiquei neste blog. Diz NS, a acabar “… o que Merkl está a fazer não é só impor fortes ajustamentos aos países periféricos. Está a contribuir para que isso seja feito com a maior dor social possível. E isso é imperdoável.”
Final da nota do quarto de coluna abaixo, sobre A fatura da eletricidade: “… a crise exige que sejam renegociados estes compromissos para aliviar o esforço fiscal brutal que está a ser pedido aos cidadãos.” A ser pedido? E ficar-nos-iamos por aí?, pela renegociação de compromissos facturados?
Do outro lado da página, duas notas. Uma, a de baixo, A melhor incubadora do mundo, valoriza essa “novidade”, que também já aqui tratei com o alerta que me parece pertinente e que, evidentemente, não coincide com o entusiasmo que a nota de NS transmite.
A outra nota, a de cima, E por falar em culpados, começa assim: “Anda a fazer caminho a tese de que todos somos responsáveis pela crise. É uma forma de branquear a responsabilidade fundamental que o sistema financeiro norte-americano e a Reserva Federal, durante o consulado de Alan Greenspan, têm nesta desgraça…” e ilustra o que me leva a ficar irritado com os Cem por Cento. A propósito de esta desgraça, no capitalismo não se toca! Nem com uma flor…
Não é o funcionamento do capitalismo que, inevitavelmente (a única inevitabilidade!), nos trouxe a esta desgraça?!, o mais longe que se vai é ao “sistema financeiro norte-americano” e à “Reserva Federal”, e mesmo estas porque tiveram “o consulado de Alan Greenspan… porque, ao que parece, se em vez deste culpado (esta obsessão de culpa individual…), tivesse sido outro a “consular” tudo estaria a correr sobre rodas e não sobre caroços de azeitonas.

Nessa trilha, junta mais uns tantos nomes. Como culpados, que até o serão de muita coisa, mas que não podem substituir-se à “culpa do capitalismo”, do sistema que assim funciona, que assim tem de funcionar. E que, nesse funcionamento, vai tendo os seus agentes, uns com maior outros com menor destreza e inteligência na manipulação das alavancas. Que são as que levem à multiplicação do capital financeiro, pela exploração na sua base real, pela especulação no que cria de falso, de fictício.
Mas, sobre isto voltarei, ao comentar o “miolo” do Cem por Cento na sua última edição, Cinco mitos sobre a crise.

domingo, novembro 28, 2010

Pronto, a Irlanda já está...

... com o juro a 5,8%!

Entretanto, logo a seguir:

Eurogrupo pede "medidas concretas" a Portugal
Económico com Lusa

28/11/10 19:20

... e o Correio da Manhã pôs na 1ª página o que andamos a denunciar há imenso tempo: que os "nossos" bancos" vão emprestar, "generosamente", ao "nosso" governo, comprando títulos que dão 6% com o que lhes é emprestado a 1%. Depois, se vier a haver algum "acidente de percurso" num qualquer banco, o "nosso" governo irá resolver isso com o nosso dinheiro.
Depois, há quem se finja ofendido se a isto se chama roubo!

O desporto, os dirigentes desportivos e outras coisas

Já me foi dito muito amigavelmente, por quem conseguira levar a que folheasse o avante! para que tivesse acesso a outra informação e não aquela que nos formata, que "é luta a mais, são lutas a mais...".
Foi um comentário de boa fé, assim como quem diz (procuro traduzir...) "é verdade que a outra informação, a que nos matraqueia, é tendenciosa, esconde, ou escamoteia, ou disfarça, ou mascara, as lutas sociais, mas vocês também exageram... é só luta, são só lutas..."
É verdade e não é verdade.
É verdade porque quem apanha com o avante! pela despreparada frente (mesmo que acompanhada por amizade do lado exterior e simpatia do lado interior) pode ter o choque de uma dose excessiva de outra informção. E não se curam dores de cabeça com sobredoses de aspirina... até porque têm efeitos colaterais!
E não é verdade por duas razões. A primeira, é que tudo é luta, que as lutas estão sempre a rebentar por todo o lado, que todas têm de ser apresentada; a segunda é que o avante! não é só o repositório das lutas que se fazem pelo País todo (e pelo Mundo), também tem secções e espaços bem interessantes que não se colocaria sob esse etiqueta de... lutas.
A título de exemplo, e pela sua oportunidade refiro a secção Desporto, em que se inserem artigos de opinião, e onde Melo de Carvalho faz verdadeira pedagogia, recomendando a leitura do último artigo - O sofisma da «morte» dos dirigentes desportivos - que se pode ler aqui.
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A oportunidade resulta do próximo lançamento de um livro sobre Melo de Carvalho, Contributo para a História da Educação Física e do Desporto, da autoria de Eugénio Ruivo, em Portugal no dia 30 de Novembro, na Universidade Lusófona.

Oficial: Acordo da Irlanda com FMI está fechado...


«Oficial: Acordo
da Irlanda com FMI
está fechado»
Económico com Lusa
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... e a que juro?,
sempre foi a 6,7%?,
a gente cá de baixo está bué interessada...

Entrevista falhada com a D. Ângela

A.sec.xxi – Boa tarde, Frau Ângela.
D. Ângela – Hummm…
A.sec.xxi – … desculpe... Vossa Excelência está mal disposta?
D. Ângela – Hummm… Claro que estou. Muito… Você não é português?...
A.sec.xxi – Sou. Mas não percebo… não lhe fiz mal nenhum… só pedi uma entrevista…
D. Ângela – Hummm… estou farta de deitar pérolas a Schweine…
A.sec.xxi – … a quê?
D. Ângela – Hummm… sim!, a porcos! Vocês nem alemão nem inglês sabem falar… ignorantes e não querem ter défices e dívidas soberanas?
A.sec.xxi – Pérolas a porcos?... não percebo…
D. Ângela – Hummm… Claro!... pérolas a PIGS, seu burro!
A.sec.xxi – A senhora está a ofender-me e a ofender-nos. Burra será a senhora e porcos serão os seus compatriotas!
D. Ângela – Hummm… Ingratos! É assim que agradecem o muito que temos feito por vocês… Eu bem não queria que entrassem para o euro, mas cheguei tarde e o Helmuth e o Gerhard já tinham feito a asneira de acabar com o marco e em aceitar essas vossas moedazitas na nossa moeda única… mas só devia ser para poucos!
A.sec.xxi – … vá lá… já disse alguma coisa sobre o que lhe queria perguntar… mas é difícil conversar com a senhora…
D. Ângela – … conversar, conversar… não estou para conversas… isto vai mudar…
A.sec.xxi – Então desconversemos. Vocência, os seus antecessores e lá os seus parceiros fundadores da hoje União Europeia vieram ajudar a contra-revolução com essa coisa da Europa connosco, fizeram de nós a vossa periferia, mandaram para cá fundos que eram de todos para que a nossa economia se ajustasse às vossas conveniências, para abater barcos, para pôr terras em pousio, para acabar com a produção agrícola, para usar por cá os nossos trabalhadores de que por lá gostam tanto, mas exigindo que se revissem conquistas sociais por que muito lutámos, para fechar estaleiros navais, para beneficiarem de subsídios e deslocalizarem, para abrir estradas para os vossos produtos (e turistas) entrarem mais facilmente, sei lá que mais…, impuseram critérios de sacrifício para entrar na moeda única, andam sempre a exigir-nos que PECemos, agora atiram-nos com o FMI à cara e é a senhora que nos quer fora do euro e … espere aí!… não se vá embora…
D. Ângela – Schweine!
A.sec.xxi – Porca é a senhora! Big PIGS… Aufwiedersehen!

Grécia, 5,2%, segue-se a Irlanda com nº de partida de 6,7%...

