domingo, agosto 12, 2018

Para este domingo

Numa passagem por Marvão, em placa de fachada reencontrei João Apolinário, poeta de os Secos e Molhados, que escolhera aquela terra de reencontros para reencontrar  "o silêncio e o tempo para ver mudar a cor das flores".

Com a

PRIMAVERA NOS DENTES


Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado
Entre os dentes segura a primavera

1 comentário:

Olinda disse...

Boa escolha!O poema reflecte bem o pensamento revolucionário de Apolinário.Bjo