sábado, setembro 10, 2005

Sobre Cuba: corrigindo imprecisões e falsidades

Não era para isto que criei que este blog. Mas terá de ser também para isto.
A propósito (embora muito a despropósito…) da divulgação de uma notícia que me pareceu interessante, vinda de Cuba, disseram-se, neste espaço, falsidades, imprecisões, fizeram-se acusações infundadas, irresponsáveis, levianas, mentirosas. A partir da superiodade e infantilidade de etiquetar "provocação infantil" sem mais o que foi uma oferta responsável e séria.
Não posso deixar de (tentar) corrigir algumas das coisas escritas.
O relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) sobre o “desenvolvimento humano” publica-se há anos para procurar completar os habituais indicadores de crescimento/desenvolvimento económico.
O deste ano foi divulgado na semana passada e, nele, anoto duas informações:
* que Portugal continua a ser o último dos 15 membros da UE anteriores ao último alargamento e foi ultrapassado pelo novo Estado-membro Eslovénia;
* que Cuba mantém o 52º lugar de 177 países, entre os 57 considerados de “elevado desenvolvimento humano”, muito acima dos seus vizinhos latino-americanos Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru, Paraguai, Granada, República Dominicana, Belize, Equador, El Salvador, Jamaica, Nicarágua, Bolívia, Guatemala, entre os países de "desenvolvimento humano médio", e de Haiti que está entre os de “desenvolvimento humano baixo”, no meio de 31 países de África.
Espero a chegada do volume a Ourém desse relatório para, como todos os anos, melhor estudar a situação actualizada.

No entanto, no relatório 2004, que a celeuma aqui levantada me obrigou a ir consultar, não há
ordenamento por indicadores de saúde mas há, entre estes, alguns muito elucidativos e que mostram como quem aqui veio atacar Cuba não hesita em dizer não importa o quê, decerto ”informado” pelos “orgãos de informação ocidentais que têm o escrutínio dos seus consumidores livres” (!) e não por essas fontes suspeitas como para ele decerto são as Nações Unidas e o seu PNUD.
Apenas uns pormenores:
* só a Itália tem, nos 177 países, maior nº de médicos por 100.000 habitantes (607) que Cuba (596) – Portugal tem 318 e os EUA 279;
* em Cuba, segundo os últimos nºs. de que disponho, 99% das crianças de um ano são vacinadas contra a tuberculose e 98% contra o sarampo, enquanto que em Portugal só o são 82% e 87%, respectivamente;
* em Cuba, por 100.000 pessoas há 14 casos de tuberculose e 93% são curados, em Portugal, esses valores são 37 e 78%, respectivamente.



Liberdade Cultural
num Mundo Diversificado

Muito mais poderia acrescentar, mas reservo-me para um trabalho de actualização logo que dispuser do relatório integral 2005 e não de extractos de jornais.

2 comentários:

Pedro Figueiredo disse...

tem piada que fala-se em corrigir impreciso~es e falsidades no ini'cio, mas depois nada do que eu disse e' desmentido. e os artigos da human rights watch e da wikipedia, esta' quieto, e' melhor nem falar nisso.

e assim me despec,o deste blog. na~o dou para pedito'rios religiosos.

Sérgio Ribeiro disse...

Alguém lhe pediu alguma coisa ou para alguma coisa?
Estarei aberto a discutir onde quer que seja e com quer que seja sobre direitos humanos, depois de definidas regras e armas. É como nos duelos para resolver o insanável...
Mas não aceito discutir - e não discuto - com quem, quando se fala dos problemas da matemática em Ourém, fala da Coreia do Norte, com quem, quando se fala de oferta séria, responsável, solidária a um povo em tragédia, é soberbo, infantil, lê a cartilha como se bíblia fosse e os outros pobres ignorantes.
Este espaço não se fechará a ninguém, mas não lamento a despedida e saída pela direita baixa de quem aqui foi acolhido e, em vez de discutir, debater, veio agredir.
Paciência. Há gente assim, somos - também - gente assim.