Lá para o meio-dia de cá, os ministros das Finanças da UE vão reunir para chegar a conclusões sobre o "plano de ajuda" à Irlanda, a que chamam "de resgate".
O facto de ser domingo tem a ver com amanhã ser segunda-feira e "os mercados" (essa esotérica entidade suprema) estarem à espera, para a sua abertura, dessas conclusões para reagirem à taxa de juro que for acordada para o montante a emprestar, que se aproxima do limite dos 100 mil milhões, que andará pelos 80 e tal milhões.
Para a Grécia, o primeiro da série dos PIGS (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha por uma ordem - Portugal, Irlanda, Grécia, eSpanha - com as porcas conotações que se podem ler, in english), o juro acordado foi de 5,2% (para 110 mil mil milhões), agora a Irlanda começou por não aceitar - e percebe-se porquê - os 6,7% que foram propostos. Com os senhores Junker (do Eurogrupo) e Trichet (do BCE) como "croupiers", com o FMI nas proximidades.


Lá para o meio-dia de cá vão estar eles a discutir as décimas (anteontem, por aqui, discutiram-se as centésimas das derramas e dos IMI...) e, talvez, a quererem dizer, aos dois PIGS que virão a seguir, que quanto mais tarde pior!

Entretanto, eu vou aproveitar para ver se falo sobre isto, e outras coisitas..., com a D. Ângela Merkl, que é sempre um prazer encontrar por aqueles corredores, a mexer os cordeilinhos todos.

Para domingo de manhã - aviso à navegação

Há uma questão que atravessa a blogosfera em geral, e cada blogueiro em particular: a questão dos comentários e do anonimato, sempre posta, pelos anónimos, de maneira falaciosa, avocando direitos (no que são pródigos), e assimilando anónimo a pseudónimo ou heterónimo.
Eu tenho uma opção pessoal: aceito comentários sem restrições, quero que este seja um espaço aberto, e tenho uma posição sobre o anonimato, com um distinção essencial do anónimo relativamente a qualquer identificação... que identifique (mesmo que sem nome próprio, BI ou CC, ou nº de contribuinte).
Pelo meu lado, mesmo quando uso pseudónimos ou heterónimos, digo quem está - eu! - por detrás dessa criação minha. Aceito que haja quem não o queira fazer, mas já me parece de exigir que o próprio não consinta que outros usem abusivamente essa sua identificação, servindo-se dela. Assim, aberta e sem restrições, a identificação perderia identidade. Pode o anónimo fazer isso? Um anónimo é sempre igual a um qualquer outro anónimo.
O anónimo do séc. xxi (que é o Sérgio Ribeiro) denunciará como intolerável abuso de quem quer que seja o uso dessa identificação para fazer blogs ou assinar comentários. Se já alguém a usou antes, prescindo dela ou acrescento-lhe qualquer coisa... como, por exemplo, SR (ou... ao Serviço da República!)
E, para acabar, se falamos de direitos, há um direito que os anónimos (todos iguais uns aos outros porque nada distingue um anónimo de outro anónimo) me dão, e que eu não quero usar, por razões que são minhas e de maneira de estar: fechar-lhes a porta.
Mas aviso (ou ameaço, se quiserem): não abusem!

sábado, novembro 27, 2010

A notícia... e o título

no Expresso de hoje:

1.

No lado esquerdo (de quem lê), a notícia:

«O Presidente da República apelou aos autarcas
para que se esforcem para evitar que a crise atinja as crianças.
Segundo Cavaco Silva,
"a educação deve ser um desígnio nacional
assumido por todos"»
_________________________________________
O "nosso" PR descobre cada coisa! E tem cá uma pontaria nos apelos!
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2.
Do lado direito (de quem lê), o título:
53 mil crianças ameaçadas pela fome
_________________________________________
E porquê a ameaça? E por quem?

mistérios em que ninguém repara...

(...)
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.


José Gomes Ferreira
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... e não estou (nem estava o Zé Gomes!) a falar de política...

Ainda a cimeira da NATO

A cimeira da NATO passou. E passou por aqui. Houve espectáculo, folclore (no mau sentido do termo, que alguns bons tem), houve manifestações e uma grande manifestação de protesto e esclarecimento, preparada meses a fio, com muito trabalho militante, que não foi possível silenciar apesar de todas as mordaças e armadilhas.

Mas a NATO passou por aqui e aqui se tomaram decisões. Que eram temidas, que foram denunciadas na procura de encontrar as forças para as impedir, e que o espectáculo, o folclore, as manifestações não podem apagar.

O novo conceito estratégico! Sobre o que de muito importante para o nosso futuro - e os seus perigos! - resultou dessa cimeira, importa ler - e reflectir - o que Ângelo Alves escreveu na sua crónica internacional, aqui. Um curto texo de resumo e comentário verdadeiramente esclarecedor.

As "mudanças"

É corrente, recorrente, corriqueira, a fórmula "é preciso mudar alguma coisa para que tudo continue na mesma". Desde Lampedusa - se dele é a fórmula original... - a todas as corruptelas, algumas trazidas pelas traduções.
Com o andar dos anos, a velhice e a obsolescência vão-se impondo e, por mais operações de cosmética, implantes e transplantes, é inexorável (e angustiante) que as mudanças não mudem o que é inexorável.
Assim em cada um de nós, animais que somos, assim naquilo que nós, seres humanos, criamos, na sociedade e suas transformações.
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As designações, a terminologia, ilustram esses esforços para mudar as fachadas com a convicção ou a intenção de que nada mude no essencial.
No capitalismo, nos anos 90 apareceu a "novidade" dos clusters, com um protagonista-bonzo - M. Porter -, depois, muitas outras coisas foram aparecendo, sendo "moda", desaparecendo, como as designações aliciantes e aliciadoras de criação do próprio emprego e os chamados nichos de empresas. Tudo na mesma "onda".
Nessa "onda", agora é o empreendedorismo e, juntamente mas ainda mais recente, essa grande "descoberta" das incubadoras, que não são aviários mas que parecem querer ser.
Nestas "mudanças", os seus veiculadores se iludem a si próprios (os de boa fé) quando auto-convencidos de estarem, no capitalismo, a viver na estação terminal, definitiva, da organização da sociedade, e enganando todo o mundo. E ninguém!

sexta-feira, novembro 26, 2010

Sobre as falsificações da História (desta que escrevemos nós e outros lêem e lerão)

Sobre o 25 de Novembro (reproduzido de o blogue do castelo, com a devida vénia... e ao autor, claro!)


"E se o Diário de Notícia fosse um jornal sério?"

O “Diário de Notícias” deu hoje à luz um texto com o qual diz querer fazer «um exercício de história contrafactual», que é, só por si, um conceito abstruso — fazer a história do que não aconteceu e talvez pudesse, eventualmente, ter acontecido se… O «exercício» consiste em responder à pergunta «25 de Novembro: E se tivesse sido ao contrário?». Os pressupostos de que parte mostram que não se trata de um «exercício de história contrafactual», mas sim de uma pura e dura «contrafacção histórica».
O autor do texto omite qualquer referência a um golpe de Estado e considera que havia duas facções militares em confronto: uma a que chama «os moderados», outra a que chama «a Esquerda Radical» (com direito a maiúsculas, para dar a ideia de que era uma coisa institucionalizada). Tento imaginar o então major Jaime Neves e mais umas dúzias de bem conhecidos capitães, coronéis e generais no papel de «moderados» e só consigo rir às gargalhadas. O mesmo acontece quando leio na peça do “DN” que «a Esquerda Radical» era afecta ao PCP. Terá o autor do texto alguma ideia, mesmo aproximada, da influência das diversas forças políticas nas Forças Armadas entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro? Idêntica pergunta para a taxativa afirmação de que o MRPP era «uma das excepções na extrema-esquerda, ou seja, a extrema-esquerda desalinhada com o PCP». Quererá o autor da contrafacção histórica identificar qual era a extrema-esquerda alinhada com o PCP? Em especial, no contexto do 25 de Novembro. Também seria útil identificar com quem estava o MRPP alinhado. E que é feito, nesta história, do PRP? E da LUAR? E da UDP? Uma contradição insanável do texto é começar por dizer que a «esquerda radical» militar era «afecta ao PCP» (um disparate monumental) para, dois parágrafos a seguir, afirmar que «a chamada “esquerda radical” rodeava no Copcon o respectivo chefe, Otelo Saraiva de Carvalho». O que equivale a dizer que Otelo era afecto ao PCP. Sem comentários. O facto de o único confronto armado ter ocorrido quando os comandos de Jaime Neves cercaram o quartel da Polícia Militar de Mário Tomé não faz agitar nenhum neurónio? É sabido que o PCP não tinha qualquer tipo de controlo sobre as unidades militares que estiveram envolvidas directamente no 25 de Novembro. É, igualmente, sabido que o PCP deu instruções a todas as suas organizações para não se envolverem em iniciativas disparatadas. Apesar disso, o “DN” tem tido, sobre o 25 de Novembro, uma prática de revisionismo histórico com base em relatos fantasiosos mais do que enviesados. Desta vez não se contenta em inventar o 25 de Novembro — vai mais longe e faz um «exercício» de invenção sobre a invenção. Para a contrafacção ser completa, o “DN” não inclui qualquer depoimento de um dirigente do PCP, apesar de o textozinho não ser sobre o 25 de Novembro e sim sobre o que outros dizem que os malandros dos comunistas poderiam fazer, se… Para mim, que sei o que se passou há 35 anos e vivo em 2011, há outros what ifs mais interessantes. Por exemplo: e se o “Diário de Notícias” fosse um jornal sério?

