EUA mudam embaixada para Jerusalém e Israel
massacra manifestantes em Gaza
Abril
Abril
14 DE MAIO DE
2018
A mudança da embaixada norte-americana
de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na
Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes.
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Forças militares
israelitas reprimem de forma brutal protestos
da Grande Marcha do Retorno em
GazaCréditos/ trtworld.com
Quando o presidente norte-americano,
Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e
a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou
claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à
sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém.
Várias organizações têm denunciado o
número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem
como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o
aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de
suas casas, que são muitas vezes demolidas.
Declarada por Israel como sua capital,
Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada,
sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como
sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da
Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital.
Repúdio
geral
Logo em Dezembro, foi generalizado o
repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21
desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia
Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta
todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém,
de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980.
Esse repúdio face ao reconhecimento de
Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel,
onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a
um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz.
Antecipação
da mudança
Inicialmente, não ficou explícito que a
concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada
ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que
teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e
pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram
expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os
palestinianos marcam a 15 de Maio.
Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA,
Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de
2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a
antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos
como mais uma acção de «provocação».
Franco-atiradores
israelitas matam dezenas em Gaza
Em protesto contra a mudança da
Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva»
a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de
mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a
ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de
2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no
pequeno enclave.
De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que
reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental
ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais,
hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém.
«os palestinianos querem mandar a
mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados»
Sobre o culminar dos protestos pacíficos
da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro
israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar
Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma
«Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um
«terrorista», refere a PressTV.
A mesma fonte indica ainda que a Força
Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para
demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que
estes, segundo refere a Al Jazeera,
têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao
retorno, aconteça o que acontecer».
Um membro do comité organizador da
Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que,
ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de
que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados».
Os franco-atiradores responderam de
forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam
perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento.
De acordo com a organização, os
protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem
ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de
mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação
com a Faixa de Gaza.
3 comentários:
O povo heróico da Palestina nunca renunciará ao direito de viver livremente nos territórios ocupados pelo sionismo genocida!Bjo
Mas entretanto aqui em Portugal só se fala é dos 50 encapuçados e do meu triste Sporting que precisa de uma revolução. Vamos ver é se não é um golpe tipo Kaulza ...e fica a comandar os destinos do Clube um homem do capital ...
Mas em termos noticiosos ... é um massacre estupidificante ao comum dos cidadãos ... um embrutecimento com notícias em vez de com ópio ...
Dedo na ferida!
É de médico!
Um abraço
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