quinta-feira, outubro 09, 2008

As linhas com que nos cozem

Cruzam-se:
  • a linha de atirar as culpas para os EUA (ai! aquela administração...) e o neo-liberalismo, fugindo a socialdemocracia (pela esquerda...) com o que-quer-que-seja à seringa;
  • a linha de restaurar a confiança da opinião pública, do "povo", que, na verdade, está à beira do desespero.
Assim se deitam carradas de poeira para os olhos que se vão abrindo, para esconder a única saída, defendida pelos que, continuamente, previram, preveniram e lutaram por ela: outras políticas. Pelo socialismo (mas não o dos que invocam o seu nome para continuarem e reforçarem as políticas de direita).

14 comentários:

Justine disse...

Pois é, o capitalismo desvairado e desenfreado não é para aqui chamado, pois não???

Anónimo disse...

Quando há dias disse aqui "o que mais perturba, neste ponto da crise mundial, é percebermos que ninguém tem uma ideia que seja alternativa ao primado do dinheiro", não estava a querer regressar à idade da pedra. Esse fetichismo nada resolveria. O dinheiro não tem culpa de nada, os seus proprietários sim.
O que queria dizer é que não há alternativas consideradas viáveis pela generalidade das pessoas.
Qualquer um pode inventar "soluções maravilhosas" à mesa do café mas isso não resolve.
Esta crise está a mostrar a fragilidade do sistema, totalmente à mercê da confiança dos cidadãos, mas também está a mostrar que os cidadãos não encontraram ainda uma outra forma alternativa de organizar a produção e a distribuição da riqueza para onde possam desviar a sua confiança.

Quer isto dizer que, se houver vontade, qualquer outra solução pode funcionar ? não !
Quer isto dizer que vale a pena equacionar o problema e avançar com ideias e propostas ? sim !

Acima de tudo, mesmo quando ainda isso pareça inverosímil, é necessário regressar sempre à ideia de que o sistema económico que sempre conhecemos,baseado na empresa capitalista e no trabalho pago com salário, é um fenómeno histórico que um dia terá fim.
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publicada por F. Penim Redondo às 16:54 a 8/Out/2008

samuel disse...

Linhas que há muito tempo estão tecidas como redes de pesca de arrasto de malha ilegal...

Anónimo disse...

-O que disse não aqui, mas ali-
O vil metal
Publicado por F. Penim Redondo

.

O que mais perturba, neste ponto da crise mundial, é percebermos que ninguém tem uma ideia que seja alternativa ao primado do dinheiro, ou melhor, ao primado de quem possui dinheiro em espécie ou sob outra forma qualquer.

A tão incensada intervenção do Estado consiste, no essencial, em usar o nosso dinheiro para restaurar os mecanismos que tanto criticamos. Não precisamos de mais Estado, precisávamos de um "homem novo" que, ao contrário do outro, não esperasse pelo Estado para lançar mãos a uma nova economia.

Em certo sentido têm razão aqueles que dizem que "este é o nosso mundo", aquele que talvez venhamos a recordar com saudade apesar das suas taras e injustiças.
As ilusões e os virtuais em que temos vivido, de forma crescente, nas últimas centenas de anos, permitiram criar um "castelo de cartas" em que muitos de nós, apesar de tudo, gozávamos um relativo conforto. Talvez faça até sentido perguntar se não faz parte da condição social do homem a permanente criação de "castelos de cartas", sejam eles religiões, utopias ou mercados. Viveríamos melhor sem eles ?

Veremos dentro em breve, quando a crise se agudizar, quantos dos críticos do sistema estão preparados para abdicar das mordomias de que usufruem.
Ninguém se preparou para o colapso; se calhar não faz sentido alguém preparar-se para um colapso.

Anónimo disse...

Chamem-lhe outra coisa, arrangem um nome qualquer para o que nos querem impor a seguir, mas o capitalismo, como o conhecemos até agora morreu.

Quer queiram ou não hã-de lá chegar.

Anónimo disse...