João Alferes Gonçalves
(no site Clube dos Jornalistas)

Intervale - 2

Por esta rua, pela Rua do Sol ao Rato, descia para ir à vida, para entrar na cidade.

Quantas vezes?, quantos dias?, quantos anos?

Enquanto crescia, e as circunstâncias me faziam adulto.

Aqui, nesta esquina com a R. Dinis que leva à igreja de Sta. Isabel, onde me baptizaram, e à Escola Machado Castro , com que andei à pedrada desde o Liceu Pedro Nunes.

Onde, a seguir à esquina, à esquerda, o convento das Trinas, à direita, a mercearia do sr. Secundino, que me aviava das mercas a recado de minha mãe, logo depois a loja do sr. Neves, de roupas e confecções, e a taberna-carvoaria de onde um gato, traiçoeiramente, arranhou o focinho do Tarzan e hoje é - há muitos anos - um restaurante, a acabar a rua na tabacaria-capelista onde eu ia, numa corrida, comprar o jornal, a República do "fal' ó Rocha!" ou um jornal desportivo, A Bola (à 2ª e 5ª) ou o Mundo Desportivo (à 2ª, 4ª e 6ª)

Nesses tempos... nesses tempos em que a Rua do Sol ao Rato tinha dois sentidos para os carros, ou já só apenas dois em um, um a descer (para baixo!... para o Rato), outro a subir (para cima!... para Campo de Ourique).

E as vezes em que o carro não pegava e ali vinha eu, depois de um pequeno empurrão, a descer-pela-rua-abaixo, a aproveitar uma aberta no cruzamento do Largo do Rato com a Pedro Álvares Cabral para continuar pela Rua de S. Bento-sempre-a-descer até encontrar a garagem SOS ali à esquerda?

Ah! como a vida era diferente! Como sempre é diferente de quando foi, e de como será!

As reformas a 50%

Nas vésperas da Greve Geral (que foi grande!) li o título de uma notícia "As reformas a 50% do último salário!". Fui ver do que se tratava.
O "miolo" da notícia dizia que o valor da pensão das gerações mais jovens irá passar de 75% do último ordenado para apenas 50% do último salário. Era uma das conclusões da terceira edição de um estudo "Reformas & Pensões em Portugal", da sociedade gestora Optimize, apresentada nesse dia aos jornalistas.
A notícia, e os números, chamavam a atenção dos portugueses para «a necessidade de, ao longo da sua vida activa, constituírem um complemento reforma sólido e capaz de, nos "anos dourados", complementar a já anunciada perda de rendimentos».
Foi nesse sentido que um administrador da Optimize aconselhava a aposta nos planos poupança-reforma (PPR) como uma solução a ponderar pelas famílias!
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É isso: desmantela-se a segurança social, na base da solidariedade entre todos nós e connosco mesmos, passo a passo, medida a medida, e aconselham-se os "produtos bancários", nesta demencial corrida em que tudo é negócio e a meta a parede ao fundo do beco.

quinta-feira, novembro 25, 2010

"A quem é que a Judite entregaria as suas poupanças?"

Só os apanhei quase no final do "rendez-vous". Quando o dr. Paulo Portas, com aquele seu ar desembaraçadíssimo, se dirigiu à dra. Judite de Sousa e lhe perguntou, antes da que seria a afectuosa e conivente despedida: "... a Judite lembra-se do que eu lhe perguntei uma outra vez que aqui nos encontrámos?... a quem é que entregaria as suas poupanças: ao prof. Cavaco Silva ou ao Manuel Alegre?...».
Como ia a só a passar, nem ouvi a resposta - nem sei se dada pela perguntada ou pelo perguntador... -, não me interessava!
Não tenho poupanças para aplicar e, se as tivesse, não era a nenhum dos dois citados, ah!, isso não era com certeza.
Se estivessem a falar de votos, ainda daqui lhes diria que o meu está entregue: é ao camarada Francisco Lopes. Com toda a confiança!

Diário (anónimo do sec.xxi) de uma Greve Geral - 4

(conclusão deste pedaço de diário)
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O balanço do dia de Greve Geral. De uma enorme Greve Geral. De um dia de luta.
Eu sei do que fui testemunha e dou testemunho. Foi um dia diferente! Com a luta levada onde tantas vezes ela parece estar ausente, não porque não esteja lá, objectivamente, mas porque, em dias como este, há que tomar posição sobre ela.
E digo, a partir do meu testemunho, pelo que vi e vivi, que foi um grande passo no caminho que está a ser feito. Num caminho de avanços e recuos. Este foi um passo. De enorme importância. Que é preciso firmar para que outros se sigam, travando e invertendo o rumo por que este sistema condenado e desesperado nos quer continuar a conduzir, mantendo a aparência da inevitabilidade.
Daquilo que ouvi, daquilo que junta todas as informações, resultam as versões contraditórias que seria de esperar.
Da informação do grande êxito, com a referência a 3 milhões de portugueses envolvidos na Greve Geral, o que ninguém pode desmentir!, ao quase caricato esconder desse facto com números em que se fala de oscilações entre 5% e 95% (oh! sra. ministra, vossa excelência não tem a noção do ridículo?!), a grandes patrões do privado a dizerem que, neste, não houve mais do que 4% de adesão à greve... com excepção dos sectores em que houve muito mais (nos portos, por exemplo)!!! Que objectividade!
E agora?
Agora há que combater, e com muita força, as posições - mesmo de muitos/as que aderiram e fizeram a greve - de que "isto nunca dá nada"! O que é que se esperava que desse? Estarmos, neste dia seguinte, a ver o governo emendar a mão, a corrigir algumas malfeitorias em que tem abundado, a não avançar com as que estão preparadas para começar o ano?
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A luta não tem horário, nem se faz (só!) em dias de greve.
Mas os dias como o de ontem são muito importantes para os dias seguintes. Para os dias da luta que continua, sempre em condições que dia a dia mudam. E ontem houve coisas que mudaram. Não tenhamos dúvidas.

Rectificação (não minha!... e porquê?)





«Em declarações ao Económico, o Ministério das Finanças informou que não haverá hoje uma reunião com os principais banqueiros.
Fica assim desmarcada a reunião de hoje convocada pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, conforme avançou ontem o www.economico.pt e hoje o "Diário Económico".
A fonte do Ministério das Finanças não revelou, contudo, quando é que Teixeira dos Santos não vai receber os presidentes dos principais bancos - CGD, BCP, BPI e BES, depois de os ter convidado para um encontro no Terreiro do Paço.
A agenda nunca foi conhecida, nem o formato do encontro: poderia ser uma reunião conjunta entre o ministro e os banqueiros ou reuniões individuais. Ainda assim, ao que o Diário Económico apurou em cima da mesa deveria estar a situação política e económica do País. Nomeadamente, a subida dos juros da dívida pública nacional, que estão fixados acima dos 7%.
A reunião ocorreria numa altura em que se fala de remodelação no Governo e em que Teixeira dos Santos é um dos nomes possíveis para sair do Executivo de José Sócrates.»
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Que confusão que por aqui vai!

