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sexta-feira, novembro 18, 2022

... de Ourém

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A força das armas e da dívida mantém, pela violência, o insustentável, exacerba a manipulação informativa, perverte valores, esmaga resistências e focos de desalinhamento. Provocando e fazendo milhões de vítimas, sacrificando povos.

O espaço e a população, ainda mais maioritários que foram os dos não-alinhados, estão a ser, pontual e irregularmente, de países e povos desalinhados do imperialismo unipolar, que absorveu imperialismos decadentes, e adia a sua decadência ou desastre (para TODOS).

A PAZ tornou-se necessidade da Humanidade.

 A História confirma a leitura materialista que o PCP nunca deixou de ter, quando tantos se des-alfabetizaram, no “ensaio da cegueira” na via do analfabetismo ideológico como ideologia massificadora. Para os trabalhadores e as populações, que são a nossa razão de ser e a nossa força.

Tomar a iniciativa, concretizar iniciativas que saiam

desta Conferência Nacional. Reforçar o Partido.

Responder às novas exigências.

Colocar no centro da luta objectivos concretos, os efeitos nos sofridos quotidianos, mas sempre e sobretudo atacar as CAUSAS, denunciar, com a palavra e o exemplo, o capitalismo, a exploração dos trabalhadores. Combater a desumanidade que torna os desastres (naturais ou provocados) para todos, em “oportunidades” de mais em-ricos-serem uns poucos.

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quinta-feira, novembro 17, 2022

Vieram do Minho e do Algarve, dos Açores e ...

  - Nº 2555 (2022/11/17)


Notoriedade                                    

Opinião

Vieram do Minho e do Algarve, dos Açores e das Beiras, das áreas metropolitanas e da Madeira, do Alentejo e de Trás-os-Montes, do Oeste e até do estrangeiro. Eram homens, mulheres e jovens. Trabalhadores, reformados e estudantes. Operários e professores, profissionais de saúde e músicos, estafetas e investigadores, advogados e actores, pescadores e empresários. Trabalham em supermercados e hospitais, em fábricas e escolas, em armazéns e teatros, em lojas e explorações agrícolas.

Lá estiveram os paulos e as joanas, as marias e os manueis, as ritas e os franciscos, os artures e as sofias – e tantos, mas tantos outros. Ali, como todos os dias estão no sindicato e na associação, na comissão de trabalhadores e de moradores, na colectividade e na autarquia, na célula de empresa ou local de trabalho, na luta e na organização política que lhe dá corpo – e sentido.

Da tribuna, como diariamente em reuniões e plenários, em cadernos reivindicativos e acções de denúncia pública, referiram-se ao salário que é urgente aumentar, à reforma que não chega para quase nada, ao transporte público que não existe, à água que deve permanecer pública, à habitação transformada em luxo, à saúde cada vez mais negócio de poucos em vez de direito de todos. Defenderam a escola pública e rejeitaram que a cultura seja apenas um lucrativo e oco entretenimento. Insistiram que a um posto de trabalho permanente deve corresponder sempre um vínculo efectivo. Recordaram que as crianças não terão direitos se os seus pais não os tiverem e que a liberdade, a democracia e a paz não são dados adquiridos.

À semelhança do que fazem no dia-a-dia, junto das pessoas, ali denunciaram injustiças e discriminações, deram voz a angústias e preocupações, reafirmaram princípios e soluções.

Informaram os seus camaradas do que correu bem – e menos bem. Deram a conhecer dificuldades e obstáculos e juntos definiram caminhos para os superar. Falaram das lutas travadas e dos seus objectivos, do que se alcançou no imediato e do que ficou de semente para o futuro, de avanços mas também de recuos, dos novos combatentes que surgem – e lhes dão mais força e asseguram continuidade.

Referiram-se às quotas e aos avantes!, às células e aos novos militantes, às organizações locais e à necessária ligação à vida que pulsa à sua volta. E a tantas coisas mais…

De todos estes, que no fim-de-semana participaram na Conferência Nacional do PCP, dirão alguns que lhes falta presença mediática, que são desconhecidos do público, que não têm notoriedade. Enganam-se: conhecem-nos bem onde quer que haja um problema, onde se trava um protesto, onde a luta germina.

Precisamente onde as televisões, as rádios e os jornais optam por não estar.