-Ainda ninguém se deu ao trabalho de informar o sr R, do aniversário do nascimento do SR. Herr Doktor Karl Marx e do aniversário da publicação do Manifesto Comunista da autoria do mesmo, Herr Doktor Marx & Friedrich Engels.
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-Com certeza como não foi convidado para a festa de aniversário o caríssimo sr R faz como a raposa passa pela quinta onde decorre a festa e diz alto e bom som: ("o que mais perturba, neste ponto da crise mundial, é percebermos que ninguém tem uma ideia que seja alternativa ao primado do dinheiro"):(

Anónimo disse...

não tarda inventam "um capitalismo light"! (talvez um anónimo qualquer se lembre que ficaria bem na moda)...entre vários episódios, de tentativas de solução
á crise, que tenho assistido (como um excerto do 'debate à quarta', que repetiu hoje na rtpn pouco depois das 13h) nunca tinha reparado em duas características comuns aos grandes senhores analistas, defensores e manipuladores deste mercado financeiro, político, social... gaguejam e têm dificuldade em encontrar vocabulário! ...sim, não lhes vá fugir a língua para ideias que estejam engavetadas no seu mais fundo consciente e que teimam de vez em quando forçar a abertura da gaveta e questionar "porque me fechaste aqui?" é que a mente ás vezes provoca partidas...ou será que alguns fazem um malabarismo desgraçado para não darem hipótese a que se lhes diga: "vês... andamos há tanto tempo a dizer que estás a ir pelo caminho errado..." concerteza não será nada disso, mas sim continuar defender o quanto é importante "socializar os prejuízos", digo, nacionalizar para reestabelecer o equílibrio e de novo a confiança! ai como eu acredito no PCP! ...desabafos!

Anónimo disse...

As linhas com que nos roubam de variadas formas. por um lado através de casas que comprámos, que nunca pagámos o que foi acordado mas muito acima, que não conseguimos pagar ficando sem casa e sem dinheiro. Por outro lado ainda, através dos impostos que pagamos, o Estado oferece aos nababos montanhas de dinheiro que nunca há quando se trata de benefícios sociais, isto é, de direitos humanos.

GR disse...

O capitalismo está num estado de morte lenta, consumido pelo neo-liberalismo.
Quase morto tenta sobreviver ferindo a classe trabalhadora.
Marx sabia!
O PCP alertou. Continuando a esclarecer, a Lutar!
Como terminará esta situação? Pior é impossível!

GR

Anónimo disse...

Enquanto por cá tentam "restaurar a confiança"...

Enquanto por cá os analistas precisam de terapia da fala (eu também assisti a alguns gaguejos)...

... a TV estatal da Venezuela tem a "lata" de explicar a crise ao povo. Acho que gostarão de dar uma olhadela por este post, sobretudo pelos videos.

http://xatoo.blogspot.com/2008/10/crise-como-drama-explicado-em-3-actos.html

Mar Arável disse...

Bem-vindo à península de Setúbal

Abraço

GR disse...

E porque há algo mais para além da crise!

Num dos post da Maria (o cheiro da ilha) de 5 de Out. podemos ler “O Livro do Sérgio Ribeiro”. No Avante! de hoje lemos e vemos (foto) que o lançamento foi uma grandiosa iniciativa.
E o nosso querido camarada Sérgio, continua dando alegria a quem o ouve e muita felicidade a quem o lê.
Assim e para que o Norte não seja sempre cinzento, vai até ao litoral.

http://www.editorial-avante.pcp.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

Encontramo-nos lá...
Bjs,

GR

Anónimo disse...

Preparem-se os povos para encetarem por vontade própria um sistema monetário mais justo, de maneira que os povos sejam os usufrutoários, da riqueza por si criada.
Preparem-se tambem para a luta, porque o capitalismo está muito doente, mas ainda não morreu, e até no estrebuchar, ele é perigoso.
Mas...Não desistam, é agora ou nunca!

Sérgio Ribeiro disse...

Tive de ir a Lisboa para dar o meu contributo para uma tarefa e, quando volto a casa, vejo isto animado. Assim é que eu gosto!
Daqui a pouco vai aparecer mais um episódio do M.H. e vamos mesmo a caminho do dinheiro e do seu primado.
No meio de muita coisa discutível (o que nõo o é?) o comentador FPR tem razão quando escreve que a culpa não é do dinheiro. Claro que não. É de quem o cria, o apropria, o injecta, o multiplica desmesuradamente, faz do instrumento um uso a seu exclusivo proveito e para além das finalidades para que teria sido criado. Lá chegaremos no M.H.
E não há que "inventar soluções". Há que tentar ver quais são as dinâmicas e pôr o nosso peso, o de cada um - infinitésimo mas insubstituível - num dos dois lados da balança a que tudo se pode resumir, em determinados momentos. Individual ou colectivo, egoismo ou solidariedade, e por aí fora.
Vou ver os outros "cantos da casa". Não possi ficar só por aqui...
Abraços