Diário (anónimo do sec.xxi) de uma Greve Geral - 3

(continuação de diário)

Na manhã, depois de umas horitas de sono, comecei por me tentar informar. Nos sites e blogs que me pareceram adequados (e informativos)!, por contactos directos. O que era de esperar. Grande diversidade de situações mas um computo geral muito positivo.
Fui dar umas voltas. Em Ourém, das duas escolas do preparatório/secundário, uma fechada, na outra 2/3 de adesão e os alunos, em grupos, fora do espaço escolar. Algumas surpresas que me deixaram perplexo (e triste... sem perceber).
Resolvi rumar a Torres Novas. Pelo caminho, a ouvir preocupantes opiniões numa "antena aberta" que é uma amostra de alguns estados de espírito de desespero, desorientação, um perigoso mundo do avesso que vê o inimigo no companheiro, no solidário, no igual. Com uma perigosa carga de violência latente.
Em Torres Novas, na Casa dos Sindicatos me reencontrei com os camaradas. Trocámos informações (tinha lá estado o nosso deputado do distrito, o António Filipe), o Santander fechado e mais duas agências da CGD, e quis voltar a casa abdicando da feijoada que prometia ser excelente pausa no trabalho.
Ao regressar, a boa notícia de não ter... notícias na caixa do correio. O que é anormal, particularmente à quarta-feira. A não ser que seja dia de Greve Geral...
Almoço a dois, trocando impressões. Algumas delas a procurarem ir ao fundo de algumas coisas a partir do vivido até antão no dia. Quase logo (até porque já a tarde avançava) a visita de um jovem casal amigo. Para mais conversa, agora a 4, na busca de aproveitarmos ensinamentos que os dias nos trazem, alguns mais que outros.
Passagem pela aldeia, por casa de um vizinho, velho amigo que da aldeia sempre foi apesar das andanças pelas Franças e Araganças, para dois dedos de conversa e um (ou dois) copitos.
Fim do dia em troca de telefonemas antes de nos sentarmos a apanhar o balanço com os resultados tal como apresentados aos milhões que somos. Através daquele rectângulo com que nos pretendem formatar.

Ministro das Finanças chama...

No dia seguinte à grande Greve Geral...

... o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, convocou de surpresa os principais banqueiros para uma reunião a realizar hoje no Ministério das Finanças, soube o Diário Económico.

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«Aquela "coisa" passou outra vez dos 7%... qu'é qu'eu hei-de fazer?... vá lá, dêem uma ajudinha interna enquanto se estende a passadeira vermelha para aqueles fulanos (ou será, de novo, uma fulana?) do FMI...»

Diário (anónimo do sec.xxi) de uma Greve Geral - 2

(Reflexões na madrugada)
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Ao voltar a casa, já bastante tarde – ou cedo?! – ainda espreitei para o computador. E confrontei comentários negativos sobre a decisão de participar na Greve Geral não publicando mensagens neste blog.
Tal decisão pode ter sido errada mas não foi leviana. Foi reflectida e, mais…, foi anunciada, explicada e discutida. Natural e informalmente. As razões de quem criticou "pôr o blog a fazer greve" não me parecem pertinentes, para além de serem tardias. Depois de conversadas, até as poderia aceitar, mesmo que com reservas.
Um blog pode, e deve!, ser (in)formativo mas não substitui a chamada comunicação social, e nunca pode pretender equilibrar a campanha ideológica que esta veicula com todos os meios de que dispõe, ou que ao seu dispor são postos pelos que são os donos da “massa”.
Por outro lado, nunca tive quaisquer ilusões de “tratamento limpo” por parte de quem sei ser disso incapaz, e nunca esteve nas minhas intenções “calar-me” na blogosfera (ou onde quer que seja!).
Para terminar, a luta nunca é um velório, é a “festa da vida” e, nestas reflexões, só não aceito, até recuso!, a ideia de que um dia de greve é um dia feriado ou de férias. E procurei dizê-lo. E fazê-lo!

Diário (anónimo do sec.xxi) de uma Greve Geral - 1

Aqui, começou assim. Ainda anteontem. Um pouco depois das 23 horas. A sair da Casa Sindical de Torres Novas:



Um para o Hospital (apenas 1 enfermeira e duas auxiliares em 43 não fizeram greve naquele turno: 93%!), os outros para a Renova-2.




Que se sabia tarefa difícil e que, para algumas interpretações, teria sido inglória. Mas que considero ter sido muito positiva.
À entrada do turno da meia-noite, os carros dos que tinham decidido ir trabalhar, passavam por nós e uns nem paravam. Os que paravam, ouviam-nos e houve de tudo… menos voltarem para trás. Desde os que ouviram hesitaram, mas lá seguiram para o turno, os que disseram que era a primeira vez que não faziam greve mas tinham razões pessoais muito graves para não a fazer, os que afirmaram “estamos convosco (nós é que estávamos com eles…) mas sou temporário… não posso!”, e mais e mais, aos que, quase agastados, nem abriam o vidro do carro na espera que o da frente se despachasse. Argumentou-se (eu só ouvia… feitios!), e de uma coisa estou certo: muitos foram a pensar nos argumentos, e hoje neles estão a pensar se não deveriam ter feito greve,ao saber os resultados da grande Greve Geral em que gostariam de ter participado.

Depois, foi uma corrida ao Entroncamento para ainda ouvir, a quente, o confronto com uma requisição de maquinistas a nosso ver abusiva e que a sra. ministra tinha dito (embora com um sorriso “esquisito”) que não iria haver. E conviver, em alegria e confiança...
Mas, por aqui, a greve começou bem. Por ali e por além também. Porque houve quem a fez!

quarta-feira, novembro 24, 2010

Hoje, 24 de Novembro (Greve Geral - 15)



Hoje, não há blog para ninguém!
Mas não deixe se informar:

terça-feira, novembro 23, 2010

delírios e dislates - 21

Ouvir um ministro (parece que de Estado...) dizer que "há empresas que têm especificidades que são distintas das de outras..." ajuda a perceber o estado a que chegou a nossa governação!

Greve Geral - Ora aqui está!

Uma micro-empresa (das 70 mil, como diz na sua informação) antecipou-se:


Intervale

De que Terra somos?,
de que cidade?,
que cidadãos somos?
De que Mundo somos?,
que Cidade ajudamos a fazer?


Largo do Rato, visto da Rua da Escola Politécnica, em 1939,
ano em que me mudei (em que os meus pais se mudaram!...) para a Rua do Sol ao Rato.

Como chegar a nossa casa? Segue-se a linha do eléctrico, vira-se à esquerda, passa-se em frente da Papelaria Fernandes e da Camisa de Ouro, atravessa-se a Rua de S.Bento (cuidado com os carros eléctricos), logo depois a Avenida Pedro Álvares Cabral (fácil de atravessar... são poucos os carros) e tem-se a Rua do Sol ao Rato para subir até ao número 85 (que hoje é o 27). Decerto lá me encontram, no rés-do-chão direito, porque, com aquela idade, saia pouco de casa!

Greve Geral - 14


Dia de vésperas. De muita expectativa. E trabalho! Tanta coisa a dizer!
Ontem, já a entrar por hoje, os Prós e Contras foram diferentes.
Apesar da mesma condução de sempre, por vezes desastrosa, da "moderadora", disseram-se coisas muito interessantes. Tocaram-se nalgumas feridas!
Porque não se trata do programa televisivo, mas do final desta série sobre a Greve Geral, vou deixar alguns apontamentos suscitados pelo que ouvi e que julgo adequados às intenções destes "posts".

  • Falhanço total da economia liberal, com "emagrecimento" do papel do Estado. Esta verificação, vinda do "lado direito" do painel, vai contra a corrente ideológica dominante. Porque a análise da evolução do funcionamento da economia, desde que com um mínimo de seriedade, a tal obriga.
  • No arrolamento das causas epidérmicas da actual situação, primeiro, o não reinvestimento na economia dos lucros financeiros; segundo, a diminuição da parcela de remuneração ao "factor" trabalho; terceiro, a precarização do emprego.