Gustavo Carneiro

sexta-feira, outubro 14, 2022

(um)A Conferência Nacional

  - Nº 2550 (2022/10/13)


Conferência, para que te queremos!

Opinião

Estamos a poucas semanas da Conferência Nacional do Partido, convocada pelo Comité Central com o objectivo de «contribuir para a análise da situação e dos seus desenvolvimentos».

Por todo o País, realizam-se centenas de reuniões, plenários, debates, assembleias, num movimento que honra o nosso funcionamento democrático (como se vê pelas páginas da agenda do Avante!), porque não apenas possibilita a todos os membros do Partido a participação e discussão dos conteúdos da Conferência, designadamente os que estão inscritos no projecto de Resolução, como suscita a intervenção, a reflexão e a proposta de cada um, desde logo «na resposta aos problemas do País, nas prioridades de intervenção e reforço do Partido e na afirmação do seu projecto».

O Projecto de Resolução agora em debate afirma, na sua abertura, que «a evolução da situação nacional e internacional confirma os aspectos essenciais identificados no XXI Congresso do Partido realizado em Novembro de 2020». Se assim é, que sentido tem estar agora a fazer uma Conferência, ainda por cima com o genérico tema Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências?

Em primeiro lugar importa sublinhar que, sim, o que debatemos ao longo do ano de 2020, e que está plasmado na Resolução (do Congresso) então aprovada, constitui a orientação essencial para o trabalho que temos pela frente, na caracterização que faz da evolução do capitalismo, da situação nacional e internacional, da ofensiva política e ideológica e no que aponta de iniciativa e proposta do Partido e de medidas necessárias para o seu reforço.

Passado este tempo, e em função dos desenvolvimentos a que, daí para cá, assistimos – de que apenas referimos como exemplo a acentuada degradação das condições de vida do povo português, a fragilidade e dependência crescente da economia nacional, as alterações na correlação de forças e a campanha antidemocrática em curso com forte pendor anticomunista –, trata-se de olhar para eles e considerar a resposta do Partido no imediato.

A Conferência não é um ponto de partida. Esse situa-se bem lá atrás no momento em que um punhado de homens decidiu a fundação do Partido. Não é também um ponto de chegada, que esse está colocado no futuro de paz e progresso que queremos construir.

A Conferência é parte de um caminho que trilhamos desde sempre e que tem de ligar ainda mais o Partido às massas, aos trabalhadores, à juventude, às camadas populares. Não se trata de elencar, de forma avulsa, linhas de trabalho, metas e objectivos. Antes de olhar para a realidade e considerar as formas de, articuladamente, cumprir o nosso papel de sempre.

Cada reunião de preparação da Conferência é um passo mais nesse percurso. A energia e criatividade de cada membro do Partido vão ser colocadas ao serviço das respostas que é preciso dar, confirmando que tomar a iniciativa, pelo aumento dos salários, pela valorização dos trabalhadores ou pela defesa dos serviços públicos, beneficia e é beneficiado pelo reforço do Partido e pelo envolvimento de muitos e muitos outros democratas na sua dinamização.

E que o reforço do Partido, assegurando mais quadros a assumir nas suas mãos o destacado papel de direcção de organizações partidárias e estruturas, alargando o número de organismos a funcionar, criando mais células nas empresas e locais de trabalho, assegurando a independência financeira do Partido, e recrutando, recrutando sempre mais um trabalhador, mais um jovem, mais uma mulher, é condição para um mais impetuoso desenvolvimento da acção das massas, indispensável para conquistarmos um País melhor.

E, arrisco a dizer, principalmente, que a ligação do Partido às realidades concretas, a intervenção dos comunistas no movimento sindical unitário, no movimento associativo popular, nos movimentos de utentes, na vida local, contribuindo para o reforço das organizações de massas, base fundamental para o desenvolvimento da luta organizada, e que o contacto com outros, com democratas sem partido ou de outros partidos, são elementos estruturantes do enraizamento do Partido capaz de lhe dar sólidas bases para levar de vencida as investidas que não pararão.

A Conferência Nacional é a resposta que precisamos. Para reflectir, debater, ouvir, envolver, decidir, avançar. Com toda a confiança.


João Frazão

(membro da Comissão Política)