sexta-feira, abril 27, 2007

Muros e (falta de) vergonha

Ainda no Actual, Anabela Fino – em Democracia emparedada – comenta a construção do muro em torno do bairro de Adhmiya, em Bagdad, que começou em 10 de Abril, com 4 metros de altura e 5 quilómetros de comprimento para se isloar um enclave sunita nos bairros xiitas da capital iraquiana.
Claro que a “ideia” e a sua concretização são da administração Bush, que não se conforma (ainda!) com o fracasso da sua invasão e ocupação, embora a tal vá ter de se submeter dada a oposição crescente que lhe é feita, também internamente.
Trata-se de uma “prisão colectiva”, que nada resolverá, antes acirrará o que é o quotidiano de morte e destruição, mas não é novidade.
E se já Israel fez o mesmo nos territórios palestinianos ocupados, no Iraque têm-se multiplicado os postos de controlo, as barreiras de cimento e arame farpado, os cortes de estrada.
Assim se alimentam os ódios latentes, em vez de se fazerem esforços para os vencer e superar, numa política de coexistência e de vizinhança que, aliás, nalgumas dessas paragens, existia entre povos diferentes (ou nem tanto).
E é significativo que quem o esteja fazendo use e abuse das referências aum outro muro, que foi derrubado em Berlim, para capciosa ou directamente fazer propaganda ideológica junto de quem nada sabe das razões da sua construção, nem da sua localização.
Por vezes, custa conviver com tanta hipocrisia.

1 comentário:

GR disse...

Sempre bons artigos, da A.Fino.
Hipocrisia e loucura. Dá dó ver este demente, Bush.
Tão bem ilustrado no blog Vale a Pena Lutar!

GR