Daqui resulta uma situação social insuportável - e as perspectivas de vir a ser pior se não se puser um travão ao funcionamento da economia! - e a necessidade de uma resposta muito clara. De uma Greve Geral.

Tocou-se nas feridas.

Mas as feridas, como a febre, têm causas. Profundas.

Não se trata de atacar os efeitos, de ajudar à cicatrização, de fazer baixar a temperatura. Há que ir às causas profundas.

Por isso, uma Greve Geral que é, também - ou sobretudo -, tomada de posição perante o funcionamento da economia e de consciência. Tomada de consciência que é (digo eu) de classe.

No actual estado das coisas, é necessária esta Greve Geral a ser feita também pelos que não são, teórica ou objectivamente, da classe, mas que estão a sofrer as consequências, económicas e sociais, do funcionamento do sistema que os alicia E rejeita. E que, "entre duas cadeiras", na da ruptura e efectiva mudança se terão de sentar se recusarem a alternativa de, por tanto o desejarem, insistirem na procura de subir para a outra cadeira, a do aparente poder (do dinheiro ou do que for), e apenas os esperar, em prazo médio ou curto, estatelarem-se no duro chão das falências e das servidões aos grandes que cada vez menos e maiores serão.

Repegando nas pertinentemente apontadas como três causas próximas (ou epidérmicas, como lhes chamei), falta dar o nome às causas profundas: capitalismo e a(s) sua(s) crise(s)!


  1. a ausência de reinvestimento (quer pelos privados, quer pelo Estado) é o capitalismo às voltas atrás do próprio rabo, incapaz de encontrar saídas, à maneira de injectar mais droga na veia;
  2. a dimuição da parcela remuneratória para o trabalho na repartição dos rendimentos é tentativa do capitalismo de recuperar taxas de mais-valia (seu verdadeiro alimento), através da intensificação da exploração para compensar a baixa tendencial das taxas de lucro;
  3. a precarização do emprego é o esforço de mercadorização da força de trabalho, procurando anular tudo o que sejam conquistas sociais, mormente no que respeita a horário de trabalho e tempo livre, substituído por desemprego como "mercadoria em stock" (o estratégico "exército de reserva laboral").

Mas... basta, por agora, de reflexão de base teórica, tão apelativa e indispensável. Vamos aos piquetes de greve! De acordo com a legislação que resulta da relação de forças ao nível do Estado em que vivemos.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Ainda a manifestação PAZ sim!,NATO não!

Neste documento/testemunho procurei descortinar-me e (felizmente...) não me encontrei, porque éramos muitos e os manifestantes do distrito de Santarém, onde me integrei com toda a disciplina e a responsabilidade que as circunstâncias exigiam, foram dos últimos a desfilar, e com ele desejo terminar as mensagens relativas a esta iniciativa:

Anexo ao "post" das 10.39:

Greve Geral de 24.11 - 13

  • Há quem esteja a fazer contas sobre quanto irá custar a Greve Geral, em números de "quebra da produtividade".
  • Aliás, numa contabilidade de deve/haver, em que se calcula também quanto se economiza em salários não pagos.
  • Foram feitas as contas sobre quanto custaram algumas recentes "tolerâncias de ponto" e folclores com OTAN(sos que nos querem fazer)?
  • E quanto custa, aos trabalhadores, o que aí vem? São de tal modo enormes os números que se duvida da capacidade de certas máquinas calculadoras... E, também, tudo ainda é de difícil previsão.
  • Tudo depende de tudo.
  • Tudo depende do êxito que tiver a GREVE GERAL.
  • Se ela for o êxito que se espera - e para que tanto houve tantos a trabalhar! - muito podem vir a ganhar os trabalhadores com o travão à malfeitorias, muito pode vir a ganhar a sociedade portuguesa pelo grande contributo para as rupturas e a mudança de rumo.
  • A Greve é GERAL. Não é só dos assalariados.
  • É também dos desempregados, dos aposentados, da esmagadora maioria da população (toda ela vítima destas políticas, e não excluo os pequenos agricultores, comerciantes, industriais em desespero na voragem dos grandes grupos financeiros e da especulação).
  • VIVA A GREVE GERAL!

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quem quiser, leia o que escrevi ontem aqui sobre a escalada

Greve geral: Faixa de pano colocada no Castelo de S. Jorge

da LUSA:
Greve geral:
Faixa de pano colocada no Castelo de S. Jorge
com apelo para mobilização
22 de Novembro de 2010, 10:13

Lisboa, 22 nov (Lusa) - Um grupo anónimo colocou hoje, cerca das 10:00, uma faixa de pano no Castelo de S. Jorge, em Lisboa, a apelar para a participação dos trabalhadores na greve geral de quarta feira, constatou a agência Lusa.

"Greve geral contra o roubo dos salários. A luta continua", lê-se na faixa colocada entre duas ameias do castelo, visível a partir da Praça da Figueira.

Os autores da iniciativa identificaram-se como "um grupo de trabalhadores anónimos".
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Esperam-se fotografias!

domingo, novembro 21, 2010

A escalada

Depois da Grécia (do seu governo), e de alguma resistência, a Irlanda (o seu governo) aceitou a "ajuda" UE & FMI. Lá para os 100 mil milhões... para "salvar" bancos, para pagar juros de empréstimos anteriores, para "ajustamentos estruturais". Com o seu quê de desesperos de causa e "soluções"/adiamentos do capitalismo financeiro à escala mundial, à custa dos elos nacionais ou espaciais mais fracos.
Alguém acredita que se fiquem por aqui?
Volta a escrever-se PIGS... Quem de 4 letras tira 2, 2 ficam. De fora ou até quando?
Uma espécie de escalada/charada...

Os olhos enramelados

Num domingo mais ou menos calmo, passei os olhos por algumas reportagens fotográficas de que tenho normalmente em grande apreço.
E retive-me numas tantas fotografias da manifestação de ontem.
Que tristeza!
Os olhos parece que estavam enramelados, os pés a puxar para a bota cardada, a cabecinha para a asneira.

Só viram disto:









não viram isto e coisas parecidas, entre mais de 30 mil que poderiam escolher

a dois dias da Greve Geral - 12

Para ela caminhamos. Para a Greve Geral.

Prevê-se que será uma grande manifestação de força. Da força que temos e, tantas vezes, ignoramos ou desperdiçamos no protesto inconsequente, no desespero ou no gesto solitário e irreflectido. Como foram os sucessivos votos nossos - por aqui, por ali, por além - que foram sendo dados para dar a força a que é nossa aos executores destas políticas. O PSD governou mal, vota-se no PS que vai governar pior; o PS está a fazer-nos isto, vota-se no PSD (se for preciso o PP ajudará, a um ou a outro, sempre disponível para o poleiro) que melhor não fará!

Estes últimos dias são decisivos para a dimensão do êxito da Greve Geral. Há tanto para fazer! Sobretudo chegar às pessoas, procurar esclarecê-las, esclarecendo-nos.

E parece que as notícias vêm dar-nos argumentos para as nossas razões de protestar e de afirmar que há que mudar o rumo, há que impôr uma nova política. No caminho para uma nova sociedade. Sempre no horizonte... embora a distância desse horizonte não seja mensurável. Nem a palmos, nem a passos.

Depois da PT e da Portucel, vem a Jerónimo Martins antecipar o pagamento dos dividendos para fugir ao que foi decidido (pelo PS com o conluio do PSD) sobre o agravamento - para 2011 - dos impostos sobre os lucros! Podemos nós fazê-lo relativamente ao agravamento - para 2011 - do IRS, do IVA e de tudo o resto?

O investimento em Portugal vai baixar, prevê-se. Porque não há quem tenha possibilidades de investir? As notícias dizem-nos que onde os nossos investidores mais colocaram os seus capitais foi na Irlanda (31,1 mil milhões), Espanha (14,5 mil milhões), França (13,9 mil milhões) e - sublinhe-se - nas Ilhas Caimão (12,8 mil milhões), "paraíso fiscal" para onde, só em 2009, foram enviados cerca de 1,6% do nosso PIB, 2,6 mil milhões, para investimentos especulativos.

