quarta-feira, outubro 03, 2018

TEMOS TANTAS PARA A TROCA…


O aparelho ideológico da classe dominante, ou (dito de outra maneira) a dominante e manipuladora informação burguesa, tem destas coisas. Destas subtilezas brutais.
A juntar às aliciadoras “informações” nos diários e semanários, sobre a “boa vida”, as saborosas gastronomias e os turismos em lugares sonhados e inacessíveis,
às quotidianas e enganadoras “informações” de diversos (e muitos são) hipermercados na caixa de correio, sobre produtos com preços a descer e periódicos descontos formidáveis
às penetrantes e teimosamente repetitivas “informações” (e imagens) em vários (e geminados) órgãos da comunicação “social”, sobre o que se passa no país e no mundo devidamente filtrado e ardilosamente manipulado,
apesar de tudo isso, ontem e hoje fomos invadidos pela informação via e-mail em ante-visão e telemovelmente em anúncios-“sapos” da publicação das histórias inspiradoras de 3-mulheres-3 “à frente do seu tempo”, das quais uma tinha um lado mais oculto, que aqui revelamos: quando dava pelo nome de Maria Armanda e era, espante-se, uma mulher de esquerda…”. Espantoso[1]!

Pois só venho dizer, se me dão licença…: quanto a mulheres inspiradoras e à frente do seu tempo, cá deste lado da vida temos muitas para a troca! Ao acaso da memória, cito Maria Lamas, Vírginia Moura, Cesina Bermudes. Repeso pelas injustiças que a memória necessariamente cometeu ao ter apenas três nomes para lembrar. Para a troca…

E três nomes acrescento, como se anónimos fossem mas que vivos estão e do lado do trabalho… não na luta por elas ignorada: Josefa, Josefina, Rosa.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

 Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada
António Gedeão


[1] - espanto por espanto, revelação por revelação… recordo que, numa dessas crónicas no Diário Popular, sobre um programa de televisão, a que “dava pelo nome” que era o dela elogiou… a minha gravata(

2 comentários:

Olinda disse...

Nunca a (des)informação foi tão ignóbil ,como nestes tempos que percorremos.Mulheres inspiradoras temos tantas,que são incontáveis.Mas não as trocamos!Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

Inteiramente de acordo!