Curioso! Por casualidade, saltaram-me para o visor do computador, posts de Junho de ... 2009. Não resisti a lê-los. Como não resisto a transcrevê-los.
Como a luta - como a luta de classes - as reflexões continuam. Umas mais actualizadas que outras, sofrendo os embates de um verdadeiro carrocel nas microcósmicas reviravoltas.
Em 10 anos!
quarta-feira, junho 24, 2009
Uma consensualidade forjada
Vai passando o tempo sobre as eleições para o Parlamento Europeu e, contra dados e factos, vai-se instalando uma consensualidade: derrota da esquerda, vitória da direita e, até, da direita mais racista e xenófoba.
Ao nível da... Europa... Esta “leitura”, para além do menosprezo pelo rigor que os números lhe poderiam emprestar, assenta em pressupostos, de que, neste breve comentário, se intenta denunciar um deles. Por agora.
É ele o de que a social-democracia é de esquerda ou, até, que é a esquerda….
Ao nível da... Europa... Esta “leitura”, para além do menosprezo pelo rigor que os números lhe poderiam emprestar, assenta em pressupostos, de que, neste breve comentário, se intenta denunciar um deles. Por agora.
É ele o de que a social-democracia é de esquerda ou, até, que é a esquerda….
Podem os PSs se etiquetarem como partidos de esquerda, fazerem disso bandeira quando conveniente e, nas últimas horas, virem distanciar-se do neo-liberalismo, pisando com espectáculo (e berraria) o rabo do do gato do capitalismo que escondem, mas a sua derrota, a sua queda em várias formas e com expressões diversas, é o castigo da sua política, da sua inescamoteável responsabilidade no neo-liberalismo, na política de direita.
quinta-feira, junho 25, 2009
Reflexões lentas... e sem compromisso
Um dos mais expressivos reflexos da derrota social-democracia nestas eleições para o Parlamento Europeu estaria na perda de muitos deputados no grupo que se instituiu em Partido Socialista Europeu (à conta dos portugueses foram menos 5 em 12!), mas essa queda foi relativamente compensada por algumas “transferências” para o que até teria sido necessária mudança de nome, passando a chamar-se, o grupo, Aliança Progressista de Socialistas e Democratas, cujo é curioso…
Em contrapartida, no mesmo momento em que confrontamos os resultados, o outro grande grupo – o Partido Popular Europeu – não tinha tido subida correspondente, o que, se não permite, ainda!, concluir que também a bi-polarização foi penalizada pela política de direita em alternância partidária, que caracterizou o neo-liberalismo, pode ter essa “leitura”, até porque os conservadores britânicos estarão na origem de um grupo fora do PPE, o Grupo Conservador e Reformista, isto é, a direita a não "fazer grupo" com quem tem sido mais responsável pela política de direita!
Em complemento numérico, é significativo que o grupo que mais teria aumentado nestas eleições, tenha sido o dos Verdes que teria passado de 5,6% para 7,2% (1,6 pontos percentuais, isto é, quase 30%). Também neste reforço dos Verdes “europeus” se pode encontrar o voto de protesto – quando expresso – relativamente à política de direita praticada pelos partidos do “centrão”, devendo sublinhar-se a heterogeneidade entre as diferentes componentes nacionais e mesmo dentro destas, e também para o que pode servir esse voto, para canalizar descontentamento e desilusão de quem vota (ou não vota).
Em contrapartida, no mesmo momento em que confrontamos os resultados, o outro grande grupo – o Partido Popular Europeu – não tinha tido subida correspondente, o que, se não permite, ainda!, concluir que também a bi-polarização foi penalizada pela política de direita em alternância partidária, que caracterizou o neo-liberalismo, pode ter essa “leitura”, até porque os conservadores britânicos estarão na origem de um grupo fora do PPE, o Grupo Conservador e Reformista, isto é, a direita a não "fazer grupo" com quem tem sido mais responsável pela política de direita!
Em complemento numérico, é significativo que o grupo que mais teria aumentado nestas eleições, tenha sido o dos Verdes que teria passado de 5,6% para 7,2% (1,6 pontos percentuais, isto é, quase 30%). Também neste reforço dos Verdes “europeus” se pode encontrar o voto de protesto – quando expresso – relativamente à política de direita praticada pelos partidos do “centrão”, devendo sublinhar-se a heterogeneidade entre as diferentes componentes nacionais e mesmo dentro destas, e também para o que pode servir esse voto, para canalizar descontentamento e desilusão de quem vota (ou não vota).
sexta-feira, junho 26, 2009
Mais reflexões lentas... e sem compromisso
Outra das expressões com talvez maior significado nas eleições para o Parlamento Europeu está na(s) abstenção(ões) verificada(s) e nos votos nulos.
Nos números destas votações (ou ausências de votações) se pode encontrar a forma como largas massas de votantes manifestaram a sua desilusão… por se terem iludido com a fachada representativa da democracia burguesa, com uso e abuso da demagogia e da manipulação, assim descredibilizando a democracia por diminuição até ao zero, ao nada, da vertente participativa.
Nos números destas votações (ou ausências de votações) se pode encontrar a forma como largas massas de votantes manifestaram a sua desilusão… por se terem iludido com a fachada representativa da democracia burguesa, com uso e abuso da demagogia e da manipulação, assim descredibilizando a democracia por diminuição até ao zero, ao nada, da vertente participativa.
Em reforço desta interpretação, ela parece particularmente curial se se centrar a análise nos países que do final da guerra até aos anos 80 procuraram vias de socialismo e que, depois de várias quedas (e trambolhões) e da adesão à União Europeia – com o “entusiasmo” da chegada
do voto igual a "democracia"… –, observam taxas de abstenção acima de 70% - República Checa e Eslovénia, 72%, Roménia, 73%, Polónia, 76%, Lituânia, 79%, Eslováquia, 80%!
Faz pensar, não faz? A mim faz, mas deve ser defeito meu...
segunda-feira, junho 29, 2009
Reflexões lentas... sem compromisso
novaiorquinas1:
A OCDE anunciou a "saída da crise" à vista (menos - ainda! - para a "zona euro")! Tudo se prepara para, nesta campanha de recuperação da confiança perdida (mas o que é que se passa com a "zona euro"?...), se utilizarem os indicadores económico-financeiros e as instituições ligadas às injecções de dinheiro e ao crédito para se virem dar "boas notícias", e para continuarem subalternizados os indicadores económico-sociais (desemprego - e que desemprego! -, dispersão, divergência, assimetrias regionais... pauperização) e as instituições não financeiras (FAO, UNESCO, OIT, e etc.).
1 comentário:
É mesmo mais uma volta,mais uma corrida!Com algumas correcções,poder-se-ia fazer a mesma análise sobre as recentes eleições europeias.Bjo
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