É o mesmo governo a quem isto parece ser indiferente, este governo que está em funções com a legitimidade de terem sido os nossos votos que possibilitaram o PS (embora sem maioria absoluta) de o formar, para governar em nosso nome. É o mesmo Governo cujo ministro das finanças exorta os privados a fazer o mesmo que ele fez, que baixe os salários!

Há que dizer, de forma muito clara, que não estamos de acordo, que protestemos. Da maneira forte de uma Greve Geral, forma de provar que assim não. Demonstrada pelos que trabalham (e aqui incluo assalariados, trabalhadores independentes, pequenos agricultores, comerciantes e índustriais) e também os reformados, os desempregados, as trabalhadoras "domésticas".

Viva a Greve Geral!




Joaquim Gomes


Nesta hora de despedida e tristeza, a amizade e a homenagem ao camarada!

Para acabar com a NATO (salvo seja e bom seria…)

Houve quem não tivesse ido à manifestação por receio, por medo. Não os/as julgo por isso. Foram permeáveis à tremenda campanha – descarada e subliminar – de criação de ambiente, de intimidação. E, se cada um faz sempre falta onde deveríamos estar todos, quase se pode dizer, face ao êxito que foi a manifestação… que não fizeram falta.
Mas quero acabar com isto da NATO. Com duas estórias de encantar.
  • No meio do cortejo, umas filas à frente, vejo um casal de que gosto muito e que, desde há dois meses, são mãe e pai de uma menina. Quebrei a disciplina que a mim me impusera de, nesta manifestação, ser disciplinado, dominando a vertente convívio e festa, e ultrapassei as gentes que nos separavam e corri a dar-lhes o abraço que se tinha ficado pelo telefonema de contentamento. Então não é que eles tinham levado a menina à manifestação?! Num carrinho todo armadilhado (pacificamente!), cheio de acessórios, a recém-nascida dormia. Apesar disso, apresentaram-me, por uma nesga da cobertura, a Maria da Paz. Regressei ao meu lugar, feliz da vida, mas não resisti a lá voltar, uns metros abaixo, para apresentar a Maria da Paz à minha companheira!


  • O cortejo desaguara na foz dos Restauradores. Sempre muito atento e concentrado, avaliava – à minha responsabilidade... – o que poderia seguir-se e como iria terminar a “grande (e pacífica!) jornada”. Duas miúdas e um miúdo borboleteavam à nossa volta, numa muito alegre e colorida roda viva de entrega de uns papéis. Uma folha A5, toscamente dactilografada e fotocopiada (pelos pais, decerto, que não descuravam a atenta vigilância… a curta distância), com dois textos. Um da Inês, de 9 anos, outro do José Miguel, de 7 anos.

Li-os, numa espécie de encantamento. Àquela que estava mais perto de mim perguntei, “… és a Inês?…”, ela olhou para mim, abriu ainda mais os olhos e o sorriso, e respondeu “… não!, a Inês é a que está ali…”. E foi, a correr, contar à Inês o que lhe tinha perguntado o “velhote de barba branca”. E lá continuaram na tarefa.

Assim ou como se...

No sapo:
«Manifestação Anti-NATO
reúne mais de 30 mil pessoas
na Avenida da Liberdade


Eram esperados 10 mil manifestantes mas protestaram mais de 30 mil pessoas na Avenida da Liberdade contra a NATO, garantiram os promotores da manifestação, reunidos na Plataforma "Paz sim, Nato não!"
O protesto coincidiu com o fim da cimeira da NATO, que decorreu no Parque das Nações durante dois dias e correu de forma pacífica, sem qualquer tipo de distúrbio, apesar dos receios generalizados.
A única ocorrência registada não teve qualquer consequência. Um grupo de anarquistas e de outros activistas anti-NATO foi impedido de entrar na manifestação contra a Aliança Atlântica.
Os elementos do grupo, que transportavam bandeiras com símbolos anarquistas, foram remetidos para a cauda da manifestação e rodeados de dezenas de elementos do Corpo Intervenção da PSP.
No final da manifestação, os discursos foram marcados por uma forte mensagem de apelo à participação à greve geral, marcada para quarta-feira.»


Ou… noutros registos, sobretudo televisivos, como se mais de 30 mil pudessm ser escondidos atrás de uma(s) dezena(s) de desordeiros* e das suas "diabruras".
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* - não se nega a ninguém o direito de ter a desordem na sua cabeça, mas já se nega o direito de que essa desordem seja levada à prática contra o que outros organizaram com muito trabalho e mobilização populares.

sábado, novembro 20, 2010

Palavras novas

Conceito estratégico da NATO - extraTejo
Comentador Santana Lopes - estradista
Súmulas da Cimeira - hipócrise
Reportagens da manifestação PAZ sim! NATO não!* - anarcodiversão e silênciamemte
.
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* - dadas as condições e a indecente campanha anti-campanha, a manifestação chegou a ser surpreendente pela quantidade de manifestantes e pela maneira como foi afirmada a opção pela PAZ.

Pequeno intervalo

Voltei a casa. Depois de 24 horas de ausência que pareceram dias ou semanas.
Cansado?
Um pouco! Mas muito tranquilo e satisfeito.
Enquanto não abro a televisão, concedo-me uma curtíssima trégua. Depois... será a irritação pela desavergonhada versão que nos irá ser transmitida. Pelo que esconderá, pelo que (e como) irá irá ser salientado na "informação" a milhões.
Queixoso?
Mais p'ró carunchoso.
Mas vou recuperar já já dos achaques e dos ataques. A luta não permite tréguas. Apenas pequenos intervalos. Dos que revitalizem.


AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade

Quem é que contamina quem? - Vejamos as coisas ao contrário:

A propósito do euro e da eventual (que vai sendo laboriosamente preparada) saída de alguns Estados-membros (membros de quê?, da UE?, da UEM, de um qualquer “eurogrupo”? ), retoma-se a teoria da contaminação e da pandemia. Depois das sucessivas gripes pandémicas (e patéticas… não fossem os lucros fabulosos que carrilaram para certos grupos e personagens), agora é o aproveitamento histérico dessa imagem da contaminação a propósito das finanças públicas. O putativo ministro das finanças de Portugal já veio transmitir essa mensagem.
Mas quem é que contamina quem? Vejamos o avesso das coisas que estão postas do avesso.
Foi ou não foi a economia portuguesa que foi contaminada?, pela contra-revolução para devolver ao capitalismo este espaço que lhe estava a fugir?, pela “Europa connosco”?, pelas visitas do FMI que vieram fazer ajustamentos estruturais numa economia que – como não foi possível deixar de comprovar – estava muito melhor, com muito mais saúde do que se dizia… apesar de uma boa parte nas mãos do Estado, e este reflectindo uma relação de forças em que os trabalhadores tinham coisas a dizer e a fazer, e diziam e faziam (foi foi por pouco tempo!).
Contaminação houve da economia portuguesa, contaminada pela financeirização, pelos grupos banco-financeiros que tomaram conta de tudo e destruíram a nossa economia produtiva.
Há que descontaminar! Não aceitando ser expulsos - por indeecntes e má figura... - de um núcleo central, comandado por um directório, ele comandado por meia dúzia de grupos financeiros, mas saindo, de cabeça erguida e pelas razões que foram claras na declaração de voto, de 2 de Maio de 1998, dos 3 únicos deputados portugueses no Parlamento Europeu que votaram contra a criação da moeda única, prevendo e prevenindo o que hoje tantos estão a descobrir, aparentemente ou surpreendentemente surpreendidos. Mais uma vez (e muitas mais será!) :
  • «Ribeiro (GUE/NGL). – Senhora Presidente, os deputados do Partido Comunista Português, com a solenidade que a ocasião exigiria, mas que a euforia para impressionar a opinião pública não permite, declaram que:

    - o seu voto é a expressão coerente de uma posição contra este projecto, o modo como foi conduzido e os interesses que serve. Não é um voto contra a estabilidade de preços, o equilíbrio orçamental, ou o controlo de dívidas, mecanismos e instrumentos. É, sim, um voto contra a sua utilização para impor estratégias que concentram riqueza, agravam desemprego, agudizam assimetrias e desigualdades, criam maior e nova pobreza e exclusão social, diminuem a soberania nacional e aumentam défices democráticos;

    - é também um voto contra a formação do núcleo duro para a Comissão Executiva do BCE, privilegiando zonas geográfico-monetárias e partilhando influência entre grandes famílias partidárias, numa evidente polarização do poder na instituição que condicionará todas as políticas dos Estados-Membros;

    - após este passo, continuarão a combater os já reais e os previsíveis malefícios do projecto que integram os mecanismos e instrumentos criados. Procurarão, do mesmo modo, contribuir para que sejam potenciadas as suas virtualidades;

    - lamentam, por último, que o Parlamento tenha perdido a oportunidade para se credibilizar como instituição democrática, por ter cedido à pompa e circunstância de um ritual de homologação ou de confirmação do que lhe foi apresentado.»

