segunda-feira, janeiro 12, 2015

Reflexões lentas - ainda (e sempre) palavras: terrorismo

Faltam sempre palavras. A que, nestas reflexões, me tem estado a faltar é a que mais presente parece neste momento: terrorismo
Já tivemos, na História por nós vivida ao vivo, nos anos 60, quem os próceres da ditadura que nos oprimia diziam ser terroristas, por serem dirigentes de movimentos de libertação dos seus povos, ao mesmo tempo que o Papa os recebia (a Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Marcelino dos Santos) em audiência, pode dizer-se solidária. Muitos exemplos se poderiam juntar de perversa manipulação do léxico. Ao longo da História.
  • terrorismo. Por pontos:
  1. O atentado perpretado em Paris a 7 deste mês, na sede e redacção do Charlie Hebdo, foi, inquestionavelmente, um acto de terror e horror, como o foi o que se lhe seguiu;
  2. Estes actos têm de ser condenados com veemência e, mais que condenados, prevenidos quanto possível... e jamais justificar actos e acções que a eles se assemelhem;
  3. Temos vivido em coexistência com situação e momentos de terrorismo de Estado evidente, embora tudo maquilhado por uma comunicação ao serviço desses Estados, ou melhor: do que/de quem os domina;
  4. Somos todos protagonistas do tempo que vivemos, do que se passa em nossa casa ou vizinhança e do que acontece nos longes ou nos antípodas, e temos de estar atentos a e intervenientes em tudo, sobretudo quando nos querem passivos e manipuláveis ("massas amassadas", escreveu alguém);
  5. Tenho orgulho de pertencer a um colectivo político-partidário e de ter vivido, solidário, a decisão de se promoverem acções revolucionárias armadas, sempre com o cuidado de não provocarem vítimas e de que nunca pudessem justificar a confusão com terrorismo (o que, como risco assumido, não quis dizer ausência do mentiroso e em nada justificado anátema);
  6. Pelas condições antes criadas, pelas consequências que deles se querem tirar, os actos terroristas de agora - e por serem em Paris, no nosso euro-egocentro... - exigem que se reforce uma informação verdadeira e a clareza de tomadas de posição;
  7. Se soubesse desenhar, fazia um desenho... como não sei aproveito um desenho de um francês, que não é cartoonista mas sim um grande escritor, Daniel Pennac (em Ecrire):
  

3 comentários:

Olinda disse...

Sâbia reflexao,como ê habitual!Temos assistido,a actos de pura hipocrisia,ä volta de uma barbârie,cujo aproveitamento ê preocupante.

Bjo

Graciete Rietsch disse...

Ótimas reflexões que terminam com um desenho magnífico. Um grande abraço.

Unknown disse...

Gostei,temos muito para reflectir...
sobre o Terrorismo!