Extracto da intervenção política de interesse geral, na Assembleia Municipal de Ourém de 30 de Junho último:
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Aproximam-se as eleições
autárquicas… se é que não estamos já no meio delas. Mas um acontecimento se
lhes impõe (com a questão dos incêndios), ainda que desastradamento aproveitado para se introduzir na "baixa
política".
Não se pode dizer que se
previa a dimensão da tragédia que nos atingiu. A Portugal, aos portugueses, ao
interior do País que somos. Mas previam-se os incêndios do verão, e que com o
verão chegaram. E se hoje nos entre-acusamos por não termos prevenido, a
dimensão da tragédia faz com que nos devamos unir na reflexão do que trouxe até
ela e que tantos de nós atingiu… a tantos que somos todos!
E não será uma qualquer
reforma florestal de um qualquer governo que resolverá o problema de fundo e a
prioridade à prevenção.
Mas a política é isto. A política tem de ser isto!
Neste orgão deliberativo do Poder Local aprovou-se, em
Fevereiro deste ano, uma moção sobre descentralização
administrativa em que se afirma a
descentralização como condição
essencial para o desenvolvimento local e regional; se reivindica a criação das
regiões administrativas, indispensáveis a um processo coerente de delimitação
de responsabilidades entre os vários níveis de administração, a uma reforma
democrática de administração, à defesa da autonomia dos municípios; se exige a
eliminação das restrições à autonomia do poder local em matéria financeira,
orçamental, organizacional, material e humana (…)
Foi nossa a proposta,
mas foi de nós todos, de todos nós, a deliberação. Ela vai ao encontro do que é
urgente fazer para que haja um ordenamento
do território, tão urgente e que verdadeiramente previna o que tem de ser
prevenido.
A deliberação também
foi uma lição de política. (Para mim, foi!)
Dos 4 pontos
aprovados, um teve 16 votos a favor e 15 contra. Por um voto passou a ser de
todos, não importando quem o propôs. Como, para o bem e para o mal, é a
essência da democracia representativa. E subscrevo as chamadas de atenção, já aqui feita a propósito de muitos aspectos, para
a importância a ter de ser dada ao órgão deliberativo.
Assim foi este
mandato, com a composição dos orgãos autárquicos, em que, no executivo, a composição foi 3+3+1, com todas as
virtualidades que tão malbaratadas foram.
Mas a democracia só se
completa se a sua parcela representativa
contribuir para reforçar a participativa,
em que, a todos os níveis, todos possam intervir na vida social. E se há nível em que as duas faces da democracia se aproximam – ou podem aproximar – ele é o do Poder Local, ele é o das freguesias! Das freguesias que não podem ser desenhadas e decididas do Terreiro do Paço… ou de bem mais longe!, impondo-as a um Poder Central em perda de soberania e este impondo-a ao Poder Local.
Esta parecerá uma intervenção despropositada. Talvez o seja. Mas terá já um som de fim de mandato, de fim de mandatos, de partida. De partida para outra..., procurando deixar algumas sementes. E quem, com vantagens evidentes, substitua quem partir.
Boas férias!
1 comentário:
Muito boa intervenção,embora seja só um extracto.Acho que me vou apoiar nela para fazer o balanço do que foi este mandato na minha próxima Ass.de Freguesia.Temos maioria relativa,e uma oposição que só conhece a baixa política.Bjo
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