A GREVE GERAL para 24.11 - 11

Às condições objectivas para um protesto que não se fique por uma espécie de resmungar perante as inevitabilidades, está a juntar-se, a construir-se, um protesto consequente, de enorme significado, mostrando - antes de tudo a nós próprios, também a todo o País que somos - que o País depende de nós, dos que trabalhamos, dos que consumimos, deos que aqui vivem. Que as políticas que nos atingem têm de contar connosco, que não deixámos a decisão sobre essas políticas num "cheque em bramco" entregue a quem foi eleito para nos representar.

Com muito trabalho, com as organizações a mostrarem a sua capacidade de mobilizar, o balanço está a ser muito positivo.

As expectativas são muito boas quanto às adesões. Mas não se devem colocar muito altas... e nelas repousar.

Nesta recta final, daqui até 24 de Novembro - começando o dia às 0 horas! -, há ainda muito que fazer. E uma das coisas é conhecer bem a legislação, e usá-la.

Os piquetes de greve são muito importantes para esclarecer e mobilizar os que estejam hesitantes até à`última hora, até à entrada no local de trabalho, a ida ao super-mercado, a possibilidade de adiar para 25 "encher o depósito"-

Depois, bem... depois é o dia seguinte. A luta continua nas condições que resultem da Greve Geral!

sexta-feira, novembro 19, 2010

Manifestação PAZ, sim! NATO, não!

Tinha de ser! Estas, sim, espero que sejam as últimas antes de
Repor a verdade!
Comunicado da Campanha “Paz Sim NATO Não”


Face à notícia divulgada pela RTP sob o título «a ordem é de desobediência civil pacífica contra belicismo da NATO», assim como de outras notícias que têm vindo a público e que objectivamente distorcem a realidade quanto à real promotora e organizadora da Manifestação «Paz sim! NATO não!» que se realiza, dia 20 de Novembro, a Campanha «Paz Sim! NATO Não!»:

1 – Denuncia e rejeita qualquer ligação da Campanha «Paz sim! NATO não!» e da Manifestação que convocou, promove e organiza no próximo dia 20 de Novembro, às 15h00, do Marquês de Pombal à Praça dos Restauradores, em Lisboa às denominadas PAGAN, ICC, WRI ou outra qualquer entidade que não integre as organizações promotoras da Campanha «Paz sim! NATO Não!»;
2 – Reitera que o ICC e o seu ramo em Portugal, a PAGAN, não fazem parte, nem têm qualquer tipo de ligação com a Campanha «Paz Sim! NATO Não!» e muito menos integram as organizações da Manifestação «Paz Sim! NATO Não!», de dia 20 de Novembro, em Lisboa;
3 – Repudia a atitude das denominadas PAGAN, do ICC e do WRI, que, numa vergonhosa e deliberada atitude de puro parasitismo político, procuram tentar associar de forma abusiva e inaceitável a Manifestação «Paz Sim NATO Não» às acções que entenderam vir realizar a Portugal, nomeadamente às chamadas «acções de desobediência civil»;
4 – Lamenta que órgãos de comunicação social continuem a dar cobertura a afirmações do ICC, do WRI e da PAGAN que para além de significarem uma deliberada provocação à Campanha «Paz Sim! NATO Não!» faltam comprovadamente à verdade, constituindo uma deliberada campanha de desinformação;
5 – Esclarece, uma vez mais, que discorda e se distancia das ditas «acções de desobediência civil» que mais não visam do que dar espaço mediático a iniciativas e sobretudo a organizações que, ou não têm qualquer implantação significativa na sociedade portuguesa, como é o caso da PAGAN, ou, como no caso do ICC, agem num claro desrespeito pelos movimentos da paz, sociais e populares em Portugal;
6 – Clarifica que a Manifestação «Paz sim! NATO não!» será expressão da longa história e tradição de luta dos movimentos da paz, sindical, social e político portugueses que a convocam, promovem e organizam, agindo em defesa da Constituição da República Portuguesa, que garante a todos os cidadãos o direito de manifestação, sendo neste quadro que realiza as suas acções e que exige e pratica esse direito;
7 – Esclarece, uma vez mais, que a Campanha “Paz Sim! NATO Não!” integra mais de 100 organizações portuguesas e que tem o apoio de mais de 30 organizações de vários países e do Conselho Mundial da Paz, que será expresso, amanhã, num Encontro Internacional a
realizar em Almada, pelas 10h00 no Fórum Municipal Romeu Correia, assim como na participação organizada de dezenas de representantes internacionais na Manifestação «Paz Sim! NATO Não!»;
8 – Clarifica que os partidos políticos que integram as organizações promotoras da Manifestação «Paz sim! NATO não!» são o Partido Comunista Português, o Partido Ecologista «Os Verdes» e o Partido Humanista;
9 – Afirma que pelos dados que tem neste momento está em condições de informar a Comunicação Social que a Manifestação «Paz Sim! NATO Não!» do próximo Sábado será uma grande demonstração de força, combatividade, serenidade, alegria e de luta pela paz por parte do povo português.


18 de Novembro de 2010
A Comissão Coordenadora da Campanha «Paz sim! NATO Não!»

Ditos (muito) populares

Não resisto a ir na "onda" do samuel-cantigueiro (g'anda malha o teu um diz NATO... outro diz esfola!!!):
Quem não tem cão, caça com NATO!!!
a (des)propósito:
NATO que morde não ladra.
quanto mais me dás NATO, menos gosto de ti.
em tempo de NATO, todo o buraco é trincheira.
em tempo de NATO, não se falta a manifestações!

Mais (e talvez últimas) informações antes da manifestação PAZ, sim!, NATO, não!

(Estas informações não se divulgam na comunicação social, ou são deturpadas.
Já pensei propor que alguém as fosse ler enquanto fazia strip-tease (ou algo parecido) no Largo do Carmo ou nos Restauradores... Talvez assim!)
Grande Manifestação
da Campanha «Paz sim! NATO não!»
20 de Novembro, 15h00,
Marquês de Pombal aos Restauradores,
em Lisboa

