Não (julgo eu...) pelo prazer narcísico e condenável da auto-citação, mas porque (acho eu...) terei conseguido traduzir em palavras o que queria dizer, e estes dias vêm confirmando, aí vai:
"Assembleia Municipal de Ourém, 26.09.2008
Senhora Presidente da Assembleia Municipal
Senhor Presidente da Câmara e senhores vereadores
Caros profissionais da comunicação social,
Senhora Presidente da Assembleia Municipal
Senhor Presidente da Câmara e senhores vereadores
Caros profissionais da comunicação social,
Público presente,
Caros colegas,
Da última sessão para esta, no curto espaço de dois meses, para mais com Agosto pelo meio, o que então me levou a falar do “horror económico”, citando Forrestier e Rimbaud, confirmou-se e agravou-se.
Há grandes bancos estado-unidenses que se nacionalizam (e não por boas razões…), há seguradoras de dimensão transnacional que vão à falência, há injecções de dinheiro dos bancos centrais, como quem mete para a veia de drogados mais droga como se isso pudesse levar à recuperação do que está doente, muito doente.
O capitalismo está em crise, em grave crise. Não que augure o descalabro, a hecatombe. Não. O sistema tem mais fôlegos que o gato mais resistente e há formas de o fazer sobreviver, e de preservar os interesses cada vez mais polarizados, mais concentrados, formas que, se assustam – e muito! – se sabe também que há próceres que não recuarão perante o seu uso, mesmo que isso ponha em risco a Humanidade.
Existe latente um ambiente que chega a aproximar-se do desespero. Nos cidadãos e famílias que se endividaram para ter acesso à satisfação de necessidades que – quantas vezes? – lhes foram artificialmente criadas e para que os salários nunca são suficientes e cada vez menos; nos pequenos e médios empresários que menos vendem e que mais tempo, e cada vez mais, levam a receber o que teriam conseguido vender, além de que a novidade dos pagamentos por conta não perdoa e os juros e outras alcavalas só aumentam. (...)"
Caros colegas,
Da última sessão para esta, no curto espaço de dois meses, para mais com Agosto pelo meio, o que então me levou a falar do “horror económico”, citando Forrestier e Rimbaud, confirmou-se e agravou-se.
Há grandes bancos estado-unidenses que se nacionalizam (e não por boas razões…), há seguradoras de dimensão transnacional que vão à falência, há injecções de dinheiro dos bancos centrais, como quem mete para a veia de drogados mais droga como se isso pudesse levar à recuperação do que está doente, muito doente.
O capitalismo está em crise, em grave crise. Não que augure o descalabro, a hecatombe. Não. O sistema tem mais fôlegos que o gato mais resistente e há formas de o fazer sobreviver, e de preservar os interesses cada vez mais polarizados, mais concentrados, formas que, se assustam – e muito! – se sabe também que há próceres que não recuarão perante o seu uso, mesmo que isso ponha em risco a Humanidade.
Existe latente um ambiente que chega a aproximar-se do desespero. Nos cidadãos e famílias que se endividaram para ter acesso à satisfação de necessidades que – quantas vezes? – lhes foram artificialmente criadas e para que os salários nunca são suficientes e cada vez menos; nos pequenos e médios empresários que menos vendem e que mais tempo, e cada vez mais, levam a receber o que teriam conseguido vender, além de que a novidade dos pagamentos por conta não perdoa e os juros e outras alcavalas só aumentam. (...)"
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Já volto...
2 comentários:
Continuo a achar que é deitar pérolas a porcos...
Eles não merecem!
Querido Sérgio:
Eu bem ando às voltas para comunicar e agradecer-te o livro que eu e a Mila estamos lendo avidamente e à beira de cenas tristes de agressão conjugal... Tudo isto por defesa - quem havida de dizer - da propriedade privada. Acontece no entanto que p blogue me rejeita a "password". Tenho que telefonar para mais expressivas impressões.
Luis Nogueira
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