A Campanha «Paz sim! NATO não!» convocou, promove e organiza uma manifestação dia 20 de Novembro, pelas 15h00, do Marquês de Pombal à Praça dos Restauradores, em Lisboa, para a qual apela à participação de todos os portugueses amantes da paz.
Manifestação cujos objectivos, âmbito e organizador – a Campanha «Paz sim! NATO não!» - foram amplamente divulgados, tendo já obtido um amplo apoio no plano nacional e internacional.
Informa-se, uma vez mais, que a Manifestação da Campanha «Paz sim! NATO não!» é a única manifestação que se realizará dia 20 de Novembro, às 15h00, no Marquês de Pombal à Praça dos Restauradores, onde desfilarão, de forma tranquila e convicta, milhares de cidadãos em defesa da paz e contra a Cimeira da NATO em Portugal para:
- Expressar a oposição da população portuguesa à realização da cimeira da NATO e aos seus objectivos belicistas;
- Exigir ao governo a retirada das forças portuguesas envolvidas em missões militares da NATO;
- Reclamar o fim das bases militares estrangeiras e das instalações da NATO em território nacional;
- Exigir a dissolução da NATO;
- Exigir o desarmamento e o fim das armas nucleares e de destruição maciça;
- Exigir às autoridades portuguesas o cumprimento das determinações da Carta das Nações Unidas e da Constituição da República Portuguesa, em respeito pelo direito internacional, e pela soberania e igualdade dos povos.
Intervirão no encerramento da Manifestação da Campanha «Paz sim! NATO não!»:
- Helena Barbosa, em representação do Conselho Nacional Preparatório do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes;
- Socorro Gomes, Presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ);
- Graciete Cruz, membro da Comissão Executiva e do Secretariado do Conselho Nacional da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN);
- Rui Namorado Rosa, em nome da Campanha «Paz sim! NATO não!» e Presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC);
- E Maria do Céu Guerra, actriz, que apresentará uma proposta de resolução aos manifestantes;
Outras iniciativas
no âmbito da Campanha «Paz sim! NATO não!
Depois do grande concerto realizado, dia 14 de Novembro, no Porto, onde participaram 800 pessoas, no âmbito da Campanha «Paz sim! NATO não!» serão ainda realizadas as seguintes iniciativas em defesa da paz e contra a Cimeira da NATO em Portugal:
19 de Novembro
Encontro internacional
«Paz sim! Nato não! – NATO, inimiga da paz e dos povos – Dissolução!»

Encontro Internacional «Paz sim! Nato não! – NATO, inimiga da paz e dos povos – Dissolução!», promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação em colaboração com o Conselho Mundial da Paz, no âmbito da Campanha «Paz sim! NATO não!», onde participarão dezenas de delegados de organizações do movimento da paz ao nível internacional, dia 19 de Novembro, das 10h00 às 17h30, no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada.
20 de Novembro
Iniciativa pela paz e a solidariedade entre os povos

Manhã de actividades desportivo e culturais promovida pela Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, dia 20 de Novembro, a partir das 10h00, Praça da Figueira, em Lisboa, com: exibição de jogos tradicionais, conjunto de concertinas, conjunto de bombos, conjunto gaiteiros.

Um esclarecimento reiteradamente necessário
A Campanha «Paz sim! NATO não!» não pode deixar de tomar uma posição clara relativamente às continuas e persistentes tentativas por parte de outras entidades – de que a PAGAN é exemplo – de um aproveitamento político oportunista da mobilização popular promovida pela Campanha «Paz sim! NATO não!».
Como anteriormente informado, essas outras entidades não integram a Campanha «Paz sim! NATO não!». De igual modo, nunca tomaram parte nem participaram em qualquer actividade da «Campanha Paz Sim! NATO Não!». Essas outras entidades têm naturalmente toda a legitimidade e possibilidade de convocar e realizar as suas acções, mas não para o mesmo local e dia da manifestação já anunciada e legalmente convocada pela Campanha «Paz sim! NATO não!».
A Campanha «Paz sim! NATO Não!» reafirma a sua rejeição de qualquer tentativa de instrumentalização por parte dessa ou de qualquer outra entidade, nacional ou internacional, da Manifestação «Paz sim! NATO não!». A atitude dessas outras entidades demonstra uma preocupante falta de responsabilidade política e só pode ser lida como uma lamentável tentativa de pôr em causa a natureza, objectivos e características da manifestação que a Campanha «Paz Sim! Nato Não!» está a convocar, para além de constituir um acto de deliberada procura de factores conflituantes.
Rejeitando quaisquer tentativas de associação da Manifestação «Paz Sim! NATO Não!» a qualquer ambiente de tensão ou actos de violência.
A Campanha «Paz Sim! NATO Não!» dissocia-se publicamente e manifesta a sua frontal discordância com as apelidadas “acções de desobediência civil” anunciadas por outras entidades nacionais e estrangeiras – designadamente a PAGAN e o ICC. Tais acções, assentes numa limitada concepção imediatista e mediática, reflectem essencialmente o fraco apoio popular destas organizações em Portugal, não têm em conta as tradições e cultura de luta do povo português e, objectivamente, são contrárias, pelo campo que abrem à especulação e às campanhas sobre um suposto ambiente de tensão, aos objectivos da mais ampla mobilização popular contra a NATO.
A Campanha «Paz sim! NATO não!» foi criada em Janeiro de 2010 e une mais de 100 organizações de um diversificado e largo espectro – entre as quais se incluem movimentos que já de si representam o que de mais rico e abrangente existe em termos de unidade dos trabalhadores e do povo português na luta pelos seus direitos e também pela paz (ver lista de organizações promotoras em anexo) -, testemunhando a abrangência e unidade que caracteriza a Manifestação por si convocada para 20 de Novembro.

A Comissão Coordenadora da Campanha «Paz sim! NATO Não!»
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Organizações promotoras da Campanha “PAZ Sim! NATO Não!”:
A Voz do Operário / Arruaça – Associação Juvenil / Associação Água Pública /Associação Cultural Recreativa Vale de Estacas / Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa / Associação das Colectividades do Concelho de Loures / Associação das Colectividades do Concelho do Seixal / Associação de Agricultores do Distrito de Lisboa / Associação de Amizade Portugal-Cuba / Associação de Estudantes da Escola Secundária Dr. José Afonso – Seixal / Associação de Estudantes da Escola Secundária Emídio Navarro / Associação de Estudantes da Escola Secundária Gil Vicente / Associação de Estudantes da Escola Superior de Arte e Design – Caldas da Raínha / Associação de Intervenção Democrática / Associação de Reencontro dos Emigrantes / Associação de Solidariedade com o País Basco / Associação dos Inquilinos Lisbonenses / Associação Iniciativa Jovem / Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin / Associação Recreativa e Cultural de Músicos / Casa do Alentejo / Centro de Apoio a Idosos de Moreanes / Clube Desportivo “Os Águias” de Alpiarça / Clube Estefânia / Clube Recreativo União Raposense / Colectivo Mumia Abu-Jamal / Colectivo Socialismo Revolucionário / Comissão de Moradores do Alto Seixalinho / Comité Nacional Preparatório português do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes / Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional / Confederação Nacional da Agricultura / Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos / Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto / Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos / Conselho Português para a Paz e Cooperação / Coordenadora das Comissões de Trabalhadores da Região de Lisboa / Direcção Regional de Setúbal do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local / Ecolojovem – Os Verdes / Escola de Mulheres – Oficina de Teatro / Escolas do Desportivo da Cova da Piedade / Escutismo Alternativo / Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal / Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas / Federação Nacional dos Professores / Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública / Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro / Frente Anti-Racista / Grupo Desportivo Recreativo das Figueiras / Grupo Recreativo Apelaçonense / Grupo Sportivo Adicense / Grupo União Lebrense / Inter-Reformados / Interjovem / Juventude Comunista Portuguesa / Liga dos Amigos da Mina de São Domingos / Movimento de Utentes dos Serviços Públicos / Movimento Democrático de Mulheres / Os Penicheiros / Os Pioneiros de Portugal / Partido Comunista Português / Partido Ecologista “Os Verdes” / Partido Humanista / Planeta Azul – Associação Ecológica Alternativa / Política Operária / Projecto Ruído – Associação Juvenil / Sindicato da Cerâmica do Sul / Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul / Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Direcção Regional de Coimbra / Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa, Leiria, Santarém e Castelo Branco / Sindicato dos Professores da Região Centro / Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa / Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos / Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores / Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte / Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira / Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul / Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas / Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa / Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal / Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal / Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa / Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa / Sindicato dos Trabalhadores dos Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Cortumes do Sul / Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul / Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local / Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos / Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário / Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações / Sociedade Filarmónica União Piedense / Teatro Fórum de Moura / Trevim Cooperativa Editora e de promoção Cultural / Tribunal Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque) / União de Resistentes Antifascistas Portugueses / União dos Sindicatos de Aveiro / União dos Sindicatos de Braga / União dos Sindicatos de Castelo Branco / União dos Sindicatos de Lisboa / União dos Sindicatos de Santarém / União dos Sindicatos de Setúbal / União dos Sindicatos do Algarve
União dos Sindicatos do Distrito de Beja / União dos Sindicatos do Norte Alentejano / União dos Sindicatos do Porto / União Local de Sindicatos de Sines, Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer do Sal / Universidade Popular do Porto